Chris Hemsworth encontra terreno fértil em 'Spiderhead'


Thriller de ficção científica sobre uma prisão, ‘Spiderhead’ estreia na Netflix

Por Jake Coyle

Joseph Kosinski, o diretor de Top Gun: Maverick, voltou a levantar voo, só que desta vez Chris Hemsworth estava pilotando o avião.

Eles estavam na costa da Austrália filmando Spiderhead, thriller de ficção científica baseado na obra de George Saunders. O filme se passa quase inteiramente dentro de uma remota fortaleza de concreto que se projeta sobre o mar, mas começa com a chegada de um hidroavião pilotado por Hemsworth, com Kosinski deitado na parte de trás. No voo tranquilo do avião a hélice era muito diferente do rugido dos jatos F-18 do sucesso de bilheteria de Kosinski.

“Era para o Tom Cruise ter usado este avião no filme dele”, brinca Hemsworth.

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Chris Hemsworth em cena de 'Spiderhead', disponível na Netflix Foto: Netflix

Spiderhead, que estreia sexta-feira, 17, na Netflix, é, em muitos aspectos, o oposto de Top Gun: Maverick. É um filme de longos diálogos e cenas interiores, feito durante a pandemia para ser transmitido dentro das casas, não para preencher as telas IMAX. Mas o maior de seus prazeres é a atuação de Hemsworth como o pesquisador que comanda feito um tirano benevolente e espalhafatoso a Penitenciária e Centro de Pesquisa Spiderhead, conduzindo alegremente experimentos nos quais ele droga prisioneiros para aumentar ou diminuir quimicamente seus humores, apetites e acuidade verbal.

Para um ator que provou sua habilidade cômica apenas ocasionalmente (apresentando Saturday Night Live ou como o secretário de Ghostbusters), o hábil equilíbrio de Hemsworth em Spiderhead mostra um alcance que vai muito além do Universo Cinematográfico da Marvel.

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Hemsworth, que recentemente começou a filmar Furiosa, de George Miller, retorna como Thor no mês que vem em Thor: Amor e Trovão, franquia que aos poucos foi se soltando para se adaptar à agilidade cômica de sua estrela. E há mais filmes de ação a caminho (‘Resgate 2’, por exemplo).

Mas, sem cenas de luta nem efeitos especiais, Spiderhead consegue expressar os poderes de Hemsworth melhor do que qualquer coisa que ele tenha feito antes.

“Foi uma das experiências mais felizes que tive”, disse Hemsworth em entrevista recente, por videoconferência, direto da Austrália. “Em geral, você faz esses filmes ao longo de três ou quatro meses. Nesse caso, por causa da minha agenda, das restrições da covid e coisas assim, compactamos tudo num período de quatro semanas. No começo, ninguém achava que seria possível.”

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Além dos fatores pandêmicos, Spiderhead é excepcionalmente improvável, considerando seu material de origem. Poucas pessoas já leram um conto de Saunders e pensaram que a história poderia se transferir perfeitamente para as telas. Mas os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick desenvolveram esse conto de 2010, Escape From Spiderhead, um relato em primeira pessoa farsesco, mas comovente, de um prisioneiro (interpretado por Miles Teller no filme) que vai passando por testes de laboratório. Eles expandiram muito o papel de Hemsworth, Dr. Steve Abnesti, que dirige entusiasticamente a instalação com poucas regras e intenções misteriosas. É como se ele fosse o vilão de Bond mais legal que você já viu.

Kosinski enviou o roteiro para Hemsworth esperando que ele gostasse do papel.

“Sempre vi nas atuações dele vislumbres de uma ampla gama de disponibilidades que às vezes ficam mascaradas pelos filmes de ação e por sua aparência de protagonista”, diz Kosinski.

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“Ele tem uma precisão na sua fisicalidade que realmente funciona para esse papel”, acrescenta o diretor. “Ele tem essa habilidade que eu também vi em Tom (Cruise) de realmente entender o enquadramento e a lente e saber onde se colocar. É uma coisa que nem todo mundo tem. Ele tem plena consciência do meio ao redor e de como usá-lo de forma eficaz”.

Em Spiderhead, Hemsworth usa a exatidão e o carisma em que normalmente se apoia nas atuações mais convencionais para propósitos mais sombrios e manipuladores.

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“Tinha uma espécie de energia nervosa por baixo de tudo, borbulhando, mesmo nos momentos mais calmos”, diz Hemsworth. “Eu estava tentando aproveitar aquele sentimento que você tem quando está prestes a se acabar, aquela hora em que você ri ou chora em cima da corda bamba. Qualquer que seja esse sentimento, eu queria que o personagem estivesse nele e passasse aquela sensação de ‘qual caminho ele vai seguir agora? Qual vai ser a próxima reação?’”

