Apertem os cintos, o público da comédia brasileira sumiu... Mas novos filmes buscam retorno; conheça


‘O Porteiro’ e ‘TPM! Meu Amor’ tentam alcançar um público que antes era abundante e parece não ter voltado aos cinemas

Por Matheus Mans

Só no último fim de semana, duas comédias brasileiras chegaram às salas de cinema. A primeira é O Porteiro, comédia ingênua e despretensiosa que é inspirada na peça homônima e que já atraiu mais de 100 mil pessoas aos teatros. A outra é a TPM! Meu Amor, que reflete sobre os estereótipos que acompanham a mulher na tensão pré-menstrual.

Esse lançamento simultâneo, em 31 de agosto, que poderia parecer despropositado por brigar por um mesmo espaço, tem motivo: as comédias nacionais estão lutando para retornar ao protagonismo. Antes da pandemia, afinal, filmes de comédia enchiam as salas de cinema.

Minha Mãe é uma Peça, Minha Vida em Marte, De Pernas pro Ar e outras franquias eram quase uma garantia de salas lotadas. De lá pra cá, duas coisas mudaram. Primeiramente, chegou a pandemia e o hábito de consumir filmes mudou, com mais pessoas se voltando para o streaming. Em um segundo momento, também a partir de 2020, acabou a chamada “cota de tela”, aquele espaço na programação garantido para exibição do cinema nacional.

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Com isso, os filmes de agora precisam competir com as produções dos Estados Unidos – com grande diferença entre orçamentos de marketing e divulgação. A aposta dos diretores, produtores e distribuidoras é o boca a boca. “Agora é torcer para as pessoas irem ao cinema. Meu medo com O Porteiro é a primeira galera que vai. Eles precisam ir. Se for, confio no boca a boca”, explica Paulo Fontenelle, diretor da comédia. “O que a gente reza é que tenha esse primeiro público”.

Comédia para unir…

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Enquanto torcem para as pessoas saírem de suas casas e comprarem um ingresso nos cinemas para assistirem aos seus filmes, os diretores e roteiristas possuem uma aposta em comum para os dois filmes: falar de assuntos específicos, mas buscando o grande público.

O Porteiro, por exemplo, acompanha um dia na vida Waldisney (Alexandre Lino), o porteiro de um prédio que passa por poucas e boas ao longo de um dia – precisa ajudar uma senhora a dar remédio para os cachorros, lidar com o vizinho que não toma banho e por aí vai. Ele toca fundo no coração daqueles que se identificam com uma família também de origem simples, como é a do protagonista, mas tenta unir várias tribos ao redor dessa figura que está no dia a dia de milhões de pessoas. “Dá até pra assistir com a vó”, resume Paulo.

Alexandre Lino interpreta Waldisney na nova comédia brasileira ‘O Porteiro’ Foto: Reprodução de Vídeo/Imagem Filmes
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TPM! Meu Amor, enquanto isso, tem um tema bastante feminino: os efeitos da tensão pré-menstrual na vida de Monique (Paloma Bernardi), que precisa lidar com coisas nada agradáveis enquanto passa por esse período natural de mais irritação e estresse.

Para a roteirista do longa, Jacqueline Vargas (Sessão de Terapia), é um filme que fala sobre a mulher, mas que faz sentido para a família toda. “Tem um apelo para o público masculino e para a família no geral”, diz Jacqueline. “A TPM afeta a família inteira. A mulher dentro da casa, afeta todo o ambiente familiar. É interessante que todos que convivem vejam isso”.

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Ou seja: enquanto a comédia nacional sofre para decolar de novo, a produção dos filmes tenta mostrar o caminho de ir ao cinema com mais pessoas. É a comédia como caminho de união (e retomada das salas). “O humor é uma característica nossa, do povo brasileiro. Quando falamos de comédia, é aí que o povo se encontra. É aí que o cinema, quando está nessa oscilação pedindo socorro, entrega a alegria, que é aquilo que as pessoas mais precisam neste momento”, diz Alexandre Lino, o protagonista de O Porteiro, ao Estadão.

