Filmado em Hiroshima, 'Drive my Car' aposta na ideia de reconstrução


Filme tem longas cenas dentro de carros, assim como em outra obra do diretor, ‘Roda do Destino

Por Luiz Carlos Merten

Selecionado em terceiro lugar entre os dez melhores filmes do ano passado pelos críticos da revista Sight and Sound – o segundo foi Pequena Mamãe, de Céline Sciamma, e o primeiro, The Souvenir – Part II, de Joanna Hogg –, Drive My Car vem somar-se a outro grande filme de Ryûsuke Hamaguchi em cartaz no Brasil:Roda do Destino, 10.º na lista da revista. Ambos têm longas cenas de diálogos dentro de carros. À revista, Hamaguchi contou que pretendia filmar Drive My Car fora do Japão. Em Busan, talvez, na Coreia do Sul. Vários fatores, inclusive a covid-19, o impediram de levar adiante o plano. Ele teve de fazer o filme no Japão, mas não em Tóquio. Seria impossível filmar as cenas de carros na capital japonesa. Escolheu Hiroshima, não só pelo tráfego menos pesado, mas porque a cidade foi reconstruída após a destruição pela bomba, e Drive My Car é sobre reconstrução.

Ryusuke Hamaguchi, diretor de 'Drive My Car', fala sobre reconstrução em seu novo filme, comparado a'Parasita' Foto: Janus Films

O ator e diretor que é o protagonista da história perdeu a mulher. Antes disso, o casal amargou a dor da morte de uma filha. Ele viaja a Hiroshima para ministrar uma oficina de teatro. Seleciona atores. A peça dentro do filme é Tio Vânia, de Chekhov. A organização do evento o obriga a usar um motorista. É uma motorista. O carro é vermelho. Destaca-se nas tomadas do alto. Baseado em Haruki Murakami, Drive My Car, como todo Hamaguchi, é sobre encontros e desencontros, sobre a roda do destino. As referências a Chekhov e personagens sofridos intensificam o pathos. 

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Cena do filme 'Drive My Car', do diretor japonês Ryusuke Hamaguchi, que ambienta a história na cidade atingida pela bomba nuclear Foto: Janus Films

Drive My Car concorre aos quatro prêmios da Academia que Bong Joon-ho venceu há dois anos por Parasita – melhor filme, direção, roteiro e filme estrangeiro. Hamaguchi, como o repórter, prefere outro sul-coreano, Em Chamas, de Lee Chang-dong, adaptado de Murakami. Como ele diz, Em Chamas é mais Chang-dong do que Murakami, mas o que os conecta, como autores de cinema, é o desejo de se apropriar do escritor. A reconstrução – do afeto, das relações – está no centro de Drive My Car. O carro é personagem. O filme é maravilhoso.

COTAÇÃO: ÓTIMO 

Selecionado em terceiro lugar entre os dez melhores filmes do ano passado pelos críticos da revista Sight and Sound – o segundo foi Pequena Mamãe, de Céline Sciamma, e o primeiro, The Souvenir – Part II, de Joanna Hogg –, Drive My Car vem somar-se a outro grande filme de Ryûsuke Hamaguchi em cartaz no Brasil:Roda do Destino, 10.º na lista da revista. Ambos têm longas cenas de diálogos dentro de carros. À revista, Hamaguchi contou que pretendia filmar Drive My Car fora do Japão. Em Busan, talvez, na Coreia do Sul. Vários fatores, inclusive a covid-19, o impediram de levar adiante o plano. Ele teve de fazer o filme no Japão, mas não em Tóquio. Seria impossível filmar as cenas de carros na capital japonesa. Escolheu Hiroshima, não só pelo tráfego menos pesado, mas porque a cidade foi reconstruída após a destruição pela bomba, e Drive My Car é sobre reconstrução.

Ryusuke Hamaguchi, diretor de 'Drive My Car', fala sobre reconstrução em seu novo filme, comparado a'Parasita' Foto: Janus Films

O ator e diretor que é o protagonista da história perdeu a mulher. Antes disso, o casal amargou a dor da morte de uma filha. Ele viaja a Hiroshima para ministrar uma oficina de teatro. Seleciona atores. A peça dentro do filme é Tio Vânia, de Chekhov. A organização do evento o obriga a usar um motorista. É uma motorista. O carro é vermelho. Destaca-se nas tomadas do alto. Baseado em Haruki Murakami, Drive My Car, como todo Hamaguchi, é sobre encontros e desencontros, sobre a roda do destino. As referências a Chekhov e personagens sofridos intensificam o pathos. 

Cena do filme 'Drive My Car', do diretor japonês Ryusuke Hamaguchi, que ambienta a história na cidade atingida pela bomba nuclear Foto: Janus Films

Drive My Car concorre aos quatro prêmios da Academia que Bong Joon-ho venceu há dois anos por Parasita – melhor filme, direção, roteiro e filme estrangeiro. Hamaguchi, como o repórter, prefere outro sul-coreano, Em Chamas, de Lee Chang-dong, adaptado de Murakami. Como ele diz, Em Chamas é mais Chang-dong do que Murakami, mas o que os conecta, como autores de cinema, é o desejo de se apropriar do escritor. A reconstrução – do afeto, das relações – está no centro de Drive My Car. O carro é personagem. O filme é maravilhoso.

