Morre Peter Bogdanovich, o diretor que amava a teoria do cinema


Autor de filmes como 'A Última Sessão de Cinema', americano de 82 anos era um dos grandes nomes da geração de 1970

Por Ubiratan Brasil

O cineasta americano Peter Bogdanovich, que se consagrou por filmes como A Última Sessão de Cinema e Lua de Papel, morreu nesta quinta-feira,6, aos 82 anos. Segundo Antonia Bogdanovich, filha do diretor, ele morreu de causas naturais. Bogdanovich era considerado um dos mais importantes diretores da Nova Hollywood dos anos 1970, quando também despontaram Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, entre outros.

O diretor Peter Bogdanovich no tapete vermelho do filme'She's Funny That Way', no Venice Film Festival em 2014. Foto: REUTERS/Tony Gentile

Elogiado pela sua persistência em privilegiar os mestres do cinema americano do início do século passado - como Scorsese, era um campeão acadêmico dos cineastas americanos da velha guarda -, Bogdanovich era, no entender do estudioso David Thomson, "um valioso crítico de inspiração francesa que insistia no diretor como autor, tanto que muitos americanos começaram a levar os diretores mais a sério por causa do que ele escreveu." Bogdanovich foi assistente de direção de Roger Corman em Os Anjos Selvagens (1966)e foi o próprio Corman quem o incentivou a estrear como diretor em Na Mira da Morte (1968).

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Cena do filme A Última Sessão de Cinema, de Peter Bogdanovich, com Timothy Bottoms, Jeff Bridges e Cybill Shepherd. Foto: Columbia Pictures

Logo veio  A Última Sessão de Cinema, rodado em 1971 e em preto-e-branco. O filme representa uma sincera declaração de amor ao cinema, ao mesmo tempo em que exibe um retrato melancólico do "american way of life", que então agonizava. O longa estabeleceu em definitivo a reputação de  Bogdanovich como grande diretor (cuja carreira entraria depois em declínio), além de garantir o Oscar de coadjuvante para Cloris Leachman e Ben Johnson.

Ele deixou sua marca, porém, como um importante documentarista da chamada Idade de Ouro do cinema americano. Nos anos 1960 e 1970, quando grandes cineastas viviam um ocaso, esquecidos por público e crítica,  Bogdanovich foi atrás dos principais, entrevistando-os para documentários que hoje se tornaram clássicos e imprescindíveis.  Uma das cenas tornou-se clássica - Bogdanovich, então um iniciante promissor, entrevista John Ford, ícone do cinema americano, na década de 1960, perguntando-lhe sobre influências psicológicas na construção de personagens masculinos em seus faroestes. Impassível, Ford, que já era obrigado a usar um tapa-olho por causa da cegueira progressiva, apenas respondeu, secamente: "Corta!".  Mais que o inusitado da resposta (Ford fazia questão de revelar seu mau humor com perguntas), a cena demonstrava Bogdanovich em ação, algo significativo - enquanto na época os críticos americanos endeusavam cineastas europeus, como Godard e Antonioni, ele, gravador em punho, buscava os velhos mestres, como Ford, Howard Hawks e Alfred Hitchcock, que praticamente desenvolveram quase tudo da linguagem cinematográfica.

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O cineasta americano Peter Bogdanovich, que se consagrou por filmes como A Última Sessão de Cinema e Lua de Papel, morreu nesta quinta-feira,6, aos 82 anos. Segundo Antonia Bogdanovich, filha do diretor, ele morreu de causas naturais. Bogdanovich era considerado um dos mais importantes diretores da Nova Hollywood dos anos 1970, quando também despontaram Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, entre outros.

O diretor Peter Bogdanovich no tapete vermelho do filme'She's Funny That Way', no Venice Film Festival em 2014. Foto: REUTERS/Tony Gentile

Elogiado pela sua persistência em privilegiar os mestres do cinema americano do início do século passado - como Scorsese, era um campeão acadêmico dos cineastas americanos da velha guarda -, Bogdanovich era, no entender do estudioso David Thomson, "um valioso crítico de inspiração francesa que insistia no diretor como autor, tanto que muitos americanos começaram a levar os diretores mais a sério por causa do que ele escreveu." Bogdanovich foi assistente de direção de Roger Corman em Os Anjos Selvagens (1966)e foi o próprio Corman quem o incentivou a estrear como diretor em Na Mira da Morte (1968).

