"Gladiador" traz de volta os grandes épicos


Russell Crowe e Ridley Scott entram em cartaz nos cinemas nesta sexta-feira numa surperprodução épica, Gladiador. Um filme pelo qual ambos arriscaram seus pescoços, mas se saíram muito bem

Por Agencia Estado

O neozelandês Russell Crowe, um ator em ascensão que concorreu ao último Oscar por seu trabalho em O Informante (The insider, 1999), arriscou literalmente o pescoço em uma das cenas, atuando ao lado de verdadeiros tigres. Já Ridley Scott, que dirigiu Blade Runner - O caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), estava em baixa depois do fracasso de Até o limite da honra (G.I. Jane, 1997), com Demi Moore. E por não conseguir um sucesso desde Thelma e Louise (Thelma & Louise, 1991), colocou em risco seu nome em Hollywood ao retomar um estilo de filme que não se fazia há muito tempo - o épico romano. Os épicos são tão antigos quanto o próprio cinema. São filmes caros, geralmente com cenas de batalhas, que normalmente relatam a história de um personagem moralmente correto, que luta contra todo um sistema maior do que ele. Algo semelhante a um Davi contra Golias, de preferência com muito mais porradas. O primeiro, ainda mudo, data de 1915: O nascimento de uma nação (The birth of a nation), de D.W. Griffith. Mas depois do fracasso de Cleópatra (Cleopatra, 1963), com Elizabeth Taylor, que também se passava na Roma antiga, os estúdios ficaram receosos em apostar novamente no estilo. Nem era preciso. Nas décadas de 70 e 80 surgiam novos cineastas com novas idéias, e o público respondia bem a filmes como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) de Francis Ford Coppola, Taxi Driver (Taxi Driver, 1976) de Martin Scorsese, Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) de George Lucas e Tubarão (Jaws, 1975) de Steven Spielberg. A trajetória de Akira Kurosawa ilustra bem esta mudança. Ele fez, em 1954, o épico Os Sete Samurais (The seven samurai). O mestre japonês só retornou aos épicos em 1980, com Kagemusha (Kagemusha), graças à ajuda financeira George Lucas e Coppola. O primeiro sinal da volta dos filmes épicos veio com o esquecido Dança com lobos (Dances with wolves, 1990) de Kevin Costner. E com os recentes sucessos de Coração Valente (Braveheart, 1995) de Mel Gibson e O resgate do soldado Ryan (Saving private Ryan, 1998) de Spielberg, surgia um novo tipo de épico, mais violento e movimentado. Com mais cenas de lutas e bem mais sangrento. Mas ninguém ainda havia se arriscado a fazer um épico romano. Coube a Ridley Scott fazê-lo. E fez muito bem. Difilcilmente se percebe as 2 horas e 45 minutos de duração do filme. Como em O resgate do soldado Ryan, o filme começa com uma sangrenta cena de batalha. E quando se pensa em olhar o relógio, Maximus (Russell Crowe) já está lutando com Commodus (Joaquin Phoenix) na cena final. E não é apenas o ritmo do filme que o transforma numa boa diversão. Vale a pena prestar atenção em certos detalhes, como as cores utilizadas nas batalhas e nas lutas, bem como no figurino de Commodus. A batalha de abertura, na Gêrmania, apesar do fogo presente em quase todos os fotogramas, é retratada em cores frias, tons de azul e verde; nas cenas dentro das arenas, as cores são quentes, indo do amarelo ao laranja. As cores refletem o sentimento de Maximus nas situações que vive: na primeira luta, ele é um comandante frio, que luta por Roma e quer voltar para casa; na arena. um homem escravizado que luta pela vida e quer vingança. Joaquin Phoenix passa o filme inteiro vestindo roupas pretas e escuras, bem de acordo com seus sentimentos e ações sombrios. Quando se sente seguro de que nada pode atingí-lo, ele se veste de branco, numa imitação da estátua de mármore de um antigo imperador de Roma que ele observa no início da história. Gladiador já é um sucesso de bilheteria nos EUA, mas ainda é muito cedo para dizer se será o maior público do verão americano, já que ainda não estrearam blockbusters como Missão Impossível 2, com Tom Cruise dirigido por John Woo, o esperado X-men e O patriota, com Mel Gibson. De qualquer forma, mesmo quem não é fã de épicos, não tem o menor interesse em ver gladiadores sangrando, nem os efeitos especiais que recriam não só a Roma aintiga, mas também o rosto do ator Oliver Reed, morto pouco antes de terminar sua participação no filme, acha estranho ver aqueles homens todos vestindo roupas que se parecem lençóis, deve assistir Gladiador para apreciar a excelente e segura atuação de Russell Crowe, que se firma cada vez mais como um grande ator.

