'Detroit em Rebelião' explora os conflitos raciais dos anos 1960


Filme da diretora Kathryn Bigelow, de 'Guerra ao Terror', já é belo candidato ao Oscar

Por Luiz Zanin Oricchio

É com extraordinário vigor que Kathryn Bigelow filma os conflitos raciais dos anos 1960 em Detroit em Rebelião. A história é baseada em fatos reais e põe em foco não apenas uma rebelião de rua provocada pela violência policial, como a tortura e o massacre de um grupo de negros e duas mulheres brancas num motel da cidade. 

+ A expectativa que 'Thelma & Louise' criou para as mulheres no cinema se cumpriu?

O tom é de verismo total. A câmera precisa de Bigelow (que já conhecemos de Guerra ao Terror, vencedor do Oscar) principia por registrar os conflitos de rua em tom documental. Não esquece sua origem. A polícia dá uma batida em uma casa noturna e prende de maneira arbitrária alguns frequentadores negros. Os outros se rebelam. Atiçada pela tensão racial da cidade, a violência se espalha como incêndio. O que temos é de fato uma guerra, um lado equipado com armas sofisticadas, o outro, com paus e pedras. 

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Guerra. Belo e duro filme, desde já candidato forte ao Oscar Foto: IMAGEM

Na verdade, Detroit em Rebelião é um tríptico. Num primeiro quadro, a origem dos distúrbios e suas causas. No segundo, o sufocante ambiente fechado onde os rapazes negros e duas mulheres brancas são submetidos a todas as violências e torturas para identificar um suposto atirador lá escondido. No terceiro, um drama de tribunal, no qual os policiais são levados a prestar contas dos seus atos perante juízes e jurados brancos. 

Bigelow alterna seu registro segundo cada qual dos momentos. O dom documental, com câmera na mão frenética, em filmagem “suja”, prevalece no primeiro. No segundo, a opção é pelo espaço fechado, sufocante, cheio de angústia e medo, com tempos mais longos. No terceiro, a câmera se abre e se distancia um pouco, como testemunha do que falará a Justiça sobre tema tão escabroso. 

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O filme é longo (2h23) e sua ambição é grande. O ponto de vista da diretora jamais se esconde – está do lado mais fraco. Em tom de painel amplo, fala não apenas de um incidente trágico de 50 anos atrás (a rebelião se deu em 1967), como indica a permanência do racismo e da injustiça no âmago mesmo de uma sociedade que se proclama aberta, democrática e de igualdade de todos perante a lei. Essas ilusões se desfazem para quem tiver olhos para ver. Belo e duro filme, desde já candidato forte ao Oscar. 

É com extraordinário vigor que Kathryn Bigelow filma os conflitos raciais dos anos 1960 em Detroit em Rebelião. A história é baseada em fatos reais e põe em foco não apenas uma rebelião de rua provocada pela violência policial, como a tortura e o massacre de um grupo de negros e duas mulheres brancas num motel da cidade. 

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O tom é de verismo total. A câmera precisa de Bigelow (que já conhecemos de Guerra ao Terror, vencedor do Oscar) principia por registrar os conflitos de rua em tom documental. Não esquece sua origem. A polícia dá uma batida em uma casa noturna e prende de maneira arbitrária alguns frequentadores negros. Os outros se rebelam. Atiçada pela tensão racial da cidade, a violência se espalha como incêndio. O que temos é de fato uma guerra, um lado equipado com armas sofisticadas, o outro, com paus e pedras. 

Guerra. Belo e duro filme, desde já candidato forte ao Oscar Foto: IMAGEM

Na verdade, Detroit em Rebelião é um tríptico. Num primeiro quadro, a origem dos distúrbios e suas causas. No segundo, o sufocante ambiente fechado onde os rapazes negros e duas mulheres brancas são submetidos a todas as violências e torturas para identificar um suposto atirador lá escondido. No terceiro, um drama de tribunal, no qual os policiais são levados a prestar contas dos seus atos perante juízes e jurados brancos. 

Bigelow alterna seu registro segundo cada qual dos momentos. O dom documental, com câmera na mão frenética, em filmagem “suja”, prevalece no primeiro. No segundo, a opção é pelo espaço fechado, sufocante, cheio de angústia e medo, com tempos mais longos. No terceiro, a câmera se abre e se distancia um pouco, como testemunha do que falará a Justiça sobre tema tão escabroso. 

O filme é longo (2h23) e sua ambição é grande. O ponto de vista da diretora jamais se esconde – está do lado mais fraco. Em tom de painel amplo, fala não apenas de um incidente trágico de 50 anos atrás (a rebelião se deu em 1967), como indica a permanência do racismo e da injustiça no âmago mesmo de uma sociedade que se proclama aberta, democrática e de igualdade de todos perante a lei. Essas ilusões se desfazem para quem tiver olhos para ver. Belo e duro filme, desde já candidato forte ao Oscar. 

É com extraordinário vigor que Kathryn Bigelow filma os conflitos raciais dos anos 1960 em Detroit em Rebelião. A história é baseada em fatos reais e põe em foco não apenas uma rebelião de rua provocada pela violência policial, como a tortura e o massacre de um grupo de negros e duas mulheres brancas num motel da cidade. 

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O tom é de verismo total. A câmera precisa de Bigelow (que já conhecemos de Guerra ao Terror, vencedor do Oscar) principia por registrar os conflitos de rua em tom documental. Não esquece sua origem. A polícia dá uma batida em uma casa noturna e prende de maneira arbitrária alguns frequentadores negros. Os outros se rebelam. Atiçada pela tensão racial da cidade, a violência se espalha como incêndio. O que temos é de fato uma guerra, um lado equipado com armas sofisticadas, o outro, com paus e pedras. 

Guerra. Belo e duro filme, desde já candidato forte ao Oscar Foto: IMAGEM

Na verdade, Detroit em Rebelião é um tríptico. Num primeiro quadro, a origem dos distúrbios e suas causas. No segundo, o sufocante ambiente fechado onde os rapazes negros e duas mulheres brancas são submetidos a todas as violências e torturas para identificar um suposto atirador lá escondido. No terceiro, um drama de tribunal, no qual os policiais são levados a prestar contas dos seus atos perante juízes e jurados brancos. 

Bigelow alterna seu registro segundo cada qual dos momentos. O dom documental, com câmera na mão frenética, em filmagem “suja”, prevalece no primeiro. No segundo, a opção é pelo espaço fechado, sufocante, cheio de angústia e medo, com tempos mais longos. No terceiro, a câmera se abre e se distancia um pouco, como testemunha do que falará a Justiça sobre tema tão escabroso. 

O filme é longo (2h23) e sua ambição é grande. O ponto de vista da diretora jamais se esconde – está do lado mais fraco. Em tom de painel amplo, fala não apenas de um incidente trágico de 50 anos atrás (a rebelião se deu em 1967), como indica a permanência do racismo e da injustiça no âmago mesmo de uma sociedade que se proclama aberta, democrática e de igualdade de todos perante a lei. Essas ilusões se desfazem para quem tiver olhos para ver. Belo e duro filme, desde já candidato forte ao Oscar. 

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