Filme resgata a trajetória de Edna Savaget, uma das pioneiras da televisão


Apresentadora fez sua fama na antiga TV Tupi do Rio de Janeiro, na qual se tornou pioneira dos programas vespertinos dirigidos ao público feminino

Por Luiz Zanin Oricchio

Edna Savaget? Muita gente nunca ouviu falar deste nome. No entanto, Edna foi muitíssimo conhecida nos anos pioneiros da TV, em especial entre o público carioca. Ela é a personagem de Silêncio no Estúdio, documentário de Emilia Silveira (de 70, Galeria F e de Callado, ainda inédito no circuito comercial).

Edna Savaget Foto: Globo Filmes

Edna Savaget fez sua fama na antiga TV Tupi do Rio de Janeiro, na qual se tornou pioneira dos programas vespertinos dirigidos ao público feminino.

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Múltipla, enérgica, dotada de forte personalidade, era colunista de jornal, escritora e conviva frequente do mundo das artes, da literatura e da música do Rio dos anos de ouro. Um furacão.

O projeto de resgate dessa personagem é da sua filha, Luciana Savaget, também ela mulher de TV e escritora. Convidou a documentarista Emilia Silveira para dirigir o filme.

O longa, longe de ser uma hagiografia, revela-se muito interessante pelo que desvela de um tempo que já foi. Não apenas por apresentar ao público uma personalidade um tanto esquecida (quando não totalmente desconhecida fora do Rio), mas também por permitir uma imersão na maneira de fazer TV daqueles anos, muito mais precária, mais improvisada, mas também mais cheia de vida e pulsante. 

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O filme apresenta um material de pesquisa interessante, garimpado nas emissoras, e se vale também dos registros feitos pelo marido de Edna, que acompanhou a carreira da mulher com paixão de arquivista. Essa filmagem amadora permite ao espectador uma rápida vista de olhos na vida doméstica da personagem.

Mas sua vida profissional parece muito mais interessante. Presença marcante no vídeo, Edna, pelo que vemos no filme, parecia ótima entrevistadora. Era culta, ao contrário da maior parte dos apresentadores contemporâneos. Lia e escrevia. Dominava os assuntos de que tratava.

Tinha preocupação didática, ao tentar levar conhecimento ao público e ampliar a base de informação de quem a via, sem ser chata ou pedagógica demais.

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Quando a TV foi se encaminhando para o modelo popularesco atual, Edna começou a perder espaço. Por fim, foi expelida da Globo por Boni, que empreendeu a grande reforma na emissora junto com Walter Clark, já antevendo a barbárie dos dias atuais e contribuindo com ela.

Depois, Edna trabalhou algum tempo na Band, e ela própria se demitiu ao perceber que os tempos eram outros e o tipo de programa que gostava de fazer já não tinha mais vez no mundo atual. Quando brilhou, a TV era outra, o Brasil era outro e, quando ambos começaram a mudar de maneira radical, ela sentiu faltar o chão sob seus pés. Saiu porque seu tempo havia passado.

Tirando seu tema central, o resgate de uma figura da mídia brasileira caída no esquecimento, Silêncio no Estúdio é também uma reflexão na contraluz sobre a provisoriedade das coisas. E das gentes. Tudo passa, todos passam, mas, no melhor dos casos, sobra um rastro de luz a ser relembrado. Foi o caso de Edna Savaget.

Edna Savaget? Muita gente nunca ouviu falar deste nome. No entanto, Edna foi muitíssimo conhecida nos anos pioneiros da TV, em especial entre o público carioca. Ela é a personagem de Silêncio no Estúdio, documentário de Emilia Silveira (de 70, Galeria F e de Callado, ainda inédito no circuito comercial).

Edna Savaget Foto: Globo Filmes

Edna Savaget fez sua fama na antiga TV Tupi do Rio de Janeiro, na qual se tornou pioneira dos programas vespertinos dirigidos ao público feminino.

Múltipla, enérgica, dotada de forte personalidade, era colunista de jornal, escritora e conviva frequente do mundo das artes, da literatura e da música do Rio dos anos de ouro. Um furacão.

O projeto de resgate dessa personagem é da sua filha, Luciana Savaget, também ela mulher de TV e escritora. Convidou a documentarista Emilia Silveira para dirigir o filme.

O longa, longe de ser uma hagiografia, revela-se muito interessante pelo que desvela de um tempo que já foi. Não apenas por apresentar ao público uma personalidade um tanto esquecida (quando não totalmente desconhecida fora do Rio), mas também por permitir uma imersão na maneira de fazer TV daqueles anos, muito mais precária, mais improvisada, mas também mais cheia de vida e pulsante. 