Cena do filme A Última Sessão de Cinema, de Peter Bogdanovich, com Timothy Bottoms, Jeff Bridges e Cybill Shepherd. Foto: Columbia Pictures

Logo veio  A Última Sessão de Cinema, rodado em 1971 e em preto-e-branco. O filme representa uma sincera declaração de amor ao cinema, ao mesmo tempo em que exibe um retrato melancólico do "american way of life", que então agonizava. O longa estabeleceu em definitivo a reputação de  Bogdanovich como grande diretor (cuja carreira entraria depois em declínio), além de garantir o Oscar de coadjuvante para Cloris Leachman e Ben Johnson.

Ele deixou sua marca, porém, como um importante documentarista da chamada Idade de Ouro do cinema americano. Nos anos 1960 e 1970, quando grandes cineastas viviam um ocaso, esquecidos por público e crítica,  Bogdanovich foi atrás dos principais, entrevistando-os para documentários que hoje se tornaram clássicos e imprescindíveis.  Uma das cenas tornou-se clássica - Bogdanovich, então um iniciante promissor, entrevista John Ford, ícone do cinema americano, na década de 1960, perguntando-lhe sobre influências psicológicas na construção de personagens masculinos em seus faroestes. Impassível, Ford, que já era obrigado a usar um tapa-olho por causa da cegueira progressiva, apenas respondeu, secamente: "Corta!".  Mais que o inusitado da resposta (Ford fazia questão de revelar seu mau humor com perguntas), a cena demonstrava Bogdanovich em ação, algo significativo - enquanto na época os críticos americanos endeusavam cineastas europeus, como Godard e Antonioni, ele, gravador em punho, buscava os velhos mestres, como Ford, Howard Hawks e Alfred Hitchcock, que praticamente desenvolveram quase tudo da linguagem cinematográfica.

O cineasta americano Peter Bogdanovich, que se consagrou por filmes como A Última Sessão de Cinema e Lua de Papel, morreu nesta quinta-feira,6, aos 82 anos. Segundo Antonia Bogdanovich, filha do diretor, ele morreu de causas naturais. Bogdanovich era considerado um dos mais importantes diretores da Nova Hollywood dos anos 1970, quando também despontaram Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, entre outros.

O diretor Peter Bogdanovich no tapete vermelho do filme'She's Funny That Way', no Venice Film Festival em 2014. Foto: REUTERS/Tony Gentile

Elogiado pela sua persistência em privilegiar os mestres do cinema americano do início do século passado - como Scorsese, era um campeão acadêmico dos cineastas americanos da velha guarda -, Bogdanovich era, no entender do estudioso David Thomson, "um valioso crítico de inspiração francesa que insistia no diretor como autor, tanto que muitos americanos começaram a levar os diretores mais a sério por causa do que ele escreveu." Bogdanovich foi assistente de direção de Roger Corman em Os Anjos Selvagens (1966)e foi o próprio Corman quem o incentivou a estrear como diretor em Na Mira da Morte (1968).

Cena do filme A Última Sessão de Cinema, de Peter Bogdanovich, com Timothy Bottoms, Jeff Bridges e Cybill Shepherd. Foto: Columbia Pictures

Logo veio  A Última Sessão de Cinema, rodado em 1971 e em preto-e-branco. O filme representa uma sincera declaração de amor ao cinema, ao mesmo tempo em que exibe um retrato melancólico do "american way of life", que então agonizava. O longa estabeleceu em definitivo a reputação de  Bogdanovich como grande diretor (cuja carreira entraria depois em declínio), além de garantir o Oscar de coadjuvante para Cloris Leachman e Ben Johnson.

