Faroeste queer de Pedro Almodóvar falado em inglês; épico de Martin Scorsese (com Robert De Niro e Leonardo DiCaprio numa trama sobre extermínio indígena); o regresso de Indiana Jones, com homenagem a Harrison Ford; medalhões como Ken Loach e Wim Wenders de volta à competição; e a primeira superprodução com Johnny Depp desde a batalha judicial com sua ex, Amber Heard. Com tudo isso, o Festival de Cannes inaugura nesta terça, 16, sua 76.ª edição, prometendo a mais potente seleção que já teve desde a pandemia.
Em 2020, o evento foi adiado múltiplas vezes, contentando-se com uma versão pocket, em outubro daquele ano, na qual só concorreram curtas. Em 2021, a covid forçou uma mudança de data de maio para julho, com severas restrições ao público, marcando a vitória de Titane, da francesa Julia Ducournau – a segunda mulher a ganhar a Palma de Ouro. Ducournau, aliás, está este ano no júri, ao lado de Brie Larson, Paul Dano, Denis Ménochet, Atiq Rahimi, Rungano Nyoni, Maryam Touzani, e Damián Szifron. Quem preside é o sueco Ruben Östlund.
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“Sei bem o valor que a liberdade estética deve ter”, disse Östlund ao Estadão, em março. São 21 longas, como o do cearense Karim Aïnouz, Firebrand. Estão também na disputa Asteroid City, o novo de Wes Anderson, que traz Seu Jorge no elenco, e La Chimera,da italiana Alice Rohrwacher, com a atriz Carol Duarte (de A Vida Invisível) em cena. Diretoras de diferentes gerações como Ramata-Toulaye Sy, Jessica Hausner, Justine Triet e Catherine Corsini, de um total de sete mulheres, enfrentam nomes como Marco Bellocchio, Aki Kaurismäki e Nanni Moretti.
Após um longo hiato, haverá um documentário em competição, talvez pelo fato de filmes de não ficção terem conquistado o Leão de Ouro de Veneza (All The Beauty and The Bloodshed) e a mais recente Berlinale (Sur L’Adamant). O representante nessa corrida é Jeunesse, do cultuado realizador chinês Wang Bing (de A Oeste dos Trilhos).