Audrey Hepburn ainda brilha como estrela da era de ouro de Hollywood


Atriz é a terceira na colocação, atrás de Katharine Hepburn e Bette Davis

Por Luiz Carlos Merten

Audrey Hepburn tinha 23 anos quando fez A Princesa e o Plebeu', em 1953. Fez história como a primeira atriz a receber todos os prêmios importantes do ano por um único papel – Oscar, Bafta, Globo de Ouro, Associação dos Críticos de Nova York, etc. Morreu na Suíça, em Tolochenaz, em 20 de janeiro de 1993.

Conta a lenda que foi o próprio Gregory Peck. Ele era um astro e o contrato para Roman Holiday previa que seu nome aparecesse isolado antes do título, seguido abaixo pela indicação ‘And introducing... Audrey Hepburn’. Peck teve de convencer seu agente, o diretor William Wyler e o estúdio, a Paramount. Seu argumento – “Ela vai ser uma grande estrela e eu não quero ser o idiota que não percebeu isso”.

A Princesa e o Plebeu, com Audrey Hepburn e Gregory Peck Foto: Paramount Pictures
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Nem se tivesse uma bola de cristal Peck teria acertado tanto. Audrey fez sensação – de público e crítica. Por mais 40 anos – morreu aos 63 -, manteve-se no topo. Virou ícone de elegância. A Paramount tinha sob contrato a figurinista que ganhou mais estatuetas da Academia em qualquer categoria – Edith Head. Umas 30! Audrey, na tela, vestia Givenchy.. 

Assim estava escrito. Integrante de uma família holandesa aristocrática – e empobrecida na Segunda Guerra -, Audrey nunca negou que passou até fome. Contava coisas terríveis. Teve familiares que morreram na luta antinazista. Nunca se esqueceu da tristeza no olhar do garoto de pijama listrado, que portava a estrela de Davi, numa estação de trens. Duas crianças - trocaram olhares, ela não sabia, mas ele, muito provavelmente, estava indo para a morte nos campos de concentração. 

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A dor e o sofrimento a humanizaram. Audrey destacou-se como filantropa. Foi embaixadora da ONU e da Unicef. Não foi por acaso que Steven Spielberg fez dela o anjo de Always/Além da Eternidade, em 1989. 

De volta à guerra, Audrey e a mãe sobreviveram. Ela até ganhou apoio para estudar balé. Iniciou uma carreira no cinema, na Inglaterra. Papeis pequenos. Um deles levou-a a Monte Carlo, ao hotel onde uma senhorinha também a olhou de maneira especial. Era a escritora Colette, que viu nela a personificação de sua personagem Gigi. 

A própria Colette encarregou-se de tentar convencer Audrey a fazer um teste para o papel, na Broadway. Ela não queria, mas fez. De novo, assim estava escrito. Ganhou o papel. 

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Lances incríveis de sorte marcaram a trajetória de Audrey. Quando William Wyler preparava a realização de Roman Holiday'– o filme foi lançado no Brasil como A Princesa e o Plebeu -, a produtora Paramount queria Elizabeth Taylor. Wyler foi à Inglaterra testar Jean Simmons, que era sua escolhida, mas ela já estava contratada para outro filme. 

Um executivo falou numa garota especial – Audrey – que estava no palco, em Londres. Wyler foi vê-la. Gostou do que viu. Sem tempo para testá-la – estava indo para Roma, onde o filme seria feito -, aceitou a indicação do estúdio, que pediu a Thorold Dickinson que a testasse.

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Dickinson dirigira o primeiro filme de Audrey, The Secret People. Ela fez um teste maravilhoso. O próprio Thorold tratou de tranquilizá-la – “Com esse teste, o papel terá de ser seu”. Foi. O resto é história. 

Audrey ocupou um espaço muito especial no imaginário do público. Trabalhou com diretores de prestígio, fez grandes filmes e ganhou novas indicações para os maiores prêmios.

