Maratona Al Pacino: Os melhores filmes do ator para ver no streaming ou no CCBB


Enquanto o Centro Cultural Banco do Brasil promove mostra com 24 filmes estrelados pelo astro de ‘O Poderoso Chefão’, as plataformas de streaming destacam outro lado do ator, inclusive com série sobre caçador de nazistas

Por Mariane Morisawa

O Poderoso Chefão, Serpico, Um Dia de Cão, Fogo contra Fogo, O Pagamento Final, Justiça para Todos, Scarface. O currículo de Al Pacino é tão invejável que o filme pelo qual ele ganhou seu único Oscar – Perfume de Mulher (1992) – nem fica entre seus cinco melhores.

Um dos maiores atores da história, Pacino é homenageado com uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que chega a São Paulo, entre sábado, 6, e 18 de agosto, após passar pelo Rio.

Al Pacino em 'Scarface' (1983) Foto: Universal Pictures/Divulgação
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“Al Pacino se instalou no imaginário coletivo”, disse Paulo Santos Lima, curador da mostra. Michael Corleone, o mafioso relutante de O Poderoso Chefão, e o refugiado cubano Tony Montana de Scarface (1983) são personagens gravados na memória do espectador. “Al Pacino sempre parece estar carregando o mundo ou estar abatido pelo mal do mundo, e isso provoca empatia”, afirmou Santos Lima.

Ao todo, são 24 filmes estrelados pelo ator de 84 anos, começando pelo primeiro longa-metragem como protagonista, Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, até Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino. “Ele vai de uma atuação bem realista em Os Viciados até que, no filme do Tarantino, é uma presença metalinguística, como se fosse o Al Pacino sendo Al Pacino”, disse Paulo Santos Lima.

A trajetória de Al Pacino

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Nascido Alfredo James Pacino em uma família de ascendência italiana na cidade de Nova York, Al Pacino trabalhou como faxineiro e mensageiro para custear seus cursos de atuação. Ele teve aulas com o lendário Lee Strasberg no Actors Studio, que formou também Marilyn Monroe, Marlon Brando, James Dean e Robert De Niro.

“Lee Strasberg me lançou”, disse Pacino em entrevista a Lawrence Grobel. “Foi um ponto de virada na minha carreira e responsável por me permitir abandonar todos aqueles empregos e me dedicar à atuação.” O Actors Studio revolucionou a maneira de atuar nos Estados Unidos, e Strasberg defendia que os atores deveriam buscar nas próprias experiências as emoções dos personagens. É o chamado Método, um conceito tão controverso quanto mal compreendido.

Pacino começou a carreira nos palcos em 1967. Dois anos mais tarde, ele ganhou o primeiro de seus dois Tonys (o Oscar do teatro) pela peça Does a Tiger Wear a Necktie?, de Don Petersen.

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Al Pacino em 'O Poderoso Chefão 2' (1974) Foto: Paramount Pictures/Divulgação

Foi por causa dessa peça que Francis Ford Coppola decidiu que Al Pacino seria seu Michael Corleone. Mas, na época, o ator ainda era desconhecido e só tinha feito uma ponta no filme independente Me, Natalie (1969). Os Viciados (1971) ainda estava para sair. O estúdio queria um Robert Redford, um Ryan O’Neal. O diretor bateu o pé: queria um siciliano com cara de siciliano (a família de Al Pacino vem, justamente, de Corleone). Conseguiu o que queria, e o resto é história.

O Poderoso Chefão é um dos grandes filmes da história do cinema mundial, e Al Pacino virou um dos maiores atores, conquistando papeis fundamentais em grandes filmes da chamada Nova Hollywood, a geração de diretores que rompeu com o esquema dos estúdios, mostrando a desilusão nos Estados Unidos durante e depois da Guerra do Vietnã. Nesse grupo, estão grandes cineastas como Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Martin Scorsese, Steven Spielberg e Sidney Lumet.

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“Por meio de Al Pacino e de atores como Robert De Niro e Meryl Streep, é possível rever o cinema, porque eles representam um arco que vem desde os anos 1970, com a Nova Hollywood, que foi uma transformação radical do cinema dos Estados Unidos”, disse Santos Lima.

Al Pacino conquistou o cinema com atuações cheias de personalidade em que ele incorpora o personagem. Al Pacino é Michael Corleone, é Serpico. Ele faz parecer fácil estar na pele de outro. Não parece um ator atuando, principalmente em seus papéis nos anos 1970. A partir de Scarface, ele parte para uma interpretação mais acentuada, mais exagerada.

Al Pacino em 'Perfume de Mulher' (1992) Foto: City Light Films/Divulgação
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Nos anos 1990, Pacino teve várias atuações marcantes em filmes como Dick Tracy (1990), Perfume de Mulher, O Pagamento Final (1993) e Fogo Contra Fogo (1995). Nessa década, ele também dirigiu cinema pela primeira vez. Ricardo 3º - Um Ensaio é um documentário sobre a montagem e a influência da peça de William Shakespeare.

No século 21, ele continuou dirigindo e investiu na televisão, fazendo Angels in America (2003) e Você Não Conhece o Jack (2010), sendo premiado com o Emmy em ambos. Em 2019, ele finalmente trabalhou com Martin Scorsese pela primeira vez em O Irlandês, pelo qual foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante.

Ao todo, Al Pacino concorreu nove vezes ao Oscar, ganhando por Perfume de Mulher. É pouco, para um ator que influenciou gerações de atores.

