Festival Reimagine celebra a criatividade de cariocas


As diretoras Kátia Lund e Lili Fialho criam série de cinco documentários

Por Luiz Carlos Merten

Kátia Lund, Lili Fialho e demais integrantes do projeto que resultou no Festival Reimagine tiveram um dia muito agitado ontem, 11, participando de debates após as projeções em diferentes pontos do Rio. Kátia ficou famosa com o crédito de codireção por Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, em 2002. Antes disso, em 1999, já dividira com João Moreira Salles a direção de Notícias de Uma Guerra Particular. Filha de pais norte-americanos que vieram para o Brasil antes de seu nascimento (em 1966), Kátia foi uma das fundadoras da ONG Nosso Cinema, que surgiu para permitir que integrantes da comunidade da Cidade de Deus pudessem seguir na via artística após o filme de Meirelles. A ONG foi contactada por uma produtora dos EUA, Rise Up & Care, interessada em contar histórias de cariocas que tiveram suas vidas transformadas pelo esporte e pela arte. Que melhor quadro para mostrar isso senão o dos Jogos do Rio?

São cinco histórias de superação. “John e Kirk, da ONG Rise & Care, já conheciam o Sebastião Oliveira, da Chacrinha, que incentivou os jovens da comunidade marcada pela violência a praticarem um esporte desconhecido, o badminton”, conta Lili. “O badminton virou uma paixão como o futebol, chamou a atenção dos norte-americanos e eles procuraram uma ONG brasileira para se associar. A ideia não é fazer nem incentivar caridade, mas mostrar como a potência criativa das pessoas, quando estimulada, pode levar à reinvenção das próprias cidades.” E Lili acrescenta – “Quando passamos a procurar personagens, o Sebastião, da Miratus Badminter, conhecia o pessoal do Circo Crescer e Viver, uma coisa foi levando à outra e surgiram os quatro documentários que foram associando ONGs e comunidades em torno da Cinema Nosso, que terminou virando o quinto filme. Nosso Cinema Nosso, é sobre a ONG da Kátia e do Luís Lomenha, que forma jovens das comunidades para o audiovisual. E o Luís é o produtor dos nossos filmes.”

'Loucos Dizem Que Somos' é sobreshow de calouros da comunidade do Vidigal Foto: Divulgação
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Nossos filmes – Lili foi assistente de Kátia e João Wainer no clipe Boa Esperança de Emicida, mas aqui teve seu upgrade. “Tivemos de dez a 20 dias para preparar cada documentário. Isso significava encontrar os personagens, conhecer as comunidades. A ideia era fazer os filmes com toda liberdade. Se vamos exaltar a criatividade das pessoas, tínhamos de começar pela nossa. Os documentários não possuem uma fórmula. Cada um tinha de criar a sua linguagem.” No Risco do Circo, No Risco da Vida conta a história de Djeferson, que queria ser palhaço, mas era muito gordo, com mais de 120 quilos, e não conseguia ser admitido nas escolas de circo. Para se manter perto de sua paixão, ele foi ser guardador de carros no circo. Terminou trapezista.

Não Deixe a Peteca Cair é sobre a rapaziada que curte o badminton na Chacrinha. Loucos Dizem Que Somos é sobre um show de calouros que já se realiza há 30 anos, ao ar livre, no Vidigal. E Assó, Adorei o Jongo! é sobre a comunidade do Morro da Serrinha, em Madureira, que sempre foi o território do jongo, uma dança ancestral africana.

Havia o risco de que o jongo se perdesse, se não fosse assimilado pelas novas gerações. Isso ocorreu e o filme fala de memória e tradição, mas na perspectiva da modernidade. É a própria ideia da reinvenção, que está na essência de todo o projeto e do Festival Reimagine Rio. Lili conta como Kátia e ela formaram duas unidades e cada uma saía com sua equipe para captar imagens e sons em diferentes comunidades. “Depois, a gente analisava e comparava o material. Foi um processo muito dinâmico e estimulante para todo o mundo. Cada filme tinha o seu ritmo, a sua história, e isso determinava a forma.” Fechando o ciclo dos filmes, Nosso Cinema Nosso é metalinguístico, sobre como o Nosso Cinema virou a maior escola popular de audiovisual da América Latina e como os jovens fazem um filme (dentro do filme).