Spiderhead foi quase todo filmado em sequência dentro de um estúdio fechado, e Hemsworth está visivelmente feliz com a falta de restrições – de figurino ou outras – da produção.

“Sou muito grato pelos filmes que fiz, mas eles não me deram o alcance e a oportunidade de explorar dessa maneira”, diz Hemsworth.

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Hemsworth, 38 anos, inspirou-se em CEOs e tecnocratas que exalam um foco hiperinteligente e obsessivo, mas que podem, na sua certeza do potencial da tecnologia, carecer de empatia. Ainda assim, o narcisismo de alta performance do personagem também não é totalmente estranho a Hemsworth.

“O personagem tinha uma ousadia que me fez lembrar de mim mesmo na escola, permitindo que meus pensamentos fugissem um do outro, sem me importar com o que estava fazendo ou dizendo”, diz ele. “Esse entusiasmo e essa excitação sou eu no meu mais inventivo e criativo. Se você me pegasse num dia em que eu estivesse exausto, não daria para fazer o personagem. Mas essa parte de mim eu queria que fosse proeminente.”

Spiderhead chega entre os maiores sucessos de bilheteria de seu diretor e sua estrela, logo depois de Top Gun: Maverick – filme que foi o salvador das salas de cinemas – e logo antes de Thor: Amor e Trovão. Ambos devem figurar entre os maiores vendedores de ingressos do ano. Falando enquanto as receitas de Maverick continuaram entrando, Kosinski ainda está pensando no sucesso do filme e, como ele diz, “quantas pessoas estão reagindo a um filme que foi filmado de uma maneira muito tradicional, live-action, só na câmera”.

“É o tipo de filme com que eu cresci”, diz Kosinski.

Ficção científica, Fórmula 1 e o futuro do cinema

Mas, tanto para Hemsworth quanto para Kosinski, as diferenças entre os projetos e a possibilidade de sair e fazer um filme de ficção científica estranho e difícil de descrever para um público de massa fazem parte do charme particular de Spiderhead. Na semana passada, Kosinski começou a montar seu próximo projeto, um filme de corrida de Fórmula 1 estrelado por Brad Pitt para a Apple TV+, com planos para um amplo lançamento exclusivo nos cinemas antes do streaming.

“É um híbrido muito interessante. E meio que abrange esses dois filmes que acabei de fazer”, diz Kosinski. “Todo mundo está tentando descobrir: como será o futuro do cinema? Achamos que este era um modelo interessante para experimentar.”

Para Hemsworth, cujo Resgate é um dos filmes mais assistidos da Netflix, Spiderhead foi um desvio que provou seu valor quando ele se reajustou para fazer filmes maiores.

“Uma coisa alimenta a outra”, diz Hemsworth. “Sempre que me aventuro e faço alguma coisa diferente e depois volto para, digamos, Thor, acho que tenho uma apreciação diferente pelo personagem e também uma opinião diferente sobre ele.” / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Joseph Kosinski, o diretor de Top Gun: Maverick, voltou a levantar voo, só que desta vez Chris Hemsworth estava pilotando o avião.

Eles estavam na costa da Austrália filmando Spiderhead, thriller de ficção científica baseado na obra de George Saunders. O filme se passa quase inteiramente dentro de uma remota fortaleza de concreto que se projeta sobre o mar, mas começa com a chegada de um hidroavião pilotado por Hemsworth, com Kosinski deitado na parte de trás. No voo tranquilo do avião a hélice era muito diferente do rugido dos jatos F-18 do sucesso de bilheteria de Kosinski.

“Era para o Tom Cruise ter usado este avião no filme dele”, brinca Hemsworth.

Chris Hemsworth em cena de 'Spiderhead', disponível na Netflix Foto: Netflix

Spiderhead, que estreia sexta-feira, 17, na Netflix, é, em muitos aspectos, o oposto de Top Gun: Maverick. É um filme de longos diálogos e cenas interiores, feito durante a pandemia para ser transmitido dentro das casas, não para preencher as telas IMAX. Mas o maior de seus prazeres é a atuação de Hemsworth como o pesquisador que comanda feito um tirano benevolente e espalhafatoso a Penitenciária e Centro de Pesquisa Spiderhead, conduzindo alegremente experimentos nos quais ele droga prisioneiros para aumentar ou diminuir quimicamente seus humores, apetites e acuidade verbal.

Para um ator que provou sua habilidade cômica apenas ocasionalmente (apresentando Saturday Night Live ou como o secretário de Ghostbusters), o hábil equilíbrio de Hemsworth em Spiderhead mostra um alcance que vai muito além do Universo Cinematográfico da Marvel.

