‘Barbie’ é uma reflexão sobre ‘o que é ser humano’, diz Margot Robbie ao Estadão; veja vídeo


Em entrevista ao Estadão, protagonista e produtora revela o que mais gostou das gravações e Ryan Gosling compartilha momento fofo com a colega nos bastidores

Por Simião Castro
Atualização:
Foto: Eric Charbonneau/Warner Bros.
Entrevista comMargot Robbie e Ryan Goslingatores

Quando a protagonista e produtora de Barbie, Margot Robbie, diz que duvidava que o estúdio permitiria que o filme existisse, ela provoca uma curiosidade enorme sobre o que, afinal, essa produção trata.

Por que tamanha resistência a algo tão aparentemente inocente quanto a história de uma boneca? A resposta é que não é qualquer história de qualquer boneca.

Barbie é uma alegoria sobre o lugar das mulheres no mundo. Mas, para além disso, é também sobre os lugares que todos os humanos ocupam no planeta. Seja um lugar real ou a Barbieland.

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Margot Robbie como 'Barbie' Foto: Cortesia Warner Bros. Pictures

A próxima questão que surge é de como essa metáfora conquistaria o tamanho do público que lota as salas de cinema? A Warner Bros. anunciou ser a maior pré-venda da história do estúdio no Brasil, a expectativa do público está imensa e as redes sociais dominadas pelo sentimento de desejo de assitir à nova produção da diretora Greta Gerwig.

Desta vez a resposta é a inteligência de abordar temas espinhosos como feminismo, política, relações de poder e relacionamentos pela via do humor. A sagacidade do texto e até o deboche com estruturas sociais predominantes torna tudo simples, divertido e agradável de ver.

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Isso só foi possível com a liberdade oferecida aos criadores. Margot contou em entrevista coletiva que mal fez exigências a Greta, que dividiu o roteiro com o parceiro Noah Baumbach. “O escorregador foi um de dois pedidos que eu fiz a Greta no começo desse processo. ‘Só quero um escorregador que vá do quarto até a piscina e uma Barbie Sereia em algum lugar’”, afirmou Margot.

No mesmo dia, em entrevista ao Estadão, a atriz ressaltou que Barbie evidencia o empoderamento feminino, mas que não queria colocar a produção em “nenhuma caixa”. Ela também exaltou a evolução representativa da boneca nos 64 anos de existência e falou também de coisas divertidas dos bastidores do filme que estreia nesta quinta, 20 de julho.

Já o parceiro de tela, Ryan Gosling, contou o que o fez aceitar o papel e revelou uma curiosidade fofa compartilhada com Margot no set de filmagem. A entrevista que você vê abaixo ocorreu em 7 de julho na Cidade do México, para onde o Estadão foi a convite da Warner Bros. Jornalistas de várias partes da América Latina também estavam presentes para uma bateria de entrevistas.

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Assista à entrevista de Margot Robbie e Ryan Gosling e leia a íntregra abaixo

Margot, você acha que definir a Barbie como um filme feminista é uma afirmação correta? E isso poderia estigmatizar esse filme para algumas audiências?

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Margot Robbie: Acho que depende da sua definição de feminismo. O feminismo para mim é ‘homens e mulheres sendo tratados igualmente’. Eu acho que o filme é inerentemente feminista, porque há muito empoderamento feminino transbordando dele. O fato de termos uma diretora no comando de um enorme blockbuster de verão é expressivo em nossa indústria, mas ironicamente no começo do filme as coisas não são totalmente igualitárias entre as Barbies e os Kens em Barbieland. As Barbies têm todas as posições de poder e os Kens, não. Ainda que a gente os ame. E eles entram nessa grande jornada e acabam no mundo real. E começam a sentir que talvez a dinâmica do poder tenha mudado para o outro lado. Não vou revelar o resto da história, mas acho que toda a política de gênero é a primeira camada de comédia e discussão no filme. Então ultrapassa disso para não tanto como é ser uma boneca, homem, mulher, mas para como é ser humano. E esse é o lugar onde o filme realmente vai parar. Então, é um filme feminista? Eu acho que sim. Para mim, com certeza. Como poderia não ser? Mas acho que também são muitas coisas e não gostaria de colocá-lo em nenhuma caixa, trocadilho intencional. Também é um filme muito engraçado, mas eu não o chamaria apenas de comédia, porque isso quase tira o crédito do quão emocionante também é, o quão inteligente também é, o quão grande é o aspecto do design. Então eu acho que esse filme é um monte de coisas e é definitivamente um filme para todos.

