Em 'O Quarto de Jack', mãe e filho criam uma vida paralela no cativeiro


Brie Larson e Jacob Tremblay tem atuações notáveis

Por Luiz Zanin Oricchio

Há filmes dos quais se pode dizer muito do enredo, sem estragar as surpresas do espectador que ainda não os viu. Em outros, como O Quarto de Jack, que estreia nesta quinta-feira, 18, toda cautela é pouca. Ainda mais depois de a palavra “spoiler” ser glorificada nas redes sociais. Ou melhor, usada como açoite contra os que se atrevem a revelar uma trama, mesmo se for o óbvio de uma história de conhecimento público. O que não é o caso de O Quarto de Jack, uma obra de ficção. Feita essa ressalva, convém dizer que O Quarto de Jack é, em primeiro lugar, um estudo sobre o confinamento humano forçado e, em segundo, sobre suas consequências. Alguns detalhes tiram esse longa do lugar-comum. São notáveis atuações de Brie Larson (indicada para o Oscar) e Jacob Tremblay, como mãe e filho, ou filha, que partilham o mesmo aposento e convivem, de maneira compulsória 24 horas por dia. Em segundo lugar, mas não menos importante, e talvez até mais, o igualmente notável trabalho de direção de Lenny Abrahamson, que consegue extrair boa dramaturgia de uma situação envolvendo primordialmente apenas dois personagens, com eventuais intrusões de um terceiro. Mostra que joga bem em condições mínimas e não se perde quando elas se alargam e se tornam múltiplas. Ou seja, pelo menos em sua primeira metade, o filme corria o risco de ser tremendamente entediante e limitado. Não é assim. De maneira nenhuma. Com elementos restritos de que falávamos, Abrahamson transforma a cena em uma dura luta pela sobrevivência mental. Levada, em especial por parte da mãe. Num quadro de tão poucas alternativas, ela precisa convencer Jack de que aquilo tudo tem um lado de brincadeira. Desdramatizar o que experimentam, de forma que sobrem energia e inteligência para pensar numa saída. Como se sabe, o pânico paralisa. O procedimento, lembra, mudando tudo o que deve ser mudado, o de Roberto Benigni em A Vida É Bela, quando tenta convencer o filho pequeno de que a vida num campo de extermínio nazista se parece um pouco com uma gincana.

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Abrahamson, por imposição da história, trabalha com esses poucos elementos e, manipulando-os com habilidade, faz da trama inicial um poderoso suspense, no qual os protagonistas conquistam de maneira muito inequívoca e rápida a simpatia do público. Quando a plateia passa a “torcer” pelos personagens, a metade do jogo está ganha. Mas só a metade. Porque também será preciso desenvolver o restante da trama e não se desfazer dos trunfos conquistados anteriormente quando a situação física mudar de maneira radical. E isso será feito pela direção segura do longa. Se a câmera se aproveita bem do espaço fechado, também se valerá dos planos abertos. Não usa e abusa do que seriam saídas fáceis - o escuro num caso, a luz solar que brilha, no outro. Abrahamson, com seus matizes, parece indicar que as mudanças das condições reais dos personagens não serão tão radicais assim. Por alguns motivos. Por exemplo, porque certas experiências são traumáticas e continuam produzindo efeitos muito tempo depois de haver cessado as causas. São os casos de pessoas submetidas a torturas ou a sequestros. Algumas retomam a vida normalmente, de onde ela havia sido interrompida. Outras, levam o cativeiro ou a violência consigo. Ou guardam sequelas que não cicatrizam, mesmo depois de anos. Às vezes, não existe cura. Em O Quarto de Jack, o contraste entre as duas situações mostradas é nítido. No entanto, se esse mesmo contraste fosse definitivo, a história poderia se tornar banal. A inteligência que a faz melhor do que poderia ter sido manda que algo vaze de primeira parte para a segunda, da prisão para a liberdade. Nesse ponto, é como se frustrasse, de certa forma, a expectativa da plateia que, tendo suportado a angústia da primeira metade, espera algum alívio ou catarse na segunda. Esta lhe é negada. Pelo menos, em parte. Será preciso mostrar que nem tudo se resolve com facilidade e que a reconquista da autonomia não se dá de uma vez, mas implica num longo percurso, num trabalho paciente e de resultado incerto. Essa dificuldade, colocada de maneira nítida por Abrahamson, é apenas aliviada por um desses expedientes em que o cinema comercial é pródigo (o filme tem esse aspecto, também). Como se o produtor da película implorasse, ou impusesse, desfechos mais nítidos, destinados a mostrar ao público que os caminhos da vida podem ser longos e difíceis, porém recompensadores, afinal de contas. É toda uma ideologia do happy ending que está em jogo e diz respeito não apenas ao cinema dito comercial.  Os produtores de Fellini também lhe imploraram o “raggio di sole (raio de sol)”, que recompensaria a todos pelos sofrimentos do personagem. Uma redenção, para usar a palavra correta. A maneira de atender a essa imposição (ou, eventualmente, negá-la) é que distingue os cineastas uns dos outros.  