Hemsworth, que recentemente começou a filmar Furiosa, de George Miller, retorna como Thor no mês que vem em Thor: Amor e Trovão, franquia que aos poucos foi se soltando para se adaptar à agilidade cômica de sua estrela. E há mais filmes de ação a caminho (‘Resgate 2’, por exemplo).

Mas, sem cenas de luta nem efeitos especiais, Spiderhead consegue expressar os poderes de Hemsworth melhor do que qualquer coisa que ele tenha feito antes.

“Foi uma das experiências mais felizes que tive”, disse Hemsworth em entrevista recente, por videoconferência, direto da Austrália. “Em geral, você faz esses filmes ao longo de três ou quatro meses. Nesse caso, por causa da minha agenda, das restrições da covid e coisas assim, compactamos tudo num período de quatro semanas. No começo, ninguém achava que seria possível.”

Além dos fatores pandêmicos, Spiderhead é excepcionalmente improvável, considerando seu material de origem. Poucas pessoas já leram um conto de Saunders e pensaram que a história poderia se transferir perfeitamente para as telas. Mas os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick desenvolveram esse conto de 2010, Escape From Spiderhead, um relato em primeira pessoa farsesco, mas comovente, de um prisioneiro (interpretado por Miles Teller no filme) que vai passando por testes de laboratório. Eles expandiram muito o papel de Hemsworth, Dr. Steve Abnesti, que dirige entusiasticamente a instalação com poucas regras e intenções misteriosas. É como se ele fosse o vilão de Bond mais legal que você já viu.

Kosinski enviou o roteiro para Hemsworth esperando que ele gostasse do papel.

“Sempre vi nas atuações dele vislumbres de uma ampla gama de disponibilidades que às vezes ficam mascaradas pelos filmes de ação e por sua aparência de protagonista”, diz Kosinski.

“Ele tem uma precisão na sua fisicalidade que realmente funciona para esse papel”, acrescenta o diretor. “Ele tem essa habilidade que eu também vi em Tom (Cruise) de realmente entender o enquadramento e a lente e saber onde se colocar. É uma coisa que nem todo mundo tem. Ele tem plena consciência do meio ao redor e de como usá-lo de forma eficaz”.

Em Spiderhead, Hemsworth usa a exatidão e o carisma em que normalmente se apoia nas atuações mais convencionais para propósitos mais sombrios e manipuladores.

“Tinha uma espécie de energia nervosa por baixo de tudo, borbulhando, mesmo nos momentos mais calmos”, diz Hemsworth. “Eu estava tentando aproveitar aquele sentimento que você tem quando está prestes a se acabar, aquela hora em que você ri ou chora em cima da corda bamba. Qualquer que seja esse sentimento, eu queria que o personagem estivesse nele e passasse aquela sensação de ‘qual caminho ele vai seguir agora? Qual vai ser a próxima reação?’”

Spiderhead foi quase todo filmado em sequência dentro de um estúdio fechado, e Hemsworth está visivelmente feliz com a falta de restrições – de figurino ou outras – da produção.

“Sou muito grato pelos filmes que fiz, mas eles não me deram o alcance e a oportunidade de explorar dessa maneira”, diz Hemsworth.

Hemsworth, 38 anos, inspirou-se em CEOs e tecnocratas que exalam um foco hiperinteligente e obsessivo, mas que podem, na sua certeza do potencial da tecnologia, carecer de empatia. Ainda assim, o narcisismo de alta performance do personagem também não é totalmente estranho a Hemsworth.

“O personagem tinha uma ousadia que me fez lembrar de mim mesmo na escola, permitindo que meus pensamentos fugissem um do outro, sem me importar com o que estava fazendo ou dizendo”, diz ele. “Esse entusiasmo e essa excitação sou eu no meu mais inventivo e criativo. Se você me pegasse num dia em que eu estivesse exausto, não daria para fazer o personagem. Mas essa parte de mim eu queria que fosse proeminente.”

Spiderhead chega entre os maiores sucessos de bilheteria de seu diretor e sua estrela, logo depois de Top Gun: Maverick – filme que foi o salvador das salas de cinemas – e logo antes de Thor: Amor e Trovão. Ambos devem figurar entre os maiores vendedores de ingressos do ano. Falando enquanto as receitas de Maverick continuaram entrando, Kosinski ainda está pensando no sucesso do filme e, como ele diz, “quantas pessoas estão reagindo a um filme que foi filmado de uma maneira muito tradicional, live-action, só na câmera”.

“É o tipo de filme com que eu cresci”, diz Kosinski.