Ryan, o que te instigou a querer estar nesse filme?

Ryan Gosling: Mesmo apenas lendo o roteiro é inesquecível. É diferente de tudo e realmente parece uma festa para a qual todo mundo foi convidado. É estruturado como um parque de diversões onde há um brinquedo para cada um. Eu só estava feliz em entrar no brinquedo.

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A Barbie está tão perto dos 65 anos. O que vocês acham que ela representa para o século 21?

MR: É engraçado. Acho que a Barbie evoluiu tanto! E não acho que se a Mattel não tivesse feito a evolução que fez em 2016 para realmente diversificar e ser tão inclusiva com a linha Barbie, não acho que poderíamos ter feito este filme. Como a linha Barbie existe hoje, todo mundo é Barbie e todo mundo é Ken. Foi uma mudança enorme, importante e sísmica para a marca. E também abriu o caminho para termos uma Barbieland em nosso filme que reflete essa diversidade e inclusão. Então eu acho que ela sempre foi um tópico de conversa em muitas discussões culturais relevantes e acho que é porque ela esteve à frente do tempo ou atrasada. Mas ela sempre evoluiu e acho que é isso que sempre a manteve relevante.

Qual foi a parte mais divertida de filmar Barbie?

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MR: Eu amei os números de dança que pudemos fazer. Foi divertido.

RG: É difícil dizer. Eu diria que foi toda a filmagem, mas agora, nesta parte do processo, tem sido incrível ver como as pessoas já estão experimentando o filme mesmo sem ter visto. Eu acho que é um exemplo do que Margot e Greta criaram, que é o filme além do filme. É uma experiência e as pessoas já estão vivendo isso.

Vocês ficaram com algum objeto do filme?

MR: Não, eu sabia que todos tinham que ser arquivados. Mas Ryan me deu um ótimo presente. Ele me deu uma réplica do casaco de pele que o personagem dele usa no filme e eu vou amar isso para sempre.

RG: E Margot me deu um presente para cada dia de filmagem. Um presente cor-de-rosa, da Barbie para o Ken, meio que para inspirar a ‘kenergia’ dele.

Quando a protagonista e produtora de Barbie, Margot Robbie, diz que duvidava que o estúdio permitiria que o filme existisse, ela provoca uma curiosidade enorme sobre o que, afinal, essa produção trata.

Por que tamanha resistência a algo tão aparentemente inocente quanto a história de uma boneca? A resposta é que não é qualquer história de qualquer boneca.

Barbie é uma alegoria sobre o lugar das mulheres no mundo. Mas, para além disso, é também sobre os lugares que todos os humanos ocupam no planeta. Seja um lugar real ou a Barbieland.

Margot Robbie como 'Barbie' Foto: Cortesia Warner Bros. Pictures

A próxima questão que surge é de como essa metáfora conquistaria o tamanho do público que lota as salas de cinema? A Warner Bros. anunciou ser a maior pré-venda da história do estúdio no Brasil, a expectativa do público está imensa e as redes sociais dominadas pelo sentimento de desejo de assitir à nova produção da diretora Greta Gerwig.

Desta vez a resposta é a inteligência de abordar temas espinhosos como feminismo, política, relações de poder e relacionamentos pela via do humor. A sagacidade do texto e até o deboche com estruturas sociais predominantes torna tudo simples, divertido e agradável de ver.

