‘Nunca brinquei com barbies’, diz America Ferrera, que tem papel vital no filme de Margot Robbie


Em entrevista ao Estadão, atriz que atua com Margot Robbie e Ryan Gosling explica tema central do filme e comenta sobre representatividade no cinema

Por Simião Castro
Atualização:
Foto: Stewart Cook/Warner Bros.
Entrevista comAmerica Ferreraatriz

America Ferrera saiu de uma das inúmeras versões de Ugly Betty e Superstore para estrelar Barbie, o filme mais badalado da temporada. Sob a batuta de ninguém menos que a diretora indicada ao Oscar Greta Gerwig, e ao lado dos também indicados ao prêmio Margot Robbie e Ryan Gosling.

E ela não interpreta qualquer papel. A personagem que representa é central na história da boneca mais famosa do mundo. A escolha foi a dedo: America nasceu nos Estados Unidos, mas é de família hondurenha. Perfeita, aos menos nos padrões hollywoodianos, para sintetizar a diversidade que o cinema vem buscando.

continua após a publicidade

Em entrevista ao Estadão na Cidade do México*, a atriz compartilha a perspectiva sobre qual é o tema central de Barbie, arrisca uma explicação do por quê tanta gente quer ver o filme e afirma que gostaria de saber mais do cinema brasileiro. Longa estreia nesta quinta, 20 de julho.

Leia a íntegra da entrevista com America Ferrera

Escalar uma mulher latina para o papel humano principal do filme é um aceno positivo na direção da diversidade, mas Barbie através das décadas foi acusada de impor padrões de beleza e formatos de corpo eurocêntricos. Você acha que esse filme muda alguma coisa nesse cenário? E o que ele transforma em termos de representação?

continua após a publicidade

A resposta curta é sim. Barbie tem sido muitas coisas nesses mais de 60 anos de legado. Há momentos em que ela foi revolucionária. Não havia nada como ela em que as meninas depositassem aspirações e sonhassem em ser qualquer coisa além de uma mãe para uma boneca. E há momentos em que ela estava muito ultrapassada e, como você diz, representava um único padrão de beleza, um único padrão de feminilidade. Era impossível para uma jovem como eu me conectar, então eu nunca brinquei com barbies quando pequena. Eu realmente não me via representada naquele mundo. E eu nunca imaginei que jamais faria parte de um filme da Barbie. Mas saber que Greta e Margot estavam liderando este filme e esta história era incrivelmente intrigante. E assim que li o roteiro eu sabia que tinha que fazer parte disso, parecia um momento muito importante em nossa cultura, onde estávamos pegando esse ícone que significava uma coisa e realmente reforçar a mensagem de que não há mais um padrão de beleza. E a própria Barbie agora tem todas as cores, todas as formas, todos os tamanhos. E Ken também. E fazer parte da expansão de uma narrativa tão dominante e adaptá-la e transformá-la conforme nossa cultura adapta e transforma é maravilhoso.

O que você diria que é o tema principal deste filme?

Eu acho que o tema principal desse filme é que não existe esse negócio de perfeição. E você é suficiente exatamente como você é. E que você deveria ter a permissão para celebrar todas as coisas que você é de uma forma linda e fabulosa como uma festa disco.

continua após a publicidade

Barbie está com um hype imenso ao redor do mundo…

Sim, está uma loucura!

E essa é minha pergunta! Por que você acha que as pessoas estão tão malucas por esse filme?

continua após a publicidade

É fascinante. Eu sinto que é algo que entenderemos em retrospecto e eu realmente espero que as pessoas façam pesquisas e artigos científicos sobre este momento. Eu acho que é uma mistura de muitas coisas. Eu acho que é o que a Barbie significa para as pessoas. Acho que as pessoas estão procurando alegria, beleza e celebração em um mundo onde não temos o suficiente disso e acho que também é a empolgação ao redor de quem está fazendo esse filme. Greta como diretora, Margot é Barbie, Ryan é Ken, e todos os talentos incríveis que estão envolvidos.

America Ferrera interpreta papel fundamental para a trama de Barbie, ao lado de Margot Robbie e Ryan Gosling (Photo by Michael Tran / AFP) 

O que você gostaria de ter que os humanos não têm e as Barbies têm?

continua após a publicidade

Adoraria ter um pouco mais da falta de acanhamento, sabe. O fato de que gostarem do que gostam e não gostarem do que não gostam. E eles não se desculpam por isso. Quando Barbie diz para Ken ‘você pode ir agora’, ‘eu não quero você aqui’. E que ela não sente que tem de fazer outras pessoas se sentirem confortáveis. Ela pode simplesmente expressar a própria verdade e assumi-la. Eu sinto que poderíamos usar um pouco mais disso.

Qual foi a coisa mais divertida em filmar a Barbie?

Nossa, o que foi mais divertido? É difícil escolher. Eu acho que foi simplesmente esse elenco. O elenco é tão abarrotado de talentos incríveis e todo dia era como ‘um dia Michael Cera’, ‘um dia com Kate McKinnon’, ‘um dia com Issa Rae’, ‘um dia com as Barbies’. Todo dia foi realmente maravilhoso.

continua após a publicidade

Você sabe algo sobre o cinema brasileiro?