Ficção científica, Fórmula 1 e o futuro do cinema

Mas, tanto para Hemsworth quanto para Kosinski, as diferenças entre os projetos e a possibilidade de sair e fazer um filme de ficção científica estranho e difícil de descrever para um público de massa fazem parte do charme particular de Spiderhead. Na semana passada, Kosinski começou a montar seu próximo projeto, um filme de corrida de Fórmula 1 estrelado por Brad Pitt para a Apple TV+, com planos para um amplo lançamento exclusivo nos cinemas antes do streaming.

“É um híbrido muito interessante. E meio que abrange esses dois filmes que acabei de fazer”, diz Kosinski. “Todo mundo está tentando descobrir: como será o futuro do cinema? Achamos que este era um modelo interessante para experimentar.”

Para Hemsworth, cujo Resgate é um dos filmes mais assistidos da Netflix, Spiderhead foi um desvio que provou seu valor quando ele se reajustou para fazer filmes maiores.

“Uma coisa alimenta a outra”, diz Hemsworth. “Sempre que me aventuro e faço alguma coisa diferente e depois volto para, digamos, Thor, acho que tenho uma apreciação diferente pelo personagem e também uma opinião diferente sobre ele.” / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Joseph Kosinski, o diretor de Top Gun: Maverick, voltou a levantar voo, só que desta vez Chris Hemsworth estava pilotando o avião.

Eles estavam na costa da Austrália filmando Spiderhead, thriller de ficção científica baseado na obra de George Saunders. O filme se passa quase inteiramente dentro de uma remota fortaleza de concreto que se projeta sobre o mar, mas começa com a chegada de um hidroavião pilotado por Hemsworth, com Kosinski deitado na parte de trás. No voo tranquilo do avião a hélice era muito diferente do rugido dos jatos F-18 do sucesso de bilheteria de Kosinski.

“Era para o Tom Cruise ter usado este avião no filme dele”, brinca Hemsworth.

Chris Hemsworth em cena de 'Spiderhead', disponível na Netflix Foto: Netflix

Spiderhead, que estreia sexta-feira, 17, na Netflix, é, em muitos aspectos, o oposto de Top Gun: Maverick. É um filme de longos diálogos e cenas interiores, feito durante a pandemia para ser transmitido dentro das casas, não para preencher as telas IMAX. Mas o maior de seus prazeres é a atuação de Hemsworth como o pesquisador que comanda feito um tirano benevolente e espalhafatoso a Penitenciária e Centro de Pesquisa Spiderhead, conduzindo alegremente experimentos nos quais ele droga prisioneiros para aumentar ou diminuir quimicamente seus humores, apetites e acuidade verbal.

Para um ator que provou sua habilidade cômica apenas ocasionalmente (apresentando Saturday Night Live ou como o secretário de Ghostbusters), o hábil equilíbrio de Hemsworth em Spiderhead mostra um alcance que vai muito além do Universo Cinematográfico da Marvel.

Hemsworth, que recentemente começou a filmar Furiosa, de George Miller, retorna como Thor no mês que vem em Thor: Amor e Trovão, franquia que aos poucos foi se soltando para se adaptar à agilidade cômica de sua estrela. E há mais filmes de ação a caminho (‘Resgate 2’, por exemplo).

Mas, sem cenas de luta nem efeitos especiais, Spiderhead consegue expressar os poderes de Hemsworth melhor do que qualquer coisa que ele tenha feito antes.

“Foi uma das experiências mais felizes que tive”, disse Hemsworth em entrevista recente, por videoconferência, direto da Austrália. “Em geral, você faz esses filmes ao longo de três ou quatro meses. Nesse caso, por causa da minha agenda, das restrições da covid e coisas assim, compactamos tudo num período de quatro semanas. No começo, ninguém achava que seria possível.”

Além dos fatores pandêmicos, Spiderhead é excepcionalmente improvável, considerando seu material de origem. Poucas pessoas já leram um conto de Saunders e pensaram que a história poderia se transferir perfeitamente para as telas. Mas os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick desenvolveram esse conto de 2010, Escape From Spiderhead, um relato em primeira pessoa farsesco, mas comovente, de um prisioneiro (interpretado por Miles Teller no filme) que vai passando por testes de laboratório. Eles expandiram muito o papel de Hemsworth, Dr. Steve Abnesti, que dirige entusiasticamente a instalação com poucas regras e intenções misteriosas. É como se ele fosse o vilão de Bond mais legal que você já viu.

Kosinski enviou o roteiro para Hemsworth esperando que ele gostasse do papel.

“Sempre vi nas atuações dele vislumbres de uma ampla gama de disponibilidades que às vezes ficam mascaradas pelos filmes de ação e por sua aparência de protagonista”, diz Kosinski.