A par dos prêmios pelos filmes, ela recebeu o Tony, o Oscar do teatro, e inúmeros troféus de carreira, os chamados Life Achievement Awards – Oscar, Baftae o Screen Actors Guild Special. Sua parceria com Stanley Donen é admirável. Um Caminho para Dois, suas cenas do casamento fictício com Albert Finney pelas estradas da França, é uma obra-prima. 

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Personagem icônica

A Holly Goolightly de Breakfast at Tiffany’s (aqui chamado de de Bonequinha de Luxo), de Blake Edwards, é uma das personagens mais icônicas do cinema. Audrey canta Moon River e, no final, sob a chuva, corre na rua chamando ‘Cat, cat!’, como se da localização daquele gato molhado dependesse sua vida. 

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Como fecho, é necessário acrescentar que Audrey, numa votação do American Film Institute, ficou em terceiro na lista das maiores estrelas da era de ouro de Hollywood. Antes dela só as míticas Katharine Hepburn e Bette Davis. Gregory Peck sabia das coisas. Estava certo. 

Audrey Hepburn tinha 23 anos quando fez A Princesa e o Plebeu', em 1953. Fez história como a primeira atriz a receber todos os prêmios importantes do ano por um único papel – Oscar, Bafta, Globo de Ouro, Associação dos Críticos de Nova York, etc. Morreu na Suíça, em Tolochenaz, em 20 de janeiro de 1993.

Conta a lenda que foi o próprio Gregory Peck. Ele era um astro e o contrato para Roman Holiday previa que seu nome aparecesse isolado antes do título, seguido abaixo pela indicação ‘And introducing... Audrey Hepburn’. Peck teve de convencer seu agente, o diretor William Wyler e o estúdio, a Paramount. Seu argumento – “Ela vai ser uma grande estrela e eu não quero ser o idiota que não percebeu isso”.

A Princesa e o Plebeu, com Audrey Hepburn e Gregory Peck Foto: Paramount Pictures

Nem se tivesse uma bola de cristal Peck teria acertado tanto. Audrey fez sensação – de público e crítica. Por mais 40 anos – morreu aos 63 -, manteve-se no topo. Virou ícone de elegância. A Paramount tinha sob contrato a figurinista que ganhou mais estatuetas da Academia em qualquer categoria – Edith Head. Umas 30! Audrey, na tela, vestia Givenchy.. 

Assim estava escrito. Integrante de uma família holandesa aristocrática – e empobrecida na Segunda Guerra -, Audrey nunca negou que passou até fome. Contava coisas terríveis. Teve familiares que morreram na luta antinazista. Nunca se esqueceu da tristeza no olhar do garoto de pijama listrado, que portava a estrela de Davi, numa estação de trens. Duas crianças - trocaram olhares, ela não sabia, mas ele, muito provavelmente, estava indo para a morte nos campos de concentração. 

A dor e o sofrimento a humanizaram. Audrey destacou-se como filantropa. Foi embaixadora da ONU e da Unicef. Não foi por acaso que Steven Spielberg fez dela o anjo de Always/Além da Eternidade, em 1989. 

De volta à guerra, Audrey e a mãe sobreviveram. Ela até ganhou apoio para estudar balé. Iniciou uma carreira no cinema, na Inglaterra. Papeis pequenos. Um deles levou-a a Monte Carlo, ao hotel onde uma senhorinha também a olhou de maneira especial. Era a escritora Colette, que viu nela a personificação de sua personagem Gigi. 

A própria Colette encarregou-se de tentar convencer Audrey a fazer um teste para o papel, na Broadway. Ela não queria, mas fez. De novo, assim estava escrito. Ganhou o papel. 

Lances incríveis de sorte marcaram a trajetória de Audrey. Quando William Wyler preparava a realização de Roman Holiday'– o filme foi lançado no Brasil como A Princesa e o Plebeu -, a produtora Paramount queria Elizabeth Taylor. Wyler foi à Inglaterra testar Jean Simmons, que era sua escolhida, mas ela já estava contratada para outro filme. 