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Há filmes dos quais se pode dizer muito do enredo, sem estragar as surpresas do espectador que ainda não os viu. Em outros, como O Quarto de Jack, que estreia nesta quinta-feira, 18, toda cautela é pouca. Ainda mais depois de a palavra “spoiler” ser glorificada nas redes sociais. Ou melhor, usada como açoite contra os que se atrevem a revelar uma trama, mesmo se for o óbvio de uma história de conhecimento público. O que não é o caso de O Quarto de Jack, uma obra de ficção. Feita essa ressalva, convém dizer que O Quarto de Jack é, em primeiro lugar, um estudo sobre o confinamento humano forçado e, em segundo, sobre suas consequências. Alguns detalhes tiram esse longa do lugar-comum. São notáveis atuações de Brie Larson (indicada para o Oscar) e Jacob Tremblay, como mãe e filho, ou filha, que partilham o mesmo aposento e convivem, de maneira compulsória 24 horas por dia. Em segundo lugar, mas não menos importante, e talvez até mais, o igualmente notável trabalho de direção de Lenny Abrahamson, que consegue extrair boa dramaturgia de uma situação envolvendo primordialmente apenas dois personagens, com eventuais intrusões de um terceiro. Mostra que joga bem em condições mínimas e não se perde quando elas se alargam e se tornam múltiplas. Ou seja, pelo menos em sua primeira metade, o filme corria o risco de ser tremendamente entediante e limitado. Não é assim. De maneira nenhuma. Com elementos restritos de que falávamos, Abrahamson transforma a cena em uma dura luta pela sobrevivência mental. Levada, em especial por parte da mãe. Num quadro de tão poucas alternativas, ela precisa convencer Jack de que aquilo tudo tem um lado de brincadeira. Desdramatizar o que experimentam, de forma que sobrem energia e inteligência para pensar numa saída. Como se sabe, o pânico paralisa. O procedimento, lembra, mudando tudo o que deve ser mudado, o de Roberto Benigni em A Vida É Bela, quando tenta convencer o filho pequeno de que a vida num campo de extermínio nazista se parece um pouco com uma gincana.