Isso só foi possível com a liberdade oferecida aos criadores. Margot contou em entrevista coletiva que mal fez exigências a Greta, que dividiu o roteiro com o parceiro Noah Baumbach. “O escorregador foi um de dois pedidos que eu fiz a Greta no começo desse processo. ‘Só quero um escorregador que vá do quarto até a piscina e uma Barbie Sereia em algum lugar’”, afirmou Margot.

No mesmo dia, em entrevista ao Estadão, a atriz ressaltou que Barbie evidencia o empoderamento feminino, mas que não queria colocar a produção em “nenhuma caixa”. Ela também exaltou a evolução representativa da boneca nos 64 anos de existência e falou também de coisas divertidas dos bastidores do filme que estreia nesta quinta, 20 de julho.

Já o parceiro de tela, Ryan Gosling, contou o que o fez aceitar o papel e revelou uma curiosidade fofa compartilhada com Margot no set de filmagem. A entrevista que você vê abaixo ocorreu em 7 de julho na Cidade do México, para onde o Estadão foi a convite da Warner Bros. Jornalistas de várias partes da América Latina também estavam presentes para uma bateria de entrevistas.

Assista à entrevista de Margot Robbie e Ryan Gosling e leia a íntregra abaixo

Margot, você acha que definir a Barbie como um filme feminista é uma afirmação correta? E isso poderia estigmatizar esse filme para algumas audiências?

Margot Robbie: Acho que depende da sua definição de feminismo. O feminismo para mim é ‘homens e mulheres sendo tratados igualmente’. Eu acho que o filme é inerentemente feminista, porque há muito empoderamento feminino transbordando dele. O fato de termos uma diretora no comando de um enorme blockbuster de verão é expressivo em nossa indústria, mas ironicamente no começo do filme as coisas não são totalmente igualitárias entre as Barbies e os Kens em Barbieland. As Barbies têm todas as posições de poder e os Kens, não. Ainda que a gente os ame. E eles entram nessa grande jornada e acabam no mundo real. E começam a sentir que talvez a dinâmica do poder tenha mudado para o outro lado. Não vou revelar o resto da história, mas acho que toda a política de gênero é a primeira camada de comédia e discussão no filme. Então ultrapassa disso para não tanto como é ser uma boneca, homem, mulher, mas para como é ser humano. E esse é o lugar onde o filme realmente vai parar. Então, é um filme feminista? Eu acho que sim. Para mim, com certeza. Como poderia não ser? Mas acho que também são muitas coisas e não gostaria de colocá-lo em nenhuma caixa, trocadilho intencional. Também é um filme muito engraçado, mas eu não o chamaria apenas de comédia, porque isso quase tira o crédito do quão emocionante também é, o quão inteligente também é, o quão grande é o aspecto do design. Então eu acho que esse filme é um monte de coisas e é definitivamente um filme para todos.

Ryan, o que te instigou a querer estar nesse filme?

Ryan Gosling: Mesmo apenas lendo o roteiro é inesquecível. É diferente de tudo e realmente parece uma festa para a qual todo mundo foi convidado. É estruturado como um parque de diversões onde há um brinquedo para cada um. Eu só estava feliz em entrar no brinquedo.

A Barbie está tão perto dos 65 anos. O que vocês acham que ela representa para o século 21?

MR: É engraçado. Acho que a Barbie evoluiu tanto! E não acho que se a Mattel não tivesse feito a evolução que fez em 2016 para realmente diversificar e ser tão inclusiva com a linha Barbie, não acho que poderíamos ter feito este filme. Como a linha Barbie existe hoje, todo mundo é Barbie e todo mundo é Ken. Foi uma mudança enorme, importante e sísmica para a marca. E também abriu o caminho para termos uma Barbieland em nosso filme que reflete essa diversidade e inclusão. Então eu acho que ela sempre foi um tópico de conversa em muitas discussões culturais relevantes e acho que é porque ela esteve à frente do tempo ou atrasada. Mas ela sempre evoluiu e acho que é isso que sempre a manteve relevante.

