Jim Carrey tirou do armário seu filme novo, "I Love You Phillip Morris", no Festival de Cinema Sundance esta semana, arriscando alto ao fazer uma comédia romântica gay em que divide momentos de paixão com Ewan McGregor. No filme baseado numa história verídica, Carrey faz o policial vigarista Steven Russell, que se apaixona pelo detento com quem divide sua cela, Phillip Morris (McGregor), e foge quatro vezes da penitenciária do Texas onde está preso, para tentar ficar com seu amado. Para Carrey, 47 anos, um dos maiores ímãs de bilheteria de Hollywood em suas comédias tradicionais como "O Mentiroso" e "Todo Poderoso", atuar num filme independente como "Philip Morris" pode ser uma aposta arriscada. Carrey corre o risco de perder o público que lota suas comédias convencionais como "Sim Senhor", que já arrecadou cerca de 100 milhões de dólares nos EUA desde seu lançamento em dezembro. Ele já amargou fracassos passados em filmes que não eram comédias desse tipo. O drama "O Mundo de Andy", de 1999, fracassou nas bilheterias norte-americanas, onde vendeu apenas 34 milhões de dólares, e seu terror de 2007 "Número 23" também tropeçou, arrecadando apenas 35 milhões. Mas as primeiras resenhas de "Phillip Morris" estão sendo positivas, assim como as críticas à atuação de Carry e McGregor, e os diretores Glenn Ficarra e John Requa disseram a jornalistas na segunda, numa coletiva de imprensa em Sundance, o maior festival do cinema independente nos EUA, que o filme não deveria ser visto unicamente como um filme gay. "Na realidade, o filme fala de tudo o que as pessoas fazem na busca pelo amor e a aceitação", disse Carrey. McGregor já representou personagens gays antes, mas Carrey nunca o havia feito, e o ator cômico admitiu ter sentido alguns receios. "Para ser realmente honesto, há uma voz homofóbica que surge dentro de mim dizendo 'ups, isto é meio assustador'", disse o ator. "Para começar, o que as pessoas vão pensar? E em segundo lugar, será que vou gostar? Será que vou gostar de beijar Ewan?", disse ele, rindo. Segundo McGregor, ele e Carrey representaram cenas íntimas juntos no primeiro dia de filmagens. Ele descreveu a experiência como "estranhamento comum. Não é grande coisa". O produtor de "Phillip Morris", Andrew Lazar, disse que o que o atraiu foi a história de amor do filme, que ele acha que terá apelo universal. "Todos nós já ficamos perdidamente apaixonados. Acho que qualquer pessoa, seja gay ou hetero, pode identificar-se com isso", explicou.
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