‘Carta de amor ao Brasil’: O que diz a crítica internacional sobre o novo filme de Walter Salles?


‘Ainda Estou Aqui’, com Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro, estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º, e foi aclamado pela imprensa no exterior

Por Sabrina Legramandi
Atualização:

O “retorno” de Walter Salles ao cinema de ficção, Ainda Estou Aqui, é aclamado pela imprensa internacional desde que estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º. Ao final da exibição, o longa com nomes de peso como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro foi aplaudido durante quase 10 minutos.

A trama é baseada em uma história real, contada no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal Eunice e Rubens. Ao centro, está a advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres). Ela precisa lidar com o desaparecimento do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) na época da ditadura militar.

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Fernanda Torres e Selton Mello protagonizam 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles. Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação

Walter Salles não lançava um filme de ficção desde 2012, ano em que chegou às telas com Na Estrada. Ainda Estou Aqui, uma produção original Globoplay, também marca o retorno do Brasil à competição pelo Leão de Ouro depois de 23 anos - a última vez foi com Abril Despedaçado, também de Salles. Veja, abaixo, o que a crítica internacional disse sobre o novo filme do cineasta.

‘Carta de amor’

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O portal Deadline chamou o longa de “carta de amor de Walter Salles ao Brasil”. “O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil — não apenas da resiliência de sua liberdade sob governantes tirânicos, mas de sua luz solar, seu espírito carnavalesco e o delicioso azul do mar que rola nas amplas praias do Rio de Janeiro”, disse um trecho da crítica.

O grande destaque, para o Deadline, foi a interpretação de Fernanda Torres como Eunice. O portal apostou que a performance deve “catapultá-la” aos grandes prêmios do cinema - assim como Fernanda Montenegro que, há 25 anos, foi indicada ao Oscar por Central do Brasil, também de Salles.

O site também frisou as participações de Fernanda Montenegro como a Eunice mais velha, que, diagnosticada com Alzheimer, ainda conseguia reconhecer uma fotografia de Rubens. “Esta também é uma celebração cultural, embora de um tipo diferente: mãe e filha, ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme”, escreveu o Deadline.

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‘Drama sombrio e sincero’

O britânico The Guardian enfatizou a importância de Ainda Estou Aqui para a história brasileira. O jornal considerou que Salles pode ter “exagerado um pouco na alegria da família” Paiva no início, mas disse que o longa “continua sendo um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação”.

O destaque do The Guardian também foi a performance de Fernanda Torres, chamada de “maravilhosa”. “Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva”, considerou o jornal.

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A publicação britânica ainda relembrou a proximidade de Salles com a família Paiva - que conheceu quando ainda era criança - e a importância desse fator para o “sentimentalismo” de Ainda Estou Aqui. “Ele [Walter Salles] se importa com essas pessoas e nos faz cuidar delas também”, afirmou.

‘Profundamente comovente’

A revista Variety avaliou que Ainda Estou Aqui é “profundamente comovente”. A publicação deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que “dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada”, além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

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Segundo a Variety, há uma “melancolia” no filme. “E não é por causa de uma sensação de desgraça iminente, mas porque essas cenas soam como memórias e, por mais felizes que sejam, as memórias são sempre tristes em algum nível.”

No centro da produção e da história de Eunice, para a revista, está a “resiliência” e um alerta àqueles que ainda defendem governos autoritários. “O espírito nacional que você busca subjugar sobreviverá a você. As pessoas que você tenta oprimir viverão para vê-lo insultado e rejeitado pela história, enquanto aqueles que resistirem terão canções e histórias escritas sobre eles. Eles inspirarão música e arte em celebração de suas vidas e terão filmes tão dolorosos e belos quanto Ainda Estou Aqui feitos em sua homenagem”, escreveu a Variety.

‘Homenagem tocante’

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O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma “homenagem tocante a uma família abandonada”. Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer “a violência lentamente se infiltrar” na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

O IndieWire também aclamou a interpretação de Fernanda Torres, a chamando de “espetacular”, e deu destaque à performance de Selton Mello como Rubens. Sobre Fernanda, a publicação escreveu: “Sua Eunice possui força e estoicismo fenomenais que tornam cada momento de dor que espreita pelas frestas de sua armadura ainda mais comovente”.

