O governo do Irã parabenizou nesta segunda-feira, 27, o cineasta Asghar Farhadi por seu segundo Oscar na categoria de melhor filme em língua estrangeira, e também pela decisão de não comparecer à cerimônia de premiação em protesto contra as medidas migratórias dos Estados Unidos.
"Estamos orgulhosos dos atores e da equipe de O Apartamento pelo Oscar e por sua posição contra o veto aos muçulmanos", escreveu o ministro das Relações Exteriores iraniano, Mohamad Javad Zarif, em seu perfil oficial no Twitter.
O chefe da diplomacia iraniana se referiu ao boicote de Farhadi e da atriz protagonista, Taraneh Alidoosti, à festa de premiação em protesto pela suspensão de vistos aos cidadãos de sete países de maioria muçulmana, entre eles o Irã. A decisão, agora paralisada por tribunais americanos, foi contestada por Teerã com a adoção de medidas recíprocas. "Os iranianos distribuíram cultura e civilização durante milênios", afirmou Zarif.
Na mesma linha, o primeiro vice-presidente iraniano, Eshaq Jahangiri, enalteceu a figura de Farhadi tanto por seu "valioso trabalho" como por "tomar a decisão correta de não comparecer à cerimônia do Oscar". O boicote, segundo ele, é uma defesa de seu país "contra a medida desumana tomada pelo presidente Donald Trump".
Discurso marcante. Em representação de Farhadi, compareceram ao Teatro Dolby de Los Angeles dois cidadãos americanos de origem iraniana, entre eles a engenheira Anousheh Ansari, conhecida por ser a primeira mulher turista a vistar o espaço. Ela leu um discurso escrito pelo cineasta, um dos mais marcantes da noite.
Os vencedores do Oscar 2017
Abertura do Oscar
Foto: Mark Ralston/AFP ▲Ator Coadjuvante (Mahershala Ali)
Foto: Lucy Niholson/Reuters ▲Melhor Figurino ('Animais Fantásticos e Onde Habitam')
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor maquiagem ('Esquadrão Suicida')
Foto: Lucas Jackson/Reuters ▲Melhor Mixagem de Som ('Até o Último Homem')
Foto: Chris Pizzello/AP ▲Melhor Filme Estrangeiro ('O Apartamento')
Foto: Chris Pizzello/AP ▲Melhor Montagem ('Até o Último Homem')
Foto: Lucas Jackson/Reuters ▲Melhor Edição de Som ('Até o Último Homem')
Foto: Saallik Khan/EFE ▲Melhor Fotografia ('La La Land: Cantando Estações')
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor Efeitos Visuais ('Mogli: O Menino Lobo')
Foto: Paul Buck/EPA ▲Melhor Trilha Sonora ('La La Land: Cantando Estações')
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor curta documentário ('The White Helmets')
Foto: Jordan Strauss/AP ▲Melhor Diretor Damien Chazelle ('La La Land: Cantando Estações')
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor ator Casey Affleck ('Manchester à Beira-Mar')
Foto: Chris Pizzello/AP ▲Melhor Filme '(Moonlight: Sob a Luz do Luar')
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor atriz coadjuvante (Viola Davis)
Foto: Lucas Jackson ▲Melhor Animação (Zootopia: Essa Cidade é o Bicho')
Foto: Lucas Jackson/Reuters ▲Melhor Direção de Arte ('La La Land: Cantando Estações')
Foto: Saalik Khan/EFE ▲Melhor Curta-metragem ('Sing')
Foto: Lucas Jackson/Reuters ▲Melhor Roteiro Original ('Manchester à Beira-Mar')
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor Roteiro Adaptado ('Moonlight: Sob a Luz do Luar')
Foto: Kavork Djansezian/Getty Images/AFP ▲Melhor Canção ('La La Land: Cantando Estações')
Foto: Patrick T. Fallon/The New York Times ▲Melhor atriz Emma Stone ('La La Land: Cantando Estações')
Foto: Chris Pizzello/AP ▲Melhor Documentário (Longa) 'O. J.: Made in America'
Foto: Lucy Nicholson/Reuters ▲Melhor Curta de Animação ('Piper: Descobrindo o mundo')
Foto: Jordan Strauss/AP ▲"Minha ausência é por respeito ao povo de meu país e das outras seis nações que foram ofendidas pela lei desumana que proíbe a entrada de imigrantes nos EUA", afirmou Ansari em nome do diretor, que já tinha conseguido uma estatueta com A Separação (2011). O Apartamento derrotou Terra de Minas (Dinamarca), Um homem chamado Ove (Suécia), Toni Erdmann (Alemanha) e Tanna (Austrália).
Dias antes do Oscar, os diretores destes filmes condenaram em comunicado conjunto o clima de "fanatismo e nacionalismo" nos EUA e em outras partes do mundo. Além da gafe histórica na entrega do prêmio de melhor filme, 89ª edição do Oscar foi marcada pelas críticas a Trump e a suas políticas polêmicas, especialmente as migratórias.