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A diretora Kátia Lund e o ator Leandro Firmino Foto: Divulgação

Reimagine mantém-se inicialmente restrito ao Rio. Permanece em salas selecionadas até quarta, 17, e depois segue em espaços mais alternativos (e comunitários) até 3/12. Existe o desejo de fazer o Reimagine Rio circular pelo Brasil, até para estimular o desenvolvimento de novas releituras. São Paulo, que tem o Circuito Spcine, poderia ter o seu Reimagine local, por que não? Vale destacar que Kátia Lund e Lili Fialho ficaram amigas e começaram a trabalhar juntas na capital paulista. Para quem quiser saber mais sobre a Rise & Up, a ONG tem sede em Atlanta, EUA. Em tempos de superação de Olimpíada, Reimagine Rio tem tudo a ver com uma proposta de repensar o mundo com esperança.

Os 5 Filmes:

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No Risco do Circo, No Risco da Vida A aventura de Djeferson no Circo Crescer e Viver

Não Deixe a Peteca Cair Ou como Ygor Coelho de Oliveira, filho de Sebastião Oliveira, se tornou o primeiro medalhista de badminton da comunidade da Chacrinha

Loucos Dizem Que Somos O incrível show de calouros da comunidade do Vidigal

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Assó, Adorei o Jongo! A juventude da Serrinha redescobre o jongo e garante a permanência da dança de origem africana

Nosso Cinema Nosso O filme do filme, sobre a ONG que coordenou todo o projeto

Kátia Lund, Lili Fialho e demais integrantes do projeto que resultou no Festival Reimagine tiveram um dia muito agitado ontem, 11, participando de debates após as projeções em diferentes pontos do Rio. Kátia ficou famosa com o crédito de codireção por Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, em 2002. Antes disso, em 1999, já dividira com João Moreira Salles a direção de Notícias de Uma Guerra Particular. Filha de pais norte-americanos que vieram para o Brasil antes de seu nascimento (em 1966), Kátia foi uma das fundadoras da ONG Nosso Cinema, que surgiu para permitir que integrantes da comunidade da Cidade de Deus pudessem seguir na via artística após o filme de Meirelles. A ONG foi contactada por uma produtora dos EUA, Rise Up & Care, interessada em contar histórias de cariocas que tiveram suas vidas transformadas pelo esporte e pela arte. Que melhor quadro para mostrar isso senão o dos Jogos do Rio?

São cinco histórias de superação. “John e Kirk, da ONG Rise & Care, já conheciam o Sebastião Oliveira, da Chacrinha, que incentivou os jovens da comunidade marcada pela violência a praticarem um esporte desconhecido, o badminton”, conta Lili. “O badminton virou uma paixão como o futebol, chamou a atenção dos norte-americanos e eles procuraram uma ONG brasileira para se associar. A ideia não é fazer nem incentivar caridade, mas mostrar como a potência criativa das pessoas, quando estimulada, pode levar à reinvenção das próprias cidades.” E Lili acrescenta – “Quando passamos a procurar personagens, o Sebastião, da Miratus Badminter, conhecia o pessoal do Circo Crescer e Viver, uma coisa foi levando à outra e surgiram os quatro documentários que foram associando ONGs e comunidades em torno da Cinema Nosso, que terminou virando o quinto filme. Nosso Cinema Nosso, é sobre a ONG da Kátia e do Luís Lomenha, que forma jovens das comunidades para o audiovisual. E o Luís é o produtor dos nossos filmes.”

'Loucos Dizem Que Somos' é sobreshow de calouros da comunidade do Vidigal Foto: Divulgação

Nossos filmes – Lili foi assistente de Kátia e João Wainer no clipe Boa Esperança de Emicida, mas aqui teve seu upgrade. “Tivemos de dez a 20 dias para preparar cada documentário. Isso significava encontrar os personagens, conhecer as comunidades. A ideia era fazer os filmes com toda liberdade. Se vamos exaltar a criatividade das pessoas, tínhamos de começar pela nossa. Os documentários não possuem uma fórmula. Cada um tinha de criar a sua linguagem.” No Risco do Circo, No Risco da Vida conta a história de Djeferson, que queria ser palhaço, mas era muito gordo, com mais de 120 quilos, e não conseguia ser admitido nas escolas de circo. Para se manter perto de sua paixão, ele foi ser guardador de carros no circo. Terminou trapezista.

