O Ministério Público de Paris pediu na sexta-feira, 8, o arquivamento do caso aberto contra o cineasta francês Luc Besson, acusado de estupro por uma atriz belgo-holandesa, informou uma fonte judicial, confirmando uma informação publicada na imprensa.
Caberá à juíza de instrução encarregada do caso decidir se aceita ou não o arquivamento.
Luc Besson, que nega as acusações feitas contra ele pela atriz Sand Van Roy, foi declarado testemunha assistida em 25 de janeiro, uma qualificação intermediária entre testemunha e investigado.
"São pedidos lógicos e coerentes com a realidade do caso e da investigação", reagiu em declarações à AFP o advogado do cineasta, Thierry Marembert.
"Sua posição nunca mudou", lembrou Marembert. "Tem vontade de fechar este parêntese e retomar uma vida normal", acrescentou.
Um dos advogados de Sand Van Roy, Francis Szpiner, criticou o que chamou de um "escândalo judicial" e lamentou que a nova juíza de instrução nomeada para este caso midiático tenha se recusado a "organizar uma acareação entre a denunciante e o autor".
A atriz apresentou uma denúncia de estupro em 2018 contra o produtor e diretor francês, de 62 anos, um dia depois de ter se encontrado com ele em um hotel de luxo da capital francesa.
Dois meses depois, a atriz denunciou outros estupros e agressões sexuais que teriam sido cometidos, segundo ela, durante dois anos de relação com "domínio profissional" por parte de Besson, diretor de Nikita, criada para matar, O Quinto Elemento, entre outros.
O MP arquivou estas denúncias em 25 de fevereiro de 2019, considerando que não tinha podido "caracterizar a infração denunciada".
Depois disso, a atriz apresentou uma nova denúncia com constituição de parte civil, que deu lugar à abertura de um caso por "estupro" no outono de 2019.
Outras oito mulheres acusaram o cineasta posteriormente de gestos inapropriados e inclusive de agressões sexuais, em testemunhos coletados pelo jornal francês Mediapart e cujos fatos prescreveram em sua maioria.