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Seis filmes imperdíveis da Mostra Al Pacino

  • A trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola

Não tem como falar de Al Pacino e não lembrar de Michael Corleone, que reluta em seguir os passos do pai, o mafioso Vito Corleone (Marlon Brando/Robert de Niro), mas acaba se endurecendo e se rendendo ao longo dos três filmes, lançados em 1972, 1974 e 1990. A trilogia teve um total de 29 indicações ao Oscar, ganhando 9 estatuetas. Al Pacino concorreu pelos dois primeiros, mas não levou.

  • Serpico (1973), de Sidney Lumet

Pacino é um policial honesto que denuncia a corrupção no departamento de política de Nova York. O longa foi indicado a dois Oscars, incluindo melhor ator para Pacino.

  • Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet

Um assalto a banco aparentemente simples torna-se um pesadelo, atraindo atenção da mídia e deixando os dois ladrões (vividos por Pacino e John Cazale) por horas com reféns. Concorreu a seis Oscars – incluindo melhor ator para Pacino – e levou o de roteiro original.

  • Scarface (1983), de Brian De Palma

O refugiado cubano Tony Montana chega a Miami sem nada, mas acaba trabalhando para gângsteres até se tornar chefão do tráfico de drogas. É um filme sobre ganância com um personagem tão bem construído que provoca identificação mesmo tendo atitudes condenáveis.

  • O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma

Recém-saído da prisão, Carlito (Al Pacino) tenta ficar longe das drogas e da violência. Mas é muito difícil cumprir seu objetivo quando todo o entorno pressiona por seu retorno ao crime.

  • Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann

De um lado, Al Pacino. Do outro, Robert De Niro. No papel do detetive Vincent Hanna, Pacino enfrenta o ladrão Neil McCauley, interpretado por De Niro, em um jogo de gato e rato pelas ruas de Los Angeles.

Mostra Pacino - Serviço

  • R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), disponíveis no bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
  • Endereço: CCBB – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo-SP.
  • De 6/7/24 a 18/8/24
  • Veja a programação aqui.

Al Pacino no streaming

Alguns filmes e séries que não estão na Mostra Al Pacino e você encontra no streaming:

  • Frankie e Johnny (1991), de Garry Marshall

Johnny acaba de sair da prisão e consegue trabalho em um café, ao lado da garçonete Frankie (Michelle Pfeiffer). Para aluguel e compra no Apple TV.

  • Insônia (2002), de Christopher Nolan

Um detetive investigando o assassinato de uma adolescente não consegue dormir depois de atirar acidentalmente em um colega. No Telecine.

  • Angels in America (2003)

Minissérie vencedora de 11 Emmys baseada na peça premiada de Tony Kushner sobre a epidemia da Aids, a era Reagan e as transformações da sociedade nos anos 1980. Al Pacino, que ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie, interpreta o advogado conservador Roy Cohn. Na Max.

  • Você Não Conhece o Jack (2010), de Barry Levinson

Al Pacino ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie ou filme para TV com sua interpretação de Jack Kevorkian, que defendia o suicídio assistido. Na Max.

  • O Irlandês (2019)

O filme é a primeira colaboração de Al Pacino e Martin Scorsese e marca o reencontro do ator com Robert De Niro. Conta a história de Frank Sheeran (De Niro), matador envolvido com a família mafiosa Bufalino e com o líder sindical Jimmy Hoffa (Pacino). Concorreu a dez Oscars, inclusive ator coadjuvante para Al Pacino. Na Netflix.

  • Hunters (2020-2023)

Em seu primeiro protagonista de série, Al Pacino faz Meyer, líder de um grupo de caçadores de nazistas. No Prime Video.

O Poderoso Chefão, Serpico, Um Dia de Cão, Fogo contra Fogo, O Pagamento Final, Justiça para Todos, Scarface. O currículo de Al Pacino é tão invejável que o filme pelo qual ele ganhou seu único Oscar – Perfume de Mulher (1992) – nem fica entre seus cinco melhores.

Um dos maiores atores da história, Pacino é homenageado com uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que chega a São Paulo, entre sábado, 6, e 18 de agosto, após passar pelo Rio.

Al Pacino em 'Scarface' (1983) Foto: Universal Pictures/Divulgação

“Al Pacino se instalou no imaginário coletivo”, disse Paulo Santos Lima, curador da mostra. Michael Corleone, o mafioso relutante de O Poderoso Chefão, e o refugiado cubano Tony Montana de Scarface (1983) são personagens gravados na memória do espectador. “Al Pacino sempre parece estar carregando o mundo ou estar abatido pelo mal do mundo, e isso provoca empatia”, afirmou Santos Lima.

Ao todo, são 24 filmes estrelados pelo ator de 84 anos, começando pelo primeiro longa-metragem como protagonista, Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, até Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino. “Ele vai de uma atuação bem realista em Os Viciados até que, no filme do Tarantino, é uma presença metalinguística, como se fosse o Al Pacino sendo Al Pacino”, disse Paulo Santos Lima.

A trajetória de Al Pacino

Nascido Alfredo James Pacino em uma família de ascendência italiana na cidade de Nova York, Al Pacino trabalhou como faxineiro e mensageiro para custear seus cursos de atuação. Ele teve aulas com o lendário Lee Strasberg no Actors Studio, que formou também Marilyn Monroe, Marlon Brando, James Dean e Robert De Niro.

“Lee Strasberg me lançou”, disse Pacino em entrevista a Lawrence Grobel. “Foi um ponto de virada na minha carreira e responsável por me permitir abandonar todos aqueles empregos e me dedicar à atuação.” O Actors Studio revolucionou a maneira de atuar nos Estados Unidos, e Strasberg defendia que os atores deveriam buscar nas próprias experiências as emoções dos personagens. É o chamado Método, um conceito tão controverso quanto mal compreendido.