…e para fazer pensar

Outro ponto em comum nos dois filmes que estreiam nesta quinta-feira é a tentativa de fazer com que a comédia vá além do riso, apresentando algo a mais e fazendo pensar.

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Por mais simples e ingênuo que seja, com traços até de Mr. Bean e Chaves, O Porteiro traz isso com o simples ato de colocar um porteiro como protagonista – esse personagem que, em filmes, séries e novelas, geralmente não passa de figurante ou coadjuvante com uma ou duas falas.

TPM! Meu Amor tem outra pegada: é mais rápido nas tiradas e tenta mostrar que não há problema em se falar de menstruação. “O humor é sempre uma rasteira”, diz a diretora Eliana Fonseca, sobre o papel do riso no cinema hoje. “E o filme dá essa rasteira com uma caminha acolchoada para o cara cair e sacar coisas que já deveria ter sacado”.

Paloma Bernardi é Monique em 'TPM! Meu Amor', filme brasileiro em cartaz nos cinemas Foto: Reprodução de Vídeo/Moonshot Pictures
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O filme pode querer unir, fazer pensar ou ser apenas uma comédia boba e despretensiosa para assistir no final de semana. De qualquer forma, O Porteiro e TPM! Meu Amor tentam não deixar esse gênero tão importante para o cinema brasileiro em segundo plano.

Maurício Manfrini, conhecido pelo personagem Paulinho Gogó e que também está em O Porteiro, é quem dá o recado final – e resume a torcida da turma do humor para que, enfim, a comédia nacional volte aos trilhos. “Fazer rir e dar risada facilita a vida da gente”, diz ele. “Comédia é remédio pra alma, pro corpo. Vivo de humor há tempos e eu sou feliz por causa do humor. Espero de verdade que o público volte a assistir filmes de comédia nos cinemas de novo, como sempre. Acredito de verdade que é a solução de muitos problemas”.

Só no último fim de semana, duas comédias brasileiras chegaram às salas de cinema. A primeira é O Porteiro, comédia ingênua e despretensiosa que é inspirada na peça homônima e que já atraiu mais de 100 mil pessoas aos teatros. A outra é a TPM! Meu Amor, que reflete sobre os estereótipos que acompanham a mulher na tensão pré-menstrual.

Esse lançamento simultâneo, em 31 de agosto, que poderia parecer despropositado por brigar por um mesmo espaço, tem motivo: as comédias nacionais estão lutando para retornar ao protagonismo. Antes da pandemia, afinal, filmes de comédia enchiam as salas de cinema.

Minha Mãe é uma Peça, Minha Vida em Marte, De Pernas pro Ar e outras franquias eram quase uma garantia de salas lotadas. De lá pra cá, duas coisas mudaram. Primeiramente, chegou a pandemia e o hábito de consumir filmes mudou, com mais pessoas se voltando para o streaming. Em um segundo momento, também a partir de 2020, acabou a chamada “cota de tela”, aquele espaço na programação garantido para exibição do cinema nacional.

Com isso, os filmes de agora precisam competir com as produções dos Estados Unidos – com grande diferença entre orçamentos de marketing e divulgação. A aposta dos diretores, produtores e distribuidoras é o boca a boca. “Agora é torcer para as pessoas irem ao cinema. Meu medo com O Porteiro é a primeira galera que vai. Eles precisam ir. Se for, confio no boca a boca”, explica Paulo Fontenelle, diretor da comédia. “O que a gente reza é que tenha esse primeiro público”.

Comédia para unir…

Enquanto torcem para as pessoas saírem de suas casas e comprarem um ingresso nos cinemas para assistirem aos seus filmes, os diretores e roteiristas possuem uma aposta em comum para os dois filmes: falar de assuntos específicos, mas buscando o grande público.

O Porteiro, por exemplo, acompanha um dia na vida Waldisney (Alexandre Lino), o porteiro de um prédio que passa por poucas e boas ao longo de um dia – precisa ajudar uma senhora a dar remédio para os cachorros, lidar com o vizinho que não toma banho e por aí vai. Ele toca fundo no coração daqueles que se identificam com uma família também de origem simples, como é a do protagonista, mas tenta unir várias tribos ao redor dessa figura que está no dia a dia de milhões de pessoas. “Dá até pra assistir com a vó”, resume Paulo.

