AFP| Cidade do Kuwait, Kuwait - O Kuwait proibiu a exibição do blockbuster mundial Barbie em seus cinemas por “ofender a moral pública”, anunciaram as autoridades deste conservador país petrolífero do Golfo Pérsico.
Vários sucessos de bilheteria americanos foram mal recebidos no Oriente Médio nos últimos meses, devido à crescente visibilidade que Hollywood dá às pessoas homossexuais ou transgênero.
“A difusão dos filmes Barbie e Fale comigo foi proibida”, anunciou o presidente do Comitê de Censura Cinematográfica, Lafi Subaiei, citado pela agência oficial de notícias Kuna.
Este órgão, subordinado ao Ministério dos Meios de Comunicação, pretende “proibir tudo o que atente contra a moral pública, a ordem pública e as tradições, pela introdução de ideias estrangeiras na sociedade”, acrescentou.
Antes de tomar sua decisão, as autoridades solicitaram a “supressão de algumas cenas obscenas que promoviam comportamentos inaceitáveis”, disse Subaiei, sem especificar a quais momentos do filme se referia.
A principal distribuidora de filmes do Kuwait anunciou na segunda-feira a proibição, por parte das autoridades, de Fale comigo.
O filme de terror australiano é estrelado por Zoé Terakes, uma pessoa transgênero não binária, mas não contém nenhuma referência ao movimento LGBT+.
Em suas redes sociais, Terakes chamou a decisão de “desumana” e “dirigida a uma comunidade específica”.
Barbie e Fale comigo estão em cartaz em outras partes do Golfo, como Arábia Saudita e Emirados Árabes Unidos, embora estes dois países também tenham proibido filmes com referências a pessoas LGBT+.
Barbie não foi exibido no Catar, mas nenhuma declaração oficial foi divulgada sobre o tema.
Líbano quer proibir filme ‘Barbie’ por promover a homossexualidade
O ministro libanês da Cultura, Mohammad Mourtada, anunciou, nesta quarta-feira, 9, que pediu a proibição do filme Barbie, pois segundo ele a produção promove a homossexualidade, em um contexto de aumento da intolerância no país, que é um dos mais liberais do Oriente Médio.
Em um comunicado, o político denunciou que o longa-metragem americano dirigido por Greta Gerwig, cuja estreia no país está prevista para 31 de agosto, “ofende os valores morais e religiosos do Líbano”.
O filme “promove a homossexualidade e a mudança de sexo, apoia a rejeição à tutela do pai, ridiculariza o papel da mãe e põe em dúvida a necessidade do casamento e da formação de uma família”, acrescentou o ministro.
A comédia de sucesso, protagonizada pelos astros de Hollywood Margot Robbie e Ryan Gosling, propõe uma reflexão sobre os papéis de gênero e conta, de uma perspectiva feminista, a história da famosa boneca da Mattel e seu namorado, Ken, apresentado como um homem belo fisicamente, mas sem virilidade.
Essas declarações ocorrem no contexto de uma campanha contra a comunidade LGBT+ no Líbano, liderada pelo influente movimento xiita Hezbollah.
Embora o país seja conhecido por ser um dois mais tolerantes do Oriente Médio, suas autoridades já proibiram no ano passado a exibição do filme sobre o brinquedo Buzz Lightyear devido à presença de um casal formado por duas mulheres.