Nicolas Cage se diverte enquanto sangue jorra em ‘Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe’


Sem se levar muito a sério, longa que foca no assistente de Drácula estreia nesta quinta-feira nos cinemas

Por Jake Coyle

AP - Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe não é a primeira mordida de Nicolas Cage com vampiro.

Em O Beijo do Vampiro, de 1988, ele interpretou um agente literário de Nova York que pensava ser um sugador de sangue imortal. Sua atuação de olhos esbugalhados foi essencialmente o nascimento da mitologia dos exageros artísticos de Cage. Anos depois, essa mitologia lançaria mil memes - uma espécie de versão digital de virar morto-vivo.

Nicolas Cage em cena 'Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe', que estreia nesta quinta. Foto: Universal Pictures
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Trinta e cinco anos depois, com Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Cage está finalmente interpretando o papel genuíno e completo, com presas sanguinárias e uma elegante capa de veludo. Escolher Cage, o maior dos nossos demônios, para o papel de Drácula é tão óbvio que quase corre o risco de ser exagerado. A boa notícia é que ele é perfeito como Drácula. A má notícia é que o Drácula de Cage aqui é só um coadjuvante, o que faz de Renfield mais um petisco saboroso do que um banquete que nos deixa satisfeitos.

Isso não é um descrédito para Nicholas Hoult, que interpreta o dedicado capanga do Drácula de Bram Stoker em Renfield, de Chris McKay, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 27. O filme, escrito por Ryan Ridley, molda Robert Montague Renfield menos como um lacaio daqueles que só falam “sim, Mestre” e mais como uma pessoa de verdade - ou meio-pessoa: seus poderes sobrenaturais são mantidos, por algum motivo, com a ingestão de insetos. Renfield, comédia de terror rápida e solta, salpicada de sangue de cima a baixo, conta a história de Renfield tentando se libertar da influência temível de Drácula - “um relacionamento destrutivo”, como Renfield explica no grupo de autoajuda.

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É uma ideia bacana (Robert Kirkma tem um crédito pela história) que os cineastas optaram, sabiamente, por não complicar demais. Mesmo que Renfield apresente um monstro com desejos crescentes de dominar o mundo e um número alarmante de cabeças humanas explodindo, os riscos são baixos neste spin-off. O tom é esquisito e ensanguentado, mais próximo de um episódio meio nojento de Buffy, a Caça-vampiros do que, digamos, do espirituoso O que Fazemos nas Sombras.

Os vampiros estão na moda há algum tempo, mas geralmente em interpretações mais extrapoladas e com maior simpatia por vampiros - elegantes, sensuais ou juvenis. As abordagens do próprio Drácula têm sido mais raras, e o fato de ele ficar meio de lado talvez seja um sinal das ambições menores de Renfield. Mas sempre que o Príncipe das Trevas de Cage está por perto, o filme dá uma mordida.

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Retornando ao território dos grandes estúdios depois de uma década às vezes emocionante, às vezes confusa nas paragens do cinema independente, Cage está, como sempre, totalmente preparado para o momento. Há muito fã declarado do Nosferatu de F.W. Murnau, o ator canaliza algumas das interpretações clássicas de Drácula - como a de Béla Lugosi, sobre quem Cage é sobreposto num flashback tirado de Drácula, de 1931 - ao mesmo tempo em que anima o personagem com seu próprio ritmo cômico e exagerado. Vale o preço do ingresso ver o Drácula de Cage soltar um breve “Woo!” ao despertar para um novo senso de si mesmo como um deus.

Nicholas Hoult interpreta Renfield, o assistente de Drácula (Cage) que sonha em se livrar das amarras de seu poderoso chefe. Foto: Michele K. Short/Universal Pictures

No entanto, Renfield estranhamente deixa de explorar essa veia para, em vez disso, fazer um filme ambientado em Nova Orleans com uma trama movimentada envolvendo uma família criminosa e corrupção policial. Awkwafina estrela como Rebecca Quincy, uma policial de trânsito honesta que quer vingar a morte do pai e prender a família Lobo, uma gangue de traficantes liderada pela matriarca Ella (Shohreh Aghdashloo), com seu filho, o não muito perspicaz Teddy (Ben Schwartz), entre os capangas.

