Com baixo orçamento, 'Um Lugar Bem Longe Daqui’ surpreende e conquista bilheterias nos EUA


Sucesso inesperado do melodrama baseado em best-seller transforma a atriz Daisy Edgar-Jones numa potencial candidata ao Oscar 2023

Por Rodrigo Fonseca

Corpo estranho numa temporada dedicada a superproduções da Marvel e animações, onde só astros com a estrada (e o carisma) de um Tom Cruise costumam vencer a concorrência com super-heróis ou com os Minions, Um Lugar Bem Longe Daqui (Where The Crawdads Sing) virou uma exceção a todas as regras e faturou cerca de US$ 100 milhões nas bilheterias. Seu custo, estimado em US$ 24 milhões, não banca campanhas publicitárias de peso, mesmo tendo a atriz Reese Witherspoon como sua produtora. Por isso, sua estreia mundial, que aconteceu nos EUA, no dia 15 de julho, ocorreu sem alarde.

Daisy Edgar-Jones (esq) e David Strathairn no filme 'Um Lugar Bem Longe Daqui'; longa chegou sem muita projeção e tem conquistado o público ao longo das semanas. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

O máximo que teve foi uma passagem hors-concours pelo Festival de Locarno, na Suíça, quase um mês depois. Mas desde que aportou em telas americanas e europeias, o drama dirigido por Olivia Newman - que entra em cartaz aqui dia 1º de setembro - não para de surpreender exibidores. Lota salas mesmo sem estrelas famosas, tendo como único chamariz o romance homônimo do qual é derivado, escrito por Delia Owens. O livro, lançado aqui pela Intrínseca, já vendeu dois milhões de exemplares no exterior, e vê sua popularidade crescer à força do filme. O mesmo pode se dizer sua protagonista, a inglesa Daisy Edgar-Jones, de 24 anos, antes conhecida pela minissérie Normal People, que já vem sendo cotada para o Oscar por sua atuação. O longa de Olivia faz dela uma celebridade.

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“É bom provar para o cinema que existem plateias ainda interessadas em histórias de adulto, diferente da média do que se entende como um padrão de gosto, e se impõe como um estudo de personagem. Melhor ainda é saber que essa trama discute a violência contra as mulheres nesta época de reflexão sobre esse mal”, disse Daisy ao Estadão em Locarno, onde ganhou um prêmio honorário, o Leopard Club, dado a talentos emergentes. “Eu nunca tive um papel de protagonista no cinema, nunca tinha visita visitado um festival e ainda me encaixo dentro da caracterização que o filme de Olivia faz do sotaque americano da Carolina do Norte”. 

Sem fazer alarde, Um Lugar Bem Longe Daqui colou no gosto do público estadunidense e, há quase dois meses, não arreda pé da lista das dez maiores arrecadações daquele país hoje em cartaz. Virou o que a indústria hollywoodiana chama de “sleeper” (“dorminhoco”), êxitos comerciais que ficam semanas (por vezes, meses) a fio em circuito. E tem se destacado a partir de uma conversa com a tradição do melodrama. “Quando falam sobre adaptação literária, as pessoas pensam, em geral, em narrativas muito palavrosas, de muito verbo, e aqui, pelo contrário, a gente se expressa pela empatia, sugerindo em vez de explicar”, diz Daisy.

Taylor John Smith ao lado de Daisy Edgar-Jones; atriz protagoniza o melodrama 'Um Lugar Bem Longe Daqui', adaptação do romance de mesmo título. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.
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Sua personagem é uma jovem catadora de mexilhões, Kya, criada num pântano dos EUA dos anos 1950, por um pai violento cujo cinto marca o rosto de seus filhos e de sua mulher. Ainda menina, Kya é abandonada gradualmente pela mãe e por seus irmãos, até ver o próprio pai sumir no mapa, quando ainda é criança. Com a ajuda de um casal de comerciantes, Mabel (a atriz Michael Hyatt) e Jumpin’ (Sterling Macer Jr.), a garota se vira como pode, solitária, sem saber ler e escrever, educada apenas pela Natureza, em sua relação com conchas. Só tem chance de aprender a ler ao travar uma relação com o filho de um pescador, o futuro biólogo Chase (Taylor John Smith), e criar anticorpos à brutalidade do mundo em sua relação com conchas e seres aquáticos à sua volta. Mas, no momento em que vê sua vida avançar, ao se dedicar ao desenho das tais conchas que coleciona, Kya é acusada de assassinato. Tudo indica que ela matou um bad boy local. E é levada ao tribunal, com fama de monstro, sendo chamada de “A Moça do Brejo”.