Não o suficiente. Eu não sei o suficiente, mas assisti a alguns filmes brasileiros.

O jornalista viajou a convite da Warner Bros.

America Ferrera saiu de uma das inúmeras versões de Ugly Betty e Superstore para estrelar Barbie, o filme mais badalado da temporada. Sob a batuta de ninguém menos que a diretora indicada ao Oscar Greta Gerwig, e ao lado dos também indicados ao prêmio Margot Robbie e Ryan Gosling.

E ela não interpreta qualquer papel. A personagem que representa é central na história da boneca mais famosa do mundo. A escolha foi a dedo: America nasceu nos Estados Unidos, mas é de família hondurenha. Perfeita, aos menos nos padrões hollywoodianos, para sintetizar a diversidade que o cinema vem buscando.

Em entrevista ao Estadão na Cidade do México*, a atriz compartilha a perspectiva sobre qual é o tema central de Barbie, arrisca uma explicação do por quê tanta gente quer ver o filme e afirma que gostaria de saber mais do cinema brasileiro. Longa estreia nesta quinta, 20 de julho.

Leia a íntegra da entrevista com America Ferrera

Escalar uma mulher latina para o papel humano principal do filme é um aceno positivo na direção da diversidade, mas Barbie através das décadas foi acusada de impor padrões de beleza e formatos de corpo eurocêntricos. Você acha que esse filme muda alguma coisa nesse cenário? E o que ele transforma em termos de representação?

A resposta curta é sim. Barbie tem sido muitas coisas nesses mais de 60 anos de legado. Há momentos em que ela foi revolucionária. Não havia nada como ela em que as meninas depositassem aspirações e sonhassem em ser qualquer coisa além de uma mãe para uma boneca. E há momentos em que ela estava muito ultrapassada e, como você diz, representava um único padrão de beleza, um único padrão de feminilidade. Era impossível para uma jovem como eu me conectar, então eu nunca brinquei com barbies quando pequena. Eu realmente não me via representada naquele mundo. E eu nunca imaginei que jamais faria parte de um filme da Barbie. Mas saber que Greta e Margot estavam liderando este filme e esta história era incrivelmente intrigante. E assim que li o roteiro eu sabia que tinha que fazer parte disso, parecia um momento muito importante em nossa cultura, onde estávamos pegando esse ícone que significava uma coisa e realmente reforçar a mensagem de que não há mais um padrão de beleza. E a própria Barbie agora tem todas as cores, todas as formas, todos os tamanhos. E Ken também. E fazer parte da expansão de uma narrativa tão dominante e adaptá-la e transformá-la conforme nossa cultura adapta e transforma é maravilhoso.

O que você diria que é o tema principal deste filme?

Eu acho que o tema principal desse filme é que não existe esse negócio de perfeição. E você é suficiente exatamente como você é. E que você deveria ter a permissão para celebrar todas as coisas que você é de uma forma linda e fabulosa como uma festa disco.

Barbie está com um hype imenso ao redor do mundo…

Sim, está uma loucura!

E essa é minha pergunta! Por que você acha que as pessoas estão tão malucas por esse filme?

É fascinante. Eu sinto que é algo que entenderemos em retrospecto e eu realmente espero que as pessoas façam pesquisas e artigos científicos sobre este momento. Eu acho que é uma mistura de muitas coisas. Eu acho que é o que a Barbie significa para as pessoas. Acho que as pessoas estão procurando alegria, beleza e celebração em um mundo onde não temos o suficiente disso e acho que também é a empolgação ao redor de quem está fazendo esse filme. Greta como diretora, Margot é Barbie, Ryan é Ken, e todos os talentos incríveis que estão envolvidos.

America Ferrera interpreta papel fundamental para a trama de Barbie, ao lado de Margot Robbie e Ryan Gosling (Photo by Michael Tran / AFP) 

O que você gostaria de ter que os humanos não têm e as Barbies têm?

Adoraria ter um pouco mais da falta de acanhamento, sabe. O fato de que gostarem do que gostam e não gostarem do que não gostam. E eles não se desculpam por isso. Quando Barbie diz para Ken ‘você pode ir agora’, ‘eu não quero você aqui’. E que ela não sente que tem de fazer outras pessoas se sentirem confortáveis. Ela pode simplesmente expressar a própria verdade e assumi-la. Eu sinto que poderíamos usar um pouco mais disso.

Qual foi a coisa mais divertida em filmar a Barbie?

Nossa, o que foi mais divertido? É difícil escolher. Eu acho que foi simplesmente esse elenco. O elenco é tão abarrotado de talentos incríveis e todo dia era como ‘um dia Michael Cera’, ‘um dia com Kate McKinnon’, ‘um dia com Issa Rae’, ‘um dia com as Barbies’. Todo dia foi realmente maravilhoso.

Você sabe algo sobre o cinema brasileiro?