Pacino começou a carreira nos palcos em 1967. Dois anos mais tarde, ele ganhou o primeiro de seus dois Tonys (o Oscar do teatro) pela peça Does a Tiger Wear a Necktie?, de Don Petersen.

Al Pacino em 'O Poderoso Chefão 2' (1974) Foto: Paramount Pictures/Divulgação

Foi por causa dessa peça que Francis Ford Coppola decidiu que Al Pacino seria seu Michael Corleone. Mas, na época, o ator ainda era desconhecido e só tinha feito uma ponta no filme independente Me, Natalie (1969). Os Viciados (1971) ainda estava para sair. O estúdio queria um Robert Redford, um Ryan O’Neal. O diretor bateu o pé: queria um siciliano com cara de siciliano (a família de Al Pacino vem, justamente, de Corleone). Conseguiu o que queria, e o resto é história.

O Poderoso Chefão é um dos grandes filmes da história do cinema mundial, e Al Pacino virou um dos maiores atores, conquistando papeis fundamentais em grandes filmes da chamada Nova Hollywood, a geração de diretores que rompeu com o esquema dos estúdios, mostrando a desilusão nos Estados Unidos durante e depois da Guerra do Vietnã. Nesse grupo, estão grandes cineastas como Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Martin Scorsese, Steven Spielberg e Sidney Lumet.

“Por meio de Al Pacino e de atores como Robert De Niro e Meryl Streep, é possível rever o cinema, porque eles representam um arco que vem desde os anos 1970, com a Nova Hollywood, que foi uma transformação radical do cinema dos Estados Unidos”, disse Santos Lima.

Al Pacino conquistou o cinema com atuações cheias de personalidade em que ele incorpora o personagem. Al Pacino é Michael Corleone, é Serpico. Ele faz parecer fácil estar na pele de outro. Não parece um ator atuando, principalmente em seus papéis nos anos 1970. A partir de Scarface, ele parte para uma interpretação mais acentuada, mais exagerada.

Al Pacino em 'Perfume de Mulher' (1992) Foto: City Light Films/Divulgação

Nos anos 1990, Pacino teve várias atuações marcantes em filmes como Dick Tracy (1990), Perfume de Mulher, O Pagamento Final (1993) e Fogo Contra Fogo (1995). Nessa década, ele também dirigiu cinema pela primeira vez. Ricardo 3º - Um Ensaio é um documentário sobre a montagem e a influência da peça de William Shakespeare.

No século 21, ele continuou dirigindo e investiu na televisão, fazendo Angels in America (2003) e Você Não Conhece o Jack (2010), sendo premiado com o Emmy em ambos. Em 2019, ele finalmente trabalhou com Martin Scorsese pela primeira vez em O Irlandês, pelo qual foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante.

Ao todo, Al Pacino concorreu nove vezes ao Oscar, ganhando por Perfume de Mulher. É pouco, para um ator que influenciou gerações de atores.

Seis filmes imperdíveis da Mostra Al Pacino

  • A trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola

Não tem como falar de Al Pacino e não lembrar de Michael Corleone, que reluta em seguir os passos do pai, o mafioso Vito Corleone (Marlon Brando/Robert de Niro), mas acaba se endurecendo e se rendendo ao longo dos três filmes, lançados em 1972, 1974 e 1990. A trilogia teve um total de 29 indicações ao Oscar, ganhando 9 estatuetas. Al Pacino concorreu pelos dois primeiros, mas não levou.

  • Serpico (1973), de Sidney Lumet

Pacino é um policial honesto que denuncia a corrupção no departamento de política de Nova York. O longa foi indicado a dois Oscars, incluindo melhor ator para Pacino.

  • Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet

Um assalto a banco aparentemente simples torna-se um pesadelo, atraindo atenção da mídia e deixando os dois ladrões (vividos por Pacino e John Cazale) por horas com reféns. Concorreu a seis Oscars – incluindo melhor ator para Pacino – e levou o de roteiro original.

  • Scarface (1983), de Brian De Palma

O refugiado cubano Tony Montana chega a Miami sem nada, mas acaba trabalhando para gângsteres até se tornar chefão do tráfico de drogas. É um filme sobre ganância com um personagem tão bem construído que provoca identificação mesmo tendo atitudes condenáveis.

  • O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma

Recém-saído da prisão, Carlito (Al Pacino) tenta ficar longe das drogas e da violência. Mas é muito difícil cumprir seu objetivo quando todo o entorno pressiona por seu retorno ao crime.

  • Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann

De um lado, Al Pacino. Do outro, Robert De Niro. No papel do detetive Vincent Hanna, Pacino enfrenta o ladrão Neil McCauley, interpretado por De Niro, em um jogo de gato e rato pelas ruas de Los Angeles.

Mostra Pacino - Serviço

  • R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), disponíveis no bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
  • Endereço: CCBB – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo-SP.
  • De 6/7/24 a 18/8/24
  • Veja a programação aqui.

Al Pacino no streaming

Alguns filmes e séries que não estão na Mostra Al Pacino e você encontra no streaming:

  • Frankie e Johnny (1991), de Garry Marshall

Johnny acaba de sair da prisão e consegue trabalho em um café, ao lado da garçonete Frankie (Michelle Pfeiffer). Para aluguel e compra no Apple TV.

  • Insônia (2002), de Christopher Nolan

Um detetive investigando o assassinato de uma adolescente não consegue dormir depois de atirar acidentalmente em um colega. No Telecine.