“Ele tem uma precisão na sua fisicalidade que realmente funciona para esse papel”, acrescenta o diretor. “Ele tem essa habilidade que eu também vi em Tom (Cruise) de realmente entender o enquadramento e a lente e saber onde se colocar. É uma coisa que nem todo mundo tem. Ele tem plena consciência do meio ao redor e de como usá-lo de forma eficaz”.

Em Spiderhead, Hemsworth usa a exatidão e o carisma em que normalmente se apoia nas atuações mais convencionais para propósitos mais sombrios e manipuladores.

“Tinha uma espécie de energia nervosa por baixo de tudo, borbulhando, mesmo nos momentos mais calmos”, diz Hemsworth. “Eu estava tentando aproveitar aquele sentimento que você tem quando está prestes a se acabar, aquela hora em que você ri ou chora em cima da corda bamba. Qualquer que seja esse sentimento, eu queria que o personagem estivesse nele e passasse aquela sensação de ‘qual caminho ele vai seguir agora? Qual vai ser a próxima reação?’”

Spiderhead foi quase todo filmado em sequência dentro de um estúdio fechado, e Hemsworth está visivelmente feliz com a falta de restrições – de figurino ou outras – da produção.

“Sou muito grato pelos filmes que fiz, mas eles não me deram o alcance e a oportunidade de explorar dessa maneira”, diz Hemsworth.

Hemsworth, 38 anos, inspirou-se em CEOs e tecnocratas que exalam um foco hiperinteligente e obsessivo, mas que podem, na sua certeza do potencial da tecnologia, carecer de empatia. Ainda assim, o narcisismo de alta performance do personagem também não é totalmente estranho a Hemsworth.

“O personagem tinha uma ousadia que me fez lembrar de mim mesmo na escola, permitindo que meus pensamentos fugissem um do outro, sem me importar com o que estava fazendo ou dizendo”, diz ele. “Esse entusiasmo e essa excitação sou eu no meu mais inventivo e criativo. Se você me pegasse num dia em que eu estivesse exausto, não daria para fazer o personagem. Mas essa parte de mim eu queria que fosse proeminente.”

Spiderhead chega entre os maiores sucessos de bilheteria de seu diretor e sua estrela, logo depois de Top Gun: Maverick – filme que foi o salvador das salas de cinemas – e logo antes de Thor: Amor e Trovão. Ambos devem figurar entre os maiores vendedores de ingressos do ano. Falando enquanto as receitas de Maverick continuaram entrando, Kosinski ainda está pensando no sucesso do filme e, como ele diz, “quantas pessoas estão reagindo a um filme que foi filmado de uma maneira muito tradicional, live-action, só na câmera”.

“É o tipo de filme com que eu cresci”, diz Kosinski.

Ficção científica, Fórmula 1 e o futuro do cinema

Mas, tanto para Hemsworth quanto para Kosinski, as diferenças entre os projetos e a possibilidade de sair e fazer um filme de ficção científica estranho e difícil de descrever para um público de massa fazem parte do charme particular de Spiderhead. Na semana passada, Kosinski começou a montar seu próximo projeto, um filme de corrida de Fórmula 1 estrelado por Brad Pitt para a Apple TV+, com planos para um amplo lançamento exclusivo nos cinemas antes do streaming.

“É um híbrido muito interessante. E meio que abrange esses dois filmes que acabei de fazer”, diz Kosinski. “Todo mundo está tentando descobrir: como será o futuro do cinema? Achamos que este era um modelo interessante para experimentar.”

Para Hemsworth, cujo Resgate é um dos filmes mais assistidos da Netflix, Spiderhead foi um desvio que provou seu valor quando ele se reajustou para fazer filmes maiores.

“Uma coisa alimenta a outra”, diz Hemsworth. “Sempre que me aventuro e faço alguma coisa diferente e depois volto para, digamos, Thor, acho que tenho uma apreciação diferente pelo personagem e também uma opinião diferente sobre ele.” / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Joseph Kosinski, o diretor de Top Gun: Maverick, voltou a levantar voo, só que desta vez Chris Hemsworth estava pilotando o avião.

Eles estavam na costa da Austrália filmando Spiderhead, thriller de ficção científica baseado na obra de George Saunders. O filme se passa quase inteiramente dentro de uma remota fortaleza de concreto que se projeta sobre o mar, mas começa com a chegada de um hidroavião pilotado por Hemsworth, com Kosinski deitado na parte de trás. No voo tranquilo do avião a hélice era muito diferente do rugido dos jatos F-18 do sucesso de bilheteria de Kosinski.

“Era para o Tom Cruise ter usado este avião no filme dele”, brinca Hemsworth.

