Estadão, atores e diretora debatem longa 'A Sombra do Pai'


Dirigido por Gabriela Amaral Almeida, filme será exibido em sessão especial, seguida de debate nesta segunda, 22, às 19h30, no Belas Artes, em SP

Por Luiz Carlos Merten

Não é mera coincidência. Duas coproduções brasileiras em cartaz nos cinemas abordam o tema da morte no ambiente mítico da florestas tropical – Los Silencios e Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos. A eles vem soma-se agora A Sombra do Pai. O longa de Gabriela Amaral Almeida que concorreu em Brasília, no ano passado, prescinde do cenário exótico para abordar o tema. Não se trata de nenhuma crítica aos outros filmes, que são belíssimos, apenas a constatação de que Gabriela trabalha em outro registro. Quem viu O Animal Cordial sabe.

A Sombra do Pai terá exibição seguida de debate na segunda-feira, 22, às 19h30, no Belas Artes, em mais uma parceria do conjunto de salas com o Estado e a Pandora Filmes. Os ingressos gratuitos poderão ser retirados uma hora antes, a partir das 18h30. Estarão presentes a diretora, o ator Julio Machado, a atriz Nina Medeiros, a subeditora do Caderno 2, Adriana Del Ré, e um crítico do jornal. 

Em ' A Sombra do Pai', adulto e criança invertem papéis enquanto lidam com lutos. Foto: Divulgação Foto:
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Roteirista e diretora, Gabriela tem sido uma entusiasta do cinema de gênero, leia-se o terror, não apenas nos filmes que escreve – Quando Eu Era Vivo, de Marco Dutra -, mas principalmente nos que ela própria realiza. O Animal Cordial promovia aquele banho de sangue num restaurante invadido por ladrões. 

Desta vez, segundo todas as referências, o terror é mais tradicional, alguma coisa mais próxima do espírito das lendárias produções da Hamer que estabeleceram o prestígio de Terence Fisher como grande diretor.

Mais, talvez, que a morte, o luto está no centro de A Sombra do Pai. A morte da mãe desestabiliza uma família. O pai, operário, retrai-se. A filha, uma garota, acredita ter poderes sobrenaturais e sonha trazer a mãe de volta. De alguma forma, nenhum dos dois faz o luto, mas existe a figura da tia que ajuda a neutralizar os conflitos. Quando ela se casa e vai embora, pai e filha ficam entre eles mesmos, e aí a situação agrava-se. 

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A filha sente-se diferente, o pai torna-se diferente. O luto é associado a uma perspectiva de classe – o mundo dos trabalhadores. São múltiplas camadas de leitura. Psicanalítica, cinematográfica. Haverá muito o que debater, na segunda-feira, sobre A Sombra do Pai.

O Cine Belas Artes está localizado na R. da Consolação, 2423. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados às 18h30, uma hora antes da exibição.

Veja o trailer:

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Não é mera coincidência. Duas coproduções brasileiras em cartaz nos cinemas abordam o tema da morte no ambiente mítico da florestas tropical – Los Silencios e Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos. A eles vem soma-se agora A Sombra do Pai. O longa de Gabriela Amaral Almeida que concorreu em Brasília, no ano passado, prescinde do cenário exótico para abordar o tema. Não se trata de nenhuma crítica aos outros filmes, que são belíssimos, apenas a constatação de que Gabriela trabalha em outro registro. Quem viu O Animal Cordial sabe.

A Sombra do Pai terá exibição seguida de debate na segunda-feira, 22, às 19h30, no Belas Artes, em mais uma parceria do conjunto de salas com o Estado e a Pandora Filmes. Os ingressos gratuitos poderão ser retirados uma hora antes, a partir das 18h30. Estarão presentes a diretora, o ator Julio Machado, a atriz Nina Medeiros, a subeditora do Caderno 2, Adriana Del Ré, e um crítico do jornal. 