  • Angels in America (2003)

Minissérie vencedora de 11 Emmys baseada na peça premiada de Tony Kushner sobre a epidemia da Aids, a era Reagan e as transformações da sociedade nos anos 1980. Al Pacino, que ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie, interpreta o advogado conservador Roy Cohn. Na Max.

  • Você Não Conhece o Jack (2010), de Barry Levinson

Al Pacino ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie ou filme para TV com sua interpretação de Jack Kevorkian, que defendia o suicídio assistido. Na Max.

  • O Irlandês (2019)

O filme é a primeira colaboração de Al Pacino e Martin Scorsese e marca o reencontro do ator com Robert De Niro. Conta a história de Frank Sheeran (De Niro), matador envolvido com a família mafiosa Bufalino e com o líder sindical Jimmy Hoffa (Pacino). Concorreu a dez Oscars, inclusive ator coadjuvante para Al Pacino. Na Netflix.

  • Hunters (2020-2023)

Em seu primeiro protagonista de série, Al Pacino faz Meyer, líder de um grupo de caçadores de nazistas. No Prime Video.

O Poderoso Chefão, Serpico, Um Dia de Cão, Fogo contra Fogo, O Pagamento Final, Justiça para Todos, Scarface. O currículo de Al Pacino é tão invejável que o filme pelo qual ele ganhou seu único Oscar – Perfume de Mulher (1992) – nem fica entre seus cinco melhores.

Um dos maiores atores da história, Pacino é homenageado com uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que chega a São Paulo, entre sábado, 6, e 18 de agosto, após passar pelo Rio.

Al Pacino em 'Scarface' (1983) Foto: Universal Pictures/Divulgação

“Al Pacino se instalou no imaginário coletivo”, disse Paulo Santos Lima, curador da mostra. Michael Corleone, o mafioso relutante de O Poderoso Chefão, e o refugiado cubano Tony Montana de Scarface (1983) são personagens gravados na memória do espectador. “Al Pacino sempre parece estar carregando o mundo ou estar abatido pelo mal do mundo, e isso provoca empatia”, afirmou Santos Lima.

Ao todo, são 24 filmes estrelados pelo ator de 84 anos, começando pelo primeiro longa-metragem como protagonista, Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, até Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino. “Ele vai de uma atuação bem realista em Os Viciados até que, no filme do Tarantino, é uma presença metalinguística, como se fosse o Al Pacino sendo Al Pacino”, disse Paulo Santos Lima.

A trajetória de Al Pacino

Nascido Alfredo James Pacino em uma família de ascendência italiana na cidade de Nova York, Al Pacino trabalhou como faxineiro e mensageiro para custear seus cursos de atuação. Ele teve aulas com o lendário Lee Strasberg no Actors Studio, que formou também Marilyn Monroe, Marlon Brando, James Dean e Robert De Niro.

“Lee Strasberg me lançou”, disse Pacino em entrevista a Lawrence Grobel. “Foi um ponto de virada na minha carreira e responsável por me permitir abandonar todos aqueles empregos e me dedicar à atuação.” O Actors Studio revolucionou a maneira de atuar nos Estados Unidos, e Strasberg defendia que os atores deveriam buscar nas próprias experiências as emoções dos personagens. É o chamado Método, um conceito tão controverso quanto mal compreendido.

Pacino começou a carreira nos palcos em 1967. Dois anos mais tarde, ele ganhou o primeiro de seus dois Tonys (o Oscar do teatro) pela peça Does a Tiger Wear a Necktie?, de Don Petersen.

Al Pacino em 'O Poderoso Chefão 2' (1974) Foto: Paramount Pictures/Divulgação

Foi por causa dessa peça que Francis Ford Coppola decidiu que Al Pacino seria seu Michael Corleone. Mas, na época, o ator ainda era desconhecido e só tinha feito uma ponta no filme independente Me, Natalie (1969). Os Viciados (1971) ainda estava para sair. O estúdio queria um Robert Redford, um Ryan O’Neal. O diretor bateu o pé: queria um siciliano com cara de siciliano (a família de Al Pacino vem, justamente, de Corleone). Conseguiu o que queria, e o resto é história.

O Poderoso Chefão é um dos grandes filmes da história do cinema mundial, e Al Pacino virou um dos maiores atores, conquistando papeis fundamentais em grandes filmes da chamada Nova Hollywood, a geração de diretores que rompeu com o esquema dos estúdios, mostrando a desilusão nos Estados Unidos durante e depois da Guerra do Vietnã. Nesse grupo, estão grandes cineastas como Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Martin Scorsese, Steven Spielberg e Sidney Lumet.

“Por meio de Al Pacino e de atores como Robert De Niro e Meryl Streep, é possível rever o cinema, porque eles representam um arco que vem desde os anos 1970, com a Nova Hollywood, que foi uma transformação radical do cinema dos Estados Unidos”, disse Santos Lima.

Al Pacino conquistou o cinema com atuações cheias de personalidade em que ele incorpora o personagem. Al Pacino é Michael Corleone, é Serpico. Ele faz parecer fácil estar na pele de outro. Não parece um ator atuando, principalmente em seus papéis nos anos 1970. A partir de Scarface, ele parte para uma interpretação mais acentuada, mais exagerada.

Al Pacino em 'Perfume de Mulher' (1992) Foto: City Light Films/Divulgação

Nos anos 1990, Pacino teve várias atuações marcantes em filmes como Dick Tracy (1990), Perfume de Mulher, O Pagamento Final (1993) e Fogo Contra Fogo (1995). Nessa década, ele também dirigiu cinema pela primeira vez. Ricardo 3º - Um Ensaio é um documentário sobre a montagem e a influência da peça de William Shakespeare.