Chris Hemsworth em cena de 'Spiderhead', disponível na Netflix Foto: Netflix

Spiderhead, que estreia sexta-feira, 17, na Netflix, é, em muitos aspectos, o oposto de Top Gun: Maverick. É um filme de longos diálogos e cenas interiores, feito durante a pandemia para ser transmitido dentro das casas, não para preencher as telas IMAX. Mas o maior de seus prazeres é a atuação de Hemsworth como o pesquisador que comanda feito um tirano benevolente e espalhafatoso a Penitenciária e Centro de Pesquisa Spiderhead, conduzindo alegremente experimentos nos quais ele droga prisioneiros para aumentar ou diminuir quimicamente seus humores, apetites e acuidade verbal.

Para um ator que provou sua habilidade cômica apenas ocasionalmente (apresentando Saturday Night Live ou como o secretário de Ghostbusters), o hábil equilíbrio de Hemsworth em Spiderhead mostra um alcance que vai muito além do Universo Cinematográfico da Marvel.

Hemsworth, que recentemente começou a filmar Furiosa, de George Miller, retorna como Thor no mês que vem em Thor: Amor e Trovão, franquia que aos poucos foi se soltando para se adaptar à agilidade cômica de sua estrela. E há mais filmes de ação a caminho (‘Resgate 2’, por exemplo).

Mas, sem cenas de luta nem efeitos especiais, Spiderhead consegue expressar os poderes de Hemsworth melhor do que qualquer coisa que ele tenha feito antes.

“Foi uma das experiências mais felizes que tive”, disse Hemsworth em entrevista recente, por videoconferência, direto da Austrália. “Em geral, você faz esses filmes ao longo de três ou quatro meses. Nesse caso, por causa da minha agenda, das restrições da covid e coisas assim, compactamos tudo num período de quatro semanas. No começo, ninguém achava que seria possível.”

Além dos fatores pandêmicos, Spiderhead é excepcionalmente improvável, considerando seu material de origem. Poucas pessoas já leram um conto de Saunders e pensaram que a história poderia se transferir perfeitamente para as telas. Mas os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick desenvolveram esse conto de 2010, Escape From Spiderhead, um relato em primeira pessoa farsesco, mas comovente, de um prisioneiro (interpretado por Miles Teller no filme) que vai passando por testes de laboratório. Eles expandiram muito o papel de Hemsworth, Dr. Steve Abnesti, que dirige entusiasticamente a instalação com poucas regras e intenções misteriosas. É como se ele fosse o vilão de Bond mais legal que você já viu.

Kosinski enviou o roteiro para Hemsworth esperando que ele gostasse do papel.

“Sempre vi nas atuações dele vislumbres de uma ampla gama de disponibilidades que às vezes ficam mascaradas pelos filmes de ação e por sua aparência de protagonista”, diz Kosinski.

“Ele tem uma precisão na sua fisicalidade que realmente funciona para esse papel”, acrescenta o diretor. “Ele tem essa habilidade que eu também vi em Tom (Cruise) de realmente entender o enquadramento e a lente e saber onde se colocar. É uma coisa que nem todo mundo tem. Ele tem plena consciência do meio ao redor e de como usá-lo de forma eficaz”.

Em Spiderhead, Hemsworth usa a exatidão e o carisma em que normalmente se apoia nas atuações mais convencionais para propósitos mais sombrios e manipuladores.

“Tinha uma espécie de energia nervosa por baixo de tudo, borbulhando, mesmo nos momentos mais calmos”, diz Hemsworth. “Eu estava tentando aproveitar aquele sentimento que você tem quando está prestes a se acabar, aquela hora em que você ri ou chora em cima da corda bamba. Qualquer que seja esse sentimento, eu queria que o personagem estivesse nele e passasse aquela sensação de ‘qual caminho ele vai seguir agora? Qual vai ser a próxima reação?’”

Spiderhead foi quase todo filmado em sequência dentro de um estúdio fechado, e Hemsworth está visivelmente feliz com a falta de restrições – de figurino ou outras – da produção.

“Sou muito grato pelos filmes que fiz, mas eles não me deram o alcance e a oportunidade de explorar dessa maneira”, diz Hemsworth.

Hemsworth, 38 anos, inspirou-se em CEOs e tecnocratas que exalam um foco hiperinteligente e obsessivo, mas que podem, na sua certeza do potencial da tecnologia, carecer de empatia. Ainda assim, o narcisismo de alta performance do personagem também não é totalmente estranho a Hemsworth.

“O personagem tinha uma ousadia que me fez lembrar de mim mesmo na escola, permitindo que meus pensamentos fugissem um do outro, sem me importar com o que estava fazendo ou dizendo”, diz ele. “Esse entusiasmo e essa excitação sou eu no meu mais inventivo e criativo. Se você me pegasse num dia em que eu estivesse exausto, não daria para fazer o personagem. Mas essa parte de mim eu queria que fosse proeminente.”

