Mostra cinema de poesia exibe raridades no CCBB


Entre os filmes raros do evento organizado por Joel Pizzini está Cabezas Cortadas, filme que dá prosseguimento a Terra em Transe, de Glauber Rocha

Por Agencia Estado

Joel Pizzini dispensa apresentações. Diretor de curtas experimentais como Caramujo Flor, Glauces e o mais recente Abry, sobre a mãe de Glauber, Lúcia Rocha, ele vem se destacando pela maneira insistente como quer discutir a linguagem num cinema mais voltado para o social, como o brasileiro. Por isso mesmo, não surpreende ver Joel Pizzini fazer a curadoria de um evento como o que começa nesta terça-feira no Centro Cultural Banco do Brasil. Até o dia 16, estarão em discussão as diferenças entre o cinema de poesia e o de prosa. Quem formulou o conceito de um cinema de poesia foi um poeta que virou diretor e não era teórico, mas cujos escritos tiveram muita repercussão nos anos 1960. Pier Paolo Pasolini, como Glauber Rocha no Brasil, foi um grande agitador cultural. Seu texto sobre o cinema de poesia estimulou Joel Pizzini a fazer a curadoria do ciclo convencido de que, no momento em que o cinema brasileiro se consolida, ganha força no mercado e volta a ter prestígio no exterior - num contexto diferente do obtido pelo Cinema Novo -, nada mais oportuno do que retomar a discussão sobre a linguagem. Afinal, não era só Pasolini que defendia um cinema que não fosse narrativo, de prosa. Jean-Luc Godard também disse (lembram-se) que mais importante do que fazer filmes políticos era fazer politicamente os filmes. Pizzini dá sua definição de cinema de poesia. É aquele em que o personagem é a linguagem e a estética precede a ética como alimento do artista. Baseado neste conceito - e nos escritos de Pasolini e de um crítico que também virou diretor, Eric Rohmer, ele montou o ciclo do CCBB. Optou por filmes em película e não dispôs de cópias de autores importantes, citados por Pasolini, como o Alain Resnais de Hiroshima, Meu Amor e O Ano Passado em Marienbad e o Michelangelo Antonioni de O Deserto Vermelho. Glauber não poderia faltar no ciclo e Pizzini vai exibir o único filme que foge à sua determinação de só mostrar obras em película. Ele só conseguiu, via Ismail Xavier, uma cópia em vídeo (Beta) de Cabezas Cortadas, de ótima qualidade. Acha importante exibir o filme que dá prosseguimento a Terra em Transe e mostra outra faceta de Glauber. Sempre associado à estética da fome, Glauber iniciou com O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro a estética do sonho, mais voltada à linguagem do inconsciente e a vocação onírica do cinema - que nunca é demais lembrar é contemporâneo da interpretação dos sonhos de Sigmund Freud. Glauber via no cinema uma dimensão anárquica da matéria onírica e isto é muito forte em Cabezas Cortadas. O ciclo traz o primeiro grande filme de autor do cinema brasileiro, o mais radical experimento de poesia do cinema nacional - Limite, de Mário Peixoto, que vale rever, ou conhecer, porque hoje em dia há cada vez mais gente disposta a contestar o filme mais mítico da história do cinema no País. Outros filmes anunciados são: Alphaville, de Godard, Desajuste Social, de Pasolini, Outubro, de Sergei M. Eisenstein; Vampiro, de Carel Theodor Dreyer; Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel; Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini; L´Atalante, de Jean Vigo; O Conformista, de Bernardo Bertolucci; De Punhos Cerrados, de Marco Bellocchio; O Homem de Aran, de Robert Flaherty; e Sob o Signo de Leão, de Eric Rohmer, entre outros. Rohmer é um nome fundamental no ciclo. Você pode achar que, por sua natureza - delicados, intimistas, mais preocupados com a palavra do que com a ação, com a reflexão mais do que com a história -, os filmes de Rohmer se adequariam perfeitamente ao conceito do cinema de poesia. Rohmer sempre deixou claro que o cinema de poesia de Pasolini não lhe interessa. O que ele gosta é do cinema de prosa. Haverá duas mesas para debater o assunto. Nesta terça-feira, o crítico e ensaísta Ismail Xavier, professor da ECA-USP, e a professora Maria Betânia Amoroso, vão debater Cinema Narrativo: Adaptações e Recriações. Na próxima terça, dia 11, o crítico Inácio Araújo e o cientista social Francisco Elinaldo Teixeira vão debater Cinema não Narrativo: Reflexos e Reflexões Contemporâneas. Ambos os debates serão mediados por Joel Pizzini.

