Bellocchio, Wajda, Friedkin e Bergman sustentam os pilares da Mostra Internacional de Cinema


Mestres e desconhecidos compõem cardápio variado

Por Luiz Zanin Oricchio

Como disse Renata de Almeida em entrevista, neste ano tão turbulento, a Mostra não poderia deixar de seguir uma linha política. Mas não partidária, entenda-se. Desse modo, dois focos devem ser privilegiados, em figuras que simbolizam como poucas o cinema político do século 20 e 21: o polonês Andrzej Wajda e o italiano Marco Bellocchio. Wajda morreu há pouco, aos 90 anos; sua homenagem será póstuma. Bellocchio chega ao Brasil no sábado; apresenta seu novo filme, o excepcional Belos Sonhos, e dá sua masterclass no domingo. Tanto a obra de Bellocchio como a de Wajda serão revistas em retrospectivas amplas. Convém revisitar esses filmes. Ou conhecê-los, e da melhor maneira - na tela grande, projeção e som de qualidade, numa sala com público interessado em cinema como arte. É uma situação ideal, insubstituível, por rara que esteja se tornando. Convém aproveitá-la enquanto ainda existe.

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No Foco Polonês, além de Wajda, destaca-se a presença de outro gigante - Krzysztof Kieslowski, que talvez tenha levado a reflexão existencial mais a fundo no cinema das últimas décadas do século 20. A série que fez para a TV polonesa, o Decálogo, é imperdível. Dez episódios, dos quais dois viraram longas-metragens - Não Amarás e Não Matarás. São o que há de mais pungente e profundo na reflexão sobre a solidão humana (o primeiro) e sobre a relação dos homens com a Justiça (o segundo).  Para ver do que o cinema já foi capaz, quinta-feira é dia de disputar ingresso no Itaú Cultural para ver a cópia restaurada de Persona, obra-prima de Ingmar Bergman. Após a exibição, haverá debate com presença, entre outros, da brasileira Helen Beltrame-Linné, diretora-geral do Bergman Center, na Suécia. Outro personagem que vem ao Brasil é William Friedkin, que também dará masterclass. Operação França (1971) será exibido em cópia nova, assim como O Comboio do Medo e O Exorcista. Filmaços.  Há essas referências obrigatórias, os sólidos pilares sobre os quais se sustenta a Mostra, em sua concepção geral. Bellocchio, Wajda, Kieslowski, Bergman, os grandes autores. Mas hoje começa também a garimpagem, tarefa tanto de críticos quanto de cinéfilos. Trata-se de prospectar no oceano de títulos propostos - são 322 este ano - os mais apetitosos.  Há os nomes conhecidos: o próprio Bellocchio com Belos Sonhos e Paul Verhoeven com Elle. Esses são apostas certas, pules de dez, como se diz no turfe. Mas convém ficar de olho em alguns desconhecidos. Eu, Olga Hepnarová (República Checa), de Tomás Weinreb e Peter Kazda, é baseado na história real de uma jovem que acabou por cometer um crime horrível. O Dia mais Feliz da Vida de Olli Maki (Finlândia), de Juho Kuosmanen, narra a vida de um pugilista nos dias que antecedem a luta decisiva pelo título mundial. Nunca Vas a Estar Solo (Chile), de Alex Anwandter, mostra um caso de homofobia de forma original, dura e poética. À luta. 

Como disse Renata de Almeida em entrevista, neste ano tão turbulento, a Mostra não poderia deixar de seguir uma linha política. Mas não partidária, entenda-se. Desse modo, dois focos devem ser privilegiados, em figuras que simbolizam como poucas o cinema político do século 20 e 21: o polonês Andrzej Wajda e o italiano Marco Bellocchio. Wajda morreu há pouco, aos 90 anos; sua homenagem será póstuma. Bellocchio chega ao Brasil no sábado; apresenta seu novo filme, o excepcional Belos Sonhos, e dá sua masterclass no domingo. Tanto a obra de Bellocchio como a de Wajda serão revistas em retrospectivas amplas. Convém revisitar esses filmes. Ou conhecê-los, e da melhor maneira - na tela grande, projeção e som de qualidade, numa sala com público interessado em cinema como arte. É uma situação ideal, insubstituível, por rara que esteja se tornando. Convém aproveitá-la enquanto ainda existe.

