Jordan Peele fala sobre vigilância e espetáculo em ‘Não! Não Olhe!’


Cineasta faz algo muito diferente de tudo que tinha apresentado após os sucessos de ‘Corra!’ e ‘Nós’

Por Matheus Mans

Jordan Peele é um daqueles cineastas que não permite assistir a um de seus filmes sem pensar exageradamente no significado das histórias que conta. Afinal, após títulos como Corra! e Nós, o diretor se tornou sinônimo de produções que pensam na sociedade americana, principalmente no que diz respeito ao racismo estrutural e o papel do negro na História. Por isso, pode-se dizer que Não! Não Olhe!, estreia desta quinta-feira, 25, é o filme mais inusitado de Peele: não só traz esses temas, como também brinca com a linguagem.

Cena de 'Não! Não olhe!', novo filme de Jordan Peele, que estreianos cinemas brasileiros em 25 de agosto. Foto: Universal Pictures

Na história do longa-metragem, acompanhamos a história de OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), dois irmãos que são donos de um rancho de cavalos e, dentre outras coisas, trabalham com os animais nas gravações de filmes, repetindo o feito de um tataravô que era o protagonista desconhecido de um dos primeiros filmes do cinema. Até que uma estranha criatura chega na região. Com claras influências de Tubarão e até mesmo com toques do cinema de M. Night Shyamalan, Não! Não Olhe! brinca com o medo.

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Nessa perspectiva, o longa-metragem funciona perfeitamente como um filme de espetáculo. Um filme pipoca. Quem entrar no cinema sem saber exatamente quem é Jordan Peele ou sem expectativas do que encontrar, vai se deliciar com uma direção vigorosa do cineasta, que imprime um estilo bem diferente do que foi visto em Corra! e Nós. Dá para embarcar na história de pessoas tentando sobreviver em um ambiente atípico e violento, com essa ameaça que ronda os personagens como uma forte ameaça silenciosa, quase invisível.

Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui

Jordan Peele, cineasta sobre 'Não! Não Olhe!', seu mais recente filme.

Daniel Kaluuya em cena de 'Não! Não Olhe!', novo filme de Jordan Peele. Foto: Universal Pictures
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Filme-manifesto

Em uma primeira camada, Não! Não Olhe! é um filme sobre aliens como qualquer outro. No entanto, Peele sempre tem algo a dizer. Em entrevista para o site Fandango, o cineasta deixou claro que o filme nasceu a partir primeiramente de uma inquietação com o cinema e o papel da imagem em nossas vidas. “Eu escrevi em uma época em que estávamos um pouco preocupados com o futuro do cinema”, disse. “Então, a primeira coisa que eu sabia é que queria criar um espetáculo. Eu queria criar algo que o público tivesse que assistir.”

A partir disso, Peele começou a construir um filme ao redor da “grande história americana dos OVNIs”. No entanto, juntando os pontos, Não! Não Olhe! vai além de uma aventura de tons de faroeste com aliens circundando a trama. Como o próprio diretor já falou, em entrevistas, que um filme com um elenco majoritariamente negro traz significados, ideias ou opiniões incrustrados no que está sendo contado. Não é diferente com este novo filme: o formato da criatura, o contexto dos personagens, o clima da história, os efeitos, a fotografia.

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Tudo isso leva para o sentido da vigilância e da sociedade do espetáculo, além de criticar o apagamento dos negros dentro de Hollywood. OJ e Emerald precisam do registro para existir e, assim, fazer com que seus antepassados também existam, sobrevivendo ao apagamento. “Trata-se de ocupar esse espaço”, disse Peele à GQ . “É sobre existir. Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui.”

Jordan Peele é um daqueles cineastas que não permite assistir a um de seus filmes sem pensar exageradamente no significado das histórias que conta. Afinal, após títulos como Corra! e Nós, o diretor se tornou sinônimo de produções que pensam na sociedade americana, principalmente no que diz respeito ao racismo estrutural e o papel do negro na História. Por isso, pode-se dizer que Não! Não Olhe!, estreia desta quinta-feira, 25, é o filme mais inusitado de Peele: não só traz esses temas, como também brinca com a linguagem.

Cena de 'Não! Não olhe!', novo filme de Jordan Peele, que estreianos cinemas brasileiros em 25 de agosto. Foto: Universal Pictures

Na história do longa-metragem, acompanhamos a história de OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), dois irmãos que são donos de um rancho de cavalos e, dentre outras coisas, trabalham com os animais nas gravações de filmes, repetindo o feito de um tataravô que era o protagonista desconhecido de um dos primeiros filmes do cinema. Até que uma estranha criatura chega na região. Com claras influências de Tubarão e até mesmo com toques do cinema de M. Night Shyamalan, Não! Não Olhe! brinca com o medo.