“Filmamos numa realidade muito diferente de Londres, em águas com serpentes e crocodilos, que, por um lado assustam, mas, por outro, mostram a força da vida aquática de uma pequena comunidade. É importante o fato de Olivia, na direção, ter trabalhado o entendimento da realidade retratada no livro e explorar a complexidade daquelas pessoas. Eu quero investir em personagens variadas daqui pra frente e não me tipificar num sucesso, nessa figura tímida que é Kya, mas é muito bom entender uma realidade tão distinta da minha”, diz Olivia, que elogia a troca com o veterano astro dos palcos David Strathairn (de Boa Noite, e Boa Sorte), que se destaca no elenco na pele do jurista Tom Milton, o dedicado advogado de defesa de Kya. “Foi um trabalho de muita parceria de toda a equipe, mas foi um aprendizado ver o quanto um ator daquele gabarito consegue ser leve no set, brincando e sorrindo”.

Corpo estranho numa temporada dedicada a superproduções da Marvel e animações, onde só astros com a estrada (e o carisma) de um Tom Cruise costumam vencer a concorrência com super-heróis ou com os Minions, Um Lugar Bem Longe Daqui (Where The Crawdads Sing) virou uma exceção a todas as regras e faturou cerca de US$ 100 milhões nas bilheterias. Seu custo, estimado em US$ 24 milhões, não banca campanhas publicitárias de peso, mesmo tendo a atriz Reese Witherspoon como sua produtora. Por isso, sua estreia mundial, que aconteceu nos EUA, no dia 15 de julho, ocorreu sem alarde.

Daisy Edgar-Jones (esq) e David Strathairn no filme 'Um Lugar Bem Longe Daqui'; longa chegou sem muita projeção e tem conquistado o público ao longo das semanas. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

O máximo que teve foi uma passagem hors-concours pelo Festival de Locarno, na Suíça, quase um mês depois. Mas desde que aportou em telas americanas e europeias, o drama dirigido por Olivia Newman - que entra em cartaz aqui dia 1º de setembro - não para de surpreender exibidores. Lota salas mesmo sem estrelas famosas, tendo como único chamariz o romance homônimo do qual é derivado, escrito por Delia Owens. O livro, lançado aqui pela Intrínseca, já vendeu dois milhões de exemplares no exterior, e vê sua popularidade crescer à força do filme. O mesmo pode se dizer sua protagonista, a inglesa Daisy Edgar-Jones, de 24 anos, antes conhecida pela minissérie Normal People, que já vem sendo cotada para o Oscar por sua atuação. O longa de Olivia faz dela uma celebridade.

“É bom provar para o cinema que existem plateias ainda interessadas em histórias de adulto, diferente da média do que se entende como um padrão de gosto, e se impõe como um estudo de personagem. Melhor ainda é saber que essa trama discute a violência contra as mulheres nesta época de reflexão sobre esse mal”, disse Daisy ao Estadão em Locarno, onde ganhou um prêmio honorário, o Leopard Club, dado a talentos emergentes. “Eu nunca tive um papel de protagonista no cinema, nunca tinha visita visitado um festival e ainda me encaixo dentro da caracterização que o filme de Olivia faz do sotaque americano da Carolina do Norte”. 

Sem fazer alarde, Um Lugar Bem Longe Daqui colou no gosto do público estadunidense e, há quase dois meses, não arreda pé da lista das dez maiores arrecadações daquele país hoje em cartaz. Virou o que a indústria hollywoodiana chama de “sleeper” (“dorminhoco”), êxitos comerciais que ficam semanas (por vezes, meses) a fio em circuito. E tem se destacado a partir de uma conversa com a tradição do melodrama. “Quando falam sobre adaptação literária, as pessoas pensam, em geral, em narrativas muito palavrosas, de muito verbo, e aqui, pelo contrário, a gente se expressa pela empatia, sugerindo em vez de explicar”, diz Daisy.