O portal, porém, apontou “problemas de ritmo” à medida que o longa vai chegando ao fim. “A última meia hora do filme é uma série de falsos finais, sentindo-se incerto sobre qual momento daria ao público a satisfação que sempre eludiria a família”, disse.

Ainda assim, Ainda Estou Aqui se destaca pelo “otimismo”, conforme o IndieWire. “Rubens Paiva foi um homem que foi profundamente amado por aqueles que deixou para trás e, não importa o que ditadura sádica, soldados brutais ou burocratas de coração frio fizeram para apagá-lo, eles nunca conseguiram”, escreveu.

O “retorno” de Walter Salles ao cinema de ficção, Ainda Estou Aqui, é aclamado pela imprensa internacional desde que estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º. Ao final da exibição, o longa com nomes de peso como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro foi aplaudido durante quase 10 minutos.

A trama é baseada em uma história real, contada no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal Eunice e Rubens. Ao centro, está a advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres). Ela precisa lidar com o desaparecimento do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) na época da ditadura militar.

Fernanda Torres e Selton Mello protagonizam 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles. Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação

Walter Salles não lançava um filme de ficção desde 2012, ano em que chegou às telas com Na Estrada. Ainda Estou Aqui, uma produção original Globoplay, também marca o retorno do Brasil à competição pelo Leão de Ouro depois de 23 anos - a última vez foi com Abril Despedaçado, também de Salles. Veja, abaixo, o que a crítica internacional disse sobre o novo filme do cineasta.

‘Carta de amor’

O portal Deadline chamou o longa de “carta de amor de Walter Salles ao Brasil”. “O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil — não apenas da resiliência de sua liberdade sob governantes tirânicos, mas de sua luz solar, seu espírito carnavalesco e o delicioso azul do mar que rola nas amplas praias do Rio de Janeiro”, disse um trecho da crítica.

O grande destaque, para o Deadline, foi a interpretação de Fernanda Torres como Eunice. O portal apostou que a performance deve “catapultá-la” aos grandes prêmios do cinema - assim como Fernanda Montenegro que, há 25 anos, foi indicada ao Oscar por Central do Brasil, também de Salles.

O site também frisou as participações de Fernanda Montenegro como a Eunice mais velha, que, diagnosticada com Alzheimer, ainda conseguia reconhecer uma fotografia de Rubens. “Esta também é uma celebração cultural, embora de um tipo diferente: mãe e filha, ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme”, escreveu o Deadline.

‘Drama sombrio e sincero’

O britânico The Guardian enfatizou a importância de Ainda Estou Aqui para a história brasileira. O jornal considerou que Salles pode ter “exagerado um pouco na alegria da família” Paiva no início, mas disse que o longa “continua sendo um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação”.

O destaque do The Guardian também foi a performance de Fernanda Torres, chamada de “maravilhosa”. “Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva”, considerou o jornal.

A publicação britânica ainda relembrou a proximidade de Salles com a família Paiva - que conheceu quando ainda era criança - e a importância desse fator para o “sentimentalismo” de Ainda Estou Aqui. “Ele [Walter Salles] se importa com essas pessoas e nos faz cuidar delas também”, afirmou.

‘Profundamente comovente’

A revista Variety avaliou que Ainda Estou Aqui é “profundamente comovente”. A publicação deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que “dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada”, além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

Segundo a Variety, há uma “melancolia” no filme. “E não é por causa de uma sensação de desgraça iminente, mas porque essas cenas soam como memórias e, por mais felizes que sejam, as memórias são sempre tristes em algum nível.”

No centro da produção e da história de Eunice, para a revista, está a “resiliência” e um alerta àqueles que ainda defendem governos autoritários. “O espírito nacional que você busca subjugar sobreviverá a você. As pessoas que você tenta oprimir viverão para vê-lo insultado e rejeitado pela história, enquanto aqueles que resistirem terão canções e histórias escritas sobre eles. Eles inspirarão música e arte em celebração de suas vidas e terão filmes tão dolorosos e belos quanto Ainda Estou Aqui feitos em sua homenagem”, escreveu a Variety.