Não Deixe a Peteca Cair é sobre a rapaziada que curte o badminton na Chacrinha. Loucos Dizem Que Somos é sobre um show de calouros que já se realiza há 30 anos, ao ar livre, no Vidigal. E Assó, Adorei o Jongo! é sobre a comunidade do Morro da Serrinha, em Madureira, que sempre foi o território do jongo, uma dança ancestral africana.

Havia o risco de que o jongo se perdesse, se não fosse assimilado pelas novas gerações. Isso ocorreu e o filme fala de memória e tradição, mas na perspectiva da modernidade. É a própria ideia da reinvenção, que está na essência de todo o projeto e do Festival Reimagine Rio. Lili conta como Kátia e ela formaram duas unidades e cada uma saía com sua equipe para captar imagens e sons em diferentes comunidades. “Depois, a gente analisava e comparava o material. Foi um processo muito dinâmico e estimulante para todo o mundo. Cada filme tinha o seu ritmo, a sua história, e isso determinava a forma.” Fechando o ciclo dos filmes, Nosso Cinema Nosso é metalinguístico, sobre como o Nosso Cinema virou a maior escola popular de audiovisual da América Latina e como os jovens fazem um filme (dentro do filme).

A diretora Kátia Lund e o ator Leandro Firmino Foto: Divulgação

Reimagine mantém-se inicialmente restrito ao Rio. Permanece em salas selecionadas até quarta, 17, e depois segue em espaços mais alternativos (e comunitários) até 3/12. Existe o desejo de fazer o Reimagine Rio circular pelo Brasil, até para estimular o desenvolvimento de novas releituras. São Paulo, que tem o Circuito Spcine, poderia ter o seu Reimagine local, por que não? Vale destacar que Kátia Lund e Lili Fialho ficaram amigas e começaram a trabalhar juntas na capital paulista. Para quem quiser saber mais sobre a Rise & Up, a ONG tem sede em Atlanta, EUA. Em tempos de superação de Olimpíada, Reimagine Rio tem tudo a ver com uma proposta de repensar o mundo com esperança.

Os 5 Filmes:

No Risco do Circo, No Risco da Vida A aventura de Djeferson no Circo Crescer e Viver

Não Deixe a Peteca Cair Ou como Ygor Coelho de Oliveira, filho de Sebastião Oliveira, se tornou o primeiro medalhista de badminton da comunidade da Chacrinha

Loucos Dizem Que Somos O incrível show de calouros da comunidade do Vidigal

Assó, Adorei o Jongo! A juventude da Serrinha redescobre o jongo e garante a permanência da dança de origem africana

Nosso Cinema Nosso O filme do filme, sobre a ONG que coordenou todo o projeto

Kátia Lund, Lili Fialho e demais integrantes do projeto que resultou no Festival Reimagine tiveram um dia muito agitado ontem, 11, participando de debates após as projeções em diferentes pontos do Rio. Kátia ficou famosa com o crédito de codireção por Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, em 2002. Antes disso, em 1999, já dividira com João Moreira Salles a direção de Notícias de Uma Guerra Particular. Filha de pais norte-americanos que vieram para o Brasil antes de seu nascimento (em 1966), Kátia foi uma das fundadoras da ONG Nosso Cinema, que surgiu para permitir que integrantes da comunidade da Cidade de Deus pudessem seguir na via artística após o filme de Meirelles. A ONG foi contactada por uma produtora dos EUA, Rise Up & Care, interessada em contar histórias de cariocas que tiveram suas vidas transformadas pelo esporte e pela arte. Que melhor quadro para mostrar isso senão o dos Jogos do Rio?