O neozelandês Russell Crowe, um ator em ascensão que concorreu ao último Oscar por seu trabalho em O Informante (The insider, 1999), arriscou literalmente o pescoço em uma das cenas, atuando ao lado de verdadeiros tigres. Já Ridley Scott, que dirigiu Blade Runner - O caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), estava em baixa depois do fracasso de Até o limite da honra (G.I. Jane, 1997), com Demi Moore. E por não conseguir um sucesso desde Thelma e Louise (Thelma & Louise, 1991), colocou em risco seu nome em Hollywood ao retomar um estilo de filme que não se fazia há muito tempo - o épico romano. Os épicos são tão antigos quanto o próprio cinema. São filmes caros, geralmente com cenas de batalhas, que normalmente relatam a história de um personagem moralmente correto, que luta contra todo um sistema maior do que ele. Algo semelhante a um Davi contra Golias, de preferência com muito mais porradas. O primeiro, ainda mudo, data de 1915: O nascimento de uma nação (The birth of a nation), de D.W. Griffith. Mas depois do fracasso de Cleópatra (Cleopatra, 1963), com Elizabeth Taylor, que também se passava na Roma antiga, os estúdios ficaram receosos em apostar novamente no estilo. Nem era preciso. Nas décadas de 70 e 80 surgiam novos cineastas com novas idéias, e o público respondia bem a filmes como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) de Francis Ford Coppola, Taxi Driver (Taxi Driver, 1976) de Martin Scorsese, Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) de George Lucas e Tubarão (Jaws, 1975) de Steven Spielberg. A trajetória de Akira Kurosawa ilustra bem esta mudança. Ele fez, em 1954, o épico Os Sete Samurais (The seven samurai). O mestre japonês só retornou aos épicos em 1980, com Kagemusha (Kagemusha), graças à ajuda financeira George Lucas e Coppola. O primeiro sinal da volta dos filmes épicos veio com o esquecido Dança com lobos (Dances with wolves, 1990) de Kevin Costner. E com os recentes sucessos de Coração Valente (Braveheart, 1995) de Mel Gibson e O resgate do soldado Ryan (Saving private Ryan, 1998) de Spielberg, surgia um novo tipo de épico, mais violento e movimentado. Com mais cenas de lutas e bem mais sangrento. Mas ninguém ainda havia se arriscado a fazer um épico romano. Coube a Ridley Scott fazê-lo. E fez muito bem. Difilcilmente se percebe as 2 horas e 45 minutos de duração do filme. Como em O resgate do soldado Ryan, o filme começa com uma sangrenta cena de batalha. E quando se pensa em olhar o relógio, Maximus (Russell Crowe) já está lutando com Commodus (Joaquin Phoenix) na cena final. E não é apenas o ritmo do filme que o transforma numa boa diversão. Vale a pena prestar atenção em certos detalhes, como as cores utilizadas nas batalhas e nas lutas, bem como no figurino de Commodus. A batalha de abertura, na Gêrmania, apesar do fogo presente em quase todos os fotogramas, é retratada em cores frias, tons de azul e verde; nas cenas dentro das arenas, as cores são quentes, indo do amarelo ao laranja. As cores refletem o sentimento de Maximus nas situações que vive: na primeira luta, ele é um comandante frio, que luta por Roma e quer voltar para casa; na arena. um homem escravizado que luta pela vida e quer vingança. Joaquin Phoenix passa o filme inteiro vestindo roupas pretas e escuras, bem de acordo com seus sentimentos e ações sombrios. Quando se sente seguro de que nada pode atingí-lo, ele se veste de branco, numa imitação da estátua de mármore de um antigo imperador de Roma que ele observa no início da história. Gladiador já é um sucesso de bilheteria nos EUA, mas ainda é muito cedo para dizer se será o maior público do verão americano, já que ainda não estrearam blockbusters como Missão Impossível 2, com Tom Cruise dirigido por John Woo, o esperado X-men e O patriota, com Mel Gibson. De qualquer forma, mesmo quem não é fã de épicos, não tem o menor interesse em ver gladiadores sangrando, nem os efeitos especiais que recriam não só a Roma aintiga, mas também o rosto do ator Oliver Reed, morto pouco antes de terminar sua participação no filme, acha estranho ver aqueles homens todos vestindo roupas que se parecem lençóis, deve assistir Gladiador para apreciar a excelente e segura atuação de Russell Crowe, que se firma cada vez mais como um grande ator.