‘Homenagem tocante’

O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma “homenagem tocante a uma família abandonada”. Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer “a violência lentamente se infiltrar” na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

O IndieWire também aclamou a interpretação de Fernanda Torres, a chamando de “espetacular”, e deu destaque à performance de Selton Mello como Rubens. Sobre Fernanda, a publicação escreveu: “Sua Eunice possui força e estoicismo fenomenais que tornam cada momento de dor que espreita pelas frestas de sua armadura ainda mais comovente”.

O portal, porém, apontou “problemas de ritmo” à medida que o longa vai chegando ao fim. “A última meia hora do filme é uma série de falsos finais, sentindo-se incerto sobre qual momento daria ao público a satisfação que sempre eludiria a família”, disse.

Ainda assim, Ainda Estou Aqui se destaca pelo “otimismo”, conforme o IndieWire. “Rubens Paiva foi um homem que foi profundamente amado por aqueles que deixou para trás e, não importa o que ditadura sádica, soldados brutais ou burocratas de coração frio fizeram para apagá-lo, eles nunca conseguiram”, escreveu.

O “retorno” de Walter Salles ao cinema de ficção, Ainda Estou Aqui, é aclamado pela imprensa internacional desde que estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º. Ao final da exibição, o longa com nomes de peso como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro foi aplaudido durante quase 10 minutos.

A trama é baseada em uma história real, contada no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal Eunice e Rubens. Ao centro, está a advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres). Ela precisa lidar com o desaparecimento do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) na época da ditadura militar.

Fernanda Torres e Selton Mello protagonizam 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles. Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação

Walter Salles não lançava um filme de ficção desde 2012, ano em que chegou às telas com Na Estrada. Ainda Estou Aqui, uma produção original Globoplay, também marca o retorno do Brasil à competição pelo Leão de Ouro depois de 23 anos - a última vez foi com Abril Despedaçado, também de Salles. Veja, abaixo, o que a crítica internacional disse sobre o novo filme do cineasta.

‘Carta de amor’

O portal Deadline chamou o longa de “carta de amor de Walter Salles ao Brasil”. “O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil — não apenas da resiliência de sua liberdade sob governantes tirânicos, mas de sua luz solar, seu espírito carnavalesco e o delicioso azul do mar que rola nas amplas praias do Rio de Janeiro”, disse um trecho da crítica.

O grande destaque, para o Deadline, foi a interpretação de Fernanda Torres como Eunice. O portal apostou que a performance deve “catapultá-la” aos grandes prêmios do cinema - assim como Fernanda Montenegro que, há 25 anos, foi indicada ao Oscar por Central do Brasil, também de Salles.

O site também frisou as participações de Fernanda Montenegro como a Eunice mais velha, que, diagnosticada com Alzheimer, ainda conseguia reconhecer uma fotografia de Rubens. “Esta também é uma celebração cultural, embora de um tipo diferente: mãe e filha, ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme”, escreveu o Deadline.

‘Drama sombrio e sincero’

O britânico The Guardian enfatizou a importância de Ainda Estou Aqui para a história brasileira. O jornal considerou que Salles pode ter “exagerado um pouco na alegria da família” Paiva no início, mas disse que o longa “continua sendo um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação”.

O destaque do The Guardian também foi a performance de Fernanda Torres, chamada de “maravilhosa”. “Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva”, considerou o jornal.

A publicação britânica ainda relembrou a proximidade de Salles com a família Paiva - que conheceu quando ainda era criança - e a importância desse fator para o “sentimentalismo” de Ainda Estou Aqui. “Ele [Walter Salles] se importa com essas pessoas e nos faz cuidar delas também”, afirmou.

