Cinema italiano perde o lendário produtor italiano Carlo Ponti


Produziu clássicos importantes como A Estrada da Vida, de Federico Fellini, mas talvez tenha ficado mais conhecido mundialmente como marido da Sophia Loren

Por Agencia Estado

Carlo Ponti pode ter ficado mais conhecido mundialmente em razão do seu longo e polêmico casamento com Sophia Loren, mas, com sua morte, é toda uma página do cinema italiano que se fecha. Morto na terça-feira, aos 94 anos, em Genebra, de complicações pulmonares, Ponti pertenceu à estirpe dos grandes produtores, aqueles que se dedicaram com ânimo e sentido de aventura ao cinema. E, se fizeram da tal da sétima arte um excelente negócio pessoal, deixaram também escrita em sua biografia uma série de belos filmes, e mesmo de obras-primas. Ponti tem em seu currículo, agora fechado, filmes como A Estrada da Vida, de Federico Fellini e Blow Up - Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni, além do extraordinário sucesso de Doutor Jivago, de David Lean, que colocou na tela uma versão adocicada do grande romance de Boris Pasternak. Mas essas são apenas algumas das obras mais conhecidas entre as cerca de 150 que Ponti produziu ao longo de sua vida. Nascido em Magenta, na Lombardia, em 1912, Ponti começou a produzir filmes de origem literária como Piccolo Mondo Antico, de 1941, hoje considerado um clássico, dirigido por Mario Soldati. No comando da Lux, a maior empresa produtora dos anos 40, produziu títulos como Juventude Perdida, de Pietro Germi, e O Moinho do Pó, de Alberto Lattuada. Nos anos 50, juntou-se a outro mito da produção italiana, Dino de Laurentiis, e, juntos, tornaram possíveis filmes como Europa 51, de Roberto Rossellini, e O Ouro de Nápoles, de Vittorio De Sica. Quer dizer, Ponti debuta no cinema numa Itália ainda dominada pelo fascismo e nela realiza seus primeiros filmes. Evolui depois para a colaboração com o neo-realismo, que surge no após-guerra, e é um movimento (se o termo cabe) explicitamente orientado à esquerda e de temática antifascista. Seu negócio era produzir bons filmes, questões ideológicas à parte. Efeito Sophia Loren Esse início de anos 50 é importante também do ponto de vista pessoal, pois é quando Carlo Ponti conhece uma beldade de 25 anos num concurso de beleza e se apaixona por ela. Compreensível: basta olhar uma foto de Sophia Loren quando jovem para se ter idéia do efeito que produzia sobre os homens. O produtor começa a pavimentar a carreira da jovem no cinema e ao mesmo tempo inicia um caso com ela. Acontece que Carlo Ponti era casado e não havia divórcio na Itália. Ponti só terminaria a longa luta jurídica para separar-se de sua primeira mulher, Giuliana Fiastri, tendo obtido cidadania francesa e conseguido o divórcio na França, podendo então casar-se com Sophia. Uma longa relação, com dois filhos, Carlo Jr., nascido em 1968, e Edoardo, em 1973. Em sua edição de 1998, o Festival de Veneza resolveu conceder um Leão de Ouro pela carreira a Sophia Loren e a atriz não pôde buscá-lo, pois estava doente. Ponti, então com 87 anos, foi recebê-lo no lugar da mulher e estava tão emocionado que quase não conseguia falar. Estava acompanhado pelos dois filhos, e a família pôde, em seguida, assistir a um dos mais belos filmes de Sophia, também produzido por Ponti, Um Dia Muito Especial, de Ettore Scola, em que a atriz contracena com Marcello Mastroianni numa história ambientada na época do fascismo. Nos anos 1960 e 1970, Ponti inicia uma colaboração mais próxima com Michelangelo Antonioni, do qual produz, além do já citado Blow Up, títulos importantes como Zabriskie Point e Passageiro: Profissão Repórter. Carlo Ponti foi também um produtor premiado e reconhecido nos Estados Unidos, em especial depois que A Estrada da Vida, de Fellini, venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1957. Mas a consagração veio mesmo com Doutor Jivago, que comoveu o mundo com a história do médico interpretado por Omar Shariff e seu amor difícil com Julie Christie no tempo da Revolução Russa de 1917. Recebeu nada menos que dez indicações para o Oscar de 1966 e venceu cinco. Há dois anos, o mais conhecido crítico italiano, Tullio Kezich, dedicou um livro a Dino de Laurentiis. Está na hora de Ponti ganhar estudo semelhante. Afinal, um grande produtor também deixa uma obra e marca seu nome na história do cinema. Matéria alterada às 14h10

