O gênio de Ennio Morricone percorre o Festival de Veneza


'Ennio', apresentado fora da competição, é o documentário no qual Giuseppe Tornatore trabalhou durante anos e tem o aroma de uma última homenagem ao compositor, que morreu em julho de 2020

Por Gonzalo Sánchez
Atualização:

VENEZA, ITÁLIA - Ainda que pareça mentira, Ennio Morricone nunca quis ser músico quando criança. Foi seu pai que lhe obrigou a tocar trompete, empurrando-lhe, sem saber, para uma carreira que o transformaria no grande compositor que foi e que agora surge retratada em um documentário de seu amigo Giuseppe Tornatore, estreado no Festival de Veneza.

Ennio Morricone é homenageado em documentário de Giuseppe Tornatore, que estreou no Festival de Veneza. Foto: Piano b Produzioni

Ennio, apresentado fora da competição, é o documentário no qual Tornatore trabalhou durante anos e tem o aroma de uma última homenagem ao compositor, que morreu em julho de 2020, trazendo elogios a um dos personagens mais famosos do mundo do cinema. “Entendi que ele não apenas será sempre ouvido, mas sempre estudado”, disse Tornatore, autor de Cinema Paradiso (1988), em uma coletiva de imprensa diante da viúva de Morricone, Maria Travia e seus filhos, todos sentados na primeira fileira.

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O filme traz a rotina do músico, mostrando-o até mesmo fazendo esporte em sua casa. Depois, concentrado em um estúdio repleto de folhas, exibindo seu gênio em uma partitura em branco e levando a mão à cabeça quando uma oitava falha.

Na sequência, na comodidade de um sofá, Morricone revive seus momentos íntimos mais remotos em uma longa conversa com seu amigo.

Origens Inesperadas

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Morricone foi mais uma criança em uma Roma fascista que marchava desenfreada para o desastre. Pensava em ser médico, mas foi seu pai que acabou com essa ideia e colocou um trompete em suas mãos. O pequeno Ennio devia ser músico como ele.

No entanto, a guerra desviou esse destino, pelo menos em parte. O músico se lembra, com lágrimas nos olhos, como se viu obrigado a tocar para os soldados para poder comer, “uma humilhação” que, confessa, fez com que deixasse de amar aquele instrumento ao qual parecia destinado.

Apesar disso, a paixão pela música havia nascido, alimentada por outros grandes compositores como Igor Stravinsky, essencial para seu estilo. Dessa forma, passou a estudar composição na Academia de Santa Cecilia com sua grande referência, Goffredo Petrassi.

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Sua carreira não se limitaria à orquestra sinfônica, pois em seguida se combinaria com o cinema e o mundo do espetáculo, após entrar na televisão pública, a RAI, recomendado por sua própria esposa, que trabalhava para a Democracia Cristã.

Seu nome começou a se destacar nos programas dos anos 1960. Renovava e revolucionava tudo que tocava, introduzindo sons de latas ou de água em canções de Edoardo Vianello, Gino Paoli ou Mina sem as quais a Itália, hoje em dia, não soaria igual.

A próspera indústria de Hollywood do Tibre notou aquele músico reservado de óculos grandes que aceitou compor músicas para filmes, mas com a condição de usar o pseudônimo de Dan Savio, para não “envergonhar” seus professores de composição clássica.

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Logo chegariam seus trabalhos mais conhecidos para seu companheiro de escola, Sergio Leone, fazendo a música de seus faroestes mais famosos, e começando uma carreira que o transformaria em um dos compositores mais prolíficos do século, com mais de 500 trilhas sonoras e dois Oscar.

O cinema presta homenagem ao mestre

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O documentário de Tornatore é, ao mesmo tempo, um panteão de mitos que se lembram do mestre: o primeiro é Clint Eastwood, protagonista da Trilogia dos dólares, de Leone, e que o considera “ainda único na atualidade”, assim como sua música e seus ritmos.

O alemão Hans Zimmer, outro grande compositor de cinema, também faz grandes elogios, reconhecendo que Morricone escreveu “a melhor música clássica de nossa era”.