Um executivo falou numa garota especial – Audrey – que estava no palco, em Londres. Wyler foi vê-la. Gostou do que viu. Sem tempo para testá-la – estava indo para Roma, onde o filme seria feito -, aceitou a indicação do estúdio, que pediu a Thorold Dickinson que a testasse.

Dickinson dirigira o primeiro filme de Audrey, The Secret People. Ela fez um teste maravilhoso. O próprio Thorold tratou de tranquilizá-la – “Com esse teste, o papel terá de ser seu”. Foi. O resto é história. 

Audrey ocupou um espaço muito especial no imaginário do público. Trabalhou com diretores de prestígio, fez grandes filmes e ganhou novas indicações para os maiores prêmios.

A par dos prêmios pelos filmes, ela recebeu o Tony, o Oscar do teatro, e inúmeros troféus de carreira, os chamados Life Achievement Awards – Oscar, Baftae o Screen Actors Guild Special. Sua parceria com Stanley Donen é admirável. Um Caminho para Dois, suas cenas do casamento fictício com Albert Finney pelas estradas da França, é uma obra-prima. 

Personagem icônica

A Holly Goolightly de Breakfast at Tiffany’s (aqui chamado de de Bonequinha de Luxo), de Blake Edwards, é uma das personagens mais icônicas do cinema. Audrey canta Moon River e, no final, sob a chuva, corre na rua chamando ‘Cat, cat!’, como se da localização daquele gato molhado dependesse sua vida. 

Como fecho, é necessário acrescentar que Audrey, numa votação do American Film Institute, ficou em terceiro na lista das maiores estrelas da era de ouro de Hollywood. Antes dela só as míticas Katharine Hepburn e Bette Davis. Gregory Peck sabia das coisas. Estava certo. 

Audrey Hepburn tinha 23 anos quando fez A Princesa e o Plebeu', em 1953. Fez história como a primeira atriz a receber todos os prêmios importantes do ano por um único papel – Oscar, Bafta, Globo de Ouro, Associação dos Críticos de Nova York, etc. Morreu na Suíça, em Tolochenaz, em 20 de janeiro de 1993.

Conta a lenda que foi o próprio Gregory Peck. Ele era um astro e o contrato para Roman Holiday previa que seu nome aparecesse isolado antes do título, seguido abaixo pela indicação ‘And introducing... Audrey Hepburn’. Peck teve de convencer seu agente, o diretor William Wyler e o estúdio, a Paramount. Seu argumento – “Ela vai ser uma grande estrela e eu não quero ser o idiota que não percebeu isso”.

A Princesa e o Plebeu, com Audrey Hepburn e Gregory Peck Foto: Paramount Pictures

Nem se tivesse uma bola de cristal Peck teria acertado tanto. Audrey fez sensação – de público e crítica. Por mais 40 anos – morreu aos 63 -, manteve-se no topo. Virou ícone de elegância. A Paramount tinha sob contrato a figurinista que ganhou mais estatuetas da Academia em qualquer categoria – Edith Head. Umas 30! Audrey, na tela, vestia Givenchy.. 

Assim estava escrito. Integrante de uma família holandesa aristocrática – e empobrecida na Segunda Guerra -, Audrey nunca negou que passou até fome. Contava coisas terríveis. Teve familiares que morreram na luta antinazista. Nunca se esqueceu da tristeza no olhar do garoto de pijama listrado, que portava a estrela de Davi, numa estação de trens. Duas crianças - trocaram olhares, ela não sabia, mas ele, muito provavelmente, estava indo para a morte nos campos de concentração. 

A dor e o sofrimento a humanizaram. Audrey destacou-se como filantropa. Foi embaixadora da ONU e da Unicef. Não foi por acaso que Steven Spielberg fez dela o anjo de Always/Além da Eternidade, em 1989. 

De volta à guerra, Audrey e a mãe sobreviveram. Ela até ganhou apoio para estudar balé. Iniciou uma carreira no cinema, na Inglaterra. Papeis pequenos. Um deles levou-a a Monte Carlo, ao hotel onde uma senhorinha também a olhou de maneira especial. Era a escritora Colette, que viu nela a personificação de sua personagem Gigi. 

