Estreia de Lázaro Ramos como diretor, 'Medida Provisória' é distopia atual


Filme se passa num futuro próximo, mas reflete sobre racismo, violência institucionalizada e opressão governamental

Por Mariane Morisawa

A estreia na direção de longas de ficção do ator Lázaro Ramos se passa num futuro próximo levemente distópico, mas não poderia ser mais atual. Na verdade, seus temas – racismo, violência institucionalizada, opressão governamental – sempre foram relevantes no Brasil. Medida Provisória foi exibido na terça, 16, no festival South by Southwest, que normalmente acontece em Austin, no Texas, mas este ano tem uma edição virtual. O filme estava selecionado desde o ano passado, quando o festival foi cancelado por conta da pandemia. 

Cena do filme 'Medida Provisória', dirigido por Lázaro Ramos, com Taís Araújo e Alfred Enoch Foto: Lereby Produção

Medida Provisória é inspirado na peça Namíbia, Não, de Aldri Anunciação, que Ramos dirigiu no teatro. Durante a edição de dezembro da CCXP Worlds, o ator afirmou que nunca quis dirigir um longa, mas foi forçado porque nenhum cineasta quis fazer a adaptação, que ele via como necessária.  O filme se passa num Rio de Janeiro onde o carnaval foi proibido faz algum tempo. O racismo de todo dia vai ganhando contornos cada vez mais agressivos e violentos, especialmente depois que os negros conquistam o direito de indenização porque seus antepassados foram trazidos à força ao Brasil e escravizados. Como lei nem sempre se cumpre no País, o governo logo cancela a indenização e cria um programa voluntário de “repatriação” de brasileiros “melaninados” para a África, que pouco depois vira obrigatório. Lázaro Ramos trata com habilidade a tensão crescente. O advogado Antonio (o inglês filho de brasileira Alfred Enoch, que esteve na série How to Get Away With Murder, falando um português próximo do perfeito), sua mulher, a médica Capitu (Taís Araújo), e o primo de Antonio, André (Seu Jorge), tentam resistir a essa expulsão forçada, abraçada com gosto por burocratas (como a inspetora interpretada por Adriana Esteves) e a classe média branca representada pela vizinha Izildinha (Renata Sorrah). O elenco carismático é um destaque.  É sempre complicado lidar com um assunto urgente e sério como o racismo, e por vezes o filme pende para o didatismo – o que talvez até seja necessário. Fica claro que o diretor tinha muita coisa entalada para falar. Em geral, o longa levanta discussões que abarcam as complexidades do racismo e das identidades negras, algo ainda raro no cinema brasileiro, ao mesmo tempo que tenta se comunicar mais facilmente com o público, usando até o humor, principalmente no personagem de Seu Jorge. É um equilíbrio difícil, especialmente para um diretor estreante, e nem sempre o andamento é fluido. Mas Medida Provisória é um tipo de ponto de vista de que o cinema brasileiro necessita. 

A estreia na direção de longas de ficção do ator Lázaro Ramos se passa num futuro próximo levemente distópico, mas não poderia ser mais atual. Na verdade, seus temas – racismo, violência institucionalizada, opressão governamental – sempre foram relevantes no Brasil. Medida Provisória foi exibido na terça, 16, no festival South by Southwest, que normalmente acontece em Austin, no Texas, mas este ano tem uma edição virtual. O filme estava selecionado desde o ano passado, quando o festival foi cancelado por conta da pandemia. 

Cena do filme 'Medida Provisória', dirigido por Lázaro Ramos, com Taís Araújo e Alfred Enoch Foto: Lereby Produção