Joel Pizzini dispensa apresentações. Diretor de curtas experimentais como Caramujo Flor, Glauces e o mais recente Abry, sobre a mãe de Glauber, Lúcia Rocha, ele vem se destacando pela maneira insistente como quer discutir a linguagem num cinema mais voltado para o social, como o brasileiro. Por isso mesmo, não surpreende ver Joel Pizzini fazer a curadoria de um evento como o que começa nesta terça-feira no Centro Cultural Banco do Brasil. Até o dia 16, estarão em discussão as diferenças entre o cinema de poesia e o de prosa. Quem formulou o conceito de um cinema de poesia foi um poeta que virou diretor e não era teórico, mas cujos escritos tiveram muita repercussão nos anos 1960. Pier Paolo Pasolini, como Glauber Rocha no Brasil, foi um grande agitador cultural. Seu texto sobre o cinema de poesia estimulou Joel Pizzini a fazer a curadoria do ciclo convencido de que, no momento em que o cinema brasileiro se consolida, ganha força no mercado e volta a ter prestígio no exterior - num contexto diferente do obtido pelo Cinema Novo -, nada mais oportuno do que retomar a discussão sobre a linguagem. Afinal, não era só Pasolini que defendia um cinema que não fosse narrativo, de prosa. Jean-Luc Godard também disse (lembram-se) que mais importante do que fazer filmes políticos era fazer politicamente os filmes. Pizzini dá sua definição de cinema de poesia. É aquele em que o personagem é a linguagem e a estética precede a ética como alimento do artista. Baseado neste conceito - e nos escritos de Pasolini e de um crítico que também virou diretor, Eric Rohmer, ele montou o ciclo do CCBB. Optou por filmes em película e não dispôs de cópias de autores importantes, citados por Pasolini, como o Alain Resnais de Hiroshima, Meu Amor e O Ano Passado em Marienbad e o Michelangelo Antonioni de O Deserto Vermelho. Glauber não poderia faltar no ciclo e Pizzini vai exibir o único filme que foge à sua determinação de só mostrar obras em película. Ele só conseguiu, via Ismail Xavier, uma cópia em vídeo (Beta) de Cabezas Cortadas, de ótima qualidade. Acha importante exibir o filme que dá prosseguimento a Terra em Transe e mostra outra faceta de Glauber. Sempre associado à estética da fome, Glauber iniciou com O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro a estética do sonho, mais voltada à linguagem do inconsciente e a vocação onírica do cinema - que nunca é demais lembrar é contemporâneo da interpretação dos sonhos de Sigmund Freud. Glauber via no cinema uma dimensão anárquica da matéria onírica e isto é muito forte em Cabezas Cortadas. O ciclo traz o primeiro grande filme de autor do cinema brasileiro, o mais radical experimento de poesia do cinema nacional - Limite, de Mário Peixoto, que vale rever, ou conhecer, porque hoje em dia há cada vez mais gente disposta a contestar o filme mais mítico da história do cinema no País. Outros filmes anunciados são: Alphaville, de Godard, Desajuste Social, de Pasolini, Outubro, de Sergei M. Eisenstein; Vampiro, de Carel Theodor Dreyer; Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel; Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini; L´Atalante, de Jean Vigo; O Conformista, de Bernardo Bertolucci; De Punhos Cerrados, de Marco Bellocchio; O Homem de Aran, de Robert Flaherty; e Sob o Signo de Leão, de Eric Rohmer, entre outros. Rohmer é um nome fundamental no ciclo. Você pode achar que, por sua natureza - delicados, intimistas, mais preocupados com a palavra do que com a ação, com a reflexão mais do que com a história -, os filmes de Rohmer se adequariam perfeitamente ao conceito do cinema de poesia. Rohmer sempre deixou claro que o cinema de poesia de Pasolini não lhe interessa. O que ele gosta é do cinema de prosa. Haverá duas mesas para debater o assunto. Nesta terça-feira, o crítico e ensaísta Ismail Xavier, professor da ECA-USP, e a professora Maria Betânia Amoroso, vão debater Cinema Narrativo: Adaptações e Recriações. Na próxima terça, dia 11, o crítico Inácio Araújo e o cientista social Francisco Elinaldo Teixeira vão debater Cinema não Narrativo: Reflexos e Reflexões Contemporâneas. Ambos os debates serão mediados por Joel Pizzini.