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Abrahamson, por imposição da história, trabalha com esses poucos elementos e, manipulando-os com habilidade, faz da trama inicial um poderoso suspense, no qual os protagonistas conquistam de maneira muito inequívoca e rápida a simpatia do público. Quando a plateia passa a “torcer” pelos personagens, a metade do jogo está ganha. Mas só a metade. Porque também será preciso desenvolver o restante da trama e não se desfazer dos trunfos conquistados anteriormente quando a situação física mudar de maneira radical. E isso será feito pela direção segura do longa. Se a câmera se aproveita bem do espaço fechado, também se valerá dos planos abertos. Não usa e abusa do que seriam saídas fáceis - o escuro num caso, a luz solar que brilha, no outro. Abrahamson, com seus matizes, parece indicar que as mudanças das condições reais dos personagens não serão tão radicais assim. Por alguns motivos. Por exemplo, porque certas experiências são traumáticas e continuam produzindo efeitos muito tempo depois de haver cessado as causas. São os casos de pessoas submetidas a torturas ou a sequestros. Algumas retomam a vida normalmente, de onde ela havia sido interrompida. Outras, levam o cativeiro ou a violência consigo. Ou guardam sequelas que não cicatrizam, mesmo depois de anos. Às vezes, não existe cura. Em O Quarto de Jack, o contraste entre as duas situações mostradas é nítido. No entanto, se esse mesmo contraste fosse definitivo, a história poderia se tornar banal. A inteligência que a faz melhor do que poderia ter sido manda que algo vaze de primeira parte para a segunda, da prisão para a liberdade. Nesse ponto, é como se frustrasse, de certa forma, a expectativa da plateia que, tendo suportado a angústia da primeira metade, espera algum alívio ou catarse na segunda. Esta lhe é negada. Pelo menos, em parte. Será preciso mostrar que nem tudo se resolve com facilidade e que a reconquista da autonomia não se dá de uma vez, mas implica num longo percurso, num trabalho paciente e de resultado incerto. Essa dificuldade, colocada de maneira nítida por Abrahamson, é apenas aliviada por um desses expedientes em que o cinema comercial é pródigo (o filme tem esse aspecto, também). Como se o produtor da película implorasse, ou impusesse, desfechos mais nítidos, destinados a mostrar ao público que os caminhos da vida podem ser longos e difíceis, porém recompensadores, afinal de contas. É toda uma ideologia do happy ending que está em jogo e diz respeito não apenas ao cinema dito comercial.  Os produtores de Fellini também lhe imploraram o “raggio di sole (raio de sol)”, que recompensaria a todos pelos sofrimentos do personagem. Uma redenção, para usar a palavra correta. A maneira de atender a essa imposição (ou, eventualmente, negá-la) é que distingue os cineastas uns dos outros.  

Há filmes dos quais se pode dizer muito do enredo, sem estragar as surpresas do espectador que ainda não os viu. Em outros, como O Quarto de Jack, que estreia nesta quinta-feira, 18, toda cautela é pouca. Ainda mais depois de a palavra “spoiler” ser glorificada nas redes sociais. Ou melhor, usada como açoite contra os que se atrevem a revelar uma trama, mesmo se for o óbvio de uma história de conhecimento público. O que não é o caso de O Quarto de Jack, uma obra de ficção. Feita essa ressalva, convém dizer que O Quarto de Jack é, em primeiro lugar, um estudo sobre o confinamento humano forçado e, em segundo, sobre suas consequências. Alguns detalhes tiram esse longa do lugar-comum. São notáveis atuações de Brie Larson (indicada para o Oscar) e Jacob Tremblay, como mãe e filho, ou filha, que partilham o mesmo aposento e convivem, de maneira compulsória 24 horas por dia. Em segundo lugar, mas não menos importante, e talvez até mais, o igualmente notável trabalho de direção de Lenny Abrahamson, que consegue extrair boa dramaturgia de uma situação envolvendo primordialmente apenas dois personagens, com eventuais intrusões de um terceiro. Mostra que joga bem em condições mínimas e não se perde quando elas se alargam e se tornam múltiplas. Ou seja, pelo menos em sua primeira metade, o filme corria o risco de ser tremendamente entediante e limitado. Não é assim. De maneira nenhuma. Com elementos restritos de que falávamos, Abrahamson transforma a cena em uma dura luta pela sobrevivência mental. Levada, em especial por parte da mãe. Num quadro de tão poucas alternativas, ela precisa convencer Jack de que aquilo tudo tem um lado de brincadeira. Desdramatizar o que experimentam, de forma que sobrem energia e inteligência para pensar numa saída. Como se sabe, o pânico paralisa. O procedimento, lembra, mudando tudo o que deve ser mudado, o de Roberto Benigni em A Vida É Bela, quando tenta convencer o filho pequeno de que a vida num campo de extermínio nazista se parece um pouco com uma gincana.