O neozelandês Russell Crowe, um ator em ascensão que concorreu ao último Oscar por seu trabalho em O Informante (The insider, 1999), arriscou literalmente o pescoço em uma das cenas, atuando ao lado de verdadeiros tigres. Já Ridley Scott, que dirigiu Blade Runner - O caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), estava em baixa depois do fracasso de Até o limite da honra (G.I. Jane, 1997), com Demi Moore. E por não conseguir um sucesso desde Thelma e Louise (Thelma & Louise, 1991), colocou em risco seu nome em Hollywood ao retomar um estilo de filme que não se fazia há muito tempo - o épico romano. Os épicos são tão antigos quanto o próprio cinema. São filmes caros, geralmente com cenas de batalhas, que normalmente relatam a história de um personagem moralmente correto, que luta contra todo um sistema maior do que ele. Algo semelhante a um Davi contra Golias, de preferência com muito mais porradas. O primeiro, ainda mudo, data de 1915: O nascimento de uma nação (The birth of a nation), de D.W. Griffith. Mas depois do fracasso de Cleópatra (Cleopatra, 1963), com Elizabeth Taylor, que também se passava na Roma antiga, os estúdios ficaram receosos em apostar novamente no estilo. Nem era preciso. Nas décadas de 70 e 80 surgiam novos cineastas com novas idéias, e o público respondia bem a filmes como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) de Francis Ford Coppola, Taxi Driver (Taxi Driver, 1976) de Martin Scorsese, Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) de George Lucas e Tubarão (Jaws, 1975) de Steven Spielberg. A trajetória de Akira Kurosawa ilustra bem esta mudança. Ele fez, em 1954, o épico Os Sete Samurais (The seven samurai). O mestre japonês só retornou aos épicos em 1980, com Kagemusha (Kagemusha), graças à ajuda financeira George Lucas e Coppola. O primeiro sinal da volta dos filmes épicos veio com o esquecido Dança com lobos (Dances with wolves, 1990) de Kevin Costner. E com os recentes sucessos de Coração Valente (Braveheart, 1995) de Mel Gibson e O resgate do soldado Ryan (Saving private Ryan, 1998) de Spielberg, surgia um novo tipo de épico, mais violento e movimentado. Com mais cenas de lutas e bem mais sangrento. Mas ninguém ainda havia se arriscado a fazer um épico romano. Coube a Ridley Scott fazê-lo. E fez muito bem. Difilcilmente se percebe as 2 horas e 45 minutos de duração do filme. Como em O resgate do soldado Ryan, o filme começa com uma sangrenta cena de batalha. E quando se pensa em olhar o relógio, Maximus (Russell Crowe) já está lutando com Commodus (Joaquin Phoenix) na cena final. E não é apenas o ritmo do filme que o transforma numa boa diversão. Vale a pena prestar atenção em certos detalhes, como as cores utilizadas nas batalhas e nas lutas, bem como no figurino de Commodus. A batalha de abertura, na Gêrmania, apesar do fogo presente em quase todos os fotogramas, é retratada em cores frias, tons de azul e verde; nas cenas dentro das arenas, as cores são quentes, indo do amarelo ao laranja. As cores refletem o sentimento de Maximus nas situações que vive: na primeira luta, ele é um comandante frio, que luta por Roma e quer voltar para casa; na arena. um homem escravizado que luta pela vida e quer vingança. Joaquin Phoenix passa o filme inteiro vestindo roupas pretas e escuras, bem de acordo com seus sentimentos e ações sombrios. Quando se sente seguro de que nada pode atingí-lo, ele se veste de branco, numa imitação da estátua de mármore de um antigo imperador de Roma que ele observa no início da história. Gladiador já é um sucesso de bilheteria nos EUA, mas ainda é muito cedo para dizer se será o maior público do verão americano, já que ainda não estrearam blockbusters como Missão Impossível 2, com Tom Cruise dirigido por John Woo, o esperado X-men e O patriota, com Mel Gibson. De qualquer forma, mesmo quem não é fã de épicos, não tem o menor interesse em ver gladiadores sangrando, nem os efeitos especiais que recriam não só a Roma aintiga, mas também o rosto do ator Oliver Reed, morto pouco antes de terminar sua participação no filme, acha estranho ver aqueles homens todos vestindo roupas que se parecem lençóis, deve assistir Gladiador para apreciar a excelente e segura atuação de Russell Crowe, que se firma cada vez mais como um grande ator.