Qual foi a parte mais divertida de filmar Barbie?

MR: Eu amei os números de dança que pudemos fazer. Foi divertido.

RG: É difícil dizer. Eu diria que foi toda a filmagem, mas agora, nesta parte do processo, tem sido incrível ver como as pessoas já estão experimentando o filme mesmo sem ter visto. Eu acho que é um exemplo do que Margot e Greta criaram, que é o filme além do filme. É uma experiência e as pessoas já estão vivendo isso.

Vocês ficaram com algum objeto do filme?

MR: Não, eu sabia que todos tinham que ser arquivados. Mas Ryan me deu um ótimo presente. Ele me deu uma réplica do casaco de pele que o personagem dele usa no filme e eu vou amar isso para sempre.

RG: E Margot me deu um presente para cada dia de filmagem. Um presente cor-de-rosa, da Barbie para o Ken, meio que para inspirar a ‘kenergia’ dele.

Quando a protagonista e produtora de Barbie, Margot Robbie, diz que duvidava que o estúdio permitiria que o filme existisse, ela provoca uma curiosidade enorme sobre o que, afinal, essa produção trata.

Por que tamanha resistência a algo tão aparentemente inocente quanto a história de uma boneca? A resposta é que não é qualquer história de qualquer boneca.

Barbie é uma alegoria sobre o lugar das mulheres no mundo. Mas, para além disso, é também sobre os lugares que todos os humanos ocupam no planeta. Seja um lugar real ou a Barbieland.

Margot Robbie como 'Barbie' Foto: Cortesia Warner Bros. Pictures

A próxima questão que surge é de como essa metáfora conquistaria o tamanho do público que lota as salas de cinema? A Warner Bros. anunciou ser a maior pré-venda da história do estúdio no Brasil, a expectativa do público está imensa e as redes sociais dominadas pelo sentimento de desejo de assitir à nova produção da diretora Greta Gerwig.

Desta vez a resposta é a inteligência de abordar temas espinhosos como feminismo, política, relações de poder e relacionamentos pela via do humor. A sagacidade do texto e até o deboche com estruturas sociais predominantes torna tudo simples, divertido e agradável de ver.

Isso só foi possível com a liberdade oferecida aos criadores. Margot contou em entrevista coletiva que mal fez exigências a Greta, que dividiu o roteiro com o parceiro Noah Baumbach. “O escorregador foi um de dois pedidos que eu fiz a Greta no começo desse processo. ‘Só quero um escorregador que vá do quarto até a piscina e uma Barbie Sereia em algum lugar’”, afirmou Margot.

No mesmo dia, em entrevista ao Estadão, a atriz ressaltou que Barbie evidencia o empoderamento feminino, mas que não queria colocar a produção em “nenhuma caixa”. Ela também exaltou a evolução representativa da boneca nos 64 anos de existência e falou também de coisas divertidas dos bastidores do filme que estreia nesta quinta, 20 de julho.

Já o parceiro de tela, Ryan Gosling, contou o que o fez aceitar o papel e revelou uma curiosidade fofa compartilhada com Margot no set de filmagem. A entrevista que você vê abaixo ocorreu em 7 de julho na Cidade do México, para onde o Estadão foi a convite da Warner Bros. Jornalistas de várias partes da América Latina também estavam presentes para uma bateria de entrevistas.

Assista à entrevista de Margot Robbie e Ryan Gosling e leia a íntregra abaixo

Margot, você acha que definir a Barbie como um filme feminista é uma afirmação correta? E isso poderia estigmatizar esse filme para algumas audiências?

