Filme sobre Eike Batista ‘narra uma história triste do Brasil’, diz Nelson Freitas


‘Eike - Tudo ou Nada’ é baseado em livro de Malu Gaspar e chega aos cinemas na quinta, 22

Por Luiz Carlos Merten
Atualização:

Para espectadores que se acostumaram a ver Nelson Freitas no humorístico Zorra Total, será talvez surpreendente vê-lo interpretar o empresário Eike Batista em Eike: Tudo ou Nada, que estreia na quinta, dia 22. O longa produzido por Tiago Rezende e realizado por Andradina Azevedo e Dida Andrade, que também assinam o roteiro, baseia-se no livro Tudo ou Nada: Eike Batista e a Verdadeira História do Grupo X, de Malu Gaspar e lançado pela Companhia das Letras.

Tiago é filho de Marisa Leão e Sergio Rezende. Produziu o longa da irmã, Julia Rezende, que estreou no recente Festival de Gramado, A Porta ao Lado. “Ao contrário daquele, esse é um projeto meu. Comprei os direitos, escolhi o diretor. Inicialmente pensava fazer Eike: Tudo ou Nada com o (diretor) João Jardim, mas a conversa não evoluiu porque ele já estava comprometido com outros projetos. Terminei chegando a esses dois (Andradina e Dida). Foi uma parceria muito rica e colaborativa”, diz.

Cena do filme 'Eike: Tudo ou Nada', com Nelson Freitas e Carol Castro Foto: DESIREE DO VALLE
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Em pouquíssimo tempo, e ainda tendo enfrentado o período duro da pandemia, Tiago já tem quatro filmes no currículo como produtor. Deixemos os demais para depois. O foco agora é Eike: Tudo ou Nada. Tiago fala do seu fascínio pelo personagem que resolveu abordar. “Ele teve uma ascensão vertiginosa. Conheceu a glória e a decadência. Como personagem, é daqueles cuja história vale contar.”

Para Nelson Freitas, a história não é só de Eike Batista. “O filme narra uma história triste do Brasil.” E os diretores: “Pelo tamanho, pelo fato de ser uma adaptação e a história real de um personagem conhecido, Tudo ou Nada não se assemelha a nenhum filme que fizemos antes, mas justamente isso foi o que nos impulsionou.”

Outro fator foi a carta branca. Andradina e Dida foram premiados em Gramado por seus filmes anteriores – A Bruta Flor do Querer e 30 Anos Blues. O primeiro, principalmente, dividiu a crítica. Foram chamados, entre outras coisas, de machistas. Contar a história de Eike Batista poderia corroborar o insulto. Afinal, Eike foi casado com uma das mulheres mais belas e desejadas desse País. Luma de Oliveira foi rainha da bateria de escola de samba e, brincadeira ou não, desfilou com aquela coleira, o que gerou muitas reações.

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Prisão

A primeira surpresa é verificar que o filme coloca o foco na carreira empresarial de Eike. O episódio Luma reduz-se a um filme dentro do filme, de cerca de dez minutos, ou pouco mais. O garoto Eike foi direcionado pela mãe para vencer. Chegou a ser um dos homens mais ricos do mundo. Perdeu toda a fortuna conquistada na prospecção do petróleo. Foi preso.

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Do underground – seus filmes anteriores foram produções de baixíssimo orçamento – à produção bancada por uma das principais empresas produtoras e distribuidoras do cinema brasileiro, a Paris Filmes, o salto foi grande. O repórter provoca: parece um filme de Adam McKay. Dida rebate. “Entendo o que você diz e a gente até pensou nele. Usamos o que gostamos e suprimimos o que não nos agrada em seus filmes do Oscar.” A saber, A Grande Aposta, sobre a crise da bolsa norte-americana em 2008, e Não Olhe para Cima, sobre dois astrônomos que descobrem um cometa em rota de coalizão com a Terra e lutam para convencer as autoridades do perigo.

Como o Chatô, de Guilherme Fontes, o filme pretende ser também uma interpretação do Brasil. “Com certeza”, concorda Dida. Não por acaso a trilha nutre-se de diferentes versões, instrumentais ou cantadas, de Aquarela do Brasil, o clássico de Ary Barroso.