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É fácil ver o propósito: trazer algumas pessoas engraçadas para preencher o cenário da tentativa de Renfield de se livrar das ordens de Drácula (que consistem principalmente em mandar trazer cadáveres frescos, de preferência com sangue inocente). Awkwafina é uma presença bem-vinda com suas habilidades de comédia. Mas, ao tentar preencher as coisas, McKay, diretor de A Guerra do Amanhã e Lego Batman: O Filme, perde o que deveria ter sido o foco do filme.

Ainda assim, Renfield é agradável de um jeito descartável. A falta de seriedade é uma qualidade a ser apreciada em qualquer filme como este. E Hoult consegue ser incrivelmente doce e, ao mesmo tempo, usar membros humanos para decapitar outras vítimas. Algumas das melhores cenas são dele nas reuniões do grupo de apoio para falar sobre relacionamentos tóxicos. (Brandon Scott Jones, que interpreta o líder do grupo, é muito bom.) Mas Renfield nunca deixa Cage afundar os dentes de verdade no filme, deixando a gente com fome de mais. /TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

AP - Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe não é a primeira mordida de Nicolas Cage com vampiro.

Em O Beijo do Vampiro, de 1988, ele interpretou um agente literário de Nova York que pensava ser um sugador de sangue imortal. Sua atuação de olhos esbugalhados foi essencialmente o nascimento da mitologia dos exageros artísticos de Cage. Anos depois, essa mitologia lançaria mil memes - uma espécie de versão digital de virar morto-vivo.

Nicolas Cage em cena 'Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe', que estreia nesta quinta. Foto: Universal Pictures

Trinta e cinco anos depois, com Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Cage está finalmente interpretando o papel genuíno e completo, com presas sanguinárias e uma elegante capa de veludo. Escolher Cage, o maior dos nossos demônios, para o papel de Drácula é tão óbvio que quase corre o risco de ser exagerado. A boa notícia é que ele é perfeito como Drácula. A má notícia é que o Drácula de Cage aqui é só um coadjuvante, o que faz de Renfield mais um petisco saboroso do que um banquete que nos deixa satisfeitos.

Isso não é um descrédito para Nicholas Hoult, que interpreta o dedicado capanga do Drácula de Bram Stoker em Renfield, de Chris McKay, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 27. O filme, escrito por Ryan Ridley, molda Robert Montague Renfield menos como um lacaio daqueles que só falam “sim, Mestre” e mais como uma pessoa de verdade - ou meio-pessoa: seus poderes sobrenaturais são mantidos, por algum motivo, com a ingestão de insetos. Renfield, comédia de terror rápida e solta, salpicada de sangue de cima a baixo, conta a história de Renfield tentando se libertar da influência temível de Drácula - “um relacionamento destrutivo”, como Renfield explica no grupo de autoajuda.

É uma ideia bacana (Robert Kirkma tem um crédito pela história) que os cineastas optaram, sabiamente, por não complicar demais. Mesmo que Renfield apresente um monstro com desejos crescentes de dominar o mundo e um número alarmante de cabeças humanas explodindo, os riscos são baixos neste spin-off. O tom é esquisito e ensanguentado, mais próximo de um episódio meio nojento de Buffy, a Caça-vampiros do que, digamos, do espirituoso O que Fazemos nas Sombras.

Os vampiros estão na moda há algum tempo, mas geralmente em interpretações mais extrapoladas e com maior simpatia por vampiros - elegantes, sensuais ou juvenis. As abordagens do próprio Drácula têm sido mais raras, e o fato de ele ficar meio de lado talvez seja um sinal das ambições menores de Renfield. Mas sempre que o Príncipe das Trevas de Cage está por perto, o filme dá uma mordida.

Retornando ao território dos grandes estúdios depois de uma década às vezes emocionante, às vezes confusa nas paragens do cinema independente, Cage está, como sempre, totalmente preparado para o momento. Há muito fã declarado do Nosferatu de F.W. Murnau, o ator canaliza algumas das interpretações clássicas de Drácula - como a de Béla Lugosi, sobre quem Cage é sobreposto num flashback tirado de Drácula, de 1931 - ao mesmo tempo em que anima o personagem com seu próprio ritmo cômico e exagerado. Vale o preço do ingresso ver o Drácula de Cage soltar um breve “Woo!” ao despertar para um novo senso de si mesmo como um deus.