O neozelandês Russell Crowe, um ator em ascensão que concorreu ao último Oscar por seu trabalho em O Informante (The insider, 1999), arriscou literalmente o pescoço em uma das cenas, atuando ao lado de verdadeiros tigres. Já Ridley Scott, que dirigiu Blade Runner - O caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), estava em baixa depois do fracasso de Até o limite da honra (G.I. Jane, 1997), com Demi Moore. E por não conseguir um sucesso desde Thelma e Louise (Thelma & Louise, 1991), colocou em risco seu nome em Hollywood ao retomar um estilo de filme que não se fazia há muito tempo - o épico romano. Os épicos são tão antigos quanto o próprio cinema. São filmes caros, geralmente com cenas de batalhas, que normalmente relatam a história de um personagem moralmente correto, que luta contra todo um sistema maior do que ele. Algo semelhante a um Davi contra Golias, de preferência com muito mais porradas. O primeiro, ainda mudo, data de 1915: O nascimento de uma nação (The birth of a nation), de D.W. Griffith. Mas depois do fracasso de Cleópatra (Cleopatra, 1963), com Elizabeth Taylor, que também se passava na Roma antiga, os estúdios ficaram receosos em apostar novamente no estilo. Nem era preciso. Nas décadas de 70 e 80 surgiam novos cineastas com novas idéias, e o público respondia bem a filmes como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) de Francis Ford Coppola, Taxi Driver (Taxi Driver, 1976) de Martin Scorsese, Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) de George Lucas e Tubarão (Jaws, 1975) de Steven Spielberg. A trajetória de Akira Kurosawa ilustra bem esta mudança. Ele fez, em 1954, o épico Os Sete Samurais (The seven samurai). O mestre japonês só retornou aos épicos em 1980, com Kagemusha (Kagemusha), graças à ajuda financeira George Lucas e Coppola. O primeiro sinal da volta dos filmes épicos veio com o esquecido Dança com lobos (Dances with wolves, 1990) de Kevin Costner. E com os recentes sucessos de Coração Valente (Braveheart, 1995) de Mel Gibson e O resgate do soldado Ryan (Saving private Ryan, 1998) de Spielberg, surgia um novo tipo de épico, mais violento e movimentado. Com mais cenas de lutas e bem mais sangrento. Mas ninguém ainda havia se arriscado a fazer um épico romano. Coube a Ridley Scott fazê-lo. E fez muito bem. Difilcilmente se percebe as 2 horas e 45 minutos de duração do filme. Como em O resgate do soldado Ryan, o filme começa com uma sangrenta cena de batalha. E quando se pensa em olhar o relógio, Maximus (Russell Crowe) já está lutando com Commodus (Joaquin Phoenix) na cena final. E não é apenas o ritmo do filme que o transforma numa boa diversão. Vale a pena prestar atenção em certos detalhes, como as cores utilizadas nas batalhas e nas lutas, bem como no figurino de Commodus. A batalha de abertura, na Gêrmania, apesar do fogo presente em quase todos os fotogramas, é retratada em cores frias, tons de azul e verde; nas cenas dentro das arenas, as cores são quentes, indo do amarelo ao laranja. As cores refletem o sentimento de Maximus nas situações que vive: na primeira luta, ele é um comandante frio, que luta por Roma e quer voltar para casa; na arena. um homem escravizado que luta pela vida e quer vingança. Joaquin Phoenix passa o filme inteiro vestindo roupas pretas e escuras, bem de acordo com seus sentimentos e ações sombrios. Quando se sente seguro de que nada pode atingí-lo, ele se veste de branco, numa imitação da estátua de mármore de um antigo imperador de Roma que ele observa no início da história. Gladiador já é um sucesso de bilheteria nos EUA, mas ainda é muito cedo para dizer se será o maior público do verão americano, já que ainda não estrearam blockbusters como Missão Impossível 2, com Tom Cruise dirigido por John Woo, o esperado X-men e O patriota, com Mel Gibson. De qualquer forma, mesmo quem não é fã de épicos, não tem o menor interesse em ver gladiadores sangrando, nem os efeitos especiais que recriam não só a Roma aintiga, mas também o rosto do ator Oliver Reed, morto pouco antes de terminar sua participação no filme, acha estranho ver aqueles homens todos vestindo roupas que se parecem lençóis, deve assistir Gladiador para apreciar a excelente e segura atuação de Russell Crowe, que se firma cada vez mais como um grande ator.

