Dos palcos ao cinema, Henry Fonda foi um grande astro seletivo e progressista


Neste sábado, 16, comemoram-se 115 anos de seu nascimento com quatro filmes no Telecine Cult

Por Luiz Carlos Merten

Há um hiato na carreira de ator de cinema de Henry Fonda, entre os anos de 1948 e 57, ou entre os filmes Sangue de Herói/Forte Apache, de John Ford, e Doze Homens e Uma Sentença, de Sidney Lumet. Foram os anos em que Fonda deixou Hollywood, na Costa Oeste, para se estabelecer em Nova York, na Leste, dedicando-se prioritariamente ao teatro. Pai de Jane e Peter Fonda, Henry foi um grande astro – dos maiores dos EUA. Destacou-se no western, no drama contemporâneo. Pontualmente, participou até de comédias. Mas o que o torna especial, e ele transmitiu isso aos filhos, é que Henry Fonda foi um astro seletivo e progressista.

Ele nasceu em 16 de maio de 1905. Comemoram-se, portanto, neste sábado, 115 anos de seu nascimento. A data será lembrada pelo Telecine Cult, que programou quatro filmes a partir das 15h30. O primeiro, Doze Homens e Uma Sentença, será seguido por Era Uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, às 17h15; A Caçada, de Don Siegel, às 20h10; e Guerra e Paz, de King Vidor, às 22 h.

Henry Fonda e Katharine Hepburn no filme 'Num Lago Dourado' Foto: UNIVERSAL STUDIOS
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Henry Fonda nasceu em Nebraska. Estudou para ser jornalista, mas, simultaneamente, começou a fazer teatro. Chamou a atenção com uma peça de comédia, The Farmer Takes a Wife. Os direitos foram adquiridos para o cinema, e Fonda foi parar em Hollywood, integrando o elenco do filme realizado por Victor Fleming, com Janet Gaynor. No Brasil, chamou-se Amor Singelo.

Durante um par de anos, ele alternou comédias e dramas insignificantes, mas em 1937 estourou num grande filme de Fritz Lang, interpretando um daqueles personagens trágicos do diretor em Vive-Se Só Uma Vez. Seguiu-se outro grande filme – de William Wyler, Jezebel. Em 1939, foi o 'young Mr. Lincoln' de John Ford, emendando no ano seguinte com outro filme do diretor, Ao Rufar dos Tambores. Por meio desses filmes, e nos anos seguintes – em Vinhas da Ira, o clássico de Ford; Jesse James, de Henry King, e A Volta de Frank James, de Lang, O Fugitivo, outro Ford -, esculpiu um tipo de personagem sólido, íntegro, uma espécie de herói cotidiano com senso de dever cívico.

Serviu na guerra, na Marinha, e, de volta a Hollywood, estrelou mais um Ford, Sangue de Herói, antes de voltar ao teatro, com dedicação exclusiva. Durante anos, representou a peça Mister Roberts que, quando virou filme, provocou seu rompimento com Ford. Fonda tinha sua concepção do personagem que representara durante anos, e não era a do cineasta. Brigaram no set, Ford foi substituído por Mervyn LeRoy. Antes de Mister Roberts, Fonda retomara a carreira no cinema com Doze Homens e Uma Sentença, num personagem liberal com a cara dele.

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Atriz Jane Fonda, filha do ator Henry Fonda, em evento dehomenagem ao pai Foto: REUTERS/Chris Pizzello

Seguiu sua grande carreira com filmes de King Vidor (Guerra e Paz), Alfred Hitchcock (O Homem Errado), Anthony Mann (O Homem dos Olhos Frios), Otto Preminger (Tempestade sobre Washington e A Primeira Vitória), Richard Fleischer (O Homem Que Odiava as Mulheres), Sergio Leone (Era Uma Vez no Oeste) e Joseph L. Mankiewicz (Ninho de Cobras).