A própria Colette encarregou-se de tentar convencer Audrey a fazer um teste para o papel, na Broadway. Ela não queria, mas fez. De novo, assim estava escrito. Ganhou o papel. 

Lances incríveis de sorte marcaram a trajetória de Audrey. Quando William Wyler preparava a realização de Roman Holiday'– o filme foi lançado no Brasil como A Princesa e o Plebeu -, a produtora Paramount queria Elizabeth Taylor. Wyler foi à Inglaterra testar Jean Simmons, que era sua escolhida, mas ela já estava contratada para outro filme. 

Um executivo falou numa garota especial – Audrey – que estava no palco, em Londres. Wyler foi vê-la. Gostou do que viu. Sem tempo para testá-la – estava indo para Roma, onde o filme seria feito -, aceitou a indicação do estúdio, que pediu a Thorold Dickinson que a testasse.

Dickinson dirigira o primeiro filme de Audrey, The Secret People. Ela fez um teste maravilhoso. O próprio Thorold tratou de tranquilizá-la – “Com esse teste, o papel terá de ser seu”. Foi. O resto é história. 

Audrey ocupou um espaço muito especial no imaginário do público. Trabalhou com diretores de prestígio, fez grandes filmes e ganhou novas indicações para os maiores prêmios.

A par dos prêmios pelos filmes, ela recebeu o Tony, o Oscar do teatro, e inúmeros troféus de carreira, os chamados Life Achievement Awards – Oscar, Baftae o Screen Actors Guild Special. Sua parceria com Stanley Donen é admirável. Um Caminho para Dois, suas cenas do casamento fictício com Albert Finney pelas estradas da França, é uma obra-prima. 

Personagem icônica

A Holly Goolightly de Breakfast at Tiffany’s (aqui chamado de de Bonequinha de Luxo), de Blake Edwards, é uma das personagens mais icônicas do cinema. Audrey canta Moon River e, no final, sob a chuva, corre na rua chamando ‘Cat, cat!’, como se da localização daquele gato molhado dependesse sua vida. 

Como fecho, é necessário acrescentar que Audrey, numa votação do American Film Institute, ficou em terceiro na lista das maiores estrelas da era de ouro de Hollywood. Antes dela só as míticas Katharine Hepburn e Bette Davis. Gregory Peck sabia das coisas. Estava certo. 

Audrey Hepburn tinha 23 anos quando fez A Princesa e o Plebeu', em 1953. Fez história como a primeira atriz a receber todos os prêmios importantes do ano por um único papel – Oscar, Bafta, Globo de Ouro, Associação dos Críticos de Nova York, etc. Morreu na Suíça, em Tolochenaz, em 20 de janeiro de 1993.

Conta a lenda que foi o próprio Gregory Peck. Ele era um astro e o contrato para Roman Holiday previa que seu nome aparecesse isolado antes do título, seguido abaixo pela indicação ‘And introducing... Audrey Hepburn’. Peck teve de convencer seu agente, o diretor William Wyler e o estúdio, a Paramount. Seu argumento – “Ela vai ser uma grande estrela e eu não quero ser o idiota que não percebeu isso”.

A Princesa e o Plebeu, com Audrey Hepburn e Gregory Peck Foto: Paramount Pictures

Nem se tivesse uma bola de cristal Peck teria acertado tanto. Audrey fez sensação – de público e crítica. Por mais 40 anos – morreu aos 63 -, manteve-se no topo. Virou ícone de elegância. A Paramount tinha sob contrato a figurinista que ganhou mais estatuetas da Academia em qualquer categoria – Edith Head. Umas 30! Audrey, na tela, vestia Givenchy.. 