São cinco histórias de superação. “John e Kirk, da ONG Rise & Care, já conheciam o Sebastião Oliveira, da Chacrinha, que incentivou os jovens da comunidade marcada pela violência a praticarem um esporte desconhecido, o badminton”, conta Lili. “O badminton virou uma paixão como o futebol, chamou a atenção dos norte-americanos e eles procuraram uma ONG brasileira para se associar. A ideia não é fazer nem incentivar caridade, mas mostrar como a potência criativa das pessoas, quando estimulada, pode levar à reinvenção das próprias cidades.” E Lili acrescenta – “Quando passamos a procurar personagens, o Sebastião, da Miratus Badminter, conhecia o pessoal do Circo Crescer e Viver, uma coisa foi levando à outra e surgiram os quatro documentários que foram associando ONGs e comunidades em torno da Cinema Nosso, que terminou virando o quinto filme. Nosso Cinema Nosso, é sobre a ONG da Kátia e do Luís Lomenha, que forma jovens das comunidades para o audiovisual. E o Luís é o produtor dos nossos filmes.”

'Loucos Dizem Que Somos' é sobreshow de calouros da comunidade do Vidigal Foto: Divulgação

Nossos filmes – Lili foi assistente de Kátia e João Wainer no clipe Boa Esperança de Emicida, mas aqui teve seu upgrade. “Tivemos de dez a 20 dias para preparar cada documentário. Isso significava encontrar os personagens, conhecer as comunidades. A ideia era fazer os filmes com toda liberdade. Se vamos exaltar a criatividade das pessoas, tínhamos de começar pela nossa. Os documentários não possuem uma fórmula. Cada um tinha de criar a sua linguagem.” No Risco do Circo, No Risco da Vida conta a história de Djeferson, que queria ser palhaço, mas era muito gordo, com mais de 120 quilos, e não conseguia ser admitido nas escolas de circo. Para se manter perto de sua paixão, ele foi ser guardador de carros no circo. Terminou trapezista.

Não Deixe a Peteca Cair é sobre a rapaziada que curte o badminton na Chacrinha. Loucos Dizem Que Somos é sobre um show de calouros que já se realiza há 30 anos, ao ar livre, no Vidigal. E Assó, Adorei o Jongo! é sobre a comunidade do Morro da Serrinha, em Madureira, que sempre foi o território do jongo, uma dança ancestral africana.

Havia o risco de que o jongo se perdesse, se não fosse assimilado pelas novas gerações. Isso ocorreu e o filme fala de memória e tradição, mas na perspectiva da modernidade. É a própria ideia da reinvenção, que está na essência de todo o projeto e do Festival Reimagine Rio. Lili conta como Kátia e ela formaram duas unidades e cada uma saía com sua equipe para captar imagens e sons em diferentes comunidades. “Depois, a gente analisava e comparava o material. Foi um processo muito dinâmico e estimulante para todo o mundo. Cada filme tinha o seu ritmo, a sua história, e isso determinava a forma.” Fechando o ciclo dos filmes, Nosso Cinema Nosso é metalinguístico, sobre como o Nosso Cinema virou a maior escola popular de audiovisual da América Latina e como os jovens fazem um filme (dentro do filme).

A diretora Kátia Lund e o ator Leandro Firmino Foto: Divulgação

Reimagine mantém-se inicialmente restrito ao Rio. Permanece em salas selecionadas até quarta, 17, e depois segue em espaços mais alternativos (e comunitários) até 3/12. Existe o desejo de fazer o Reimagine Rio circular pelo Brasil, até para estimular o desenvolvimento de novas releituras. São Paulo, que tem o Circuito Spcine, poderia ter o seu Reimagine local, por que não? Vale destacar que Kátia Lund e Lili Fialho ficaram amigas e começaram a trabalhar juntas na capital paulista. Para quem quiser saber mais sobre a Rise & Up, a ONG tem sede em Atlanta, EUA. Em tempos de superação de Olimpíada, Reimagine Rio tem tudo a ver com uma proposta de repensar o mundo com esperança.

Os 5 Filmes:

No Risco do Circo, No Risco da Vida A aventura de Djeferson no Circo Crescer e Viver

Não Deixe a Peteca Cair Ou como Ygor Coelho de Oliveira, filho de Sebastião Oliveira, se tornou o primeiro medalhista de badminton da comunidade da Chacrinha

Loucos Dizem Que Somos O incrível show de calouros da comunidade do Vidigal

Assó, Adorei o Jongo! A juventude da Serrinha redescobre o jongo e garante a permanência da dança de origem africana

Nosso Cinema Nosso O filme do filme, sobre a ONG que coordenou todo o projeto

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