Nicholas Hoult interpreta Renfield, o assistente de Drácula (Cage) que sonha em se livrar das amarras de seu poderoso chefe. Foto: Michele K. Short/Universal Pictures

No entanto, Renfield estranhamente deixa de explorar essa veia para, em vez disso, fazer um filme ambientado em Nova Orleans com uma trama movimentada envolvendo uma família criminosa e corrupção policial. Awkwafina estrela como Rebecca Quincy, uma policial de trânsito honesta que quer vingar a morte do pai e prender a família Lobo, uma gangue de traficantes liderada pela matriarca Ella (Shohreh Aghdashloo), com seu filho, o não muito perspicaz Teddy (Ben Schwartz), entre os capangas.

É fácil ver o propósito: trazer algumas pessoas engraçadas para preencher o cenário da tentativa de Renfield de se livrar das ordens de Drácula (que consistem principalmente em mandar trazer cadáveres frescos, de preferência com sangue inocente). Awkwafina é uma presença bem-vinda com suas habilidades de comédia. Mas, ao tentar preencher as coisas, McKay, diretor de A Guerra do Amanhã e Lego Batman: O Filme, perde o que deveria ter sido o foco do filme.

Ainda assim, Renfield é agradável de um jeito descartável. A falta de seriedade é uma qualidade a ser apreciada em qualquer filme como este. E Hoult consegue ser incrivelmente doce e, ao mesmo tempo, usar membros humanos para decapitar outras vítimas. Algumas das melhores cenas são dele nas reuniões do grupo de apoio para falar sobre relacionamentos tóxicos. (Brandon Scott Jones, que interpreta o líder do grupo, é muito bom.) Mas Renfield nunca deixa Cage afundar os dentes de verdade no filme, deixando a gente com fome de mais. /TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

AP - Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe não é a primeira mordida de Nicolas Cage com vampiro.

Em O Beijo do Vampiro, de 1988, ele interpretou um agente literário de Nova York que pensava ser um sugador de sangue imortal. Sua atuação de olhos esbugalhados foi essencialmente o nascimento da mitologia dos exageros artísticos de Cage. Anos depois, essa mitologia lançaria mil memes - uma espécie de versão digital de virar morto-vivo.

Nicolas Cage em cena 'Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe', que estreia nesta quinta. Foto: Universal Pictures

Trinta e cinco anos depois, com Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Cage está finalmente interpretando o papel genuíno e completo, com presas sanguinárias e uma elegante capa de veludo. Escolher Cage, o maior dos nossos demônios, para o papel de Drácula é tão óbvio que quase corre o risco de ser exagerado. A boa notícia é que ele é perfeito como Drácula. A má notícia é que o Drácula de Cage aqui é só um coadjuvante, o que faz de Renfield mais um petisco saboroso do que um banquete que nos deixa satisfeitos.

Isso não é um descrédito para Nicholas Hoult, que interpreta o dedicado capanga do Drácula de Bram Stoker em Renfield, de Chris McKay, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 27. O filme, escrito por Ryan Ridley, molda Robert Montague Renfield menos como um lacaio daqueles que só falam “sim, Mestre” e mais como uma pessoa de verdade - ou meio-pessoa: seus poderes sobrenaturais são mantidos, por algum motivo, com a ingestão de insetos. Renfield, comédia de terror rápida e solta, salpicada de sangue de cima a baixo, conta a história de Renfield tentando se libertar da influência temível de Drácula - “um relacionamento destrutivo”, como Renfield explica no grupo de autoajuda.

É uma ideia bacana (Robert Kirkma tem um crédito pela história) que os cineastas optaram, sabiamente, por não complicar demais. Mesmo que Renfield apresente um monstro com desejos crescentes de dominar o mundo e um número alarmante de cabeças humanas explodindo, os riscos são baixos neste spin-off. O tom é esquisito e ensanguentado, mais próximo de um episódio meio nojento de Buffy, a Caça-vampiros do que, digamos, do espirituoso O que Fazemos nas Sombras.

Os vampiros estão na moda há algum tempo, mas geralmente em interpretações mais extrapoladas e com maior simpatia por vampiros - elegantes, sensuais ou juvenis. As abordagens do próprio Drácula têm sido mais raras, e o fato de ele ficar meio de lado talvez seja um sinal das ambições menores de Renfield. Mas sempre que o Príncipe das Trevas de Cage está por perto, o filme dá uma mordida.