Alexandre Lino interpreta Waldisney na nova comédia brasileira ‘O Porteiro’ Foto: Reprodução de Vídeo/Imagem Filmes

TPM! Meu Amor, enquanto isso, tem um tema bastante feminino: os efeitos da tensão pré-menstrual na vida de Monique (Paloma Bernardi), que precisa lidar com coisas nada agradáveis enquanto passa por esse período natural de mais irritação e estresse.

Para a roteirista do longa, Jacqueline Vargas (Sessão de Terapia), é um filme que fala sobre a mulher, mas que faz sentido para a família toda. “Tem um apelo para o público masculino e para a família no geral”, diz Jacqueline. “A TPM afeta a família inteira. A mulher dentro da casa, afeta todo o ambiente familiar. É interessante que todos que convivem vejam isso”.

Ou seja: enquanto a comédia nacional sofre para decolar de novo, a produção dos filmes tenta mostrar o caminho de ir ao cinema com mais pessoas. É a comédia como caminho de união (e retomada das salas). “O humor é uma característica nossa, do povo brasileiro. Quando falamos de comédia, é aí que o povo se encontra. É aí que o cinema, quando está nessa oscilação pedindo socorro, entrega a alegria, que é aquilo que as pessoas mais precisam neste momento”, diz Alexandre Lino, o protagonista de O Porteiro, ao Estadão.

…e para fazer pensar

Outro ponto em comum nos dois filmes que estreiam nesta quinta-feira é a tentativa de fazer com que a comédia vá além do riso, apresentando algo a mais e fazendo pensar.

Por mais simples e ingênuo que seja, com traços até de Mr. Bean e Chaves, O Porteiro traz isso com o simples ato de colocar um porteiro como protagonista – esse personagem que, em filmes, séries e novelas, geralmente não passa de figurante ou coadjuvante com uma ou duas falas.

TPM! Meu Amor tem outra pegada: é mais rápido nas tiradas e tenta mostrar que não há problema em se falar de menstruação. “O humor é sempre uma rasteira”, diz a diretora Eliana Fonseca, sobre o papel do riso no cinema hoje. “E o filme dá essa rasteira com uma caminha acolchoada para o cara cair e sacar coisas que já deveria ter sacado”.

Paloma Bernardi é Monique em 'TPM! Meu Amor', filme brasileiro em cartaz nos cinemas Foto: Reprodução de Vídeo/Moonshot Pictures

O filme pode querer unir, fazer pensar ou ser apenas uma comédia boba e despretensiosa para assistir no final de semana. De qualquer forma, O Porteiro e TPM! Meu Amor tentam não deixar esse gênero tão importante para o cinema brasileiro em segundo plano.

Maurício Manfrini, conhecido pelo personagem Paulinho Gogó e que também está em O Porteiro, é quem dá o recado final – e resume a torcida da turma do humor para que, enfim, a comédia nacional volte aos trilhos. “Fazer rir e dar risada facilita a vida da gente”, diz ele. “Comédia é remédio pra alma, pro corpo. Vivo de humor há tempos e eu sou feliz por causa do humor. Espero de verdade que o público volte a assistir filmes de comédia nos cinemas de novo, como sempre. Acredito de verdade que é a solução de muitos problemas”.

Só no último fim de semana, duas comédias brasileiras chegaram às salas de cinema. A primeira é O Porteiro, comédia ingênua e despretensiosa que é inspirada na peça homônima e que já atraiu mais de 100 mil pessoas aos teatros. A outra é a TPM! Meu Amor, que reflete sobre os estereótipos que acompanham a mulher na tensão pré-menstrual.

Esse lançamento simultâneo, em 31 de agosto, que poderia parecer despropositado por brigar por um mesmo espaço, tem motivo: as comédias nacionais estão lutando para retornar ao protagonismo. Antes da pandemia, afinal, filmes de comédia enchiam as salas de cinema.