COTAÇÃO: ÓTIMO 

Selecionado em terceiro lugar entre os dez melhores filmes do ano passado pelos críticos da revista Sight and Sound – o segundo foi Pequena Mamãe, de Céline Sciamma, e o primeiro, The Souvenir – Part II, de Joanna Hogg –, Drive My Car vem somar-se a outro grande filme de Ryûsuke Hamaguchi em cartaz no Brasil:Roda do Destino, 10.º na lista da revista. Ambos têm longas cenas de diálogos dentro de carros. À revista, Hamaguchi contou que pretendia filmar Drive My Car fora do Japão. Em Busan, talvez, na Coreia do Sul. Vários fatores, inclusive a covid-19, o impediram de levar adiante o plano. Ele teve de fazer o filme no Japão, mas não em Tóquio. Seria impossível filmar as cenas de carros na capital japonesa. Escolheu Hiroshima, não só pelo tráfego menos pesado, mas porque a cidade foi reconstruída após a destruição pela bomba, e Drive My Car é sobre reconstrução.

Ryusuke Hamaguchi, diretor de 'Drive My Car', fala sobre reconstrução em seu novo filme, comparado a'Parasita' Foto: Janus Films

O ator e diretor que é o protagonista da história perdeu a mulher. Antes disso, o casal amargou a dor da morte de uma filha. Ele viaja a Hiroshima para ministrar uma oficina de teatro. Seleciona atores. A peça dentro do filme é Tio Vânia, de Chekhov. A organização do evento o obriga a usar um motorista. É uma motorista. O carro é vermelho. Destaca-se nas tomadas do alto. Baseado em Haruki Murakami, Drive My Car, como todo Hamaguchi, é sobre encontros e desencontros, sobre a roda do destino. As referências a Chekhov e personagens sofridos intensificam o pathos. 

Cena do filme 'Drive My Car', do diretor japonês Ryusuke Hamaguchi, que ambienta a história na cidade atingida pela bomba nuclear Foto: Janus Films

Drive My Car concorre aos quatro prêmios da Academia que Bong Joon-ho venceu há dois anos por Parasita – melhor filme, direção, roteiro e filme estrangeiro. Hamaguchi, como o repórter, prefere outro sul-coreano, Em Chamas, de Lee Chang-dong, adaptado de Murakami. Como ele diz, Em Chamas é mais Chang-dong do que Murakami, mas o que os conecta, como autores de cinema, é o desejo de se apropriar do escritor. A reconstrução – do afeto, das relações – está no centro de Drive My Car. O carro é personagem. O filme é maravilhoso.

COTAÇÃO: ÓTIMO 

Selecionado em terceiro lugar entre os dez melhores filmes do ano passado pelos críticos da revista Sight and Sound – o segundo foi Pequena Mamãe, de Céline Sciamma, e o primeiro, The Souvenir – Part II, de Joanna Hogg –, Drive My Car vem somar-se a outro grande filme de Ryûsuke Hamaguchi em cartaz no Brasil:Roda do Destino, 10.º na lista da revista. Ambos têm longas cenas de diálogos dentro de carros. À revista, Hamaguchi contou que pretendia filmar Drive My Car fora do Japão. Em Busan, talvez, na Coreia do Sul. Vários fatores, inclusive a covid-19, o impediram de levar adiante o plano. Ele teve de fazer o filme no Japão, mas não em Tóquio. Seria impossível filmar as cenas de carros na capital japonesa. Escolheu Hiroshima, não só pelo tráfego menos pesado, mas porque a cidade foi reconstruída após a destruição pela bomba, e Drive My Car é sobre reconstrução.

Ryusuke Hamaguchi, diretor de 'Drive My Car', fala sobre reconstrução em seu novo filme, comparado a'Parasita' Foto: Janus Films

O ator e diretor que é o protagonista da história perdeu a mulher. Antes disso, o casal amargou a dor da morte de uma filha. Ele viaja a Hiroshima para ministrar uma oficina de teatro. Seleciona atores. A peça dentro do filme é Tio Vânia, de Chekhov. A organização do evento o obriga a usar um motorista. É uma motorista. O carro é vermelho. Destaca-se nas tomadas do alto. Baseado em Haruki Murakami, Drive My Car, como todo Hamaguchi, é sobre encontros e desencontros, sobre a roda do destino. As referências a Chekhov e personagens sofridos intensificam o pathos. 

Cena do filme 'Drive My Car', do diretor japonês Ryusuke Hamaguchi, que ambienta a história na cidade atingida pela bomba nuclear Foto: Janus Films

Drive My Car concorre aos quatro prêmios da Academia que Bong Joon-ho venceu há dois anos por Parasita – melhor filme, direção, roteiro e filme estrangeiro. Hamaguchi, como o repórter, prefere outro sul-coreano, Em Chamas, de Lee Chang-dong, adaptado de Murakami. Como ele diz, Em Chamas é mais Chang-dong do que Murakami, mas o que os conecta, como autores de cinema, é o desejo de se apropriar do escritor. A reconstrução – do afeto, das relações – está no centro de Drive My Car. O carro é personagem. O filme é maravilhoso.

COTAÇÃO: ÓTIMO 

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