Ele deixou sua marca, porém, como um importante documentarista da chamada Idade de Ouro do cinema americano. Nos anos 1960 e 1970, quando grandes cineastas viviam um ocaso, esquecidos por público e crítica,  Bogdanovich foi atrás dos principais, entrevistando-os para documentários que hoje se tornaram clássicos e imprescindíveis.  Uma das cenas tornou-se clássica - Bogdanovich, então um iniciante promissor, entrevista John Ford, ícone do cinema americano, na década de 1960, perguntando-lhe sobre influências psicológicas na construção de personagens masculinos em seus faroestes. Impassível, Ford, que já era obrigado a usar um tapa-olho por causa da cegueira progressiva, apenas respondeu, secamente: "Corta!".  Mais que o inusitado da resposta (Ford fazia questão de revelar seu mau humor com perguntas), a cena demonstrava Bogdanovich em ação, algo significativo - enquanto na época os críticos americanos endeusavam cineastas europeus, como Godard e Antonioni, ele, gravador em punho, buscava os velhos mestres, como Ford, Howard Hawks e Alfred Hitchcock, que praticamente desenvolveram quase tudo da linguagem cinematográfica.

O cineasta americano Peter Bogdanovich, que se consagrou por filmes como A Última Sessão de Cinema e Lua de Papel, morreu nesta quinta-feira,6, aos 82 anos. Segundo Antonia Bogdanovich, filha do diretor, ele morreu de causas naturais. Bogdanovich era considerado um dos mais importantes diretores da Nova Hollywood dos anos 1970, quando também despontaram Martin Scorsese, Francis Ford Coppola, Brian de Palma, entre outros.

O diretor Peter Bogdanovich no tapete vermelho do filme'She's Funny That Way', no Venice Film Festival em 2014. Foto: REUTERS/Tony Gentile

Elogiado pela sua persistência em privilegiar os mestres do cinema americano do início do século passado - como Scorsese, era um campeão acadêmico dos cineastas americanos da velha guarda -, Bogdanovich era, no entender do estudioso David Thomson, "um valioso crítico de inspiração francesa que insistia no diretor como autor, tanto que muitos americanos começaram a levar os diretores mais a sério por causa do que ele escreveu." Bogdanovich foi assistente de direção de Roger Corman em Os Anjos Selvagens (1966)e foi o próprio Corman quem o incentivou a estrear como diretor em Na Mira da Morte (1968).

Cena do filme A Última Sessão de Cinema, de Peter Bogdanovich, com Timothy Bottoms, Jeff Bridges e Cybill Shepherd. Foto: Columbia Pictures

Logo veio  A Última Sessão de Cinema, rodado em 1971 e em preto-e-branco. O filme representa uma sincera declaração de amor ao cinema, ao mesmo tempo em que exibe um retrato melancólico do "american way of life", que então agonizava. O longa estabeleceu em definitivo a reputação de  Bogdanovich como grande diretor (cuja carreira entraria depois em declínio), além de garantir o Oscar de coadjuvante para Cloris Leachman e Ben Johnson.

Ele deixou sua marca, porém, como um importante documentarista da chamada Idade de Ouro do cinema americano. Nos anos 1960 e 1970, quando grandes cineastas viviam um ocaso, esquecidos por público e crítica,  Bogdanovich foi atrás dos principais, entrevistando-os para documentários que hoje se tornaram clássicos e imprescindíveis.  Uma das cenas tornou-se clássica - Bogdanovich, então um iniciante promissor, entrevista John Ford, ícone do cinema americano, na década de 1960, perguntando-lhe sobre influências psicológicas na construção de personagens masculinos em seus faroestes. Impassível, Ford, que já era obrigado a usar um tapa-olho por causa da cegueira progressiva, apenas respondeu, secamente: "Corta!".  Mais que o inusitado da resposta (Ford fazia questão de revelar seu mau humor com perguntas), a cena demonstrava Bogdanovich em ação, algo significativo - enquanto na época os críticos americanos endeusavam cineastas europeus, como Godard e Antonioni, ele, gravador em punho, buscava os velhos mestres, como Ford, Howard Hawks e Alfred Hitchcock, que praticamente desenvolveram quase tudo da linguagem cinematográfica.

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