Margot Robbie: Acho que depende da sua definição de feminismo. O feminismo para mim é ‘homens e mulheres sendo tratados igualmente’. Eu acho que o filme é inerentemente feminista, porque há muito empoderamento feminino transbordando dele. O fato de termos uma diretora no comando de um enorme blockbuster de verão é expressivo em nossa indústria, mas ironicamente no começo do filme as coisas não são totalmente igualitárias entre as Barbies e os Kens em Barbieland. As Barbies têm todas as posições de poder e os Kens, não. Ainda que a gente os ame. E eles entram nessa grande jornada e acabam no mundo real. E começam a sentir que talvez a dinâmica do poder tenha mudado para o outro lado. Não vou revelar o resto da história, mas acho que toda a política de gênero é a primeira camada de comédia e discussão no filme. Então ultrapassa disso para não tanto como é ser uma boneca, homem, mulher, mas para como é ser humano. E esse é o lugar onde o filme realmente vai parar. Então, é um filme feminista? Eu acho que sim. Para mim, com certeza. Como poderia não ser? Mas acho que também são muitas coisas e não gostaria de colocá-lo em nenhuma caixa, trocadilho intencional. Também é um filme muito engraçado, mas eu não o chamaria apenas de comédia, porque isso quase tira o crédito do quão emocionante também é, o quão inteligente também é, o quão grande é o aspecto do design. Então eu acho que esse filme é um monte de coisas e é definitivamente um filme para todos.

Ryan, o que te instigou a querer estar nesse filme?

Ryan Gosling: Mesmo apenas lendo o roteiro é inesquecível. É diferente de tudo e realmente parece uma festa para a qual todo mundo foi convidado. É estruturado como um parque de diversões onde há um brinquedo para cada um. Eu só estava feliz em entrar no brinquedo.

A Barbie está tão perto dos 65 anos. O que vocês acham que ela representa para o século 21?

MR: É engraçado. Acho que a Barbie evoluiu tanto! E não acho que se a Mattel não tivesse feito a evolução que fez em 2016 para realmente diversificar e ser tão inclusiva com a linha Barbie, não acho que poderíamos ter feito este filme. Como a linha Barbie existe hoje, todo mundo é Barbie e todo mundo é Ken. Foi uma mudança enorme, importante e sísmica para a marca. E também abriu o caminho para termos uma Barbieland em nosso filme que reflete essa diversidade e inclusão. Então eu acho que ela sempre foi um tópico de conversa em muitas discussões culturais relevantes e acho que é porque ela esteve à frente do tempo ou atrasada. Mas ela sempre evoluiu e acho que é isso que sempre a manteve relevante.

Qual foi a parte mais divertida de filmar Barbie?

MR: Eu amei os números de dança que pudemos fazer. Foi divertido.

RG: É difícil dizer. Eu diria que foi toda a filmagem, mas agora, nesta parte do processo, tem sido incrível ver como as pessoas já estão experimentando o filme mesmo sem ter visto. Eu acho que é um exemplo do que Margot e Greta criaram, que é o filme além do filme. É uma experiência e as pessoas já estão vivendo isso.

Vocês ficaram com algum objeto do filme?

MR: Não, eu sabia que todos tinham que ser arquivados. Mas Ryan me deu um ótimo presente. Ele me deu uma réplica do casaco de pele que o personagem dele usa no filme e eu vou amar isso para sempre.

RG: E Margot me deu um presente para cada dia de filmagem. Um presente cor-de-rosa, da Barbie para o Ken, meio que para inspirar a ‘kenergia’ dele.

Quando a protagonista e produtora de Barbie, Margot Robbie, diz que duvidava que o estúdio permitiria que o filme existisse, ela provoca uma curiosidade enorme sobre o que, afinal, essa produção trata.

Por que tamanha resistência a algo tão aparentemente inocente quanto a história de uma boneca? A resposta é que não é qualquer história de qualquer boneca.

Barbie é uma alegoria sobre o lugar das mulheres no mundo. Mas, para além disso, é também sobre os lugares que todos os humanos ocupam no planeta. Seja um lugar real ou a Barbieland.