Na vida privada, Fonda casou-se cinco vezes e a mãe de Jane e Peter, a socialite Frances Ford Seymour - a segunda esposa -, suicidou-se. Os filhos tiveram a melhor educação, mas Fonda foi um pai distante. O psiquiatra de Frances definiu-o, anos depois, como um narcisista obsessivo e frio. Jane ressentiu-se, mais até do que Peter. Muita gente avalia que suas diferentes fases – mito sexual, ativista política, etc – podem ter sido formas para confrontar o pai. Só se acertaram no fim da vida de Henry, quando Jane produziu e interpretou Num Lago Dourado, de Mark Rydell, de 1981, que valeu a Katharine Hepburn seu quarto Oscar e o único de Henry. Ele morreu em 12 de agosto de 1982, aos 77 anos.

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Os filmes da homenagem

Doze Homens e Um Destino

O longa de estreia de Sidney Lumet, de 1957, baseia-se na teleplay de Reginald Rose. Um júri, onze homens que querem uma condenação rápida e Henry Fonda como o único que lança dúvidas, minando a unanimidade da decisão, até conseguir revertê-la.

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'Doze Homens e uma Sentença' será exibido em homenagem ao Henry Fonda Foto: ARQUIVO ESTADAO

Era Uma vez No Oeste

O mais ambicioso spaghetti western de Sergio Leone, de 1968. A estrada de ferro lança seus assassinos contra os fazendeiros que hesitam em vender suas terras. Henry Fonda, num contra-emprego, faz o vilão. E usa o sobretudo longo de Lee Marvin em O Homem Que Matou o Facínora, de John Ford, de 1962.

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A Caçada

Don Siegel, grande diretor de ação, realizou este western em 1967, entre duas obras maiores, Os Assassinos e Os Impiedosos. Henry Fonda faz o estranho que chega a uma cidadezinha do Oeste e tromba com xerife autoritário, que o transforma em alvo de uma caçada humana.

Guerra e Paz

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A versão da obra-prima de Tolstoi por King Vidor, em 1955. Henry Fonda faz Pierre e a grande cena é com ele, quando o personagem atravessa o campo de batalha de Borodino, como Fabrizio Del Longo em A Cartuxa de Parma, de Stendhal. Vidor e seus roteiristas condensaram o romance caudaloso, mas não o edulcoraram.

Há um hiato na carreira de ator de cinema de Henry Fonda, entre os anos de 1948 e 57, ou entre os filmes Sangue de Herói/Forte Apache, de John Ford, e Doze Homens e Uma Sentença, de Sidney Lumet. Foram os anos em que Fonda deixou Hollywood, na Costa Oeste, para se estabelecer em Nova York, na Leste, dedicando-se prioritariamente ao teatro. Pai de Jane e Peter Fonda, Henry foi um grande astro – dos maiores dos EUA. Destacou-se no western, no drama contemporâneo. Pontualmente, participou até de comédias. Mas o que o torna especial, e ele transmitiu isso aos filhos, é que Henry Fonda foi um astro seletivo e progressista.

Ele nasceu em 16 de maio de 1905. Comemoram-se, portanto, neste sábado, 115 anos de seu nascimento. A data será lembrada pelo Telecine Cult, que programou quatro filmes a partir das 15h30. O primeiro, Doze Homens e Uma Sentença, será seguido por Era Uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, às 17h15; A Caçada, de Don Siegel, às 20h10; e Guerra e Paz, de King Vidor, às 22 h.

Henry Fonda e Katharine Hepburn no filme 'Num Lago Dourado' Foto: UNIVERSAL STUDIOS

Henry Fonda nasceu em Nebraska. Estudou para ser jornalista, mas, simultaneamente, começou a fazer teatro. Chamou a atenção com uma peça de comédia, The Farmer Takes a Wife. Os direitos foram adquiridos para o cinema, e Fonda foi parar em Hollywood, integrando o elenco do filme realizado por Victor Fleming, com Janet Gaynor. No Brasil, chamou-se Amor Singelo.