Spiderhead chega entre os maiores sucessos de bilheteria de seu diretor e sua estrela, logo depois de Top Gun: Maverick – filme que foi o salvador das salas de cinemas – e logo antes de Thor: Amor e Trovão. Ambos devem figurar entre os maiores vendedores de ingressos do ano. Falando enquanto as receitas de Maverick continuaram entrando, Kosinski ainda está pensando no sucesso do filme e, como ele diz, “quantas pessoas estão reagindo a um filme que foi filmado de uma maneira muito tradicional, live-action, só na câmera”.

“É o tipo de filme com que eu cresci”, diz Kosinski.

Ficção científica, Fórmula 1 e o futuro do cinema

Mas, tanto para Hemsworth quanto para Kosinski, as diferenças entre os projetos e a possibilidade de sair e fazer um filme de ficção científica estranho e difícil de descrever para um público de massa fazem parte do charme particular de Spiderhead. Na semana passada, Kosinski começou a montar seu próximo projeto, um filme de corrida de Fórmula 1 estrelado por Brad Pitt para a Apple TV+, com planos para um amplo lançamento exclusivo nos cinemas antes do streaming.

“É um híbrido muito interessante. E meio que abrange esses dois filmes que acabei de fazer”, diz Kosinski. “Todo mundo está tentando descobrir: como será o futuro do cinema? Achamos que este era um modelo interessante para experimentar.”

Para Hemsworth, cujo Resgate é um dos filmes mais assistidos da Netflix, Spiderhead foi um desvio que provou seu valor quando ele se reajustou para fazer filmes maiores.

“Uma coisa alimenta a outra”, diz Hemsworth. “Sempre que me aventuro e faço alguma coisa diferente e depois volto para, digamos, Thor, acho que tenho uma apreciação diferente pelo personagem e também uma opinião diferente sobre ele.” / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Joseph Kosinski, o diretor de Top Gun: Maverick, voltou a levantar voo, só que desta vez Chris Hemsworth estava pilotando o avião.

Eles estavam na costa da Austrália filmando Spiderhead, thriller de ficção científica baseado na obra de George Saunders. O filme se passa quase inteiramente dentro de uma remota fortaleza de concreto que se projeta sobre o mar, mas começa com a chegada de um hidroavião pilotado por Hemsworth, com Kosinski deitado na parte de trás. No voo tranquilo do avião a hélice era muito diferente do rugido dos jatos F-18 do sucesso de bilheteria de Kosinski.

“Era para o Tom Cruise ter usado este avião no filme dele”, brinca Hemsworth.

Chris Hemsworth em cena de 'Spiderhead', disponível na Netflix Foto: Netflix

Spiderhead, que estreia sexta-feira, 17, na Netflix, é, em muitos aspectos, o oposto de Top Gun: Maverick. É um filme de longos diálogos e cenas interiores, feito durante a pandemia para ser transmitido dentro das casas, não para preencher as telas IMAX. Mas o maior de seus prazeres é a atuação de Hemsworth como o pesquisador que comanda feito um tirano benevolente e espalhafatoso a Penitenciária e Centro de Pesquisa Spiderhead, conduzindo alegremente experimentos nos quais ele droga prisioneiros para aumentar ou diminuir quimicamente seus humores, apetites e acuidade verbal.

Para um ator que provou sua habilidade cômica apenas ocasionalmente (apresentando Saturday Night Live ou como o secretário de Ghostbusters), o hábil equilíbrio de Hemsworth em Spiderhead mostra um alcance que vai muito além do Universo Cinematográfico da Marvel.

Hemsworth, que recentemente começou a filmar Furiosa, de George Miller, retorna como Thor no mês que vem em Thor: Amor e Trovão, franquia que aos poucos foi se soltando para se adaptar à agilidade cômica de sua estrela. E há mais filmes de ação a caminho (‘Resgate 2’, por exemplo).

Mas, sem cenas de luta nem efeitos especiais, Spiderhead consegue expressar os poderes de Hemsworth melhor do que qualquer coisa que ele tenha feito antes.

“Foi uma das experiências mais felizes que tive”, disse Hemsworth em entrevista recente, por videoconferência, direto da Austrália. “Em geral, você faz esses filmes ao longo de três ou quatro meses. Nesse caso, por causa da minha agenda, das restrições da covid e coisas assim, compactamos tudo num período de quatro semanas. No começo, ninguém achava que seria possível.”