Carlo Ponti pode ter ficado mais conhecido mundialmente em razão do seu longo e polêmico casamento com Sophia Loren, mas, com sua morte, é toda uma página do cinema italiano que se fecha. Morto na terça-feira, aos 94 anos, em Genebra, de complicações pulmonares, Ponti pertenceu à estirpe dos grandes produtores, aqueles que se dedicaram com ânimo e sentido de aventura ao cinema. E, se fizeram da tal da sétima arte um excelente negócio pessoal, deixaram também escrita em sua biografia uma série de belos filmes, e mesmo de obras-primas. Ponti tem em seu currículo, agora fechado, filmes como A Estrada da Vida, de Federico Fellini e Blow Up - Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni, além do extraordinário sucesso de Doutor Jivago, de David Lean, que colocou na tela uma versão adocicada do grande romance de Boris Pasternak. Mas essas são apenas algumas das obras mais conhecidas entre as cerca de 150 que Ponti produziu ao longo de sua vida. Nascido em Magenta, na Lombardia, em 1912, Ponti começou a produzir filmes de origem literária como Piccolo Mondo Antico, de 1941, hoje considerado um clássico, dirigido por Mario Soldati. No comando da Lux, a maior empresa produtora dos anos 40, produziu títulos como Juventude Perdida, de Pietro Germi, e O Moinho do Pó, de Alberto Lattuada. Nos anos 50, juntou-se a outro mito da produção italiana, Dino de Laurentiis, e, juntos, tornaram possíveis filmes como Europa 51, de Roberto Rossellini, e O Ouro de Nápoles, de Vittorio De Sica. Quer dizer, Ponti debuta no cinema numa Itália ainda dominada pelo fascismo e nela realiza seus primeiros filmes. Evolui depois para a colaboração com o neo-realismo, que surge no após-guerra, e é um movimento (se o termo cabe) explicitamente orientado à esquerda e de temática antifascista. Seu negócio era produzir bons filmes, questões ideológicas à parte. Efeito Sophia Loren Esse início de anos 50 é importante também do ponto de vista pessoal, pois é quando Carlo Ponti conhece uma beldade de 25 anos num concurso de beleza e se apaixona por ela. Compreensível: basta olhar uma foto de Sophia Loren quando jovem para se ter idéia do efeito que produzia sobre os homens. O produtor começa a pavimentar a carreira da jovem no cinema e ao mesmo tempo inicia um caso com ela. Acontece que Carlo Ponti era casado e não havia divórcio na Itália. Ponti só terminaria a longa luta jurídica para separar-se de sua primeira mulher, Giuliana Fiastri, tendo obtido cidadania francesa e conseguido o divórcio na França, podendo então casar-se com Sophia. Uma longa relação, com dois filhos, Carlo Jr., nascido em 1968, e Edoardo, em 1973. Em sua edição de 1998, o Festival de Veneza resolveu conceder um Leão de Ouro pela carreira a Sophia Loren e a atriz não pôde buscá-lo, pois estava doente. Ponti, então com 87 anos, foi recebê-lo no lugar da mulher e estava tão emocionado que quase não conseguia falar. Estava acompanhado pelos dois filhos, e a família pôde, em seguida, assistir a um dos mais belos filmes de Sophia, também produzido por Ponti, Um Dia Muito Especial, de Ettore Scola, em que a atriz contracena com Marcello Mastroianni numa história ambientada na época do fascismo. Nos anos 1960 e 1970, Ponti inicia uma colaboração mais próxima com Michelangelo Antonioni, do qual produz, além do já citado Blow Up, títulos importantes como Zabriskie Point e Passageiro: Profissão Repórter. Carlo Ponti foi também um produtor premiado e reconhecido nos Estados Unidos, em especial depois que A Estrada da Vida, de Fellini, venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1957. Mas a consagração veio mesmo com Doutor Jivago, que comoveu o mundo com a história do médico interpretado por Omar Shariff e seu amor difícil com Julie Christie no tempo da Revolução Russa de 1917. Recebeu nada menos que dez indicações para o Oscar de 1966 e venceu cinco. Há dois anos, o mais conhecido crítico italiano, Tullio Kezich, dedicou um livro a Dino de Laurentiis. Está na hora de Ponti ganhar estudo semelhante. Afinal, um grande produtor também deixa uma obra e marca seu nome na história do cinema. Matéria alterada às 14h10