Durante um par de anos, ele alternou comédias e dramas insignificantes, mas em 1937 estourou num grande filme de Fritz Lang, interpretando um daqueles personagens trágicos do diretor em Vive-Se Só Uma Vez. Seguiu-se outro grande filme – de William Wyler, Jezebel. Em 1939, foi o 'young Mr. Lincoln' de John Ford, emendando no ano seguinte com outro filme do diretor, Ao Rufar dos Tambores. Por meio desses filmes, e nos anos seguintes – em Vinhas da Ira, o clássico de Ford; Jesse James, de Henry King, e A Volta de Frank James, de Lang, O Fugitivo, outro Ford -, esculpiu um tipo de personagem sólido, íntegro, uma espécie de herói cotidiano com senso de dever cívico.

Serviu na guerra, na Marinha, e, de volta a Hollywood, estrelou mais um Ford, Sangue de Herói, antes de voltar ao teatro, com dedicação exclusiva. Durante anos, representou a peça Mister Roberts que, quando virou filme, provocou seu rompimento com Ford. Fonda tinha sua concepção do personagem que representara durante anos, e não era a do cineasta. Brigaram no set, Ford foi substituído por Mervyn LeRoy. Antes de Mister Roberts, Fonda retomara a carreira no cinema com Doze Homens e Uma Sentença, num personagem liberal com a cara dele.

Atriz Jane Fonda, filha do ator Henry Fonda, em evento dehomenagem ao pai Foto: REUTERS/Chris Pizzello

Seguiu sua grande carreira com filmes de King Vidor (Guerra e Paz), Alfred Hitchcock (O Homem Errado), Anthony Mann (O Homem dos Olhos Frios), Otto Preminger (Tempestade sobre Washington e A Primeira Vitória), Richard Fleischer (O Homem Que Odiava as Mulheres), Sergio Leone (Era Uma Vez no Oeste) e Joseph L. Mankiewicz (Ninho de Cobras).

Na vida privada, Fonda casou-se cinco vezes e a mãe de Jane e Peter, a socialite Frances Ford Seymour - a segunda esposa -, suicidou-se. Os filhos tiveram a melhor educação, mas Fonda foi um pai distante. O psiquiatra de Frances definiu-o, anos depois, como um narcisista obsessivo e frio. Jane ressentiu-se, mais até do que Peter. Muita gente avalia que suas diferentes fases – mito sexual, ativista política, etc – podem ter sido formas para confrontar o pai. Só se acertaram no fim da vida de Henry, quando Jane produziu e interpretou Num Lago Dourado, de Mark Rydell, de 1981, que valeu a Katharine Hepburn seu quarto Oscar e o único de Henry. Ele morreu em 12 de agosto de 1982, aos 77 anos.

Os filmes da homenagem

Doze Homens e Um Destino

O longa de estreia de Sidney Lumet, de 1957, baseia-se na teleplay de Reginald Rose. Um júri, onze homens que querem uma condenação rápida e Henry Fonda como o único que lança dúvidas, minando a unanimidade da decisão, até conseguir revertê-la.

'Doze Homens e uma Sentença' será exibido em homenagem ao Henry Fonda Foto: ARQUIVO ESTADAO

Era Uma vez No Oeste

O mais ambicioso spaghetti western de Sergio Leone, de 1968. A estrada de ferro lança seus assassinos contra os fazendeiros que hesitam em vender suas terras. Henry Fonda, num contra-emprego, faz o vilão. E usa o sobretudo longo de Lee Marvin em O Homem Que Matou o Facínora, de John Ford, de 1962.

A Caçada

Don Siegel, grande diretor de ação, realizou este western em 1967, entre duas obras maiores, Os Assassinos e Os Impiedosos. Henry Fonda faz o estranho que chega a uma cidadezinha do Oeste e tromba com xerife autoritário, que o transforma em alvo de uma caçada humana.

Guerra e Paz

A versão da obra-prima de Tolstoi por King Vidor, em 1955. Henry Fonda faz Pierre e a grande cena é com ele, quando o personagem atravessa o campo de batalha de Borodino, como Fabrizio Del Longo em A Cartuxa de Parma, de Stendhal. Vidor e seus roteiristas condensaram o romance caudaloso, mas não o edulcoraram.