Assim estava escrito. Integrante de uma família holandesa aristocrática – e empobrecida na Segunda Guerra -, Audrey nunca negou que passou até fome. Contava coisas terríveis. Teve familiares que morreram na luta antinazista. Nunca se esqueceu da tristeza no olhar do garoto de pijama listrado, que portava a estrela de Davi, numa estação de trens. Duas crianças - trocaram olhares, ela não sabia, mas ele, muito provavelmente, estava indo para a morte nos campos de concentração. 

A dor e o sofrimento a humanizaram. Audrey destacou-se como filantropa. Foi embaixadora da ONU e da Unicef. Não foi por acaso que Steven Spielberg fez dela o anjo de Always/Além da Eternidade, em 1989. 

De volta à guerra, Audrey e a mãe sobreviveram. Ela até ganhou apoio para estudar balé. Iniciou uma carreira no cinema, na Inglaterra. Papeis pequenos. Um deles levou-a a Monte Carlo, ao hotel onde uma senhorinha também a olhou de maneira especial. Era a escritora Colette, que viu nela a personificação de sua personagem Gigi. 

A própria Colette encarregou-se de tentar convencer Audrey a fazer um teste para o papel, na Broadway. Ela não queria, mas fez. De novo, assim estava escrito. Ganhou o papel. 

Lances incríveis de sorte marcaram a trajetória de Audrey. Quando William Wyler preparava a realização de Roman Holiday'– o filme foi lançado no Brasil como A Princesa e o Plebeu -, a produtora Paramount queria Elizabeth Taylor. Wyler foi à Inglaterra testar Jean Simmons, que era sua escolhida, mas ela já estava contratada para outro filme. 

Um executivo falou numa garota especial – Audrey – que estava no palco, em Londres. Wyler foi vê-la. Gostou do que viu. Sem tempo para testá-la – estava indo para Roma, onde o filme seria feito -, aceitou a indicação do estúdio, que pediu a Thorold Dickinson que a testasse.

Dickinson dirigira o primeiro filme de Audrey, The Secret People. Ela fez um teste maravilhoso. O próprio Thorold tratou de tranquilizá-la – “Com esse teste, o papel terá de ser seu”. Foi. O resto é história. 

Audrey ocupou um espaço muito especial no imaginário do público. Trabalhou com diretores de prestígio, fez grandes filmes e ganhou novas indicações para os maiores prêmios.

A par dos prêmios pelos filmes, ela recebeu o Tony, o Oscar do teatro, e inúmeros troféus de carreira, os chamados Life Achievement Awards – Oscar, Baftae o Screen Actors Guild Special. Sua parceria com Stanley Donen é admirável. Um Caminho para Dois, suas cenas do casamento fictício com Albert Finney pelas estradas da França, é uma obra-prima. 

Personagem icônica

A Holly Goolightly de Breakfast at Tiffany’s (aqui chamado de de Bonequinha de Luxo), de Blake Edwards, é uma das personagens mais icônicas do cinema. Audrey canta Moon River e, no final, sob a chuva, corre na rua chamando ‘Cat, cat!’, como se da localização daquele gato molhado dependesse sua vida. 

Como fecho, é necessário acrescentar que Audrey, numa votação do American Film Institute, ficou em terceiro na lista das maiores estrelas da era de ouro de Hollywood. Antes dela só as míticas Katharine Hepburn e Bette Davis. Gregory Peck sabia das coisas. Estava certo. 

Audrey Hepburn tinha 23 anos quando fez A Princesa e o Plebeu', em 1953. Fez história como a primeira atriz a receber todos os prêmios importantes do ano por um único papel – Oscar, Bafta, Globo de Ouro, Associação dos Críticos de Nova York, etc. Morreu na Suíça, em Tolochenaz, em 20 de janeiro de 1993.

Conta a lenda que foi o próprio Gregory Peck. Ele era um astro e o contrato para Roman Holiday previa que seu nome aparecesse isolado antes do título, seguido abaixo pela indicação ‘And introducing... Audrey Hepburn’. Peck teve de convencer seu agente, o diretor William Wyler e o estúdio, a Paramount. Seu argumento – “Ela vai ser uma grande estrela e eu não quero ser o idiota que não percebeu isso”.