Margot Robbie como 'Barbie' Foto: Cortesia Warner Bros. Pictures

A próxima questão que surge é de como essa metáfora conquistaria o tamanho do público que lota as salas de cinema? A Warner Bros. anunciou ser a maior pré-venda da história do estúdio no Brasil, a expectativa do público está imensa e as redes sociais dominadas pelo sentimento de desejo de assitir à nova produção da diretora Greta Gerwig.

Desta vez a resposta é a inteligência de abordar temas espinhosos como feminismo, política, relações de poder e relacionamentos pela via do humor. A sagacidade do texto e até o deboche com estruturas sociais predominantes torna tudo simples, divertido e agradável de ver.

Isso só foi possível com a liberdade oferecida aos criadores. Margot contou em entrevista coletiva que mal fez exigências a Greta, que dividiu o roteiro com o parceiro Noah Baumbach. “O escorregador foi um de dois pedidos que eu fiz a Greta no começo desse processo. ‘Só quero um escorregador que vá do quarto até a piscina e uma Barbie Sereia em algum lugar’”, afirmou Margot.

No mesmo dia, em entrevista ao Estadão, a atriz ressaltou que Barbie evidencia o empoderamento feminino, mas que não queria colocar a produção em “nenhuma caixa”. Ela também exaltou a evolução representativa da boneca nos 64 anos de existência e falou também de coisas divertidas dos bastidores do filme que estreia nesta quinta, 20 de julho.

Já o parceiro de tela, Ryan Gosling, contou o que o fez aceitar o papel e revelou uma curiosidade fofa compartilhada com Margot no set de filmagem. A entrevista que você vê abaixo ocorreu em 7 de julho na Cidade do México, para onde o Estadão foi a convite da Warner Bros. Jornalistas de várias partes da América Latina também estavam presentes para uma bateria de entrevistas.

Assista à entrevista de Margot Robbie e Ryan Gosling e leia a íntregra abaixo

Margot, você acha que definir a Barbie como um filme feminista é uma afirmação correta? E isso poderia estigmatizar esse filme para algumas audiências?

Margot Robbie: Acho que depende da sua definição de feminismo. O feminismo para mim é ‘homens e mulheres sendo tratados igualmente’. Eu acho que o filme é inerentemente feminista, porque há muito empoderamento feminino transbordando dele. O fato de termos uma diretora no comando de um enorme blockbuster de verão é expressivo em nossa indústria, mas ironicamente no começo do filme as coisas não são totalmente igualitárias entre as Barbies e os Kens em Barbieland. As Barbies têm todas as posições de poder e os Kens, não. Ainda que a gente os ame. E eles entram nessa grande jornada e acabam no mundo real. E começam a sentir que talvez a dinâmica do poder tenha mudado para o outro lado. Não vou revelar o resto da história, mas acho que toda a política de gênero é a primeira camada de comédia e discussão no filme. Então ultrapassa disso para não tanto como é ser uma boneca, homem, mulher, mas para como é ser humano. E esse é o lugar onde o filme realmente vai parar. Então, é um filme feminista? Eu acho que sim. Para mim, com certeza. Como poderia não ser? Mas acho que também são muitas coisas e não gostaria de colocá-lo em nenhuma caixa, trocadilho intencional. Também é um filme muito engraçado, mas eu não o chamaria apenas de comédia, porque isso quase tira o crédito do quão emocionante também é, o quão inteligente também é, o quão grande é o aspecto do design. Então eu acho que esse filme é um monte de coisas e é definitivamente um filme para todos.

Ryan, o que te instigou a querer estar nesse filme?

Ryan Gosling: Mesmo apenas lendo o roteiro é inesquecível. É diferente de tudo e realmente parece uma festa para a qual todo mundo foi convidado. É estruturado como um parque de diversões onde há um brinquedo para cada um. Eu só estava feliz em entrar no brinquedo.

A Barbie está tão perto dos 65 anos. O que vocês acham que ela representa para o século 21?