O neozelandês Russell Crowe, um ator em ascensão que concorreu ao último Oscar por seu trabalho em O Informante (The insider, 1999), arriscou literalmente o pescoço em uma das cenas, atuando ao lado de verdadeiros tigres. Já Ridley Scott, que dirigiu Blade Runner - O caçador de Andróides (Blade Runner, 1982), estava em baixa depois do fracasso de Até o limite da honra (G.I. Jane, 1997), com Demi Moore. E por não conseguir um sucesso desde Thelma e Louise (Thelma & Louise, 1991), colocou em risco seu nome em Hollywood ao retomar um estilo de filme que não se fazia há muito tempo - o épico romano. Os épicos são tão antigos quanto o próprio cinema. São filmes caros, geralmente com cenas de batalhas, que normalmente relatam a história de um personagem moralmente correto, que luta contra todo um sistema maior do que ele. Algo semelhante a um Davi contra Golias, de preferência com muito mais porradas. O primeiro, ainda mudo, data de 1915: O nascimento de uma nação (The birth of a nation), de D.W. Griffith. Mas depois do fracasso de Cleópatra (Cleopatra, 1963), com Elizabeth Taylor, que também se passava na Roma antiga, os estúdios ficaram receosos em apostar novamente no estilo. Nem era preciso. Nas décadas de 70 e 80 surgiam novos cineastas com novas idéias, e o público respondia bem a filmes como O Poderoso Chefão (The Godfather, 1972) de Francis Ford Coppola, Taxi Driver (Taxi Driver, 1976) de Martin Scorsese, Guerra nas Estrelas (Star Wars, 1977) de George Lucas e Tubarão (Jaws, 1975) de Steven Spielberg. A trajetória de Akira Kurosawa ilustra bem esta mudança. Ele fez, em 1954, o épico Os Sete Samurais (The seven samurai). O mestre japonês só retornou aos épicos em 1980, com Kagemusha (Kagemusha), graças à ajuda financeira George Lucas e Coppola. O primeiro sinal da volta dos filmes épicos veio com o esquecido Dança com lobos (Dances with wolves, 1990) de Kevin Costner. E com os recentes sucessos de Coração Valente (Braveheart, 1995) de Mel Gibson e O resgate do soldado Ryan (Saving private Ryan, 1998) de Spielberg, surgia um novo tipo de épico, mais violento e movimentado. Com mais cenas de lutas e bem mais sangrento. Mas ninguém ainda havia se arriscado a fazer um épico romano. Coube a Ridley Scott fazê-lo. E fez muito bem. Difilcilmente se percebe as 2 horas e 45 minutos de duração do filme. Como em O resgate do soldado Ryan, o filme começa com uma sangrenta cena de batalha. E quando se pensa em olhar o relógio, Maximus (Russell Crowe) já está lutando com Commodus (Joaquin Phoenix) na cena final. E não é apenas o ritmo do filme que o transforma numa boa diversão. Vale a pena prestar atenção em certos detalhes, como as cores utilizadas nas batalhas e nas lutas, bem como no figurino de Commodus. A batalha de abertura, na Gêrmania, apesar do fogo presente em quase todos os fotogramas, é retratada em cores frias, tons de azul e verde; nas cenas dentro das arenas, as cores são quentes, indo do amarelo ao laranja. As cores refletem o sentimento de Maximus nas situações que vive: na primeira luta, ele é um comandante frio, que luta por Roma e quer voltar para casa; na arena. um homem escravizado que luta pela vida e quer vingança. Joaquin Phoenix passa o filme inteiro vestindo roupas pretas e escuras, bem de acordo com seus sentimentos e ações sombrios. Quando se sente seguro de que nada pode atingí-lo, ele se veste de branco, numa imitação da estátua de mármore de um antigo imperador de Roma que ele observa no início da história. Gladiador já é um sucesso de bilheteria nos EUA, mas ainda é muito cedo para dizer se será o maior público do verão americano, já que ainda não estrearam blockbusters como Missão Impossível 2, com Tom Cruise dirigido por John Woo, o esperado X-men e O patriota, com Mel Gibson. De qualquer forma, mesmo quem não é fã de épicos, não tem o menor interesse em ver gladiadores sangrando, nem os efeitos especiais que recriam não só a Roma aintiga, mas também o rosto do ator Oliver Reed, morto pouco antes de terminar sua participação no filme, acha estranho ver aqueles homens todos vestindo roupas que se parecem lençóis, deve assistir Gladiador para apreciar a excelente e segura atuação de Russell Crowe, que se firma cada vez mais como um grande ator.

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