‘Profundamente comovente’

A revista Variety avaliou que Ainda Estou Aqui é “profundamente comovente”. A publicação deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que “dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada”, além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

Segundo a Variety, há uma “melancolia” no filme. “E não é por causa de uma sensação de desgraça iminente, mas porque essas cenas soam como memórias e, por mais felizes que sejam, as memórias são sempre tristes em algum nível.”

No centro da produção e da história de Eunice, para a revista, está a “resiliência” e um alerta àqueles que ainda defendem governos autoritários. “O espírito nacional que você busca subjugar sobreviverá a você. As pessoas que você tenta oprimir viverão para vê-lo insultado e rejeitado pela história, enquanto aqueles que resistirem terão canções e histórias escritas sobre eles. Eles inspirarão música e arte em celebração de suas vidas e terão filmes tão dolorosos e belos quanto Ainda Estou Aqui feitos em sua homenagem”, escreveu a Variety.

‘Homenagem tocante’

O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma “homenagem tocante a uma família abandonada”. Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer “a violência lentamente se infiltrar” na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

O IndieWire também aclamou a interpretação de Fernanda Torres, a chamando de “espetacular”, e deu destaque à performance de Selton Mello como Rubens. Sobre Fernanda, a publicação escreveu: “Sua Eunice possui força e estoicismo fenomenais que tornam cada momento de dor que espreita pelas frestas de sua armadura ainda mais comovente”.

O portal, porém, apontou “problemas de ritmo” à medida que o longa vai chegando ao fim. “A última meia hora do filme é uma série de falsos finais, sentindo-se incerto sobre qual momento daria ao público a satisfação que sempre eludiria a família”, disse.

Ainda assim, Ainda Estou Aqui se destaca pelo “otimismo”, conforme o IndieWire. “Rubens Paiva foi um homem que foi profundamente amado por aqueles que deixou para trás e, não importa o que ditadura sádica, soldados brutais ou burocratas de coração frio fizeram para apagá-lo, eles nunca conseguiram”, escreveu.

O “retorno” de Walter Salles ao cinema de ficção, Ainda Estou Aqui, é aclamado pela imprensa internacional desde que estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º. Ao final da exibição, o longa com nomes de peso como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro foi aplaudido durante quase 10 minutos.

A trama é baseada em uma história real, contada no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal Eunice e Rubens. Ao centro, está a advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres). Ela precisa lidar com o desaparecimento do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) na época da ditadura militar.

Fernanda Torres e Selton Mello protagonizam 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles. Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação

Walter Salles não lançava um filme de ficção desde 2012, ano em que chegou às telas com Na Estrada. Ainda Estou Aqui, uma produção original Globoplay, também marca o retorno do Brasil à competição pelo Leão de Ouro depois de 23 anos - a última vez foi com Abril Despedaçado, também de Salles. Veja, abaixo, o que a crítica internacional disse sobre o novo filme do cineasta.

‘Carta de amor’

O portal Deadline chamou o longa de “carta de amor de Walter Salles ao Brasil”. “O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil — não apenas da resiliência de sua liberdade sob governantes tirânicos, mas de sua luz solar, seu espírito carnavalesco e o delicioso azul do mar que rola nas amplas praias do Rio de Janeiro”, disse um trecho da crítica.

O grande destaque, para o Deadline, foi a interpretação de Fernanda Torres como Eunice. O portal apostou que a performance deve “catapultá-la” aos grandes prêmios do cinema - assim como Fernanda Montenegro que, há 25 anos, foi indicada ao Oscar por Central do Brasil, também de Salles.

O site também frisou as participações de Fernanda Montenegro como a Eunice mais velha, que, diagnosticada com Alzheimer, ainda conseguia reconhecer uma fotografia de Rubens. “Esta também é uma celebração cultural, embora de um tipo diferente: mãe e filha, ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme”, escreveu o Deadline.

‘Drama sombrio e sincero’

O britânico The Guardian enfatizou a importância de Ainda Estou Aqui para a história brasileira. O jornal considerou que Salles pode ter “exagerado um pouco na alegria da família” Paiva no início, mas disse que o longa “continua sendo um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação”.

O destaque do The Guardian também foi a performance de Fernanda Torres, chamada de “maravilhosa”. “Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva”, considerou o jornal.