Não o suficiente. Eu não sei o suficiente, mas assisti a alguns filmes brasileiros.

O jornalista viajou a convite da Warner Bros.

America Ferrera saiu de uma das inúmeras versões de Ugly Betty e Superstore para estrelar Barbie, o filme mais badalado da temporada. Sob a batuta de ninguém menos que a diretora indicada ao Oscar Greta Gerwig, e ao lado dos também indicados ao prêmio Margot Robbie e Ryan Gosling.

E ela não interpreta qualquer papel. A personagem que representa é central na história da boneca mais famosa do mundo. A escolha foi a dedo: America nasceu nos Estados Unidos, mas é de família hondurenha. Perfeita, aos menos nos padrões hollywoodianos, para sintetizar a diversidade que o cinema vem buscando.

Em entrevista ao Estadão na Cidade do México*, a atriz compartilha a perspectiva sobre qual é o tema central de Barbie, arrisca uma explicação do por quê tanta gente quer ver o filme e afirma que gostaria de saber mais do cinema brasileiro. Longa estreia nesta quinta, 20 de julho.

Leia a íntegra da entrevista com America Ferrera

Escalar uma mulher latina para o papel humano principal do filme é um aceno positivo na direção da diversidade, mas Barbie através das décadas foi acusada de impor padrões de beleza e formatos de corpo eurocêntricos. Você acha que esse filme muda alguma coisa nesse cenário? E o que ele transforma em termos de representação?

A resposta curta é sim. Barbie tem sido muitas coisas nesses mais de 60 anos de legado. Há momentos em que ela foi revolucionária. Não havia nada como ela em que as meninas depositassem aspirações e sonhassem em ser qualquer coisa além de uma mãe para uma boneca. E há momentos em que ela estava muito ultrapassada e, como você diz, representava um único padrão de beleza, um único padrão de feminilidade. Era impossível para uma jovem como eu me conectar, então eu nunca brinquei com barbies quando pequena. Eu realmente não me via representada naquele mundo. E eu nunca imaginei que jamais faria parte de um filme da Barbie. Mas saber que Greta e Margot estavam liderando este filme e esta história era incrivelmente intrigante. E assim que li o roteiro eu sabia que tinha que fazer parte disso, parecia um momento muito importante em nossa cultura, onde estávamos pegando esse ícone que significava uma coisa e realmente reforçar a mensagem de que não há mais um padrão de beleza. E a própria Barbie agora tem todas as cores, todas as formas, todos os tamanhos. E Ken também. E fazer parte da expansão de uma narrativa tão dominante e adaptá-la e transformá-la conforme nossa cultura adapta e transforma é maravilhoso.

O que você diria que é o tema principal deste filme?

Eu acho que o tema principal desse filme é que não existe esse negócio de perfeição. E você é suficiente exatamente como você é. E que você deveria ter a permissão para celebrar todas as coisas que você é de uma forma linda e fabulosa como uma festa disco.

Barbie está com um hype imenso ao redor do mundo…

Sim, está uma loucura!

E essa é minha pergunta! Por que você acha que as pessoas estão tão malucas por esse filme?

É fascinante. Eu sinto que é algo que entenderemos em retrospecto e eu realmente espero que as pessoas façam pesquisas e artigos científicos sobre este momento. Eu acho que é uma mistura de muitas coisas. Eu acho que é o que a Barbie significa para as pessoas. Acho que as pessoas estão procurando alegria, beleza e celebração em um mundo onde não temos o suficiente disso e acho que também é a empolgação ao redor de quem está fazendo esse filme. Greta como diretora, Margot é Barbie, Ryan é Ken, e todos os talentos incríveis que estão envolvidos.

America Ferrera interpreta papel fundamental para a trama de Barbie, ao lado de Margot Robbie e Ryan Gosling (Photo by Michael Tran / AFP) 

O que você gostaria de ter que os humanos não têm e as Barbies têm?

Adoraria ter um pouco mais da falta de acanhamento, sabe. O fato de que gostarem do que gostam e não gostarem do que não gostam. E eles não se desculpam por isso. Quando Barbie diz para Ken ‘você pode ir agora’, ‘eu não quero você aqui’. E que ela não sente que tem de fazer outras pessoas se sentirem confortáveis. Ela pode simplesmente expressar a própria verdade e assumi-la. Eu sinto que poderíamos usar um pouco mais disso.

Qual foi a coisa mais divertida em filmar a Barbie?

Nossa, o que foi mais divertido? É difícil escolher. Eu acho que foi simplesmente esse elenco. O elenco é tão abarrotado de talentos incríveis e todo dia era como ‘um dia Michael Cera’, ‘um dia com Kate McKinnon’, ‘um dia com Issa Rae’, ‘um dia com as Barbies’. Todo dia foi realmente maravilhoso.

Você sabe algo sobre o cinema brasileiro?

Não o suficiente. Eu não sei o suficiente, mas assisti a alguns filmes brasileiros.

O jornalista viajou a convite da Warner Bros.

Entrevista por Simião Castro

Repórter de Cultura do Estadão

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.