Minha Mãe é uma Peça, Minha Vida em Marte, De Pernas pro Ar e outras franquias eram quase uma garantia de salas lotadas. De lá pra cá, duas coisas mudaram. Primeiramente, chegou a pandemia e o hábito de consumir filmes mudou, com mais pessoas se voltando para o streaming. Em um segundo momento, também a partir de 2020, acabou a chamada “cota de tela”, aquele espaço na programação garantido para exibição do cinema nacional.

Com isso, os filmes de agora precisam competir com as produções dos Estados Unidos – com grande diferença entre orçamentos de marketing e divulgação. A aposta dos diretores, produtores e distribuidoras é o boca a boca. “Agora é torcer para as pessoas irem ao cinema. Meu medo com O Porteiro é a primeira galera que vai. Eles precisam ir. Se for, confio no boca a boca”, explica Paulo Fontenelle, diretor da comédia. “O que a gente reza é que tenha esse primeiro público”.

Comédia para unir…

Enquanto torcem para as pessoas saírem de suas casas e comprarem um ingresso nos cinemas para assistirem aos seus filmes, os diretores e roteiristas possuem uma aposta em comum para os dois filmes: falar de assuntos específicos, mas buscando o grande público.

O Porteiro, por exemplo, acompanha um dia na vida Waldisney (Alexandre Lino), o porteiro de um prédio que passa por poucas e boas ao longo de um dia – precisa ajudar uma senhora a dar remédio para os cachorros, lidar com o vizinho que não toma banho e por aí vai. Ele toca fundo no coração daqueles que se identificam com uma família também de origem simples, como é a do protagonista, mas tenta unir várias tribos ao redor dessa figura que está no dia a dia de milhões de pessoas. “Dá até pra assistir com a vó”, resume Paulo.

Alexandre Lino interpreta Waldisney na nova comédia brasileira ‘O Porteiro’ Foto: Reprodução de Vídeo/Imagem Filmes

TPM! Meu Amor, enquanto isso, tem um tema bastante feminino: os efeitos da tensão pré-menstrual na vida de Monique (Paloma Bernardi), que precisa lidar com coisas nada agradáveis enquanto passa por esse período natural de mais irritação e estresse.

Para a roteirista do longa, Jacqueline Vargas (Sessão de Terapia), é um filme que fala sobre a mulher, mas que faz sentido para a família toda. “Tem um apelo para o público masculino e para a família no geral”, diz Jacqueline. “A TPM afeta a família inteira. A mulher dentro da casa, afeta todo o ambiente familiar. É interessante que todos que convivem vejam isso”.

Ou seja: enquanto a comédia nacional sofre para decolar de novo, a produção dos filmes tenta mostrar o caminho de ir ao cinema com mais pessoas. É a comédia como caminho de união (e retomada das salas). “O humor é uma característica nossa, do povo brasileiro. Quando falamos de comédia, é aí que o povo se encontra. É aí que o cinema, quando está nessa oscilação pedindo socorro, entrega a alegria, que é aquilo que as pessoas mais precisam neste momento”, diz Alexandre Lino, o protagonista de O Porteiro, ao Estadão.

…e para fazer pensar

Outro ponto em comum nos dois filmes que estreiam nesta quinta-feira é a tentativa de fazer com que a comédia vá além do riso, apresentando algo a mais e fazendo pensar.

Por mais simples e ingênuo que seja, com traços até de Mr. Bean e Chaves, O Porteiro traz isso com o simples ato de colocar um porteiro como protagonista – esse personagem que, em filmes, séries e novelas, geralmente não passa de figurante ou coadjuvante com uma ou duas falas.

TPM! Meu Amor tem outra pegada: é mais rápido nas tiradas e tenta mostrar que não há problema em se falar de menstruação. “O humor é sempre uma rasteira”, diz a diretora Eliana Fonseca, sobre o papel do riso no cinema hoje. “E o filme dá essa rasteira com uma caminha acolchoada para o cara cair e sacar coisas que já deveria ter sacado”.