No século 21, ele continuou dirigindo e investiu na televisão, fazendo Angels in America (2003) e Você Não Conhece o Jack (2010), sendo premiado com o Emmy em ambos. Em 2019, ele finalmente trabalhou com Martin Scorsese pela primeira vez em O Irlandês, pelo qual foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante.

Ao todo, Al Pacino concorreu nove vezes ao Oscar, ganhando por Perfume de Mulher. É pouco, para um ator que influenciou gerações de atores.

Seis filmes imperdíveis da Mostra Al Pacino

  • A trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola

Não tem como falar de Al Pacino e não lembrar de Michael Corleone, que reluta em seguir os passos do pai, o mafioso Vito Corleone (Marlon Brando/Robert de Niro), mas acaba se endurecendo e se rendendo ao longo dos três filmes, lançados em 1972, 1974 e 1990. A trilogia teve um total de 29 indicações ao Oscar, ganhando 9 estatuetas. Al Pacino concorreu pelos dois primeiros, mas não levou.

  • Serpico (1973), de Sidney Lumet

Pacino é um policial honesto que denuncia a corrupção no departamento de política de Nova York. O longa foi indicado a dois Oscars, incluindo melhor ator para Pacino.

  • Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet

Um assalto a banco aparentemente simples torna-se um pesadelo, atraindo atenção da mídia e deixando os dois ladrões (vividos por Pacino e John Cazale) por horas com reféns. Concorreu a seis Oscars – incluindo melhor ator para Pacino – e levou o de roteiro original.

  • Scarface (1983), de Brian De Palma

O refugiado cubano Tony Montana chega a Miami sem nada, mas acaba trabalhando para gângsteres até se tornar chefão do tráfico de drogas. É um filme sobre ganância com um personagem tão bem construído que provoca identificação mesmo tendo atitudes condenáveis.

  • O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma

Recém-saído da prisão, Carlito (Al Pacino) tenta ficar longe das drogas e da violência. Mas é muito difícil cumprir seu objetivo quando todo o entorno pressiona por seu retorno ao crime.

  • Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann

De um lado, Al Pacino. Do outro, Robert De Niro. No papel do detetive Vincent Hanna, Pacino enfrenta o ladrão Neil McCauley, interpretado por De Niro, em um jogo de gato e rato pelas ruas de Los Angeles.

Mostra Pacino - Serviço

  • R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), disponíveis no bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
  • Endereço: CCBB – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo-SP.
  • De 6/7/24 a 18/8/24
  • Veja a programação aqui.

Al Pacino no streaming

Alguns filmes e séries que não estão na Mostra Al Pacino e você encontra no streaming:

  • Frankie e Johnny (1991), de Garry Marshall

Johnny acaba de sair da prisão e consegue trabalho em um café, ao lado da garçonete Frankie (Michelle Pfeiffer). Para aluguel e compra no Apple TV.

  • Insônia (2002), de Christopher Nolan

Um detetive investigando o assassinato de uma adolescente não consegue dormir depois de atirar acidentalmente em um colega. No Telecine.

  • Angels in America (2003)

Minissérie vencedora de 11 Emmys baseada na peça premiada de Tony Kushner sobre a epidemia da Aids, a era Reagan e as transformações da sociedade nos anos 1980. Al Pacino, que ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie, interpreta o advogado conservador Roy Cohn. Na Max.

  • Você Não Conhece o Jack (2010), de Barry Levinson

Al Pacino ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie ou filme para TV com sua interpretação de Jack Kevorkian, que defendia o suicídio assistido. Na Max.

  • O Irlandês (2019)

O filme é a primeira colaboração de Al Pacino e Martin Scorsese e marca o reencontro do ator com Robert De Niro. Conta a história de Frank Sheeran (De Niro), matador envolvido com a família mafiosa Bufalino e com o líder sindical Jimmy Hoffa (Pacino). Concorreu a dez Oscars, inclusive ator coadjuvante para Al Pacino. Na Netflix.

  • Hunters (2020-2023)

Em seu primeiro protagonista de série, Al Pacino faz Meyer, líder de um grupo de caçadores de nazistas. No Prime Video.

O Poderoso Chefão, Serpico, Um Dia de Cão, Fogo contra Fogo, O Pagamento Final, Justiça para Todos, Scarface. O currículo de Al Pacino é tão invejável que o filme pelo qual ele ganhou seu único Oscar – Perfume de Mulher (1992) – nem fica entre seus cinco melhores.

Um dos maiores atores da história, Pacino é homenageado com uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que chega a São Paulo, entre sábado, 6, e 18 de agosto, após passar pelo Rio.

Al Pacino em 'Scarface' (1983) Foto: Universal Pictures/Divulgação

“Al Pacino se instalou no imaginário coletivo”, disse Paulo Santos Lima, curador da mostra. Michael Corleone, o mafioso relutante de O Poderoso Chefão, e o refugiado cubano Tony Montana de Scarface (1983) são personagens gravados na memória do espectador. “Al Pacino sempre parece estar carregando o mundo ou estar abatido pelo mal do mundo, e isso provoca empatia”, afirmou Santos Lima.

Ao todo, são 24 filmes estrelados pelo ator de 84 anos, começando pelo primeiro longa-metragem como protagonista, Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, até Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino. “Ele vai de uma atuação bem realista em Os Viciados até que, no filme do Tarantino, é uma presença metalinguística, como se fosse o Al Pacino sendo Al Pacino”, disse Paulo Santos Lima.