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No Foco Polonês, além de Wajda, destaca-se a presença de outro gigante - Krzysztof Kieslowski, que talvez tenha levado a reflexão existencial mais a fundo no cinema das últimas décadas do século 20. A série que fez para a TV polonesa, o Decálogo, é imperdível. Dez episódios, dos quais dois viraram longas-metragens - Não Amarás e Não Matarás. São o que há de mais pungente e profundo na reflexão sobre a solidão humana (o primeiro) e sobre a relação dos homens com a Justiça (o segundo).  Para ver do que o cinema já foi capaz, quinta-feira é dia de disputar ingresso no Itaú Cultural para ver a cópia restaurada de Persona, obra-prima de Ingmar Bergman. Após a exibição, haverá debate com presença, entre outros, da brasileira Helen Beltrame-Linné, diretora-geral do Bergman Center, na Suécia. Outro personagem que vem ao Brasil é William Friedkin, que também dará masterclass. Operação França (1971) será exibido em cópia nova, assim como O Comboio do Medo e O Exorcista. Filmaços.  Há essas referências obrigatórias, os sólidos pilares sobre os quais se sustenta a Mostra, em sua concepção geral. Bellocchio, Wajda, Kieslowski, Bergman, os grandes autores. Mas hoje começa também a garimpagem, tarefa tanto de críticos quanto de cinéfilos. Trata-se de prospectar no oceano de títulos propostos - são 322 este ano - os mais apetitosos.  Há os nomes conhecidos: o próprio Bellocchio com Belos Sonhos e Paul Verhoeven com Elle. Esses são apostas certas, pules de dez, como se diz no turfe. Mas convém ficar de olho em alguns desconhecidos. Eu, Olga Hepnarová (República Checa), de Tomás Weinreb e Peter Kazda, é baseado na história real de uma jovem que acabou por cometer um crime horrível. O Dia mais Feliz da Vida de Olli Maki (Finlândia), de Juho Kuosmanen, narra a vida de um pugilista nos dias que antecedem a luta decisiva pelo título mundial. Nunca Vas a Estar Solo (Chile), de Alex Anwandter, mostra um caso de homofobia de forma original, dura e poética. À luta. 

Como disse Renata de Almeida em entrevista, neste ano tão turbulento, a Mostra não poderia deixar de seguir uma linha política. Mas não partidária, entenda-se. Desse modo, dois focos devem ser privilegiados, em figuras que simbolizam como poucas o cinema político do século 20 e 21: o polonês Andrzej Wajda e o italiano Marco Bellocchio. Wajda morreu há pouco, aos 90 anos; sua homenagem será póstuma. Bellocchio chega ao Brasil no sábado; apresenta seu novo filme, o excepcional Belos Sonhos, e dá sua masterclass no domingo. Tanto a obra de Bellocchio como a de Wajda serão revistas em retrospectivas amplas. Convém revisitar esses filmes. Ou conhecê-los, e da melhor maneira - na tela grande, projeção e som de qualidade, numa sala com público interessado em cinema como arte. É uma situação ideal, insubstituível, por rara que esteja se tornando. Convém aproveitá-la enquanto ainda existe.

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No Foco Polonês, além de Wajda, destaca-se a presença de outro gigante - Krzysztof Kieslowski, que talvez tenha levado a reflexão existencial mais a fundo no cinema das últimas décadas do século 20. A série que fez para a TV polonesa, o Decálogo, é imperdível. Dez episódios, dos quais dois viraram longas-metragens - Não Amarás e Não Matarás. São o que há de mais pungente e profundo na reflexão sobre a solidão humana (o primeiro) e sobre a relação dos homens com a Justiça (o segundo).  Para ver do que o cinema já foi capaz, quinta-feira é dia de disputar ingresso no Itaú Cultural para ver a cópia restaurada de Persona, obra-prima de Ingmar Bergman. Após a exibição, haverá debate com presença, entre outros, da brasileira Helen Beltrame-Linné, diretora-geral do Bergman Center, na Suécia. Outro personagem que vem ao Brasil é William Friedkin, que também dará masterclass. Operação França (1971) será exibido em cópia nova, assim como O Comboio do Medo e O Exorcista. Filmaços.  Há essas referências obrigatórias, os sólidos pilares sobre os quais se sustenta a Mostra, em sua concepção geral. Bellocchio, Wajda, Kieslowski, Bergman, os grandes autores. Mas hoje começa também a garimpagem, tarefa tanto de críticos quanto de cinéfilos. Trata-se de prospectar no oceano de títulos propostos - são 322 este ano - os mais apetitosos.  Há os nomes conhecidos: o próprio Bellocchio com Belos Sonhos e Paul Verhoeven com Elle. Esses são apostas certas, pules de dez, como se diz no turfe. Mas convém ficar de olho em alguns desconhecidos. Eu, Olga Hepnarová (República Checa), de Tomás Weinreb e Peter Kazda, é baseado na história real de uma jovem que acabou por cometer um crime horrível. O Dia mais Feliz da Vida de Olli Maki (Finlândia), de Juho Kuosmanen, narra a vida de um pugilista nos dias que antecedem a luta decisiva pelo título mundial. Nunca Vas a Estar Solo (Chile), de Alex Anwandter, mostra um caso de homofobia de forma original, dura e poética. À luta. 

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