Nessa perspectiva, o longa-metragem funciona perfeitamente como um filme de espetáculo. Um filme pipoca. Quem entrar no cinema sem saber exatamente quem é Jordan Peele ou sem expectativas do que encontrar, vai se deliciar com uma direção vigorosa do cineasta, que imprime um estilo bem diferente do que foi visto em Corra! e Nós. Dá para embarcar na história de pessoas tentando sobreviver em um ambiente atípico e violento, com essa ameaça que ronda os personagens como uma forte ameaça silenciosa, quase invisível.

Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui

Jordan Peele, cineasta sobre 'Não! Não Olhe!', seu mais recente filme.

Daniel Kaluuya em cena de 'Não! Não Olhe!', novo filme de Jordan Peele. Foto: Universal Pictures

Filme-manifesto

Em uma primeira camada, Não! Não Olhe! é um filme sobre aliens como qualquer outro. No entanto, Peele sempre tem algo a dizer. Em entrevista para o site Fandango, o cineasta deixou claro que o filme nasceu a partir primeiramente de uma inquietação com o cinema e o papel da imagem em nossas vidas. “Eu escrevi em uma época em que estávamos um pouco preocupados com o futuro do cinema”, disse. “Então, a primeira coisa que eu sabia é que queria criar um espetáculo. Eu queria criar algo que o público tivesse que assistir.”

A partir disso, Peele começou a construir um filme ao redor da “grande história americana dos OVNIs”. No entanto, juntando os pontos, Não! Não Olhe! vai além de uma aventura de tons de faroeste com aliens circundando a trama. Como o próprio diretor já falou, em entrevistas, que um filme com um elenco majoritariamente negro traz significados, ideias ou opiniões incrustrados no que está sendo contado. Não é diferente com este novo filme: o formato da criatura, o contexto dos personagens, o clima da história, os efeitos, a fotografia.

Tudo isso leva para o sentido da vigilância e da sociedade do espetáculo, além de criticar o apagamento dos negros dentro de Hollywood. OJ e Emerald precisam do registro para existir e, assim, fazer com que seus antepassados também existam, sobrevivendo ao apagamento. “Trata-se de ocupar esse espaço”, disse Peele à GQ . “É sobre existir. Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui.”

Jordan Peele é um daqueles cineastas que não permite assistir a um de seus filmes sem pensar exageradamente no significado das histórias que conta. Afinal, após títulos como Corra! e Nós, o diretor se tornou sinônimo de produções que pensam na sociedade americana, principalmente no que diz respeito ao racismo estrutural e o papel do negro na História. Por isso, pode-se dizer que Não! Não Olhe!, estreia desta quinta-feira, 25, é o filme mais inusitado de Peele: não só traz esses temas, como também brinca com a linguagem.

Cena de 'Não! Não olhe!', novo filme de Jordan Peele, que estreianos cinemas brasileiros em 25 de agosto. Foto: Universal Pictures

Na história do longa-metragem, acompanhamos a história de OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), dois irmãos que são donos de um rancho de cavalos e, dentre outras coisas, trabalham com os animais nas gravações de filmes, repetindo o feito de um tataravô que era o protagonista desconhecido de um dos primeiros filmes do cinema. Até que uma estranha criatura chega na região. Com claras influências de Tubarão e até mesmo com toques do cinema de M. Night Shyamalan, Não! Não Olhe! brinca com o medo.

Nessa perspectiva, o longa-metragem funciona perfeitamente como um filme de espetáculo. Um filme pipoca. Quem entrar no cinema sem saber exatamente quem é Jordan Peele ou sem expectativas do que encontrar, vai se deliciar com uma direção vigorosa do cineasta, que imprime um estilo bem diferente do que foi visto em Corra! e Nós. Dá para embarcar na história de pessoas tentando sobreviver em um ambiente atípico e violento, com essa ameaça que ronda os personagens como uma forte ameaça silenciosa, quase invisível.

Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui

Jordan Peele, cineasta sobre 'Não! Não Olhe!', seu mais recente filme.

Daniel Kaluuya em cena de 'Não! Não Olhe!', novo filme de Jordan Peele. Foto: Universal Pictures

Filme-manifesto

Em uma primeira camada, Não! Não Olhe! é um filme sobre aliens como qualquer outro. No entanto, Peele sempre tem algo a dizer. Em entrevista para o site Fandango, o cineasta deixou claro que o filme nasceu a partir primeiramente de uma inquietação com o cinema e o papel da imagem em nossas vidas. “Eu escrevi em uma época em que estávamos um pouco preocupados com o futuro do cinema”, disse. “Então, a primeira coisa que eu sabia é que queria criar um espetáculo. Eu queria criar algo que o público tivesse que assistir.”

