Até por conta da pandemia, que afastou o público dos cinemas, era meio utópico imaginar que Eduardo e Mônica poderia repetir o milhão de espectadores daquele outro filme que René Sampaio adaptou da canção de Renato Russo, Faroeste Caboclo. O filme, de qualquer maneira, fez uma carreira longeva nas salas. Todo mundo elogiou a química de Gabriel Leone e Alice Braga. O novo “leão” do cinema brasileiro está seguindo uma carreira internacional. Gabriel Leone integra o elenco do novo longa de Michael Mann. E, enquanto filma lá fora, segue em cartaz Meu Álbum de Amores, que estreou na quinta da semana passada, dia 18. Rafael Gomes é o diretor. Fez 45 Dias Sem Você e Música para Viver de Amor.
Meu Álbum fecha o que não deixa de ser uma trilogia de amores - de corações sentimentais? Começa com a desilusão amorosa de Júlio (Leone), um dentista que levou o fora da namorada. Nesse quadro de dor, ele descobre que seu pai não era exatamente quem pensava que fosse e mais - tem um meio-irmão. O pai era um cantor e compositor do que se chama de música brega. Júlio, com o irmão, parte numa jornada em busca das ex-namoradas do pai, para tentar descobrir quem era esse homem - e quem é ele próprio.
Mais visceral
“A música já era um elemento central em Canções para Morrer de Amor. Mas, dessa vez, quis fazer algo com música original, composta para o filme. Não queria que a música fosse um elemento de fundo, mas algo mais visceral”, conta o diretor.
O próprio ídolo da música popular romântica - uma forma mais correta de ressignificar o brega -, Odair José, se faz presente. Assinam as músicas Arnaldo Antunes e ele. Surgem novos laços. Júlio vai descobrir que o verdadeiro afeto sempre esteve ao lado dele. Por intermédio das mulheres do pai - e uma delas, com o devido respeito às outras, é a gloriosa Clarisse Abujamra -, mas principalmente por causa do irmão Leone conseguirá, sim, superar a crise.
Leone interpreta pai e filho. E, de novo, provoca empatia, embora a química não seja mais com Mônica. É com o irmão. Felipe Frazão faz o papel. Batem um bolão. Breves comentários evocam a questão racial, mas ela não está no centro da discussão. “É a nossa dramédia, nossa comédia musical. Fala de afeto, de responsabilidade”, diz Frazão. “A gente já tinha feito coisas juntos sem contracenar. Contracenamos antes só uma vez, há anos. Foi demais”, acrescenta.