Há um hiato na carreira de ator de cinema de Henry Fonda, entre os anos de 1948 e 57, ou entre os filmes Sangue de Herói/Forte Apache, de John Ford, e Doze Homens e Uma Sentença, de Sidney Lumet. Foram os anos em que Fonda deixou Hollywood, na Costa Oeste, para se estabelecer em Nova York, na Leste, dedicando-se prioritariamente ao teatro. Pai de Jane e Peter Fonda, Henry foi um grande astro – dos maiores dos EUA. Destacou-se no western, no drama contemporâneo. Pontualmente, participou até de comédias. Mas o que o torna especial, e ele transmitiu isso aos filhos, é que Henry Fonda foi um astro seletivo e progressista.

Ele nasceu em 16 de maio de 1905. Comemoram-se, portanto, neste sábado, 115 anos de seu nascimento. A data será lembrada pelo Telecine Cult, que programou quatro filmes a partir das 15h30. O primeiro, Doze Homens e Uma Sentença, será seguido por Era Uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, às 17h15; A Caçada, de Don Siegel, às 20h10; e Guerra e Paz, de King Vidor, às 22 h.

Henry Fonda e Katharine Hepburn no filme 'Num Lago Dourado' Foto: UNIVERSAL STUDIOS

Henry Fonda nasceu em Nebraska. Estudou para ser jornalista, mas, simultaneamente, começou a fazer teatro. Chamou a atenção com uma peça de comédia, The Farmer Takes a Wife. Os direitos foram adquiridos para o cinema, e Fonda foi parar em Hollywood, integrando o elenco do filme realizado por Victor Fleming, com Janet Gaynor. No Brasil, chamou-se Amor Singelo.

Durante um par de anos, ele alternou comédias e dramas insignificantes, mas em 1937 estourou num grande filme de Fritz Lang, interpretando um daqueles personagens trágicos do diretor em Vive-Se Só Uma Vez. Seguiu-se outro grande filme – de William Wyler, Jezebel. Em 1939, foi o 'young Mr. Lincoln' de John Ford, emendando no ano seguinte com outro filme do diretor, Ao Rufar dos Tambores. Por meio desses filmes, e nos anos seguintes – em Vinhas da Ira, o clássico de Ford; Jesse James, de Henry King, e A Volta de Frank James, de Lang, O Fugitivo, outro Ford -, esculpiu um tipo de personagem sólido, íntegro, uma espécie de herói cotidiano com senso de dever cívico.

Serviu na guerra, na Marinha, e, de volta a Hollywood, estrelou mais um Ford, Sangue de Herói, antes de voltar ao teatro, com dedicação exclusiva. Durante anos, representou a peça Mister Roberts que, quando virou filme, provocou seu rompimento com Ford. Fonda tinha sua concepção do personagem que representara durante anos, e não era a do cineasta. Brigaram no set, Ford foi substituído por Mervyn LeRoy. Antes de Mister Roberts, Fonda retomara a carreira no cinema com Doze Homens e Uma Sentença, num personagem liberal com a cara dele.

Atriz Jane Fonda, filha do ator Henry Fonda, em evento dehomenagem ao pai Foto: REUTERS/Chris Pizzello

Seguiu sua grande carreira com filmes de King Vidor (Guerra e Paz), Alfred Hitchcock (O Homem Errado), Anthony Mann (O Homem dos Olhos Frios), Otto Preminger (Tempestade sobre Washington e A Primeira Vitória), Richard Fleischer (O Homem Que Odiava as Mulheres), Sergio Leone (Era Uma Vez no Oeste) e Joseph L. Mankiewicz (Ninho de Cobras).