A Princesa e o Plebeu, com Audrey Hepburn e Gregory Peck Foto: Paramount Pictures

Nem se tivesse uma bola de cristal Peck teria acertado tanto. Audrey fez sensação – de público e crítica. Por mais 40 anos – morreu aos 63 -, manteve-se no topo. Virou ícone de elegância. A Paramount tinha sob contrato a figurinista que ganhou mais estatuetas da Academia em qualquer categoria – Edith Head. Umas 30! Audrey, na tela, vestia Givenchy.. 

Assim estava escrito. Integrante de uma família holandesa aristocrática – e empobrecida na Segunda Guerra -, Audrey nunca negou que passou até fome. Contava coisas terríveis. Teve familiares que morreram na luta antinazista. Nunca se esqueceu da tristeza no olhar do garoto de pijama listrado, que portava a estrela de Davi, numa estação de trens. Duas crianças - trocaram olhares, ela não sabia, mas ele, muito provavelmente, estava indo para a morte nos campos de concentração. 

A dor e o sofrimento a humanizaram. Audrey destacou-se como filantropa. Foi embaixadora da ONU e da Unicef. Não foi por acaso que Steven Spielberg fez dela o anjo de Always/Além da Eternidade, em 1989. 

De volta à guerra, Audrey e a mãe sobreviveram. Ela até ganhou apoio para estudar balé. Iniciou uma carreira no cinema, na Inglaterra. Papeis pequenos. Um deles levou-a a Monte Carlo, ao hotel onde uma senhorinha também a olhou de maneira especial. Era a escritora Colette, que viu nela a personificação de sua personagem Gigi. 

A própria Colette encarregou-se de tentar convencer Audrey a fazer um teste para o papel, na Broadway. Ela não queria, mas fez. De novo, assim estava escrito. Ganhou o papel. 

Lances incríveis de sorte marcaram a trajetória de Audrey. Quando William Wyler preparava a realização de Roman Holiday'– o filme foi lançado no Brasil como A Princesa e o Plebeu -, a produtora Paramount queria Elizabeth Taylor. Wyler foi à Inglaterra testar Jean Simmons, que era sua escolhida, mas ela já estava contratada para outro filme. 

Um executivo falou numa garota especial – Audrey – que estava no palco, em Londres. Wyler foi vê-la. Gostou do que viu. Sem tempo para testá-la – estava indo para Roma, onde o filme seria feito -, aceitou a indicação do estúdio, que pediu a Thorold Dickinson que a testasse.

Dickinson dirigira o primeiro filme de Audrey, The Secret People. Ela fez um teste maravilhoso. O próprio Thorold tratou de tranquilizá-la – “Com esse teste, o papel terá de ser seu”. Foi. O resto é história. 

Audrey ocupou um espaço muito especial no imaginário do público. Trabalhou com diretores de prestígio, fez grandes filmes e ganhou novas indicações para os maiores prêmios.

A par dos prêmios pelos filmes, ela recebeu o Tony, o Oscar do teatro, e inúmeros troféus de carreira, os chamados Life Achievement Awards – Oscar, Baftae o Screen Actors Guild Special. Sua parceria com Stanley Donen é admirável. Um Caminho para Dois, suas cenas do casamento fictício com Albert Finney pelas estradas da França, é uma obra-prima. 

Personagem icônica

A Holly Goolightly de Breakfast at Tiffany’s (aqui chamado de de Bonequinha de Luxo), de Blake Edwards, é uma das personagens mais icônicas do cinema. Audrey canta Moon River e, no final, sob a chuva, corre na rua chamando ‘Cat, cat!’, como se da localização daquele gato molhado dependesse sua vida. 

Como fecho, é necessário acrescentar que Audrey, numa votação do American Film Institute, ficou em terceiro na lista das maiores estrelas da era de ouro de Hollywood. Antes dela só as míticas Katharine Hepburn e Bette Davis. Gregory Peck sabia das coisas. Estava certo. 

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