Retornando ao território dos grandes estúdios depois de uma década às vezes emocionante, às vezes confusa nas paragens do cinema independente, Cage está, como sempre, totalmente preparado para o momento. Há muito fã declarado do Nosferatu de F.W. Murnau, o ator canaliza algumas das interpretações clássicas de Drácula - como a de Béla Lugosi, sobre quem Cage é sobreposto num flashback tirado de Drácula, de 1931 - ao mesmo tempo em que anima o personagem com seu próprio ritmo cômico e exagerado. Vale o preço do ingresso ver o Drácula de Cage soltar um breve “Woo!” ao despertar para um novo senso de si mesmo como um deus.

Nicholas Hoult interpreta Renfield, o assistente de Drácula (Cage) que sonha em se livrar das amarras de seu poderoso chefe. Foto: Michele K. Short/Universal Pictures

No entanto, Renfield estranhamente deixa de explorar essa veia para, em vez disso, fazer um filme ambientado em Nova Orleans com uma trama movimentada envolvendo uma família criminosa e corrupção policial. Awkwafina estrela como Rebecca Quincy, uma policial de trânsito honesta que quer vingar a morte do pai e prender a família Lobo, uma gangue de traficantes liderada pela matriarca Ella (Shohreh Aghdashloo), com seu filho, o não muito perspicaz Teddy (Ben Schwartz), entre os capangas.

É fácil ver o propósito: trazer algumas pessoas engraçadas para preencher o cenário da tentativa de Renfield de se livrar das ordens de Drácula (que consistem principalmente em mandar trazer cadáveres frescos, de preferência com sangue inocente). Awkwafina é uma presença bem-vinda com suas habilidades de comédia. Mas, ao tentar preencher as coisas, McKay, diretor de A Guerra do Amanhã e Lego Batman: O Filme, perde o que deveria ter sido o foco do filme.

Ainda assim, Renfield é agradável de um jeito descartável. A falta de seriedade é uma qualidade a ser apreciada em qualquer filme como este. E Hoult consegue ser incrivelmente doce e, ao mesmo tempo, usar membros humanos para decapitar outras vítimas. Algumas das melhores cenas são dele nas reuniões do grupo de apoio para falar sobre relacionamentos tóxicos. (Brandon Scott Jones, que interpreta o líder do grupo, é muito bom.) Mas Renfield nunca deixa Cage afundar os dentes de verdade no filme, deixando a gente com fome de mais. /TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

AP - Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe não é a primeira mordida de Nicolas Cage com vampiro.

Em O Beijo do Vampiro, de 1988, ele interpretou um agente literário de Nova York que pensava ser um sugador de sangue imortal. Sua atuação de olhos esbugalhados foi essencialmente o nascimento da mitologia dos exageros artísticos de Cage. Anos depois, essa mitologia lançaria mil memes - uma espécie de versão digital de virar morto-vivo.

Nicolas Cage em cena 'Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe', que estreia nesta quinta. Foto: Universal Pictures

Trinta e cinco anos depois, com Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Cage está finalmente interpretando o papel genuíno e completo, com presas sanguinárias e uma elegante capa de veludo. Escolher Cage, o maior dos nossos demônios, para o papel de Drácula é tão óbvio que quase corre o risco de ser exagerado. A boa notícia é que ele é perfeito como Drácula. A má notícia é que o Drácula de Cage aqui é só um coadjuvante, o que faz de Renfield mais um petisco saboroso do que um banquete que nos deixa satisfeitos.

Isso não é um descrédito para Nicholas Hoult, que interpreta o dedicado capanga do Drácula de Bram Stoker em Renfield, de Chris McKay, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 27. O filme, escrito por Ryan Ridley, molda Robert Montague Renfield menos como um lacaio daqueles que só falam “sim, Mestre” e mais como uma pessoa de verdade - ou meio-pessoa: seus poderes sobrenaturais são mantidos, por algum motivo, com a ingestão de insetos. Renfield, comédia de terror rápida e solta, salpicada de sangue de cima a baixo, conta a história de Renfield tentando se libertar da influência temível de Drácula - “um relacionamento destrutivo”, como Renfield explica no grupo de autoajuda.