A partir disso, Peele começou a construir um filme ao redor da “grande história americana dos OVNIs”. No entanto, juntando os pontos, Não! Não Olhe! vai além de uma aventura de tons de faroeste com aliens circundando a trama. Como o próprio diretor já falou, em entrevistas, que um filme com um elenco majoritariamente negro traz significados, ideias ou opiniões incrustrados no que está sendo contado. Não é diferente com este novo filme: o formato da criatura, o contexto dos personagens, o clima da história, os efeitos, a fotografia.

Tudo isso leva para o sentido da vigilância e da sociedade do espetáculo, além de criticar o apagamento dos negros dentro de Hollywood. OJ e Emerald precisam do registro para existir e, assim, fazer com que seus antepassados também existam, sobrevivendo ao apagamento. “Trata-se de ocupar esse espaço”, disse Peele à GQ . “É sobre existir. Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui.”

Jordan Peele é um daqueles cineastas que não permite assistir a um de seus filmes sem pensar exageradamente no significado das histórias que conta. Afinal, após títulos como Corra! e Nós, o diretor se tornou sinônimo de produções que pensam na sociedade americana, principalmente no que diz respeito ao racismo estrutural e o papel do negro na História. Por isso, pode-se dizer que Não! Não Olhe!, estreia desta quinta-feira, 25, é o filme mais inusitado de Peele: não só traz esses temas, como também brinca com a linguagem.

Cena de 'Não! Não olhe!', novo filme de Jordan Peele, que estreianos cinemas brasileiros em 25 de agosto. Foto: Universal Pictures

Na história do longa-metragem, acompanhamos a história de OJ (Daniel Kaluuya) e Emerald Haywood (Keke Palmer), dois irmãos que são donos de um rancho de cavalos e, dentre outras coisas, trabalham com os animais nas gravações de filmes, repetindo o feito de um tataravô que era o protagonista desconhecido de um dos primeiros filmes do cinema. Até que uma estranha criatura chega na região. Com claras influências de Tubarão e até mesmo com toques do cinema de M. Night Shyamalan, Não! Não Olhe! brinca com o medo.

Nessa perspectiva, o longa-metragem funciona perfeitamente como um filme de espetáculo. Um filme pipoca. Quem entrar no cinema sem saber exatamente quem é Jordan Peele ou sem expectativas do que encontrar, vai se deliciar com uma direção vigorosa do cineasta, que imprime um estilo bem diferente do que foi visto em Corra! e Nós. Dá para embarcar na história de pessoas tentando sobreviver em um ambiente atípico e violento, com essa ameaça que ronda os personagens como uma forte ameaça silenciosa, quase invisível.

Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui

Jordan Peele, cineasta sobre 'Não! Não Olhe!', seu mais recente filme.

Daniel Kaluuya em cena de 'Não! Não Olhe!', novo filme de Jordan Peele. Foto: Universal Pictures

Filme-manifesto

Em uma primeira camada, Não! Não Olhe! é um filme sobre aliens como qualquer outro. No entanto, Peele sempre tem algo a dizer. Em entrevista para o site Fandango, o cineasta deixou claro que o filme nasceu a partir primeiramente de uma inquietação com o cinema e o papel da imagem em nossas vidas. “Eu escrevi em uma época em que estávamos um pouco preocupados com o futuro do cinema”, disse. “Então, a primeira coisa que eu sabia é que queria criar um espetáculo. Eu queria criar algo que o público tivesse que assistir.”

A partir disso, Peele começou a construir um filme ao redor da “grande história americana dos OVNIs”. No entanto, juntando os pontos, Não! Não Olhe! vai além de uma aventura de tons de faroeste com aliens circundando a trama. Como o próprio diretor já falou, em entrevistas, que um filme com um elenco majoritariamente negro traz significados, ideias ou opiniões incrustrados no que está sendo contado. Não é diferente com este novo filme: o formato da criatura, o contexto dos personagens, o clima da história, os efeitos, a fotografia.

Tudo isso leva para o sentido da vigilância e da sociedade do espetáculo, além de criticar o apagamento dos negros dentro de Hollywood. OJ e Emerald precisam do registro para existir e, assim, fazer com que seus antepassados também existam, sobrevivendo ao apagamento. “Trata-se de ocupar esse espaço”, disse Peele à GQ . “É sobre existir. Trata-se de reconhecer as pessoas que foram apagadas na jornada para chegar aqui.”

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