Taylor John Smith ao lado de Daisy Edgar-Jones; atriz protagoniza o melodrama 'Um Lugar Bem Longe Daqui', adaptação do romance de mesmo título. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

Sua personagem é uma jovem catadora de mexilhões, Kya, criada num pântano dos EUA dos anos 1950, por um pai violento cujo cinto marca o rosto de seus filhos e de sua mulher. Ainda menina, Kya é abandonada gradualmente pela mãe e por seus irmãos, até ver o próprio pai sumir no mapa, quando ainda é criança. Com a ajuda de um casal de comerciantes, Mabel (a atriz Michael Hyatt) e Jumpin’ (Sterling Macer Jr.), a garota se vira como pode, solitária, sem saber ler e escrever, educada apenas pela Natureza, em sua relação com conchas. Só tem chance de aprender a ler ao travar uma relação com o filho de um pescador, o futuro biólogo Chase (Taylor John Smith), e criar anticorpos à brutalidade do mundo em sua relação com conchas e seres aquáticos à sua volta. Mas, no momento em que vê sua vida avançar, ao se dedicar ao desenho das tais conchas que coleciona, Kya é acusada de assassinato. Tudo indica que ela matou um bad boy local. E é levada ao tribunal, com fama de monstro, sendo chamada de “A Moça do Brejo”.

“Filmamos numa realidade muito diferente de Londres, em águas com serpentes e crocodilos, que, por um lado assustam, mas, por outro, mostram a força da vida aquática de uma pequena comunidade. É importante o fato de Olivia, na direção, ter trabalhado o entendimento da realidade retratada no livro e explorar a complexidade daquelas pessoas. Eu quero investir em personagens variadas daqui pra frente e não me tipificar num sucesso, nessa figura tímida que é Kya, mas é muito bom entender uma realidade tão distinta da minha”, diz Olivia, que elogia a troca com o veterano astro dos palcos David Strathairn (de Boa Noite, e Boa Sorte), que se destaca no elenco na pele do jurista Tom Milton, o dedicado advogado de defesa de Kya. “Foi um trabalho de muita parceria de toda a equipe, mas foi um aprendizado ver o quanto um ator daquele gabarito consegue ser leve no set, brincando e sorrindo”.

Corpo estranho numa temporada dedicada a superproduções da Marvel e animações, onde só astros com a estrada (e o carisma) de um Tom Cruise costumam vencer a concorrência com super-heróis ou com os Minions, Um Lugar Bem Longe Daqui (Where The Crawdads Sing) virou uma exceção a todas as regras e faturou cerca de US$ 100 milhões nas bilheterias. Seu custo, estimado em US$ 24 milhões, não banca campanhas publicitárias de peso, mesmo tendo a atriz Reese Witherspoon como sua produtora. Por isso, sua estreia mundial, que aconteceu nos EUA, no dia 15 de julho, ocorreu sem alarde.

Daisy Edgar-Jones (esq) e David Strathairn no filme 'Um Lugar Bem Longe Daqui'; longa chegou sem muita projeção e tem conquistado o público ao longo das semanas. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

O máximo que teve foi uma passagem hors-concours pelo Festival de Locarno, na Suíça, quase um mês depois. Mas desde que aportou em telas americanas e europeias, o drama dirigido por Olivia Newman - que entra em cartaz aqui dia 1º de setembro - não para de surpreender exibidores. Lota salas mesmo sem estrelas famosas, tendo como único chamariz o romance homônimo do qual é derivado, escrito por Delia Owens. O livro, lançado aqui pela Intrínseca, já vendeu dois milhões de exemplares no exterior, e vê sua popularidade crescer à força do filme. O mesmo pode se dizer sua protagonista, a inglesa Daisy Edgar-Jones, de 24 anos, antes conhecida pela minissérie Normal People, que já vem sendo cotada para o Oscar por sua atuação. O longa de Olivia faz dela uma celebridade.

“É bom provar para o cinema que existem plateias ainda interessadas em histórias de adulto, diferente da média do que se entende como um padrão de gosto, e se impõe como um estudo de personagem. Melhor ainda é saber que essa trama discute a violência contra as mulheres nesta época de reflexão sobre esse mal”, disse Daisy ao Estadão em Locarno, onde ganhou um prêmio honorário, o Leopard Club, dado a talentos emergentes. “Eu nunca tive um papel de protagonista no cinema, nunca tinha visita visitado um festival e ainda me encaixo dentro da caracterização que o filme de Olivia faz do sotaque americano da Carolina do Norte”. 