Paloma Bernardi é Monique em 'TPM! Meu Amor', filme brasileiro em cartaz nos cinemas Foto: Reprodução de Vídeo/Moonshot Pictures

O filme pode querer unir, fazer pensar ou ser apenas uma comédia boba e despretensiosa para assistir no final de semana. De qualquer forma, O Porteiro e TPM! Meu Amor tentam não deixar esse gênero tão importante para o cinema brasileiro em segundo plano.

Maurício Manfrini, conhecido pelo personagem Paulinho Gogó e que também está em O Porteiro, é quem dá o recado final – e resume a torcida da turma do humor para que, enfim, a comédia nacional volte aos trilhos. “Fazer rir e dar risada facilita a vida da gente”, diz ele. “Comédia é remédio pra alma, pro corpo. Vivo de humor há tempos e eu sou feliz por causa do humor. Espero de verdade que o público volte a assistir filmes de comédia nos cinemas de novo, como sempre. Acredito de verdade que é a solução de muitos problemas”.

Só no último fim de semana, duas comédias brasileiras chegaram às salas de cinema. A primeira é O Porteiro, comédia ingênua e despretensiosa que é inspirada na peça homônima e que já atraiu mais de 100 mil pessoas aos teatros. A outra é a TPM! Meu Amor, que reflete sobre os estereótipos que acompanham a mulher na tensão pré-menstrual.

Esse lançamento simultâneo, em 31 de agosto, que poderia parecer despropositado por brigar por um mesmo espaço, tem motivo: as comédias nacionais estão lutando para retornar ao protagonismo. Antes da pandemia, afinal, filmes de comédia enchiam as salas de cinema.

Minha Mãe é uma Peça, Minha Vida em Marte, De Pernas pro Ar e outras franquias eram quase uma garantia de salas lotadas. De lá pra cá, duas coisas mudaram. Primeiramente, chegou a pandemia e o hábito de consumir filmes mudou, com mais pessoas se voltando para o streaming. Em um segundo momento, também a partir de 2020, acabou a chamada “cota de tela”, aquele espaço na programação garantido para exibição do cinema nacional.

Com isso, os filmes de agora precisam competir com as produções dos Estados Unidos – com grande diferença entre orçamentos de marketing e divulgação. A aposta dos diretores, produtores e distribuidoras é o boca a boca. “Agora é torcer para as pessoas irem ao cinema. Meu medo com O Porteiro é a primeira galera que vai. Eles precisam ir. Se for, confio no boca a boca”, explica Paulo Fontenelle, diretor da comédia. “O que a gente reza é que tenha esse primeiro público”.

Comédia para unir…

Enquanto torcem para as pessoas saírem de suas casas e comprarem um ingresso nos cinemas para assistirem aos seus filmes, os diretores e roteiristas possuem uma aposta em comum para os dois filmes: falar de assuntos específicos, mas buscando o grande público.

O Porteiro, por exemplo, acompanha um dia na vida Waldisney (Alexandre Lino), o porteiro de um prédio que passa por poucas e boas ao longo de um dia – precisa ajudar uma senhora a dar remédio para os cachorros, lidar com o vizinho que não toma banho e por aí vai. Ele toca fundo no coração daqueles que se identificam com uma família também de origem simples, como é a do protagonista, mas tenta unir várias tribos ao redor dessa figura que está no dia a dia de milhões de pessoas. “Dá até pra assistir com a vó”, resume Paulo.

Alexandre Lino interpreta Waldisney na nova comédia brasileira ‘O Porteiro’ Foto: Reprodução de Vídeo/Imagem Filmes

TPM! Meu Amor, enquanto isso, tem um tema bastante feminino: os efeitos da tensão pré-menstrual na vida de Monique (Paloma Bernardi), que precisa lidar com coisas nada agradáveis enquanto passa por esse período natural de mais irritação e estresse.

Para a roteirista do longa, Jacqueline Vargas (Sessão de Terapia), é um filme que fala sobre a mulher, mas que faz sentido para a família toda. “Tem um apelo para o público masculino e para a família no geral”, diz Jacqueline. “A TPM afeta a família inteira. A mulher dentro da casa, afeta todo o ambiente familiar. É interessante que todos que convivem vejam isso”.