O filme apresenta um material de pesquisa interessante, garimpado nas emissoras, e se vale também dos registros feitos pelo marido de Edna, que acompanhou a carreira da mulher com paixão de arquivista. Essa filmagem amadora permite ao espectador uma rápida vista de olhos na vida doméstica da personagem.

Mas sua vida profissional parece muito mais interessante. Presença marcante no vídeo, Edna, pelo que vemos no filme, parecia ótima entrevistadora. Era culta, ao contrário da maior parte dos apresentadores contemporâneos. Lia e escrevia. Dominava os assuntos de que tratava.

Tinha preocupação didática, ao tentar levar conhecimento ao público e ampliar a base de informação de quem a via, sem ser chata ou pedagógica demais.

Quando a TV foi se encaminhando para o modelo popularesco atual, Edna começou a perder espaço. Por fim, foi expelida da Globo por Boni, que empreendeu a grande reforma na emissora junto com Walter Clark, já antevendo a barbárie dos dias atuais e contribuindo com ela.

Depois, Edna trabalhou algum tempo na Band, e ela própria se demitiu ao perceber que os tempos eram outros e o tipo de programa que gostava de fazer já não tinha mais vez no mundo atual. Quando brilhou, a TV era outra, o Brasil era outro e, quando ambos começaram a mudar de maneira radical, ela sentiu faltar o chão sob seus pés. Saiu porque seu tempo havia passado.

Tirando seu tema central, o resgate de uma figura da mídia brasileira caída no esquecimento, Silêncio no Estúdio é também uma reflexão na contraluz sobre a provisoriedade das coisas. E das gentes. Tudo passa, todos passam, mas, no melhor dos casos, sobra um rastro de luz a ser relembrado. Foi o caso de Edna Savaget.

Edna Savaget? Muita gente nunca ouviu falar deste nome. No entanto, Edna foi muitíssimo conhecida nos anos pioneiros da TV, em especial entre o público carioca. Ela é a personagem de Silêncio no Estúdio, documentário de Emilia Silveira (de 70, Galeria F e de Callado, ainda inédito no circuito comercial).

Edna Savaget Foto: Globo Filmes

Edna Savaget fez sua fama na antiga TV Tupi do Rio de Janeiro, na qual se tornou pioneira dos programas vespertinos dirigidos ao público feminino.

Múltipla, enérgica, dotada de forte personalidade, era colunista de jornal, escritora e conviva frequente do mundo das artes, da literatura e da música do Rio dos anos de ouro. Um furacão.

O projeto de resgate dessa personagem é da sua filha, Luciana Savaget, também ela mulher de TV e escritora. Convidou a documentarista Emilia Silveira para dirigir o filme.

O longa, longe de ser uma hagiografia, revela-se muito interessante pelo que desvela de um tempo que já foi. Não apenas por apresentar ao público uma personalidade um tanto esquecida (quando não totalmente desconhecida fora do Rio), mas também por permitir uma imersão na maneira de fazer TV daqueles anos, muito mais precária, mais improvisada, mas também mais cheia de vida e pulsante. 

O filme apresenta um material de pesquisa interessante, garimpado nas emissoras, e se vale também dos registros feitos pelo marido de Edna, que acompanhou a carreira da mulher com paixão de arquivista. Essa filmagem amadora permite ao espectador uma rápida vista de olhos na vida doméstica da personagem.

Mas sua vida profissional parece muito mais interessante. Presença marcante no vídeo, Edna, pelo que vemos no filme, parecia ótima entrevistadora. Era culta, ao contrário da maior parte dos apresentadores contemporâneos. Lia e escrevia. Dominava os assuntos de que tratava.

Tinha preocupação didática, ao tentar levar conhecimento ao público e ampliar a base de informação de quem a via, sem ser chata ou pedagógica demais.

Quando a TV foi se encaminhando para o modelo popularesco atual, Edna começou a perder espaço. Por fim, foi expelida da Globo por Boni, que empreendeu a grande reforma na emissora junto com Walter Clark, já antevendo a barbárie dos dias atuais e contribuindo com ela.

Depois, Edna trabalhou algum tempo na Band, e ela própria se demitiu ao perceber que os tempos eram outros e o tipo de programa que gostava de fazer já não tinha mais vez no mundo atual. Quando brilhou, a TV era outra, o Brasil era outro e, quando ambos começaram a mudar de maneira radical, ela sentiu faltar o chão sob seus pés. Saiu porque seu tempo havia passado.

Tirando seu tema central, o resgate de uma figura da mídia brasileira caída no esquecimento, Silêncio no Estúdio é também uma reflexão na contraluz sobre a provisoriedade das coisas. E das gentes. Tudo passa, todos passam, mas, no melhor dos casos, sobra um rastro de luz a ser relembrado. Foi o caso de Edna Savaget.

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