Sem fazer alarde, Um Lugar Bem Longe Daqui colou no gosto do público estadunidense e, há quase dois meses, não arreda pé da lista das dez maiores arrecadações daquele país hoje em cartaz. Virou o que a indústria hollywoodiana chama de “sleeper” (“dorminhoco”), êxitos comerciais que ficam semanas (por vezes, meses) a fio em circuito. E tem se destacado a partir de uma conversa com a tradição do melodrama. “Quando falam sobre adaptação literária, as pessoas pensam, em geral, em narrativas muito palavrosas, de muito verbo, e aqui, pelo contrário, a gente se expressa pela empatia, sugerindo em vez de explicar”, diz Daisy.

Taylor John Smith ao lado de Daisy Edgar-Jones; atriz protagoniza o melodrama 'Um Lugar Bem Longe Daqui', adaptação do romance de mesmo título. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

Sua personagem é uma jovem catadora de mexilhões, Kya, criada num pântano dos EUA dos anos 1950, por um pai violento cujo cinto marca o rosto de seus filhos e de sua mulher. Ainda menina, Kya é abandonada gradualmente pela mãe e por seus irmãos, até ver o próprio pai sumir no mapa, quando ainda é criança. Com a ajuda de um casal de comerciantes, Mabel (a atriz Michael Hyatt) e Jumpin’ (Sterling Macer Jr.), a garota se vira como pode, solitária, sem saber ler e escrever, educada apenas pela Natureza, em sua relação com conchas. Só tem chance de aprender a ler ao travar uma relação com o filho de um pescador, o futuro biólogo Chase (Taylor John Smith), e criar anticorpos à brutalidade do mundo em sua relação com conchas e seres aquáticos à sua volta. Mas, no momento em que vê sua vida avançar, ao se dedicar ao desenho das tais conchas que coleciona, Kya é acusada de assassinato. Tudo indica que ela matou um bad boy local. E é levada ao tribunal, com fama de monstro, sendo chamada de “A Moça do Brejo”.

“Filmamos numa realidade muito diferente de Londres, em águas com serpentes e crocodilos, que, por um lado assustam, mas, por outro, mostram a força da vida aquática de uma pequena comunidade. É importante o fato de Olivia, na direção, ter trabalhado o entendimento da realidade retratada no livro e explorar a complexidade daquelas pessoas. Eu quero investir em personagens variadas daqui pra frente e não me tipificar num sucesso, nessa figura tímida que é Kya, mas é muito bom entender uma realidade tão distinta da minha”, diz Olivia, que elogia a troca com o veterano astro dos palcos David Strathairn (de Boa Noite, e Boa Sorte), que se destaca no elenco na pele do jurista Tom Milton, o dedicado advogado de defesa de Kya. “Foi um trabalho de muita parceria de toda a equipe, mas foi um aprendizado ver o quanto um ator daquele gabarito consegue ser leve no set, brincando e sorrindo”.

Corpo estranho numa temporada dedicada a superproduções da Marvel e animações, onde só astros com a estrada (e o carisma) de um Tom Cruise costumam vencer a concorrência com super-heróis ou com os Minions, Um Lugar Bem Longe Daqui (Where The Crawdads Sing) virou uma exceção a todas as regras e faturou cerca de US$ 100 milhões nas bilheterias. Seu custo, estimado em US$ 24 milhões, não banca campanhas publicitárias de peso, mesmo tendo a atriz Reese Witherspoon como sua produtora. Por isso, sua estreia mundial, que aconteceu nos EUA, no dia 15 de julho, ocorreu sem alarde.