A publicação britânica ainda relembrou a proximidade de Salles com a família Paiva - que conheceu quando ainda era criança - e a importância desse fator para o “sentimentalismo” de Ainda Estou Aqui. “Ele [Walter Salles] se importa com essas pessoas e nos faz cuidar delas também”, afirmou.

‘Profundamente comovente’

A revista Variety avaliou que Ainda Estou Aqui é “profundamente comovente”. A publicação deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que “dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada”, além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

Segundo a Variety, há uma “melancolia” no filme. “E não é por causa de uma sensação de desgraça iminente, mas porque essas cenas soam como memórias e, por mais felizes que sejam, as memórias são sempre tristes em algum nível.”

No centro da produção e da história de Eunice, para a revista, está a “resiliência” e um alerta àqueles que ainda defendem governos autoritários. “O espírito nacional que você busca subjugar sobreviverá a você. As pessoas que você tenta oprimir viverão para vê-lo insultado e rejeitado pela história, enquanto aqueles que resistirem terão canções e histórias escritas sobre eles. Eles inspirarão música e arte em celebração de suas vidas e terão filmes tão dolorosos e belos quanto Ainda Estou Aqui feitos em sua homenagem”, escreveu a Variety.

‘Homenagem tocante’

O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma “homenagem tocante a uma família abandonada”. Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer “a violência lentamente se infiltrar” na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

O IndieWire também aclamou a interpretação de Fernanda Torres, a chamando de “espetacular”, e deu destaque à performance de Selton Mello como Rubens. Sobre Fernanda, a publicação escreveu: “Sua Eunice possui força e estoicismo fenomenais que tornam cada momento de dor que espreita pelas frestas de sua armadura ainda mais comovente”.

O portal, porém, apontou “problemas de ritmo” à medida que o longa vai chegando ao fim. “A última meia hora do filme é uma série de falsos finais, sentindo-se incerto sobre qual momento daria ao público a satisfação que sempre eludiria a família”, disse.

Ainda assim, Ainda Estou Aqui se destaca pelo “otimismo”, conforme o IndieWire. “Rubens Paiva foi um homem que foi profundamente amado por aqueles que deixou para trás e, não importa o que ditadura sádica, soldados brutais ou burocratas de coração frio fizeram para apagá-lo, eles nunca conseguiram”, escreveu.

O “retorno” de Walter Salles ao cinema de ficção, Ainda Estou Aqui, é aclamado pela imprensa internacional desde que estreou no Festival de Veneza no último domingo, 1º. Ao final da exibição, o longa com nomes de peso como Fernanda Torres, Selton Mello e Fernanda Montenegro foi aplaudido durante quase 10 minutos.

A trama é baseada em uma história real, contada no livro de memórias de Marcelo Rubens Paiva, filho do casal Eunice e Rubens. Ao centro, está a advogada Eunice Paiva (Fernanda Torres). Ela precisa lidar com o desaparecimento do engenheiro e ex-deputado Rubens Paiva (Selton Mello) na época da ditadura militar.

Fernanda Torres e Selton Mello protagonizam 'Ainda Estou Aqui', de Walter Salles. Foto: Alile Dara Onawale/Divulgação

Walter Salles não lançava um filme de ficção desde 2012, ano em que chegou às telas com Na Estrada. Ainda Estou Aqui, uma produção original Globoplay, também marca o retorno do Brasil à competição pelo Leão de Ouro depois de 23 anos - a última vez foi com Abril Despedaçado, também de Salles. Veja, abaixo, o que a crítica internacional disse sobre o novo filme do cineasta.

‘Carta de amor’

O portal Deadline chamou o longa de “carta de amor de Walter Salles ao Brasil”. “O primeiro longa dramático de Walter Salles em 12 anos é, em última análise, uma celebração do Brasil — não apenas da resiliência de sua liberdade sob governantes tirânicos, mas de sua luz solar, seu espírito carnavalesco e o delicioso azul do mar que rola nas amplas praias do Rio de Janeiro”, disse um trecho da crítica.