A trajetória de Al Pacino

Nascido Alfredo James Pacino em uma família de ascendência italiana na cidade de Nova York, Al Pacino trabalhou como faxineiro e mensageiro para custear seus cursos de atuação. Ele teve aulas com o lendário Lee Strasberg no Actors Studio, que formou também Marilyn Monroe, Marlon Brando, James Dean e Robert De Niro.

“Lee Strasberg me lançou”, disse Pacino em entrevista a Lawrence Grobel. “Foi um ponto de virada na minha carreira e responsável por me permitir abandonar todos aqueles empregos e me dedicar à atuação.” O Actors Studio revolucionou a maneira de atuar nos Estados Unidos, e Strasberg defendia que os atores deveriam buscar nas próprias experiências as emoções dos personagens. É o chamado Método, um conceito tão controverso quanto mal compreendido.

Pacino começou a carreira nos palcos em 1967. Dois anos mais tarde, ele ganhou o primeiro de seus dois Tonys (o Oscar do teatro) pela peça Does a Tiger Wear a Necktie?, de Don Petersen.

Al Pacino em 'O Poderoso Chefão 2' (1974) Foto: Paramount Pictures/Divulgação

Foi por causa dessa peça que Francis Ford Coppola decidiu que Al Pacino seria seu Michael Corleone. Mas, na época, o ator ainda era desconhecido e só tinha feito uma ponta no filme independente Me, Natalie (1969). Os Viciados (1971) ainda estava para sair. O estúdio queria um Robert Redford, um Ryan O’Neal. O diretor bateu o pé: queria um siciliano com cara de siciliano (a família de Al Pacino vem, justamente, de Corleone). Conseguiu o que queria, e o resto é história.

O Poderoso Chefão é um dos grandes filmes da história do cinema mundial, e Al Pacino virou um dos maiores atores, conquistando papeis fundamentais em grandes filmes da chamada Nova Hollywood, a geração de diretores que rompeu com o esquema dos estúdios, mostrando a desilusão nos Estados Unidos durante e depois da Guerra do Vietnã. Nesse grupo, estão grandes cineastas como Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Martin Scorsese, Steven Spielberg e Sidney Lumet.

“Por meio de Al Pacino e de atores como Robert De Niro e Meryl Streep, é possível rever o cinema, porque eles representam um arco que vem desde os anos 1970, com a Nova Hollywood, que foi uma transformação radical do cinema dos Estados Unidos”, disse Santos Lima.

Al Pacino conquistou o cinema com atuações cheias de personalidade em que ele incorpora o personagem. Al Pacino é Michael Corleone, é Serpico. Ele faz parecer fácil estar na pele de outro. Não parece um ator atuando, principalmente em seus papéis nos anos 1970. A partir de Scarface, ele parte para uma interpretação mais acentuada, mais exagerada.

Al Pacino em 'Perfume de Mulher' (1992) Foto: City Light Films/Divulgação

Nos anos 1990, Pacino teve várias atuações marcantes em filmes como Dick Tracy (1990), Perfume de Mulher, O Pagamento Final (1993) e Fogo Contra Fogo (1995). Nessa década, ele também dirigiu cinema pela primeira vez. Ricardo 3º - Um Ensaio é um documentário sobre a montagem e a influência da peça de William Shakespeare.

No século 21, ele continuou dirigindo e investiu na televisão, fazendo Angels in America (2003) e Você Não Conhece o Jack (2010), sendo premiado com o Emmy em ambos. Em 2019, ele finalmente trabalhou com Martin Scorsese pela primeira vez em O Irlandês, pelo qual foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante.

Ao todo, Al Pacino concorreu nove vezes ao Oscar, ganhando por Perfume de Mulher. É pouco, para um ator que influenciou gerações de atores.

Seis filmes imperdíveis da Mostra Al Pacino

  • A trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola

Não tem como falar de Al Pacino e não lembrar de Michael Corleone, que reluta em seguir os passos do pai, o mafioso Vito Corleone (Marlon Brando/Robert de Niro), mas acaba se endurecendo e se rendendo ao longo dos três filmes, lançados em 1972, 1974 e 1990. A trilogia teve um total de 29 indicações ao Oscar, ganhando 9 estatuetas. Al Pacino concorreu pelos dois primeiros, mas não levou.

  • Serpico (1973), de Sidney Lumet

Pacino é um policial honesto que denuncia a corrupção no departamento de política de Nova York. O longa foi indicado a dois Oscars, incluindo melhor ator para Pacino.

  • Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet

Um assalto a banco aparentemente simples torna-se um pesadelo, atraindo atenção da mídia e deixando os dois ladrões (vividos por Pacino e John Cazale) por horas com reféns. Concorreu a seis Oscars – incluindo melhor ator para Pacino – e levou o de roteiro original.

  • Scarface (1983), de Brian De Palma

O refugiado cubano Tony Montana chega a Miami sem nada, mas acaba trabalhando para gângsteres até se tornar chefão do tráfico de drogas. É um filme sobre ganância com um personagem tão bem construído que provoca identificação mesmo tendo atitudes condenáveis.

  • O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma

Recém-saído da prisão, Carlito (Al Pacino) tenta ficar longe das drogas e da violência. Mas é muito difícil cumprir seu objetivo quando todo o entorno pressiona por seu retorno ao crime.

  • Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann

De um lado, Al Pacino. Do outro, Robert De Niro. No papel do detetive Vincent Hanna, Pacino enfrenta o ladrão Neil McCauley, interpretado por De Niro, em um jogo de gato e rato pelas ruas de Los Angeles.