Joel Pizzini dispensa apresentações. Diretor de curtas experimentais como Caramujo Flor, Glauces e o mais recente Abry, sobre a mãe de Glauber, Lúcia Rocha, ele vem se destacando pela maneira insistente como quer discutir a linguagem num cinema mais voltado para o social, como o brasileiro. Por isso mesmo, não surpreende ver Joel Pizzini fazer a curadoria de um evento como o que começa nesta terça-feira no Centro Cultural Banco do Brasil. Até o dia 16, estarão em discussão as diferenças entre o cinema de poesia e o de prosa. Quem formulou o conceito de um cinema de poesia foi um poeta que virou diretor e não era teórico, mas cujos escritos tiveram muita repercussão nos anos 1960. Pier Paolo Pasolini, como Glauber Rocha no Brasil, foi um grande agitador cultural. Seu texto sobre o cinema de poesia estimulou Joel Pizzini a fazer a curadoria do ciclo convencido de que, no momento em que o cinema brasileiro se consolida, ganha força no mercado e volta a ter prestígio no exterior - num contexto diferente do obtido pelo Cinema Novo -, nada mais oportuno do que retomar a discussão sobre a linguagem. Afinal, não era só Pasolini que defendia um cinema que não fosse narrativo, de prosa. Jean-Luc Godard também disse (lembram-se) que mais importante do que fazer filmes políticos era fazer politicamente os filmes. Pizzini dá sua definição de cinema de poesia. É aquele em que o personagem é a linguagem e a estética precede a ética como alimento do artista. Baseado neste conceito - e nos escritos de Pasolini e de um crítico que também virou diretor, Eric Rohmer, ele montou o ciclo do CCBB. Optou por filmes em película e não dispôs de cópias de autores importantes, citados por Pasolini, como o Alain Resnais de Hiroshima, Meu Amor e O Ano Passado em Marienbad e o Michelangelo Antonioni de O Deserto Vermelho. Glauber não poderia faltar no ciclo e Pizzini vai exibir o único filme que foge à sua determinação de só mostrar obras em película. Ele só conseguiu, via Ismail Xavier, uma cópia em vídeo (Beta) de Cabezas Cortadas, de ótima qualidade. Acha importante exibir o filme que dá prosseguimento a Terra em Transe e mostra outra faceta de Glauber. Sempre associado à estética da fome, Glauber iniciou com O Dragão da Maldade contra o Santo Guerreiro a estética do sonho, mais voltada à linguagem do inconsciente e a vocação onírica do cinema - que nunca é demais lembrar é contemporâneo da interpretação dos sonhos de Sigmund Freud. Glauber via no cinema uma dimensão anárquica da matéria onírica e isto é muito forte em Cabezas Cortadas. O ciclo traz o primeiro grande filme de autor do cinema brasileiro, o mais radical experimento de poesia do cinema nacional - Limite, de Mário Peixoto, que vale rever, ou conhecer, porque hoje em dia há cada vez mais gente disposta a contestar o filme mais mítico da história do cinema no País. Outros filmes anunciados são: Alphaville, de Godard, Desajuste Social, de Pasolini, Outubro, de Sergei M. Eisenstein; Vampiro, de Carel Theodor Dreyer; Um Cão Andaluz, de Luis Buñuel; Roma, Cidade Aberta, de Roberto Rossellini; L´Atalante, de Jean Vigo; O Conformista, de Bernardo Bertolucci; De Punhos Cerrados, de Marco Bellocchio; O Homem de Aran, de Robert Flaherty; e Sob o Signo de Leão, de Eric Rohmer, entre outros. Rohmer é um nome fundamental no ciclo. Você pode achar que, por sua natureza - delicados, intimistas, mais preocupados com a palavra do que com a ação, com a reflexão mais do que com a história -, os filmes de Rohmer se adequariam perfeitamente ao conceito do cinema de poesia. Rohmer sempre deixou claro que o cinema de poesia de Pasolini não lhe interessa. O que ele gosta é do cinema de prosa. Haverá duas mesas para debater o assunto. Nesta terça-feira, o crítico e ensaísta Ismail Xavier, professor da ECA-USP, e a professora Maria Betânia Amoroso, vão debater Cinema Narrativo: Adaptações e Recriações. Na próxima terça, dia 11, o crítico Inácio Araújo e o cientista social Francisco Elinaldo Teixeira vão debater Cinema não Narrativo: Reflexos e Reflexões Contemporâneas. Ambos os debates serão mediados por Joel Pizzini.

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