O grande destaque, para o Deadline, foi a interpretação de Fernanda Torres como Eunice. O portal apostou que a performance deve “catapultá-la” aos grandes prêmios do cinema - assim como Fernanda Montenegro que, há 25 anos, foi indicada ao Oscar por Central do Brasil, também de Salles.

O site também frisou as participações de Fernanda Montenegro como a Eunice mais velha, que, diagnosticada com Alzheimer, ainda conseguia reconhecer uma fotografia de Rubens. “Esta também é uma celebração cultural, embora de um tipo diferente: mãe e filha, ícones do cinema brasileiro, aparecendo no mesmo filme”, escreveu o Deadline.

‘Drama sombrio e sincero’

O britânico The Guardian enfatizou a importância de Ainda Estou Aqui para a história brasileira. O jornal considerou que Salles pode ter “exagerado um pouco na alegria da família” Paiva no início, mas disse que o longa “continua sendo um drama sombrio e sincero sobre os desaparecidos da nação”.

O destaque do The Guardian também foi a performance de Fernanda Torres, chamada de “maravilhosa”. “Não é culpa de Torres que o drama perca um pouco de sua forma e velocidade na segunda metade, porque é difícil sustentar o suspense em torno de uma ausência e difícil contar uma história que não tenha uma resolução decisiva”, considerou o jornal.

A publicação britânica ainda relembrou a proximidade de Salles com a família Paiva - que conheceu quando ainda era criança - e a importância desse fator para o “sentimentalismo” de Ainda Estou Aqui. “Ele [Walter Salles] se importa com essas pessoas e nos faz cuidar delas também”, afirmou.

‘Profundamente comovente’

A revista Variety avaliou que Ainda Estou Aqui é “profundamente comovente”. A publicação deu destaque à fotografia de Adrian Teijido, que “dá a todo o filme a textura de uma história que não está sendo contada, mas lembrada”, além da trilha sonora com músicas de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Warren Ellis.

Segundo a Variety, há uma “melancolia” no filme. “E não é por causa de uma sensação de desgraça iminente, mas porque essas cenas soam como memórias e, por mais felizes que sejam, as memórias são sempre tristes em algum nível.”

No centro da produção e da história de Eunice, para a revista, está a “resiliência” e um alerta àqueles que ainda defendem governos autoritários. “O espírito nacional que você busca subjugar sobreviverá a você. As pessoas que você tenta oprimir viverão para vê-lo insultado e rejeitado pela história, enquanto aqueles que resistirem terão canções e histórias escritas sobre eles. Eles inspirarão música e arte em celebração de suas vidas e terão filmes tão dolorosos e belos quanto Ainda Estou Aqui feitos em sua homenagem”, escreveu a Variety.

‘Homenagem tocante’

O portal IndieWire avaliou que Ainda Estou Aqui é uma “homenagem tocante a uma família abandonada”. Salles, de acordo com o portal, conseguiu fazer “a violência lentamente se infiltrar” na rotina da família Paiva, com diálogos interrompidos por helicópteros e caminhões com soldados destruindo a rua ao fundo da casa dos protagonistas.

O IndieWire também aclamou a interpretação de Fernanda Torres, a chamando de “espetacular”, e deu destaque à performance de Selton Mello como Rubens. Sobre Fernanda, a publicação escreveu: “Sua Eunice possui força e estoicismo fenomenais que tornam cada momento de dor que espreita pelas frestas de sua armadura ainda mais comovente”.

O portal, porém, apontou “problemas de ritmo” à medida que o longa vai chegando ao fim. “A última meia hora do filme é uma série de falsos finais, sentindo-se incerto sobre qual momento daria ao público a satisfação que sempre eludiria a família”, disse.

Ainda assim, Ainda Estou Aqui se destaca pelo “otimismo”, conforme o IndieWire. “Rubens Paiva foi um homem que foi profundamente amado por aqueles que deixou para trás e, não importa o que ditadura sádica, soldados brutais ou burocratas de coração frio fizeram para apagá-lo, eles nunca conseguiram”, escreveu.

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