Mostra Pacino - Serviço

  • R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), disponíveis no bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
  • Endereço: CCBB – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo-SP.
  • De 6/7/24 a 18/8/24
  • Veja a programação aqui.

Al Pacino no streaming

Alguns filmes e séries que não estão na Mostra Al Pacino e você encontra no streaming:

  • Frankie e Johnny (1991), de Garry Marshall

Johnny acaba de sair da prisão e consegue trabalho em um café, ao lado da garçonete Frankie (Michelle Pfeiffer). Para aluguel e compra no Apple TV.

  • Insônia (2002), de Christopher Nolan

Um detetive investigando o assassinato de uma adolescente não consegue dormir depois de atirar acidentalmente em um colega. No Telecine.

  • Angels in America (2003)

Minissérie vencedora de 11 Emmys baseada na peça premiada de Tony Kushner sobre a epidemia da Aids, a era Reagan e as transformações da sociedade nos anos 1980. Al Pacino, que ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie, interpreta o advogado conservador Roy Cohn. Na Max.

  • Você Não Conhece o Jack (2010), de Barry Levinson

Al Pacino ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie ou filme para TV com sua interpretação de Jack Kevorkian, que defendia o suicídio assistido. Na Max.

  • O Irlandês (2019)

O filme é a primeira colaboração de Al Pacino e Martin Scorsese e marca o reencontro do ator com Robert De Niro. Conta a história de Frank Sheeran (De Niro), matador envolvido com a família mafiosa Bufalino e com o líder sindical Jimmy Hoffa (Pacino). Concorreu a dez Oscars, inclusive ator coadjuvante para Al Pacino. Na Netflix.

  • Hunters (2020-2023)

Em seu primeiro protagonista de série, Al Pacino faz Meyer, líder de um grupo de caçadores de nazistas. No Prime Video.

O Poderoso Chefão, Serpico, Um Dia de Cão, Fogo contra Fogo, O Pagamento Final, Justiça para Todos, Scarface. O currículo de Al Pacino é tão invejável que o filme pelo qual ele ganhou seu único Oscar – Perfume de Mulher (1992) – nem fica entre seus cinco melhores.

Um dos maiores atores da história, Pacino é homenageado com uma mostra no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB), que chega a São Paulo, entre sábado, 6, e 18 de agosto, após passar pelo Rio.

Al Pacino em 'Scarface' (1983) Foto: Universal Pictures/Divulgação

“Al Pacino se instalou no imaginário coletivo”, disse Paulo Santos Lima, curador da mostra. Michael Corleone, o mafioso relutante de O Poderoso Chefão, e o refugiado cubano Tony Montana de Scarface (1983) são personagens gravados na memória do espectador. “Al Pacino sempre parece estar carregando o mundo ou estar abatido pelo mal do mundo, e isso provoca empatia”, afirmou Santos Lima.

Ao todo, são 24 filmes estrelados pelo ator de 84 anos, começando pelo primeiro longa-metragem como protagonista, Os Viciados (1971), de Jerry Schatzberg, até Era uma Vez em... Hollywood (2019), de Quentin Tarantino. “Ele vai de uma atuação bem realista em Os Viciados até que, no filme do Tarantino, é uma presença metalinguística, como se fosse o Al Pacino sendo Al Pacino”, disse Paulo Santos Lima.

A trajetória de Al Pacino

Nascido Alfredo James Pacino em uma família de ascendência italiana na cidade de Nova York, Al Pacino trabalhou como faxineiro e mensageiro para custear seus cursos de atuação. Ele teve aulas com o lendário Lee Strasberg no Actors Studio, que formou também Marilyn Monroe, Marlon Brando, James Dean e Robert De Niro.

“Lee Strasberg me lançou”, disse Pacino em entrevista a Lawrence Grobel. “Foi um ponto de virada na minha carreira e responsável por me permitir abandonar todos aqueles empregos e me dedicar à atuação.” O Actors Studio revolucionou a maneira de atuar nos Estados Unidos, e Strasberg defendia que os atores deveriam buscar nas próprias experiências as emoções dos personagens. É o chamado Método, um conceito tão controverso quanto mal compreendido.

Pacino começou a carreira nos palcos em 1967. Dois anos mais tarde, ele ganhou o primeiro de seus dois Tonys (o Oscar do teatro) pela peça Does a Tiger Wear a Necktie?, de Don Petersen.

Al Pacino em 'O Poderoso Chefão 2' (1974) Foto: Paramount Pictures/Divulgação

Foi por causa dessa peça que Francis Ford Coppola decidiu que Al Pacino seria seu Michael Corleone. Mas, na época, o ator ainda era desconhecido e só tinha feito uma ponta no filme independente Me, Natalie (1969). Os Viciados (1971) ainda estava para sair. O estúdio queria um Robert Redford, um Ryan O’Neal. O diretor bateu o pé: queria um siciliano com cara de siciliano (a família de Al Pacino vem, justamente, de Corleone). Conseguiu o que queria, e o resto é história.

O Poderoso Chefão é um dos grandes filmes da história do cinema mundial, e Al Pacino virou um dos maiores atores, conquistando papeis fundamentais em grandes filmes da chamada Nova Hollywood, a geração de diretores que rompeu com o esquema dos estúdios, mostrando a desilusão nos Estados Unidos durante e depois da Guerra do Vietnã. Nesse grupo, estão grandes cineastas como Francis Ford Coppola, Brian De Palma, Martin Scorsese, Steven Spielberg e Sidney Lumet.