Em ' A Sombra do Pai', adulto e criança invertem papéis enquanto lidam com lutos. Foto: Divulgação Foto:

Roteirista e diretora, Gabriela tem sido uma entusiasta do cinema de gênero, leia-se o terror, não apenas nos filmes que escreve – Quando Eu Era Vivo, de Marco Dutra -, mas principalmente nos que ela própria realiza. O Animal Cordial promovia aquele banho de sangue num restaurante invadido por ladrões. 

Desta vez, segundo todas as referências, o terror é mais tradicional, alguma coisa mais próxima do espírito das lendárias produções da Hamer que estabeleceram o prestígio de Terence Fisher como grande diretor.

Mais, talvez, que a morte, o luto está no centro de A Sombra do Pai. A morte da mãe desestabiliza uma família. O pai, operário, retrai-se. A filha, uma garota, acredita ter poderes sobrenaturais e sonha trazer a mãe de volta. De alguma forma, nenhum dos dois faz o luto, mas existe a figura da tia que ajuda a neutralizar os conflitos. Quando ela se casa e vai embora, pai e filha ficam entre eles mesmos, e aí a situação agrava-se. 

A filha sente-se diferente, o pai torna-se diferente. O luto é associado a uma perspectiva de classe – o mundo dos trabalhadores. São múltiplas camadas de leitura. Psicanalítica, cinematográfica. Haverá muito o que debater, na segunda-feira, sobre A Sombra do Pai.

O Cine Belas Artes está localizado na R. da Consolação, 2423. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados às 18h30, uma hora antes da exibição.

Veja o trailer:

Não é mera coincidência. Duas coproduções brasileiras em cartaz nos cinemas abordam o tema da morte no ambiente mítico da florestas tropical – Los Silencios e Chuva é Cantoria na Aldeia dos Mortos. A eles vem soma-se agora A Sombra do Pai. O longa de Gabriela Amaral Almeida que concorreu em Brasília, no ano passado, prescinde do cenário exótico para abordar o tema. Não se trata de nenhuma crítica aos outros filmes, que são belíssimos, apenas a constatação de que Gabriela trabalha em outro registro. Quem viu O Animal Cordial sabe.

A Sombra do Pai terá exibição seguida de debate na segunda-feira, 22, às 19h30, no Belas Artes, em mais uma parceria do conjunto de salas com o Estado e a Pandora Filmes. Os ingressos gratuitos poderão ser retirados uma hora antes, a partir das 18h30. Estarão presentes a diretora, o ator Julio Machado, a atriz Nina Medeiros, a subeditora do Caderno 2, Adriana Del Ré, e um crítico do jornal. 

Em ' A Sombra do Pai', adulto e criança invertem papéis enquanto lidam com lutos. Foto: Divulgação Foto:

Roteirista e diretora, Gabriela tem sido uma entusiasta do cinema de gênero, leia-se o terror, não apenas nos filmes que escreve – Quando Eu Era Vivo, de Marco Dutra -, mas principalmente nos que ela própria realiza. O Animal Cordial promovia aquele banho de sangue num restaurante invadido por ladrões. 

Desta vez, segundo todas as referências, o terror é mais tradicional, alguma coisa mais próxima do espírito das lendárias produções da Hamer que estabeleceram o prestígio de Terence Fisher como grande diretor.

Mais, talvez, que a morte, o luto está no centro de A Sombra do Pai. A morte da mãe desestabiliza uma família. O pai, operário, retrai-se. A filha, uma garota, acredita ter poderes sobrenaturais e sonha trazer a mãe de volta. De alguma forma, nenhum dos dois faz o luto, mas existe a figura da tia que ajuda a neutralizar os conflitos. Quando ela se casa e vai embora, pai e filha ficam entre eles mesmos, e aí a situação agrava-se. 

A filha sente-se diferente, o pai torna-se diferente. O luto é associado a uma perspectiva de classe – o mundo dos trabalhadores. São múltiplas camadas de leitura. Psicanalítica, cinematográfica. Haverá muito o que debater, na segunda-feira, sobre A Sombra do Pai.

O Cine Belas Artes está localizado na R. da Consolação, 2423. A entrada é gratuita e os ingressos podem ser retirados às 18h30, uma hora antes da exibição.

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