Ou seja: enquanto a comédia nacional sofre para decolar de novo, a produção dos filmes tenta mostrar o caminho de ir ao cinema com mais pessoas. É a comédia como caminho de união (e retomada das salas). “O humor é uma característica nossa, do povo brasileiro. Quando falamos de comédia, é aí que o povo se encontra. É aí que o cinema, quando está nessa oscilação pedindo socorro, entrega a alegria, que é aquilo que as pessoas mais precisam neste momento”, diz Alexandre Lino, o protagonista de O Porteiro, ao Estadão.

…e para fazer pensar

Outro ponto em comum nos dois filmes que estreiam nesta quinta-feira é a tentativa de fazer com que a comédia vá além do riso, apresentando algo a mais e fazendo pensar.

Por mais simples e ingênuo que seja, com traços até de Mr. Bean e Chaves, O Porteiro traz isso com o simples ato de colocar um porteiro como protagonista – esse personagem que, em filmes, séries e novelas, geralmente não passa de figurante ou coadjuvante com uma ou duas falas.

TPM! Meu Amor tem outra pegada: é mais rápido nas tiradas e tenta mostrar que não há problema em se falar de menstruação. “O humor é sempre uma rasteira”, diz a diretora Eliana Fonseca, sobre o papel do riso no cinema hoje. “E o filme dá essa rasteira com uma caminha acolchoada para o cara cair e sacar coisas que já deveria ter sacado”.

Paloma Bernardi é Monique em 'TPM! Meu Amor', filme brasileiro em cartaz nos cinemas Foto: Reprodução de Vídeo/Moonshot Pictures

O filme pode querer unir, fazer pensar ou ser apenas uma comédia boba e despretensiosa para assistir no final de semana. De qualquer forma, O Porteiro e TPM! Meu Amor tentam não deixar esse gênero tão importante para o cinema brasileiro em segundo plano.

Maurício Manfrini, conhecido pelo personagem Paulinho Gogó e que também está em O Porteiro, é quem dá o recado final – e resume a torcida da turma do humor para que, enfim, a comédia nacional volte aos trilhos. “Fazer rir e dar risada facilita a vida da gente”, diz ele. “Comédia é remédio pra alma, pro corpo. Vivo de humor há tempos e eu sou feliz por causa do humor. Espero de verdade que o público volte a assistir filmes de comédia nos cinemas de novo, como sempre. Acredito de verdade que é a solução de muitos problemas”.

Só no último fim de semana, duas comédias brasileiras chegaram às salas de cinema. A primeira é O Porteiro, comédia ingênua e despretensiosa que é inspirada na peça homônima e que já atraiu mais de 100 mil pessoas aos teatros. A outra é a TPM! Meu Amor, que reflete sobre os estereótipos que acompanham a mulher na tensão pré-menstrual.

Esse lançamento simultâneo, em 31 de agosto, que poderia parecer despropositado por brigar por um mesmo espaço, tem motivo: as comédias nacionais estão lutando para retornar ao protagonismo. Antes da pandemia, afinal, filmes de comédia enchiam as salas de cinema.

Minha Mãe é uma Peça, Minha Vida em Marte, De Pernas pro Ar e outras franquias eram quase uma garantia de salas lotadas. De lá pra cá, duas coisas mudaram. Primeiramente, chegou a pandemia e o hábito de consumir filmes mudou, com mais pessoas se voltando para o streaming. Em um segundo momento, também a partir de 2020, acabou a chamada “cota de tela”, aquele espaço na programação garantido para exibição do cinema nacional.

Com isso, os filmes de agora precisam competir com as produções dos Estados Unidos – com grande diferença entre orçamentos de marketing e divulgação. A aposta dos diretores, produtores e distribuidoras é o boca a boca. “Agora é torcer para as pessoas irem ao cinema. Meu medo com O Porteiro é a primeira galera que vai. Eles precisam ir. Se for, confio no boca a boca”, explica Paulo Fontenelle, diretor da comédia. “O que a gente reza é que tenha esse primeiro público”.