Na vida privada, Fonda casou-se cinco vezes e a mãe de Jane e Peter, a socialite Frances Ford Seymour - a segunda esposa -, suicidou-se. Os filhos tiveram a melhor educação, mas Fonda foi um pai distante. O psiquiatra de Frances definiu-o, anos depois, como um narcisista obsessivo e frio. Jane ressentiu-se, mais até do que Peter. Muita gente avalia que suas diferentes fases – mito sexual, ativista política, etc – podem ter sido formas para confrontar o pai. Só se acertaram no fim da vida de Henry, quando Jane produziu e interpretou Num Lago Dourado, de Mark Rydell, de 1981, que valeu a Katharine Hepburn seu quarto Oscar e o único de Henry. Ele morreu em 12 de agosto de 1982, aos 77 anos.

Os filmes da homenagem

Doze Homens e Um Destino

O longa de estreia de Sidney Lumet, de 1957, baseia-se na teleplay de Reginald Rose. Um júri, onze homens que querem uma condenação rápida e Henry Fonda como o único que lança dúvidas, minando a unanimidade da decisão, até conseguir revertê-la.

'Doze Homens e uma Sentença' será exibido em homenagem ao Henry Fonda Foto: ARQUIVO ESTADAO

Era Uma vez No Oeste

O mais ambicioso spaghetti western de Sergio Leone, de 1968. A estrada de ferro lança seus assassinos contra os fazendeiros que hesitam em vender suas terras. Henry Fonda, num contra-emprego, faz o vilão. E usa o sobretudo longo de Lee Marvin em O Homem Que Matou o Facínora, de John Ford, de 1962.

A Caçada

Don Siegel, grande diretor de ação, realizou este western em 1967, entre duas obras maiores, Os Assassinos e Os Impiedosos. Henry Fonda faz o estranho que chega a uma cidadezinha do Oeste e tromba com xerife autoritário, que o transforma em alvo de uma caçada humana.

Guerra e Paz

A versão da obra-prima de Tolstoi por King Vidor, em 1955. Henry Fonda faz Pierre e a grande cena é com ele, quando o personagem atravessa o campo de batalha de Borodino, como Fabrizio Del Longo em A Cartuxa de Parma, de Stendhal. Vidor e seus roteiristas condensaram o romance caudaloso, mas não o edulcoraram.

Há um hiato na carreira de ator de cinema de Henry Fonda, entre os anos de 1948 e 57, ou entre os filmes Sangue de Herói/Forte Apache, de John Ford, e Doze Homens e Uma Sentença, de Sidney Lumet. Foram os anos em que Fonda deixou Hollywood, na Costa Oeste, para se estabelecer em Nova York, na Leste, dedicando-se prioritariamente ao teatro. Pai de Jane e Peter Fonda, Henry foi um grande astro – dos maiores dos EUA. Destacou-se no western, no drama contemporâneo. Pontualmente, participou até de comédias. Mas o que o torna especial, e ele transmitiu isso aos filhos, é que Henry Fonda foi um astro seletivo e progressista.

Ele nasceu em 16 de maio de 1905. Comemoram-se, portanto, neste sábado, 115 anos de seu nascimento. A data será lembrada pelo Telecine Cult, que programou quatro filmes a partir das 15h30. O primeiro, Doze Homens e Uma Sentença, será seguido por Era Uma Vez no Oeste, de Sergio Leone, às 17h15; A Caçada, de Don Siegel, às 20h10; e Guerra e Paz, de King Vidor, às 22 h.

Henry Fonda e Katharine Hepburn no filme 'Num Lago Dourado' Foto: UNIVERSAL STUDIOS

Henry Fonda nasceu em Nebraska. Estudou para ser jornalista, mas, simultaneamente, começou a fazer teatro. Chamou a atenção com uma peça de comédia, The Farmer Takes a Wife. Os direitos foram adquiridos para o cinema, e Fonda foi parar em Hollywood, integrando o elenco do filme realizado por Victor Fleming, com Janet Gaynor. No Brasil, chamou-se Amor Singelo.