Carlo Ponti pode ter ficado mais conhecido mundialmente em razão do seu longo e polêmico casamento com Sophia Loren, mas, com sua morte, é toda uma página do cinema italiano que se fecha. Morto na terça-feira, aos 94 anos, em Genebra, de complicações pulmonares, Ponti pertenceu à estirpe dos grandes produtores, aqueles que se dedicaram com ânimo e sentido de aventura ao cinema. E, se fizeram da tal da sétima arte um excelente negócio pessoal, deixaram também escrita em sua biografia uma série de belos filmes, e mesmo de obras-primas. Ponti tem em seu currículo, agora fechado, filmes como A Estrada da Vida, de Federico Fellini e Blow Up - Depois Daquele Beijo, de Michelangelo Antonioni, além do extraordinário sucesso de Doutor Jivago, de David Lean, que colocou na tela uma versão adocicada do grande romance de Boris Pasternak. Mas essas são apenas algumas das obras mais conhecidas entre as cerca de 150 que Ponti produziu ao longo de sua vida. Nascido em Magenta, na Lombardia, em 1912, Ponti começou a produzir filmes de origem literária como Piccolo Mondo Antico, de 1941, hoje considerado um clássico, dirigido por Mario Soldati. No comando da Lux, a maior empresa produtora dos anos 40, produziu títulos como Juventude Perdida, de Pietro Germi, e O Moinho do Pó, de Alberto Lattuada. Nos anos 50, juntou-se a outro mito da produção italiana, Dino de Laurentiis, e, juntos, tornaram possíveis filmes como Europa 51, de Roberto Rossellini, e O Ouro de Nápoles, de Vittorio De Sica. Quer dizer, Ponti debuta no cinema numa Itália ainda dominada pelo fascismo e nela realiza seus primeiros filmes. Evolui depois para a colaboração com o neo-realismo, que surge no após-guerra, e é um movimento (se o termo cabe) explicitamente orientado à esquerda e de temática antifascista. Seu negócio era produzir bons filmes, questões ideológicas à parte. Efeito Sophia Loren Esse início de anos 50 é importante também do ponto de vista pessoal, pois é quando Carlo Ponti conhece uma beldade de 25 anos num concurso de beleza e se apaixona por ela. Compreensível: basta olhar uma foto de Sophia Loren quando jovem para se ter idéia do efeito que produzia sobre os homens. O produtor começa a pavimentar a carreira da jovem no cinema e ao mesmo tempo inicia um caso com ela. Acontece que Carlo Ponti era casado e não havia divórcio na Itália. Ponti só terminaria a longa luta jurídica para separar-se de sua primeira mulher, Giuliana Fiastri, tendo obtido cidadania francesa e conseguido o divórcio na França, podendo então casar-se com Sophia. Uma longa relação, com dois filhos, Carlo Jr., nascido em 1968, e Edoardo, em 1973. Em sua edição de 1998, o Festival de Veneza resolveu conceder um Leão de Ouro pela carreira a Sophia Loren e a atriz não pôde buscá-lo, pois estava doente. Ponti, então com 87 anos, foi recebê-lo no lugar da mulher e estava tão emocionado que quase não conseguia falar. Estava acompanhado pelos dois filhos, e a família pôde, em seguida, assistir a um dos mais belos filmes de Sophia, também produzido por Ponti, Um Dia Muito Especial, de Ettore Scola, em que a atriz contracena com Marcello Mastroianni numa história ambientada na época do fascismo. Nos anos 1960 e 1970, Ponti inicia uma colaboração mais próxima com Michelangelo Antonioni, do qual produz, além do já citado Blow Up, títulos importantes como Zabriskie Point e Passageiro: Profissão Repórter. Carlo Ponti foi também um produtor premiado e reconhecido nos Estados Unidos, em especial depois que A Estrada da Vida, de Fellini, venceu o Oscar de melhor filme estrangeiro em 1957. Mas a consagração veio mesmo com Doutor Jivago, que comoveu o mundo com a história do médico interpretado por Omar Shariff e seu amor difícil com Julie Christie no tempo da Revolução Russa de 1917. Recebeu nada menos que dez indicações para o Oscar de 1966 e venceu cinco. Há dois anos, o mais conhecido crítico italiano, Tullio Kezich, dedicou um livro a Dino de Laurentiis. Está na hora de Ponti ganhar estudo semelhante. Afinal, um grande produtor também deixa uma obra e marca seu nome na história do cinema. Matéria alterada às 14h10

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