Medida Provisória é inspirado na peça Namíbia, Não, de Aldri Anunciação, que Ramos dirigiu no teatro. Durante a edição de dezembro da CCXP Worlds, o ator afirmou que nunca quis dirigir um longa, mas foi forçado porque nenhum cineasta quis fazer a adaptação, que ele via como necessária.  O filme se passa num Rio de Janeiro onde o carnaval foi proibido faz algum tempo. O racismo de todo dia vai ganhando contornos cada vez mais agressivos e violentos, especialmente depois que os negros conquistam o direito de indenização porque seus antepassados foram trazidos à força ao Brasil e escravizados. Como lei nem sempre se cumpre no País, o governo logo cancela a indenização e cria um programa voluntário de “repatriação” de brasileiros “melaninados” para a África, que pouco depois vira obrigatório. Lázaro Ramos trata com habilidade a tensão crescente. O advogado Antonio (o inglês filho de brasileira Alfred Enoch, que esteve na série How to Get Away With Murder, falando um português próximo do perfeito), sua mulher, a médica Capitu (Taís Araújo), e o primo de Antonio, André (Seu Jorge), tentam resistir a essa expulsão forçada, abraçada com gosto por burocratas (como a inspetora interpretada por Adriana Esteves) e a classe média branca representada pela vizinha Izildinha (Renata Sorrah). O elenco carismático é um destaque.  É sempre complicado lidar com um assunto urgente e sério como o racismo, e por vezes o filme pende para o didatismo – o que talvez até seja necessário. Fica claro que o diretor tinha muita coisa entalada para falar. Em geral, o longa levanta discussões que abarcam as complexidades do racismo e das identidades negras, algo ainda raro no cinema brasileiro, ao mesmo tempo que tenta se comunicar mais facilmente com o público, usando até o humor, principalmente no personagem de Seu Jorge. É um equilíbrio difícil, especialmente para um diretor estreante, e nem sempre o andamento é fluido. Mas Medida Provisória é um tipo de ponto de vista de que o cinema brasileiro necessita. 

A estreia na direção de longas de ficção do ator Lázaro Ramos se passa num futuro próximo levemente distópico, mas não poderia ser mais atual. Na verdade, seus temas – racismo, violência institucionalizada, opressão governamental – sempre foram relevantes no Brasil. Medida Provisória foi exibido na terça, 16, no festival South by Southwest, que normalmente acontece em Austin, no Texas, mas este ano tem uma edição virtual. O filme estava selecionado desde o ano passado, quando o festival foi cancelado por conta da pandemia. 

Cena do filme 'Medida Provisória', dirigido por Lázaro Ramos, com Taís Araújo e Alfred Enoch Foto: Lereby Produção

Medida Provisória é inspirado na peça Namíbia, Não, de Aldri Anunciação, que Ramos dirigiu no teatro. Durante a edição de dezembro da CCXP Worlds, o ator afirmou que nunca quis dirigir um longa, mas foi forçado porque nenhum cineasta quis fazer a adaptação, que ele via como necessária.  O filme se passa num Rio de Janeiro onde o carnaval foi proibido faz algum tempo. O racismo de todo dia vai ganhando contornos cada vez mais agressivos e violentos, especialmente depois que os negros conquistam o direito de indenização porque seus antepassados foram trazidos à força ao Brasil e escravizados. Como lei nem sempre se cumpre no País, o governo logo cancela a indenização e cria um programa voluntário de “repatriação” de brasileiros “melaninados” para a África, que pouco depois vira obrigatório. Lázaro Ramos trata com habilidade a tensão crescente. O advogado Antonio (o inglês filho de brasileira Alfred Enoch, que esteve na série How to Get Away With Murder, falando um português próximo do perfeito), sua mulher, a médica Capitu (Taís Araújo), e o primo de Antonio, André (Seu Jorge), tentam resistir a essa expulsão forçada, abraçada com gosto por burocratas (como a inspetora interpretada por Adriana Esteves) e a classe média branca representada pela vizinha Izildinha (Renata Sorrah). O elenco carismático é um destaque.  É sempre complicado lidar com um assunto urgente e sério como o racismo, e por vezes o filme pende para o didatismo – o que talvez até seja necessário. Fica claro que o diretor tinha muita coisa entalada para falar. Em geral, o longa levanta discussões que abarcam as complexidades do racismo e das identidades negras, algo ainda raro no cinema brasileiro, ao mesmo tempo que tenta se comunicar mais facilmente com o público, usando até o humor, principalmente no personagem de Seu Jorge. É um equilíbrio difícil, especialmente para um diretor estreante, e nem sempre o andamento é fluido. Mas Medida Provisória é um tipo de ponto de vista de que o cinema brasileiro necessita. 

A estreia na direção de longas de ficção do ator Lázaro Ramos se passa num futuro próximo levemente distópico, mas não poderia ser mais atual. Na verdade, seus temas – racismo, violência institucionalizada, opressão governamental – sempre foram relevantes no Brasil. Medida Provisória foi exibido na terça, 16, no festival South by Southwest, que normalmente acontece em Austin, no Texas, mas este ano tem uma edição virtual. O filme estava selecionado desde o ano passado, quando o festival foi cancelado por conta da pandemia. 