Daisy Edgar-Jones (esq) e David Strathairn no filme 'Um Lugar Bem Longe Daqui'; longa chegou sem muita projeção e tem conquistado o público ao longo das semanas. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

O máximo que teve foi uma passagem hors-concours pelo Festival de Locarno, na Suíça, quase um mês depois. Mas desde que aportou em telas americanas e europeias, o drama dirigido por Olivia Newman - que entra em cartaz aqui dia 1º de setembro - não para de surpreender exibidores. Lota salas mesmo sem estrelas famosas, tendo como único chamariz o romance homônimo do qual é derivado, escrito por Delia Owens. O livro, lançado aqui pela Intrínseca, já vendeu dois milhões de exemplares no exterior, e vê sua popularidade crescer à força do filme. O mesmo pode se dizer sua protagonista, a inglesa Daisy Edgar-Jones, de 24 anos, antes conhecida pela minissérie Normal People, que já vem sendo cotada para o Oscar por sua atuação. O longa de Olivia faz dela uma celebridade.

“É bom provar para o cinema que existem plateias ainda interessadas em histórias de adulto, diferente da média do que se entende como um padrão de gosto, e se impõe como um estudo de personagem. Melhor ainda é saber que essa trama discute a violência contra as mulheres nesta época de reflexão sobre esse mal”, disse Daisy ao Estadão em Locarno, onde ganhou um prêmio honorário, o Leopard Club, dado a talentos emergentes. “Eu nunca tive um papel de protagonista no cinema, nunca tinha visita visitado um festival e ainda me encaixo dentro da caracterização que o filme de Olivia faz do sotaque americano da Carolina do Norte”. 

Sem fazer alarde, Um Lugar Bem Longe Daqui colou no gosto do público estadunidense e, há quase dois meses, não arreda pé da lista das dez maiores arrecadações daquele país hoje em cartaz. Virou o que a indústria hollywoodiana chama de “sleeper” (“dorminhoco”), êxitos comerciais que ficam semanas (por vezes, meses) a fio em circuito. E tem se destacado a partir de uma conversa com a tradição do melodrama. “Quando falam sobre adaptação literária, as pessoas pensam, em geral, em narrativas muito palavrosas, de muito verbo, e aqui, pelo contrário, a gente se expressa pela empatia, sugerindo em vez de explicar”, diz Daisy.

Taylor John Smith ao lado de Daisy Edgar-Jones; atriz protagoniza o melodrama 'Um Lugar Bem Longe Daqui', adaptação do romance de mesmo título. Foto: Michele K. Short/Sony Pictures.

Sua personagem é uma jovem catadora de mexilhões, Kya, criada num pântano dos EUA dos anos 1950, por um pai violento cujo cinto marca o rosto de seus filhos e de sua mulher. Ainda menina, Kya é abandonada gradualmente pela mãe e por seus irmãos, até ver o próprio pai sumir no mapa, quando ainda é criança. Com a ajuda de um casal de comerciantes, Mabel (a atriz Michael Hyatt) e Jumpin’ (Sterling Macer Jr.), a garota se vira como pode, solitária, sem saber ler e escrever, educada apenas pela Natureza, em sua relação com conchas. Só tem chance de aprender a ler ao travar uma relação com o filho de um pescador, o futuro biólogo Chase (Taylor John Smith), e criar anticorpos à brutalidade do mundo em sua relação com conchas e seres aquáticos à sua volta. Mas, no momento em que vê sua vida avançar, ao se dedicar ao desenho das tais conchas que coleciona, Kya é acusada de assassinato. Tudo indica que ela matou um bad boy local. E é levada ao tribunal, com fama de monstro, sendo chamada de “A Moça do Brejo”.

“Filmamos numa realidade muito diferente de Londres, em águas com serpentes e crocodilos, que, por um lado assustam, mas, por outro, mostram a força da vida aquática de uma pequena comunidade. É importante o fato de Olivia, na direção, ter trabalhado o entendimento da realidade retratada no livro e explorar a complexidade daquelas pessoas. Eu quero investir em personagens variadas daqui pra frente e não me tipificar num sucesso, nessa figura tímida que é Kya, mas é muito bom entender uma realidade tão distinta da minha”, diz Olivia, que elogia a troca com o veterano astro dos palcos David Strathairn (de Boa Noite, e Boa Sorte), que se destaca no elenco na pele do jurista Tom Milton, o dedicado advogado de defesa de Kya. “Foi um trabalho de muita parceria de toda a equipe, mas foi um aprendizado ver o quanto um ator daquele gabarito consegue ser leve no set, brincando e sorrindo”.

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