Comédia para unir…

Enquanto torcem para as pessoas saírem de suas casas e comprarem um ingresso nos cinemas para assistirem aos seus filmes, os diretores e roteiristas possuem uma aposta em comum para os dois filmes: falar de assuntos específicos, mas buscando o grande público.

O Porteiro, por exemplo, acompanha um dia na vida Waldisney (Alexandre Lino), o porteiro de um prédio que passa por poucas e boas ao longo de um dia – precisa ajudar uma senhora a dar remédio para os cachorros, lidar com o vizinho que não toma banho e por aí vai. Ele toca fundo no coração daqueles que se identificam com uma família também de origem simples, como é a do protagonista, mas tenta unir várias tribos ao redor dessa figura que está no dia a dia de milhões de pessoas. “Dá até pra assistir com a vó”, resume Paulo.

Alexandre Lino interpreta Waldisney na nova comédia brasileira ‘O Porteiro’ Foto: Reprodução de Vídeo/Imagem Filmes

TPM! Meu Amor, enquanto isso, tem um tema bastante feminino: os efeitos da tensão pré-menstrual na vida de Monique (Paloma Bernardi), que precisa lidar com coisas nada agradáveis enquanto passa por esse período natural de mais irritação e estresse.

Para a roteirista do longa, Jacqueline Vargas (Sessão de Terapia), é um filme que fala sobre a mulher, mas que faz sentido para a família toda. “Tem um apelo para o público masculino e para a família no geral”, diz Jacqueline. “A TPM afeta a família inteira. A mulher dentro da casa, afeta todo o ambiente familiar. É interessante que todos que convivem vejam isso”.

Ou seja: enquanto a comédia nacional sofre para decolar de novo, a produção dos filmes tenta mostrar o caminho de ir ao cinema com mais pessoas. É a comédia como caminho de união (e retomada das salas). “O humor é uma característica nossa, do povo brasileiro. Quando falamos de comédia, é aí que o povo se encontra. É aí que o cinema, quando está nessa oscilação pedindo socorro, entrega a alegria, que é aquilo que as pessoas mais precisam neste momento”, diz Alexandre Lino, o protagonista de O Porteiro, ao Estadão.

…e para fazer pensar

Outro ponto em comum nos dois filmes que estreiam nesta quinta-feira é a tentativa de fazer com que a comédia vá além do riso, apresentando algo a mais e fazendo pensar.

Por mais simples e ingênuo que seja, com traços até de Mr. Bean e Chaves, O Porteiro traz isso com o simples ato de colocar um porteiro como protagonista – esse personagem que, em filmes, séries e novelas, geralmente não passa de figurante ou coadjuvante com uma ou duas falas.

TPM! Meu Amor tem outra pegada: é mais rápido nas tiradas e tenta mostrar que não há problema em se falar de menstruação. “O humor é sempre uma rasteira”, diz a diretora Eliana Fonseca, sobre o papel do riso no cinema hoje. “E o filme dá essa rasteira com uma caminha acolchoada para o cara cair e sacar coisas que já deveria ter sacado”.

Paloma Bernardi é Monique em 'TPM! Meu Amor', filme brasileiro em cartaz nos cinemas Foto: Reprodução de Vídeo/Moonshot Pictures

O filme pode querer unir, fazer pensar ou ser apenas uma comédia boba e despretensiosa para assistir no final de semana. De qualquer forma, O Porteiro e TPM! Meu Amor tentam não deixar esse gênero tão importante para o cinema brasileiro em segundo plano.

Maurício Manfrini, conhecido pelo personagem Paulinho Gogó e que também está em O Porteiro, é quem dá o recado final – e resume a torcida da turma do humor para que, enfim, a comédia nacional volte aos trilhos. “Fazer rir e dar risada facilita a vida da gente”, diz ele. “Comédia é remédio pra alma, pro corpo. Vivo de humor há tempos e eu sou feliz por causa do humor. Espero de verdade que o público volte a assistir filmes de comédia nos cinemas de novo, como sempre. Acredito de verdade que é a solução de muitos problemas”.

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