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Abrahamson, por imposição da história, trabalha com esses poucos elementos e, manipulando-os com habilidade, faz da trama inicial um poderoso suspense, no qual os protagonistas conquistam de maneira muito inequívoca e rápida a simpatia do público. Quando a plateia passa a “torcer” pelos personagens, a metade do jogo está ganha. Mas só a metade. Porque também será preciso desenvolver o restante da trama e não se desfazer dos trunfos conquistados anteriormente quando a situação física mudar de maneira radical. E isso será feito pela direção segura do longa. Se a câmera se aproveita bem do espaço fechado, também se valerá dos planos abertos. Não usa e abusa do que seriam saídas fáceis - o escuro num caso, a luz solar que brilha, no outro. Abrahamson, com seus matizes, parece indicar que as mudanças das condições reais dos personagens não serão tão radicais assim. Por alguns motivos. Por exemplo, porque certas experiências são traumáticas e continuam produzindo efeitos muito tempo depois de haver cessado as causas. São os casos de pessoas submetidas a torturas ou a sequestros. Algumas retomam a vida normalmente, de onde ela havia sido interrompida. Outras, levam o cativeiro ou a violência consigo. Ou guardam sequelas que não cicatrizam, mesmo depois de anos. Às vezes, não existe cura. Em O Quarto de Jack, o contraste entre as duas situações mostradas é nítido. No entanto, se esse mesmo contraste fosse definitivo, a história poderia se tornar banal. A inteligência que a faz melhor do que poderia ter sido manda que algo vaze de primeira parte para a segunda, da prisão para a liberdade. Nesse ponto, é como se frustrasse, de certa forma, a expectativa da plateia que, tendo suportado a angústia da primeira metade, espera algum alívio ou catarse na segunda. Esta lhe é negada. Pelo menos, em parte. Será preciso mostrar que nem tudo se resolve com facilidade e que a reconquista da autonomia não se dá de uma vez, mas implica num longo percurso, num trabalho paciente e de resultado incerto. Essa dificuldade, colocada de maneira nítida por Abrahamson, é apenas aliviada por um desses expedientes em que o cinema comercial é pródigo (o filme tem esse aspecto, também). Como se o produtor da película implorasse, ou impusesse, desfechos mais nítidos, destinados a mostrar ao público que os caminhos da vida podem ser longos e difíceis, porém recompensadores, afinal de contas. É toda uma ideologia do happy ending que está em jogo e diz respeito não apenas ao cinema dito comercial.  Os produtores de Fellini também lhe imploraram o “raggio di sole (raio de sol)”, que recompensaria a todos pelos sofrimentos do personagem. Uma redenção, para usar a palavra correta. A maneira de atender a essa imposição (ou, eventualmente, negá-la) é que distingue os cineastas uns dos outros.  