“Por meio de Al Pacino e de atores como Robert De Niro e Meryl Streep, é possível rever o cinema, porque eles representam um arco que vem desde os anos 1970, com a Nova Hollywood, que foi uma transformação radical do cinema dos Estados Unidos”, disse Santos Lima.

Al Pacino conquistou o cinema com atuações cheias de personalidade em que ele incorpora o personagem. Al Pacino é Michael Corleone, é Serpico. Ele faz parecer fácil estar na pele de outro. Não parece um ator atuando, principalmente em seus papéis nos anos 1970. A partir de Scarface, ele parte para uma interpretação mais acentuada, mais exagerada.

Al Pacino em 'Perfume de Mulher' (1992) Foto: City Light Films/Divulgação

Nos anos 1990, Pacino teve várias atuações marcantes em filmes como Dick Tracy (1990), Perfume de Mulher, O Pagamento Final (1993) e Fogo Contra Fogo (1995). Nessa década, ele também dirigiu cinema pela primeira vez. Ricardo 3º - Um Ensaio é um documentário sobre a montagem e a influência da peça de William Shakespeare.

No século 21, ele continuou dirigindo e investiu na televisão, fazendo Angels in America (2003) e Você Não Conhece o Jack (2010), sendo premiado com o Emmy em ambos. Em 2019, ele finalmente trabalhou com Martin Scorsese pela primeira vez em O Irlandês, pelo qual foi indicado ao Oscar de ator coadjuvante.

Ao todo, Al Pacino concorreu nove vezes ao Oscar, ganhando por Perfume de Mulher. É pouco, para um ator que influenciou gerações de atores.

Seis filmes imperdíveis da Mostra Al Pacino

  • A trilogia O Poderoso Chefão, de Francis Ford Coppola

Não tem como falar de Al Pacino e não lembrar de Michael Corleone, que reluta em seguir os passos do pai, o mafioso Vito Corleone (Marlon Brando/Robert de Niro), mas acaba se endurecendo e se rendendo ao longo dos três filmes, lançados em 1972, 1974 e 1990. A trilogia teve um total de 29 indicações ao Oscar, ganhando 9 estatuetas. Al Pacino concorreu pelos dois primeiros, mas não levou.

  • Serpico (1973), de Sidney Lumet

Pacino é um policial honesto que denuncia a corrupção no departamento de política de Nova York. O longa foi indicado a dois Oscars, incluindo melhor ator para Pacino.

  • Um Dia de Cão (1975), de Sidney Lumet

Um assalto a banco aparentemente simples torna-se um pesadelo, atraindo atenção da mídia e deixando os dois ladrões (vividos por Pacino e John Cazale) por horas com reféns. Concorreu a seis Oscars – incluindo melhor ator para Pacino – e levou o de roteiro original.

  • Scarface (1983), de Brian De Palma

O refugiado cubano Tony Montana chega a Miami sem nada, mas acaba trabalhando para gângsteres até se tornar chefão do tráfico de drogas. É um filme sobre ganância com um personagem tão bem construído que provoca identificação mesmo tendo atitudes condenáveis.

  • O Pagamento Final (1993), de Brian De Palma

Recém-saído da prisão, Carlito (Al Pacino) tenta ficar longe das drogas e da violência. Mas é muito difícil cumprir seu objetivo quando todo o entorno pressiona por seu retorno ao crime.

  • Fogo contra Fogo (1995), de Michael Mann

De um lado, Al Pacino. Do outro, Robert De Niro. No papel do detetive Vincent Hanna, Pacino enfrenta o ladrão Neil McCauley, interpretado por De Niro, em um jogo de gato e rato pelas ruas de Los Angeles.

Mostra Pacino - Serviço

  • R$ 10 (inteira) e R$ 5 (meia), disponíveis no bb.com.br/cultura e bilheteria do CCBB
  • Endereço: CCBB – Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo-SP.
  • De 6/7/24 a 18/8/24
  • Veja a programação aqui.

Al Pacino no streaming

Alguns filmes e séries que não estão na Mostra Al Pacino e você encontra no streaming:

  • Frankie e Johnny (1991), de Garry Marshall

Johnny acaba de sair da prisão e consegue trabalho em um café, ao lado da garçonete Frankie (Michelle Pfeiffer). Para aluguel e compra no Apple TV.

  • Insônia (2002), de Christopher Nolan

Um detetive investigando o assassinato de uma adolescente não consegue dormir depois de atirar acidentalmente em um colega. No Telecine.

  • Angels in America (2003)

Minissérie vencedora de 11 Emmys baseada na peça premiada de Tony Kushner sobre a epidemia da Aids, a era Reagan e as transformações da sociedade nos anos 1980. Al Pacino, que ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie, interpreta o advogado conservador Roy Cohn. Na Max.

  • Você Não Conhece o Jack (2010), de Barry Levinson

Al Pacino ganhou o Emmy de melhor ator de minissérie ou filme para TV com sua interpretação de Jack Kevorkian, que defendia o suicídio assistido. Na Max.

  • O Irlandês (2019)

O filme é a primeira colaboração de Al Pacino e Martin Scorsese e marca o reencontro do ator com Robert De Niro. Conta a história de Frank Sheeran (De Niro), matador envolvido com a família mafiosa Bufalino e com o líder sindical Jimmy Hoffa (Pacino). Concorreu a dez Oscars, inclusive ator coadjuvante para Al Pacino. Na Netflix.

  • Hunters (2020-2023)

Em seu primeiro protagonista de série, Al Pacino faz Meyer, líder de um grupo de caçadores de nazistas. No Prime Video.

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