É uma ideia bacana (Robert Kirkma tem um crédito pela história) que os cineastas optaram, sabiamente, por não complicar demais. Mesmo que Renfield apresente um monstro com desejos crescentes de dominar o mundo e um número alarmante de cabeças humanas explodindo, os riscos são baixos neste spin-off. O tom é esquisito e ensanguentado, mais próximo de um episódio meio nojento de Buffy, a Caça-vampiros do que, digamos, do espirituoso O que Fazemos nas Sombras.

Os vampiros estão na moda há algum tempo, mas geralmente em interpretações mais extrapoladas e com maior simpatia por vampiros - elegantes, sensuais ou juvenis. As abordagens do próprio Drácula têm sido mais raras, e o fato de ele ficar meio de lado talvez seja um sinal das ambições menores de Renfield. Mas sempre que o Príncipe das Trevas de Cage está por perto, o filme dá uma mordida.

Retornando ao território dos grandes estúdios depois de uma década às vezes emocionante, às vezes confusa nas paragens do cinema independente, Cage está, como sempre, totalmente preparado para o momento. Há muito fã declarado do Nosferatu de F.W. Murnau, o ator canaliza algumas das interpretações clássicas de Drácula - como a de Béla Lugosi, sobre quem Cage é sobreposto num flashback tirado de Drácula, de 1931 - ao mesmo tempo em que anima o personagem com seu próprio ritmo cômico e exagerado. Vale o preço do ingresso ver o Drácula de Cage soltar um breve “Woo!” ao despertar para um novo senso de si mesmo como um deus.

Nicholas Hoult interpreta Renfield, o assistente de Drácula (Cage) que sonha em se livrar das amarras de seu poderoso chefe. Foto: Michele K. Short/Universal Pictures

No entanto, Renfield estranhamente deixa de explorar essa veia para, em vez disso, fazer um filme ambientado em Nova Orleans com uma trama movimentada envolvendo uma família criminosa e corrupção policial. Awkwafina estrela como Rebecca Quincy, uma policial de trânsito honesta que quer vingar a morte do pai e prender a família Lobo, uma gangue de traficantes liderada pela matriarca Ella (Shohreh Aghdashloo), com seu filho, o não muito perspicaz Teddy (Ben Schwartz), entre os capangas.

É fácil ver o propósito: trazer algumas pessoas engraçadas para preencher o cenário da tentativa de Renfield de se livrar das ordens de Drácula (que consistem principalmente em mandar trazer cadáveres frescos, de preferência com sangue inocente). Awkwafina é uma presença bem-vinda com suas habilidades de comédia. Mas, ao tentar preencher as coisas, McKay, diretor de A Guerra do Amanhã e Lego Batman: O Filme, perde o que deveria ter sido o foco do filme.

Ainda assim, Renfield é agradável de um jeito descartável. A falta de seriedade é uma qualidade a ser apreciada em qualquer filme como este. E Hoult consegue ser incrivelmente doce e, ao mesmo tempo, usar membros humanos para decapitar outras vítimas. Algumas das melhores cenas são dele nas reuniões do grupo de apoio para falar sobre relacionamentos tóxicos. (Brandon Scott Jones, que interpreta o líder do grupo, é muito bom.) Mas Renfield nunca deixa Cage afundar os dentes de verdade no filme, deixando a gente com fome de mais. /TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

AP - Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe não é a primeira mordida de Nicolas Cage com vampiro.

Em O Beijo do Vampiro, de 1988, ele interpretou um agente literário de Nova York que pensava ser um sugador de sangue imortal. Sua atuação de olhos esbugalhados foi essencialmente o nascimento da mitologia dos exageros artísticos de Cage. Anos depois, essa mitologia lançaria mil memes - uma espécie de versão digital de virar morto-vivo.

Nicolas Cage em cena 'Renfield: Dando o Sangue pelo Chefe', que estreia nesta quinta. Foto: Universal Pictures

Trinta e cinco anos depois, com Renfield: Dando o Sangue Pelo Chefe, Cage está finalmente interpretando o papel genuíno e completo, com presas sanguinárias e uma elegante capa de veludo. Escolher Cage, o maior dos nossos demônios, para o papel de Drácula é tão óbvio que quase corre o risco de ser exagerado. A boa notícia é que ele é perfeito como Drácula. A má notícia é que o Drácula de Cage aqui é só um coadjuvante, o que faz de Renfield mais um petisco saboroso do que um banquete que nos deixa satisfeitos.

