Nesta quinta-feira, 4, a Netflix disponibilizou o filme A Sociedade da Neve, escolhido para representar a Espanha na disputa pelo Oscar, em seu catálogo. O longa promete ser um retrato fiel de uma história real: um acidente aéreo na Cordilheira dos Andes que chocou o mundo em 1972.
Naquele ano, o voo 571 da Força Aérea Uruguaia foi fretado para levar um time de rúgbi amador a um jogo em Santiago, no Chile. O avião, porém, sofreu uma queda no Vale das Lágrimas, nos Andes argentinos. Dos 45 passageiros, 29 sobreviveram ao impacto.
Os sobreviventes enfrentariam intermináveis dias de frio e tomaram atitudes extremas para sobreviver. Em certo ponto, tiveram de fazer um acordo para poder consumir a carne dos mortos. Após 72 dias, dois deles conseguiram chegar ao Chile para clamar por ajuda. Apenas 16 foram resgatados com vida no que ficou conhecido como o “milagre dos Andes”.
A história já foi retratada em diversos filmes e documentários, como o mexicano Sobreviventes dos Andes (1976), de René Cardona, e A Sociedade da Neve (2007), do uruguaio Gonzalo Arijón. Mas o longa da Netflix traz novidades para a adaptação: é autorizado pelos sobreviventes e pela família dos que morreram, além de ser falado em espanhol.
A Sociedade da Neve é inspirado em um livro homônimo do jornalista Pablo Vierci, que também atuou como produtor. À AFP, sobreviventes da tragédia elogiaram a fidelidade com que Juan Antonio Bayona, diretor do filme, retratou os fatos.
“Neste longa, as pessoas vão entender o que passamos”, comentou Daniel Fernández Strauch. “Até a sensação de frio volta. É de um realismo total e também é muito bem-feita. A história é bastante dura, mas está muito bem contada”, disse Fernández Strauch.
O longa foi gravado em 141 dias não consecutivos na Espanha, Argentina, Chile e Uruguai. Em setembro do ano passado, o filme teve uma exibição especial em Montevidéu para sobreviventes e familiares das vítimas. A Sociedade da Neve estreou nos cinemas no dia 14 de dezembro.
*Com informações da AFP