MR: É engraçado. Acho que a Barbie evoluiu tanto! E não acho que se a Mattel não tivesse feito a evolução que fez em 2016 para realmente diversificar e ser tão inclusiva com a linha Barbie, não acho que poderíamos ter feito este filme. Como a linha Barbie existe hoje, todo mundo é Barbie e todo mundo é Ken. Foi uma mudança enorme, importante e sísmica para a marca. E também abriu o caminho para termos uma Barbieland em nosso filme que reflete essa diversidade e inclusão. Então eu acho que ela sempre foi um tópico de conversa em muitas discussões culturais relevantes e acho que é porque ela esteve à frente do tempo ou atrasada. Mas ela sempre evoluiu e acho que é isso que sempre a manteve relevante.

Qual foi a parte mais divertida de filmar Barbie?

MR: Eu amei os números de dança que pudemos fazer. Foi divertido.

RG: É difícil dizer. Eu diria que foi toda a filmagem, mas agora, nesta parte do processo, tem sido incrível ver como as pessoas já estão experimentando o filme mesmo sem ter visto. Eu acho que é um exemplo do que Margot e Greta criaram, que é o filme além do filme. É uma experiência e as pessoas já estão vivendo isso.

Vocês ficaram com algum objeto do filme?

MR: Não, eu sabia que todos tinham que ser arquivados. Mas Ryan me deu um ótimo presente. Ele me deu uma réplica do casaco de pele que o personagem dele usa no filme e eu vou amar isso para sempre.

RG: E Margot me deu um presente para cada dia de filmagem. Um presente cor-de-rosa, da Barbie para o Ken, meio que para inspirar a ‘kenergia’ dele.

Quando a protagonista e produtora de Barbie, Margot Robbie, diz que duvidava que o estúdio permitiria que o filme existisse, ela provoca uma curiosidade enorme sobre o que, afinal, essa produção trata.

Por que tamanha resistência a algo tão aparentemente inocente quanto a história de uma boneca? A resposta é que não é qualquer história de qualquer boneca.

Barbie é uma alegoria sobre o lugar das mulheres no mundo. Mas, para além disso, é também sobre os lugares que todos os humanos ocupam no planeta. Seja um lugar real ou a Barbieland.

Margot Robbie como 'Barbie' Foto: Cortesia Warner Bros. Pictures

A próxima questão que surge é de como essa metáfora conquistaria o tamanho do público que lota as salas de cinema? A Warner Bros. anunciou ser a maior pré-venda da história do estúdio no Brasil, a expectativa do público está imensa e as redes sociais dominadas pelo sentimento de desejo de assitir à nova produção da diretora Greta Gerwig.

Desta vez a resposta é a inteligência de abordar temas espinhosos como feminismo, política, relações de poder e relacionamentos pela via do humor. A sagacidade do texto e até o deboche com estruturas sociais predominantes torna tudo simples, divertido e agradável de ver.

Isso só foi possível com a liberdade oferecida aos criadores. Margot contou em entrevista coletiva que mal fez exigências a Greta, que dividiu o roteiro com o parceiro Noah Baumbach. “O escorregador foi um de dois pedidos que eu fiz a Greta no começo desse processo. ‘Só quero um escorregador que vá do quarto até a piscina e uma Barbie Sereia em algum lugar’”, afirmou Margot.

No mesmo dia, em entrevista ao Estadão, a atriz ressaltou que Barbie evidencia o empoderamento feminino, mas que não queria colocar a produção em “nenhuma caixa”. Ela também exaltou a evolução representativa da boneca nos 64 anos de existência e falou também de coisas divertidas dos bastidores do filme que estreia nesta quinta, 20 de julho.

Já o parceiro de tela, Ryan Gosling, contou o que o fez aceitar o papel e revelou uma curiosidade fofa compartilhada com Margot no set de filmagem. A entrevista que você vê abaixo ocorreu em 7 de julho na Cidade do México, para onde o Estadão foi a convite da Warner Bros. Jornalistas de várias partes da América Latina também estavam presentes para uma bateria de entrevistas.