Eike, que se fez brasileiro – proclama-se um patriota – é mais um devorado pelo Brasil. Psicanaliticamente, é confrontado sempre com o fantasma do pai. Corre atrás dele, sem conseguir alcançá-lo. É a história de um fracasso, por mais que Eike termine o filme acreditando na possibilidade de seu reerguimento.

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Cena do filme 'Eike: Tudo ou Nada', com Nelson Freitas e Carol Castro Foto: DESIREE DO VALLE

Novos rumos

Um glorioso fracasso, e uma belíssima interpretação do ator Nelson Freitas. Ele espera que o filme, ao revelar outra face do seu talento, abra novos rumos para sua carreira. O repórter arrisca que Freitas será indicado por sua atuação para o próximo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. “Jura? Você acha?”

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São muitas as citações e referências. Andradina e Duda assinam a direção e o roteiro. Andradina tem o crédito da fotografia. Dida concentrou-se na direção e no elenco. Até quando vão trabalhar juntos? “Por mim, sempre”, diz Dida. “A gente briga, é verdade, mas vou aguentar sempre esse cara pelas ideias maravilhosas que vive me dando.”

O próprio Eike teve alguma participação no filme, deu seus pitacos? É o produtor que diz: “Nada, inclusive ele ainda não viu o filme”. A entrevista foi realizada no começo da semana passada. Eike – Tudo ou Nada teria no dia seguinte uma sessão no Rio para a qual Eike foi convidado. Na quinta, o filme passou no Miami Brazilian Film Festival, nos Estados Unidos. Nesta quinta, chega à salas. Terá um bom lançamento, mas não mega. “Contamos com o fascínio do personagem para atrair o público. A situação não anda boa nas salas, mas se houver resposta do público estamos preparados para ampliar o circuito”, conclui o produtor.

Para espectadores que se acostumaram a ver Nelson Freitas no humorístico Zorra Total, será talvez surpreendente vê-lo interpretar o empresário Eike Batista em Eike: Tudo ou Nada, que estreia na quinta, dia 22. O longa produzido por Tiago Rezende e realizado por Andradina Azevedo e Dida Andrade, que também assinam o roteiro, baseia-se no livro Tudo ou Nada: Eike Batista e a Verdadeira História do Grupo X, de Malu Gaspar e lançado pela Companhia das Letras.

Tiago é filho de Marisa Leão e Sergio Rezende. Produziu o longa da irmã, Julia Rezende, que estreou no recente Festival de Gramado, A Porta ao Lado. “Ao contrário daquele, esse é um projeto meu. Comprei os direitos, escolhi o diretor. Inicialmente pensava fazer Eike: Tudo ou Nada com o (diretor) João Jardim, mas a conversa não evoluiu porque ele já estava comprometido com outros projetos. Terminei chegando a esses dois (Andradina e Dida). Foi uma parceria muito rica e colaborativa”, diz.

Cena do filme 'Eike: Tudo ou Nada', com Nelson Freitas e Carol Castro Foto: DESIREE DO VALLE

Em pouquíssimo tempo, e ainda tendo enfrentado o período duro da pandemia, Tiago já tem quatro filmes no currículo como produtor. Deixemos os demais para depois. O foco agora é Eike: Tudo ou Nada. Tiago fala do seu fascínio pelo personagem que resolveu abordar. “Ele teve uma ascensão vertiginosa. Conheceu a glória e a decadência. Como personagem, é daqueles cuja história vale contar.”

Para Nelson Freitas, a história não é só de Eike Batista. “O filme narra uma história triste do Brasil.” E os diretores: “Pelo tamanho, pelo fato de ser uma adaptação e a história real de um personagem conhecido, Tudo ou Nada não se assemelha a nenhum filme que fizemos antes, mas justamente isso foi o que nos impulsionou.”

Outro fator foi a carta branca. Andradina e Dida foram premiados em Gramado por seus filmes anteriores – A Bruta Flor do Querer e 30 Anos Blues. O primeiro, principalmente, dividiu a crítica. Foram chamados, entre outras coisas, de machistas. Contar a história de Eike Batista poderia corroborar o insulto. Afinal, Eike foi casado com uma das mulheres mais belas e desejadas desse País. Luma de Oliveira foi rainha da bateria de escola de samba e, brincadeira ou não, desfilou com aquela coleira, o que gerou muitas reações.