Isso não é um descrédito para Nicholas Hoult, que interpreta o dedicado capanga do Drácula de Bram Stoker em Renfield, de Chris McKay, que estreia nos cinemas nesta quinta-feira, 27. O filme, escrito por Ryan Ridley, molda Robert Montague Renfield menos como um lacaio daqueles que só falam “sim, Mestre” e mais como uma pessoa de verdade - ou meio-pessoa: seus poderes sobrenaturais são mantidos, por algum motivo, com a ingestão de insetos. Renfield, comédia de terror rápida e solta, salpicada de sangue de cima a baixo, conta a história de Renfield tentando se libertar da influência temível de Drácula - “um relacionamento destrutivo”, como Renfield explica no grupo de autoajuda.

É uma ideia bacana (Robert Kirkma tem um crédito pela história) que os cineastas optaram, sabiamente, por não complicar demais. Mesmo que Renfield apresente um monstro com desejos crescentes de dominar o mundo e um número alarmante de cabeças humanas explodindo, os riscos são baixos neste spin-off. O tom é esquisito e ensanguentado, mais próximo de um episódio meio nojento de Buffy, a Caça-vampiros do que, digamos, do espirituoso O que Fazemos nas Sombras.

Os vampiros estão na moda há algum tempo, mas geralmente em interpretações mais extrapoladas e com maior simpatia por vampiros - elegantes, sensuais ou juvenis. As abordagens do próprio Drácula têm sido mais raras, e o fato de ele ficar meio de lado talvez seja um sinal das ambições menores de Renfield. Mas sempre que o Príncipe das Trevas de Cage está por perto, o filme dá uma mordida.

Retornando ao território dos grandes estúdios depois de uma década às vezes emocionante, às vezes confusa nas paragens do cinema independente, Cage está, como sempre, totalmente preparado para o momento. Há muito fã declarado do Nosferatu de F.W. Murnau, o ator canaliza algumas das interpretações clássicas de Drácula - como a de Béla Lugosi, sobre quem Cage é sobreposto num flashback tirado de Drácula, de 1931 - ao mesmo tempo em que anima o personagem com seu próprio ritmo cômico e exagerado. Vale o preço do ingresso ver o Drácula de Cage soltar um breve “Woo!” ao despertar para um novo senso de si mesmo como um deus.

Nicholas Hoult interpreta Renfield, o assistente de Drácula (Cage) que sonha em se livrar das amarras de seu poderoso chefe. Foto: Michele K. Short/Universal Pictures

No entanto, Renfield estranhamente deixa de explorar essa veia para, em vez disso, fazer um filme ambientado em Nova Orleans com uma trama movimentada envolvendo uma família criminosa e corrupção policial. Awkwafina estrela como Rebecca Quincy, uma policial de trânsito honesta que quer vingar a morte do pai e prender a família Lobo, uma gangue de traficantes liderada pela matriarca Ella (Shohreh Aghdashloo), com seu filho, o não muito perspicaz Teddy (Ben Schwartz), entre os capangas.

É fácil ver o propósito: trazer algumas pessoas engraçadas para preencher o cenário da tentativa de Renfield de se livrar das ordens de Drácula (que consistem principalmente em mandar trazer cadáveres frescos, de preferência com sangue inocente). Awkwafina é uma presença bem-vinda com suas habilidades de comédia. Mas, ao tentar preencher as coisas, McKay, diretor de A Guerra do Amanhã e Lego Batman: O Filme, perde o que deveria ter sido o foco do filme.

Ainda assim, Renfield é agradável de um jeito descartável. A falta de seriedade é uma qualidade a ser apreciada em qualquer filme como este. E Hoult consegue ser incrivelmente doce e, ao mesmo tempo, usar membros humanos para decapitar outras vítimas. Algumas das melhores cenas são dele nas reuniões do grupo de apoio para falar sobre relacionamentos tóxicos. (Brandon Scott Jones, que interpreta o líder do grupo, é muito bom.) Mas Renfield nunca deixa Cage afundar os dentes de verdade no filme, deixando a gente com fome de mais. /TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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