Assista à entrevista de Margot Robbie e Ryan Gosling e leia a íntregra abaixo

Margot, você acha que definir a Barbie como um filme feminista é uma afirmação correta? E isso poderia estigmatizar esse filme para algumas audiências?

Margot Robbie: Acho que depende da sua definição de feminismo. O feminismo para mim é ‘homens e mulheres sendo tratados igualmente’. Eu acho que o filme é inerentemente feminista, porque há muito empoderamento feminino transbordando dele. O fato de termos uma diretora no comando de um enorme blockbuster de verão é expressivo em nossa indústria, mas ironicamente no começo do filme as coisas não são totalmente igualitárias entre as Barbies e os Kens em Barbieland. As Barbies têm todas as posições de poder e os Kens, não. Ainda que a gente os ame. E eles entram nessa grande jornada e acabam no mundo real. E começam a sentir que talvez a dinâmica do poder tenha mudado para o outro lado. Não vou revelar o resto da história, mas acho que toda a política de gênero é a primeira camada de comédia e discussão no filme. Então ultrapassa disso para não tanto como é ser uma boneca, homem, mulher, mas para como é ser humano. E esse é o lugar onde o filme realmente vai parar. Então, é um filme feminista? Eu acho que sim. Para mim, com certeza. Como poderia não ser? Mas acho que também são muitas coisas e não gostaria de colocá-lo em nenhuma caixa, trocadilho intencional. Também é um filme muito engraçado, mas eu não o chamaria apenas de comédia, porque isso quase tira o crédito do quão emocionante também é, o quão inteligente também é, o quão grande é o aspecto do design. Então eu acho que esse filme é um monte de coisas e é definitivamente um filme para todos.

Ryan, o que te instigou a querer estar nesse filme?

Ryan Gosling: Mesmo apenas lendo o roteiro é inesquecível. É diferente de tudo e realmente parece uma festa para a qual todo mundo foi convidado. É estruturado como um parque de diversões onde há um brinquedo para cada um. Eu só estava feliz em entrar no brinquedo.

A Barbie está tão perto dos 65 anos. O que vocês acham que ela representa para o século 21?

MR: É engraçado. Acho que a Barbie evoluiu tanto! E não acho que se a Mattel não tivesse feito a evolução que fez em 2016 para realmente diversificar e ser tão inclusiva com a linha Barbie, não acho que poderíamos ter feito este filme. Como a linha Barbie existe hoje, todo mundo é Barbie e todo mundo é Ken. Foi uma mudança enorme, importante e sísmica para a marca. E também abriu o caminho para termos uma Barbieland em nosso filme que reflete essa diversidade e inclusão. Então eu acho que ela sempre foi um tópico de conversa em muitas discussões culturais relevantes e acho que é porque ela esteve à frente do tempo ou atrasada. Mas ela sempre evoluiu e acho que é isso que sempre a manteve relevante.

Qual foi a parte mais divertida de filmar Barbie?

MR: Eu amei os números de dança que pudemos fazer. Foi divertido.

RG: É difícil dizer. Eu diria que foi toda a filmagem, mas agora, nesta parte do processo, tem sido incrível ver como as pessoas já estão experimentando o filme mesmo sem ter visto. Eu acho que é um exemplo do que Margot e Greta criaram, que é o filme além do filme. É uma experiência e as pessoas já estão vivendo isso.

Vocês ficaram com algum objeto do filme?

MR: Não, eu sabia que todos tinham que ser arquivados. Mas Ryan me deu um ótimo presente. Ele me deu uma réplica do casaco de pele que o personagem dele usa no filme e eu vou amar isso para sempre.

RG: E Margot me deu um presente para cada dia de filmagem. Um presente cor-de-rosa, da Barbie para o Ken, meio que para inspirar a ‘kenergia’ dele.

Entrevista por Simião Castro

Repórter de Cultura do Estadão

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