Cena do filme 'Medida Provisória', dirigido por Lázaro Ramos, com Taís Araújo e Alfred Enoch Foto: Lereby Produção

Medida Provisória é inspirado na peça Namíbia, Não, de Aldri Anunciação, que Ramos dirigiu no teatro. Durante a edição de dezembro da CCXP Worlds, o ator afirmou que nunca quis dirigir um longa, mas foi forçado porque nenhum cineasta quis fazer a adaptação, que ele via como necessária.  O filme se passa num Rio de Janeiro onde o carnaval foi proibido faz algum tempo. O racismo de todo dia vai ganhando contornos cada vez mais agressivos e violentos, especialmente depois que os negros conquistam o direito de indenização porque seus antepassados foram trazidos à força ao Brasil e escravizados. Como lei nem sempre se cumpre no País, o governo logo cancela a indenização e cria um programa voluntário de “repatriação” de brasileiros “melaninados” para a África, que pouco depois vira obrigatório. Lázaro Ramos trata com habilidade a tensão crescente. O advogado Antonio (o inglês filho de brasileira Alfred Enoch, que esteve na série How to Get Away With Murder, falando um português próximo do perfeito), sua mulher, a médica Capitu (Taís Araújo), e o primo de Antonio, André (Seu Jorge), tentam resistir a essa expulsão forçada, abraçada com gosto por burocratas (como a inspetora interpretada por Adriana Esteves) e a classe média branca representada pela vizinha Izildinha (Renata Sorrah). O elenco carismático é um destaque.  É sempre complicado lidar com um assunto urgente e sério como o racismo, e por vezes o filme pende para o didatismo – o que talvez até seja necessário. Fica claro que o diretor tinha muita coisa entalada para falar. Em geral, o longa levanta discussões que abarcam as complexidades do racismo e das identidades negras, algo ainda raro no cinema brasileiro, ao mesmo tempo que tenta se comunicar mais facilmente com o público, usando até o humor, principalmente no personagem de Seu Jorge. É um equilíbrio difícil, especialmente para um diretor estreante, e nem sempre o andamento é fluido. Mas Medida Provisória é um tipo de ponto de vista de que o cinema brasileiro necessita. 

A estreia na direção de longas de ficção do ator Lázaro Ramos se passa num futuro próximo levemente distópico, mas não poderia ser mais atual. Na verdade, seus temas – racismo, violência institucionalizada, opressão governamental – sempre foram relevantes no Brasil. Medida Provisória foi exibido na terça, 16, no festival South by Southwest, que normalmente acontece em Austin, no Texas, mas este ano tem uma edição virtual. O filme estava selecionado desde o ano passado, quando o festival foi cancelado por conta da pandemia. 

Cena do filme 'Medida Provisória', dirigido por Lázaro Ramos, com Taís Araújo e Alfred Enoch Foto: Lereby Produção

Medida Provisória é inspirado na peça Namíbia, Não, de Aldri Anunciação, que Ramos dirigiu no teatro. Durante a edição de dezembro da CCXP Worlds, o ator afirmou que nunca quis dirigir um longa, mas foi forçado porque nenhum cineasta quis fazer a adaptação, que ele via como necessária.  O filme se passa num Rio de Janeiro onde o carnaval foi proibido faz algum tempo. O racismo de todo dia vai ganhando contornos cada vez mais agressivos e violentos, especialmente depois que os negros conquistam o direito de indenização porque seus antepassados foram trazidos à força ao Brasil e escravizados. Como lei nem sempre se cumpre no País, o governo logo cancela a indenização e cria um programa voluntário de “repatriação” de brasileiros “melaninados” para a África, que pouco depois vira obrigatório. Lázaro Ramos trata com habilidade a tensão crescente. O advogado Antonio (o inglês filho de brasileira Alfred Enoch, que esteve na série How to Get Away With Murder, falando um português próximo do perfeito), sua mulher, a médica Capitu (Taís Araújo), e o primo de Antonio, André (Seu Jorge), tentam resistir a essa expulsão forçada, abraçada com gosto por burocratas (como a inspetora interpretada por Adriana Esteves) e a classe média branca representada pela vizinha Izildinha (Renata Sorrah). O elenco carismático é um destaque.  É sempre complicado lidar com um assunto urgente e sério como o racismo, e por vezes o filme pende para o didatismo – o que talvez até seja necessário. Fica claro que o diretor tinha muita coisa entalada para falar. Em geral, o longa levanta discussões que abarcam as complexidades do racismo e das identidades negras, algo ainda raro no cinema brasileiro, ao mesmo tempo que tenta se comunicar mais facilmente com o público, usando até o humor, principalmente no personagem de Seu Jorge. É um equilíbrio difícil, especialmente para um diretor estreante, e nem sempre o andamento é fluido. Mas Medida Provisória é um tipo de ponto de vista de que o cinema brasileiro necessita. 

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