Além dos fatores pandêmicos, Spiderhead é excepcionalmente improvável, considerando seu material de origem. Poucas pessoas já leram um conto de Saunders e pensaram que a história poderia se transferir perfeitamente para as telas. Mas os roteiristas Rhett Reese e Paul Wernick desenvolveram esse conto de 2010, Escape From Spiderhead, um relato em primeira pessoa farsesco, mas comovente, de um prisioneiro (interpretado por Miles Teller no filme) que vai passando por testes de laboratório. Eles expandiram muito o papel de Hemsworth, Dr. Steve Abnesti, que dirige entusiasticamente a instalação com poucas regras e intenções misteriosas. É como se ele fosse o vilão de Bond mais legal que você já viu.

Kosinski enviou o roteiro para Hemsworth esperando que ele gostasse do papel.

“Sempre vi nas atuações dele vislumbres de uma ampla gama de disponibilidades que às vezes ficam mascaradas pelos filmes de ação e por sua aparência de protagonista”, diz Kosinski.

“Ele tem uma precisão na sua fisicalidade que realmente funciona para esse papel”, acrescenta o diretor. “Ele tem essa habilidade que eu também vi em Tom (Cruise) de realmente entender o enquadramento e a lente e saber onde se colocar. É uma coisa que nem todo mundo tem. Ele tem plena consciência do meio ao redor e de como usá-lo de forma eficaz”.

Em Spiderhead, Hemsworth usa a exatidão e o carisma em que normalmente se apoia nas atuações mais convencionais para propósitos mais sombrios e manipuladores.

“Tinha uma espécie de energia nervosa por baixo de tudo, borbulhando, mesmo nos momentos mais calmos”, diz Hemsworth. “Eu estava tentando aproveitar aquele sentimento que você tem quando está prestes a se acabar, aquela hora em que você ri ou chora em cima da corda bamba. Qualquer que seja esse sentimento, eu queria que o personagem estivesse nele e passasse aquela sensação de ‘qual caminho ele vai seguir agora? Qual vai ser a próxima reação?’”

Spiderhead foi quase todo filmado em sequência dentro de um estúdio fechado, e Hemsworth está visivelmente feliz com a falta de restrições – de figurino ou outras – da produção.

“Sou muito grato pelos filmes que fiz, mas eles não me deram o alcance e a oportunidade de explorar dessa maneira”, diz Hemsworth.

Hemsworth, 38 anos, inspirou-se em CEOs e tecnocratas que exalam um foco hiperinteligente e obsessivo, mas que podem, na sua certeza do potencial da tecnologia, carecer de empatia. Ainda assim, o narcisismo de alta performance do personagem também não é totalmente estranho a Hemsworth.

“O personagem tinha uma ousadia que me fez lembrar de mim mesmo na escola, permitindo que meus pensamentos fugissem um do outro, sem me importar com o que estava fazendo ou dizendo”, diz ele. “Esse entusiasmo e essa excitação sou eu no meu mais inventivo e criativo. Se você me pegasse num dia em que eu estivesse exausto, não daria para fazer o personagem. Mas essa parte de mim eu queria que fosse proeminente.”

Spiderhead chega entre os maiores sucessos de bilheteria de seu diretor e sua estrela, logo depois de Top Gun: Maverick – filme que foi o salvador das salas de cinemas – e logo antes de Thor: Amor e Trovão. Ambos devem figurar entre os maiores vendedores de ingressos do ano. Falando enquanto as receitas de Maverick continuaram entrando, Kosinski ainda está pensando no sucesso do filme e, como ele diz, “quantas pessoas estão reagindo a um filme que foi filmado de uma maneira muito tradicional, live-action, só na câmera”.

“É o tipo de filme com que eu cresci”, diz Kosinski.

Ficção científica, Fórmula 1 e o futuro do cinema

Mas, tanto para Hemsworth quanto para Kosinski, as diferenças entre os projetos e a possibilidade de sair e fazer um filme de ficção científica estranho e difícil de descrever para um público de massa fazem parte do charme particular de Spiderhead. Na semana passada, Kosinski começou a montar seu próximo projeto, um filme de corrida de Fórmula 1 estrelado por Brad Pitt para a Apple TV+, com planos para um amplo lançamento exclusivo nos cinemas antes do streaming.

“É um híbrido muito interessante. E meio que abrange esses dois filmes que acabei de fazer”, diz Kosinski. “Todo mundo está tentando descobrir: como será o futuro do cinema? Achamos que este era um modelo interessante para experimentar.”

Para Hemsworth, cujo Resgate é um dos filmes mais assistidos da Netflix, Spiderhead foi um desvio que provou seu valor quando ele se reajustou para fazer filmes maiores.

“Uma coisa alimenta a outra”, diz Hemsworth. “Sempre que me aventuro e faço alguma coisa diferente e depois volto para, digamos, Thor, acho que tenho uma apreciação diferente pelo personagem e também uma opinião diferente sobre ele.” / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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