Há filmes dos quais se pode dizer muito do enredo, sem estragar as surpresas do espectador que ainda não os viu. Em outros, como O Quarto de Jack, que estreia nesta quinta-feira, 18, toda cautela é pouca. Ainda mais depois de a palavra “spoiler” ser glorificada nas redes sociais. Ou melhor, usada como açoite contra os que se atrevem a revelar uma trama, mesmo se for o óbvio de uma história de conhecimento público. O que não é o caso de O Quarto de Jack, uma obra de ficção. Feita essa ressalva, convém dizer que O Quarto de Jack é, em primeiro lugar, um estudo sobre o confinamento humano forçado e, em segundo, sobre suas consequências. Alguns detalhes tiram esse longa do lugar-comum. São notáveis atuações de Brie Larson (indicada para o Oscar) e Jacob Tremblay, como mãe e filho, ou filha, que partilham o mesmo aposento e convivem, de maneira compulsória 24 horas por dia. Em segundo lugar, mas não menos importante, e talvez até mais, o igualmente notável trabalho de direção de Lenny Abrahamson, que consegue extrair boa dramaturgia de uma situação envolvendo primordialmente apenas dois personagens, com eventuais intrusões de um terceiro. Mostra que joga bem em condições mínimas e não se perde quando elas se alargam e se tornam múltiplas. Ou seja, pelo menos em sua primeira metade, o filme corria o risco de ser tremendamente entediante e limitado. Não é assim. De maneira nenhuma. Com elementos restritos de que falávamos, Abrahamson transforma a cena em uma dura luta pela sobrevivência mental. Levada, em especial por parte da mãe. Num quadro de tão poucas alternativas, ela precisa convencer Jack de que aquilo tudo tem um lado de brincadeira. Desdramatizar o que experimentam, de forma que sobrem energia e inteligência para pensar numa saída. Como se sabe, o pânico paralisa. O procedimento, lembra, mudando tudo o que deve ser mudado, o de Roberto Benigni em A Vida É Bela, quando tenta convencer o filho pequeno de que a vida num campo de extermínio nazista se parece um pouco com uma gincana.

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Abrahamson, por imposição da história, trabalha com esses poucos elementos e, manipulando-os com habilidade, faz da trama inicial um poderoso suspense, no qual os protagonistas conquistam de maneira muito inequívoca e rápida a simpatia do público. Quando a plateia passa a “torcer” pelos personagens, a metade do jogo está ganha. Mas só a metade. Porque também será preciso desenvolver o restante da trama e não se desfazer dos trunfos conquistados anteriormente quando a situação física mudar de maneira radical. E isso será feito pela direção segura do longa. Se a câmera se aproveita bem do espaço fechado, também se valerá dos planos abertos. Não usa e abusa do que seriam saídas fáceis - o escuro num caso, a luz solar que brilha, no outro. Abrahamson, com seus matizes, parece indicar que as mudanças das condições reais dos personagens não serão tão radicais assim. Por alguns motivos. Por exemplo, porque certas experiências são traumáticas e continuam produzindo efeitos muito tempo depois de haver cessado as causas. São os casos de pessoas submetidas a torturas ou a sequestros. Algumas retomam a vida normalmente, de onde ela havia sido interrompida. Outras, levam o cativeiro ou a violência consigo. Ou guardam sequelas que não cicatrizam, mesmo depois de anos. Às vezes, não existe cura. Em O Quarto de Jack, o contraste entre as duas situações mostradas é nítido. No entanto, se esse mesmo contraste fosse definitivo, a história poderia se tornar banal. A inteligência que a faz melhor do que poderia ter sido manda que algo vaze de primeira parte para a segunda, da prisão para a liberdade. Nesse ponto, é como se frustrasse, de certa forma, a expectativa da plateia que, tendo suportado a angústia da primeira metade, espera algum alívio ou catarse na segunda. Esta lhe é negada. Pelo menos, em parte. Será preciso mostrar que nem tudo se resolve com facilidade e que a reconquista da autonomia não se dá de uma vez, mas implica num longo percurso, num trabalho paciente e de resultado incerto. Essa dificuldade, colocada de maneira nítida por Abrahamson, é apenas aliviada por um desses expedientes em que o cinema comercial é pródigo (o filme tem esse aspecto, também). Como se o produtor da película implorasse, ou impusesse, desfechos mais nítidos, destinados a mostrar ao público que os caminhos da vida podem ser longos e difíceis, porém recompensadores, afinal de contas. É toda uma ideologia do happy ending que está em jogo e diz respeito não apenas ao cinema dito comercial.  Os produtores de Fellini também lhe imploraram o “raggio di sole (raio de sol)”, que recompensaria a todos pelos sofrimentos do personagem. Uma redenção, para usar a palavra correta. A maneira de atender a essa imposição (ou, eventualmente, negá-la) é que distingue os cineastas uns dos outros.  

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