Cannes divulgou nesta quarta, 29, em Paris, a imagem no pôster comemorativo dos 70 anos do maior festival de cinema do mundo. Olhe aí a foto. Claudia Cardinale aparece dançando no alto de um telhado, em Roma. Não é nenhuma imagem de filme. Não se conhece o autor, e por isso não há crédito do fotógrafo que fez o click. Em 1959, Claudia, nascida em Goulette, na Tunísia, em 1938, estava com 19 anos. Apadrinhada pelo produtor Franco Cristaldi – pai de seu filho –, iniciava a extraordinária carreira que a converteu numa das maiores estrelas da Itália – e do mundo. No ano anterior, fizera pequenas participações em diversos filmes, incluindo Os Eternos Desconhecidos, de Mario Monicelli. Em 1959 e 60, participações maiores – em Aquele Caso Maldito, de Pietro Germi; O Belo Antônio, de Mauro Bolognini; e Rocco e Seus Irmãos, de Luchino Visconti. Depois, o infinito. Participações estelares, filmes com os maiores diretores. Visconti, Bolonini, Federico Fellini, Valerio Zurlini etc. Aos 78 anos, Claudia segue filmando – um mito. “Que melhor símbolo para o próximo festival que essa atriz aventureira, essa mulher independente, essa cidadã comprometida?” – o anúncio do cartaz veio acompanhado dessa declaração, que carrega uma pergunta. A resposta é a imagem. A própria Cardinale, confrontada com sua juventude, disse que aquela era a imagem que fazia do festival, “numa época em que não podia imaginar que subiria tantas vezes aquela escadaria.” Cannes como um espaço mágico. A Babel do cinema. O 70º festival ocorre de 17 a 28 de maio. O júri será presidido por Pedro Almodóvar e a maitresse de cerémonie, apresentadora, será outra italiana estonteante, Monica Bellucci.