Durante um par de anos, ele alternou comédias e dramas insignificantes, mas em 1937 estourou num grande filme de Fritz Lang, interpretando um daqueles personagens trágicos do diretor em Vive-Se Só Uma Vez. Seguiu-se outro grande filme – de William Wyler, Jezebel. Em 1939, foi o 'young Mr. Lincoln' de John Ford, emendando no ano seguinte com outro filme do diretor, Ao Rufar dos Tambores. Por meio desses filmes, e nos anos seguintes – em Vinhas da Ira, o clássico de Ford; Jesse James, de Henry King, e A Volta de Frank James, de Lang, O Fugitivo, outro Ford -, esculpiu um tipo de personagem sólido, íntegro, uma espécie de herói cotidiano com senso de dever cívico.

Serviu na guerra, na Marinha, e, de volta a Hollywood, estrelou mais um Ford, Sangue de Herói, antes de voltar ao teatro, com dedicação exclusiva. Durante anos, representou a peça Mister Roberts que, quando virou filme, provocou seu rompimento com Ford. Fonda tinha sua concepção do personagem que representara durante anos, e não era a do cineasta. Brigaram no set, Ford foi substituído por Mervyn LeRoy. Antes de Mister Roberts, Fonda retomara a carreira no cinema com Doze Homens e Uma Sentença, num personagem liberal com a cara dele.

Atriz Jane Fonda, filha do ator Henry Fonda, em evento dehomenagem ao pai Foto: REUTERS/Chris Pizzello

Seguiu sua grande carreira com filmes de King Vidor (Guerra e Paz), Alfred Hitchcock (O Homem Errado), Anthony Mann (O Homem dos Olhos Frios), Otto Preminger (Tempestade sobre Washington e A Primeira Vitória), Richard Fleischer (O Homem Que Odiava as Mulheres), Sergio Leone (Era Uma Vez no Oeste) e Joseph L. Mankiewicz (Ninho de Cobras).

Na vida privada, Fonda casou-se cinco vezes e a mãe de Jane e Peter, a socialite Frances Ford Seymour - a segunda esposa -, suicidou-se. Os filhos tiveram a melhor educação, mas Fonda foi um pai distante. O psiquiatra de Frances definiu-o, anos depois, como um narcisista obsessivo e frio. Jane ressentiu-se, mais até do que Peter. Muita gente avalia que suas diferentes fases – mito sexual, ativista política, etc – podem ter sido formas para confrontar o pai. Só se acertaram no fim da vida de Henry, quando Jane produziu e interpretou Num Lago Dourado, de Mark Rydell, de 1981, que valeu a Katharine Hepburn seu quarto Oscar e o único de Henry. Ele morreu em 12 de agosto de 1982, aos 77 anos.

Os filmes da homenagem

Doze Homens e Um Destino

O longa de estreia de Sidney Lumet, de 1957, baseia-se na teleplay de Reginald Rose. Um júri, onze homens que querem uma condenação rápida e Henry Fonda como o único que lança dúvidas, minando a unanimidade da decisão, até conseguir revertê-la.

'Doze Homens e uma Sentença' será exibido em homenagem ao Henry Fonda Foto: ARQUIVO ESTADAO

Era Uma vez No Oeste

O mais ambicioso spaghetti western de Sergio Leone, de 1968. A estrada de ferro lança seus assassinos contra os fazendeiros que hesitam em vender suas terras. Henry Fonda, num contra-emprego, faz o vilão. E usa o sobretudo longo de Lee Marvin em O Homem Que Matou o Facínora, de John Ford, de 1962.

A Caçada

Don Siegel, grande diretor de ação, realizou este western em 1967, entre duas obras maiores, Os Assassinos e Os Impiedosos. Henry Fonda faz o estranho que chega a uma cidadezinha do Oeste e tromba com xerife autoritário, que o transforma em alvo de uma caçada humana.

Guerra e Paz

A versão da obra-prima de Tolstoi por King Vidor, em 1955. Henry Fonda faz Pierre e a grande cena é com ele, quando o personagem atravessa o campo de batalha de Borodino, como Fabrizio Del Longo em A Cartuxa de Parma, de Stendhal. Vidor e seus roteiristas condensaram o romance caudaloso, mas não o edulcoraram.

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