Prisão

A primeira surpresa é verificar que o filme coloca o foco na carreira empresarial de Eike. O episódio Luma reduz-se a um filme dentro do filme, de cerca de dez minutos, ou pouco mais. O garoto Eike foi direcionado pela mãe para vencer. Chegou a ser um dos homens mais ricos do mundo. Perdeu toda a fortuna conquistada na prospecção do petróleo. Foi preso.

Do underground – seus filmes anteriores foram produções de baixíssimo orçamento – à produção bancada por uma das principais empresas produtoras e distribuidoras do cinema brasileiro, a Paris Filmes, o salto foi grande. O repórter provoca: parece um filme de Adam McKay. Dida rebate. “Entendo o que você diz e a gente até pensou nele. Usamos o que gostamos e suprimimos o que não nos agrada em seus filmes do Oscar.” A saber, A Grande Aposta, sobre a crise da bolsa norte-americana em 2008, e Não Olhe para Cima, sobre dois astrônomos que descobrem um cometa em rota de coalizão com a Terra e lutam para convencer as autoridades do perigo.

Como o Chatô, de Guilherme Fontes, o filme pretende ser também uma interpretação do Brasil. “Com certeza”, concorda Dida. Não por acaso a trilha nutre-se de diferentes versões, instrumentais ou cantadas, de Aquarela do Brasil, o clássico de Ary Barroso.

Eike, que se fez brasileiro – proclama-se um patriota – é mais um devorado pelo Brasil. Psicanaliticamente, é confrontado sempre com o fantasma do pai. Corre atrás dele, sem conseguir alcançá-lo. É a história de um fracasso, por mais que Eike termine o filme acreditando na possibilidade de seu reerguimento.

Cena do filme 'Eike: Tudo ou Nada', com Nelson Freitas e Carol Castro Foto: DESIREE DO VALLE

Novos rumos

Um glorioso fracasso, e uma belíssima interpretação do ator Nelson Freitas. Ele espera que o filme, ao revelar outra face do seu talento, abra novos rumos para sua carreira. O repórter arrisca que Freitas será indicado por sua atuação para o próximo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. “Jura? Você acha?”

São muitas as citações e referências. Andradina e Duda assinam a direção e o roteiro. Andradina tem o crédito da fotografia. Dida concentrou-se na direção e no elenco. Até quando vão trabalhar juntos? “Por mim, sempre”, diz Dida. “A gente briga, é verdade, mas vou aguentar sempre esse cara pelas ideias maravilhosas que vive me dando.”

O próprio Eike teve alguma participação no filme, deu seus pitacos? É o produtor que diz: “Nada, inclusive ele ainda não viu o filme”. A entrevista foi realizada no começo da semana passada. Eike – Tudo ou Nada teria no dia seguinte uma sessão no Rio para a qual Eike foi convidado. Na quinta, o filme passou no Miami Brazilian Film Festival, nos Estados Unidos. Nesta quinta, chega à salas. Terá um bom lançamento, mas não mega. “Contamos com o fascínio do personagem para atrair o público. A situação não anda boa nas salas, mas se houver resposta do público estamos preparados para ampliar o circuito”, conclui o produtor.

Para espectadores que se acostumaram a ver Nelson Freitas no humorístico Zorra Total, será talvez surpreendente vê-lo interpretar o empresário Eike Batista em Eike: Tudo ou Nada, que estreia na quinta, dia 22. O longa produzido por Tiago Rezende e realizado por Andradina Azevedo e Dida Andrade, que também assinam o roteiro, baseia-se no livro Tudo ou Nada: Eike Batista e a Verdadeira História do Grupo X, de Malu Gaspar e lançado pela Companhia das Letras.

Tiago é filho de Marisa Leão e Sergio Rezende. Produziu o longa da irmã, Julia Rezende, que estreou no recente Festival de Gramado, A Porta ao Lado. “Ao contrário daquele, esse é um projeto meu. Comprei os direitos, escolhi o diretor. Inicialmente pensava fazer Eike: Tudo ou Nada com o (diretor) João Jardim, mas a conversa não evoluiu porque ele já estava comprometido com outros projetos. Terminei chegando a esses dois (Andradina e Dida). Foi uma parceria muito rica e colaborativa”, diz.

Cena do filme 'Eike: Tudo ou Nada', com Nelson Freitas e Carol Castro Foto: DESIREE DO VALLE

Em pouquíssimo tempo, e ainda tendo enfrentado o período duro da pandemia, Tiago já tem quatro filmes no currículo como produtor. Deixemos os demais para depois. O foco agora é Eike: Tudo ou Nada. Tiago fala do seu fascínio pelo personagem que resolveu abordar. “Ele teve uma ascensão vertiginosa. Conheceu a glória e a decadência. Como personagem, é daqueles cuja história vale contar.”

Para Nelson Freitas, a história não é só de Eike Batista. “O filme narra uma história triste do Brasil.” E os diretores: “Pelo tamanho, pelo fato de ser uma adaptação e a história real de um personagem conhecido, Tudo ou Nada não se assemelha a nenhum filme que fizemos antes, mas justamente isso foi o que nos impulsionou.”

Outro fator foi a carta branca. Andradina e Dida foram premiados em Gramado por seus filmes anteriores – A Bruta Flor do Querer e 30 Anos Blues. O primeiro, principalmente, dividiu a crítica. Foram chamados, entre outras coisas, de machistas. Contar a história de Eike Batista poderia corroborar o insulto. Afinal, Eike foi casado com uma das mulheres mais belas e desejadas desse País. Luma de Oliveira foi rainha da bateria de escola de samba e, brincadeira ou não, desfilou com aquela coleira, o que gerou muitas reações.

Prisão

A primeira surpresa é verificar que o filme coloca o foco na carreira empresarial de Eike. O episódio Luma reduz-se a um filme dentro do filme, de cerca de dez minutos, ou pouco mais. O garoto Eike foi direcionado pela mãe para vencer. Chegou a ser um dos homens mais ricos do mundo. Perdeu toda a fortuna conquistada na prospecção do petróleo. Foi preso.

Do underground – seus filmes anteriores foram produções de baixíssimo orçamento – à produção bancada por uma das principais empresas produtoras e distribuidoras do cinema brasileiro, a Paris Filmes, o salto foi grande. O repórter provoca: parece um filme de Adam McKay. Dida rebate. “Entendo o que você diz e a gente até pensou nele. Usamos o que gostamos e suprimimos o que não nos agrada em seus filmes do Oscar.” A saber, A Grande Aposta, sobre a crise da bolsa norte-americana em 2008, e Não Olhe para Cima, sobre dois astrônomos que descobrem um cometa em rota de coalizão com a Terra e lutam para convencer as autoridades do perigo.

Como o Chatô, de Guilherme Fontes, o filme pretende ser também uma interpretação do Brasil. “Com certeza”, concorda Dida. Não por acaso a trilha nutre-se de diferentes versões, instrumentais ou cantadas, de Aquarela do Brasil, o clássico de Ary Barroso.

Eike, que se fez brasileiro – proclama-se um patriota – é mais um devorado pelo Brasil. Psicanaliticamente, é confrontado sempre com o fantasma do pai. Corre atrás dele, sem conseguir alcançá-lo. É a história de um fracasso, por mais que Eike termine o filme acreditando na possibilidade de seu reerguimento.

Cena do filme 'Eike: Tudo ou Nada', com Nelson Freitas e Carol Castro Foto: DESIREE DO VALLE

Novos rumos

Um glorioso fracasso, e uma belíssima interpretação do ator Nelson Freitas. Ele espera que o filme, ao revelar outra face do seu talento, abra novos rumos para sua carreira. O repórter arrisca que Freitas será indicado por sua atuação para o próximo Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. “Jura? Você acha?”

São muitas as citações e referências. Andradina e Duda assinam a direção e o roteiro. Andradina tem o crédito da fotografia. Dida concentrou-se na direção e no elenco. Até quando vão trabalhar juntos? “Por mim, sempre”, diz Dida. “A gente briga, é verdade, mas vou aguentar sempre esse cara pelas ideias maravilhosas que vive me dando.”

O próprio Eike teve alguma participação no filme, deu seus pitacos? É o produtor que diz: “Nada, inclusive ele ainda não viu o filme”. A entrevista foi realizada no começo da semana passada. Eike – Tudo ou Nada teria no dia seguinte uma sessão no Rio para a qual Eike foi convidado. Na quinta, o filme passou no Miami Brazilian Film Festival, nos Estados Unidos. Nesta quinta, chega à salas. Terá um bom lançamento, mas não mega. “Contamos com o fascínio do personagem para atrair o público. A situação não anda boa nas salas, mas se houver resposta do público estamos preparados para ampliar o circuito”, conclui o produtor.

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