Outros cineastas também atestam seu talento como Bernardo Bertolucci, morto em 2018, Marco Belocchio, Dario Argento, os irmãos Taviani, Carlo Berdone, Oliver Stone ou Quentin Tarantino, há tempos apaixonado por suas melodias.

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Até mesmo Bruce Springsteen confessa ter alcançado o espiritual através das composições de Morricone.

Mais Ennio no futuro

Tornatore expressou seu desejo de que, no futuro, continuem explorando a figura deste músico genial e extremamente produtivo, pois muitas de suas partituras e criações estão desaparecidas e poderiam vir à luz simplesmente se as procurassem.

“Espero que o filme sirva de material para outros documentários e que, mais que assistido, seja consultado”, encorajou o cineasta. No filme, Ennio aparece tranquilo, ri, emociona-se e inclusive fica envergonhado, curiosamente, quando escuta o tilintar ou os assobios de alguns de seus temas mais conhecidos compostos para Leone.

Ele se mostra completamente sereno, um clima que só foi possível graças à confiança que tinha em seu querido amigo Tornatore, pois é sabido que Morricone não gostava muito de dar entrevistas ou simplesmente falar com desconhecidos.

“Teve muito tempo para contar sua própria história e valorizamos muito sua transparência”, comemorou o cineasta, que ainda destacou que uma das surpresas na hora de filmar foi que tudo que ele dizia coincidia exatamente com o testemunho de outras pessoas.

TRADUÇÃO DE LÍVIA BUELONI GONÇALVES 

VENEZA, ITÁLIA - Ainda que pareça mentira, Ennio Morricone nunca quis ser músico quando criança. Foi seu pai que lhe obrigou a tocar trompete, empurrando-lhe, sem saber, para uma carreira que o transformaria no grande compositor que foi e que agora surge retratada em um documentário de seu amigo Giuseppe Tornatore, estreado no Festival de Veneza.

Ennio Morricone é homenageado em documentário de Giuseppe Tornatore, que estreou no Festival de Veneza. Foto: Piano b Produzioni

Ennio, apresentado fora da competição, é o documentário no qual Tornatore trabalhou durante anos e tem o aroma de uma última homenagem ao compositor, que morreu em julho de 2020, trazendo elogios a um dos personagens mais famosos do mundo do cinema. “Entendi que ele não apenas será sempre ouvido, mas sempre estudado”, disse Tornatore, autor de Cinema Paradiso (1988), em uma coletiva de imprensa diante da viúva de Morricone, Maria Travia e seus filhos, todos sentados na primeira fileira.

O filme traz a rotina do músico, mostrando-o até mesmo fazendo esporte em sua casa. Depois, concentrado em um estúdio repleto de folhas, exibindo seu gênio em uma partitura em branco e levando a mão à cabeça quando uma oitava falha.

Na sequência, na comodidade de um sofá, Morricone revive seus momentos íntimos mais remotos em uma longa conversa com seu amigo.

Origens Inesperadas

Morricone foi mais uma criança em uma Roma fascista que marchava desenfreada para o desastre. Pensava em ser médico, mas foi seu pai que acabou com essa ideia e colocou um trompete em suas mãos. O pequeno Ennio devia ser músico como ele.

No entanto, a guerra desviou esse destino, pelo menos em parte. O músico se lembra, com lágrimas nos olhos, como se viu obrigado a tocar para os soldados para poder comer, “uma humilhação” que, confessa, fez com que deixasse de amar aquele instrumento ao qual parecia destinado.

Apesar disso, a paixão pela música havia nascido, alimentada por outros grandes compositores como Igor Stravinsky, essencial para seu estilo. Dessa forma, passou a estudar composição na Academia de Santa Cecilia com sua grande referência, Goffredo Petrassi.

Sua carreira não se limitaria à orquestra sinfônica, pois em seguida se combinaria com o cinema e o mundo do espetáculo, após entrar na televisão pública, a RAI, recomendado por sua própria esposa, que trabalhava para a Democracia Cristã.

Seu nome começou a se destacar nos programas dos anos 1960. Renovava e revolucionava tudo que tocava, introduzindo sons de latas ou de água em canções de Edoardo Vianello, Gino Paoli ou Mina sem as quais a Itália, hoje em dia, não soaria igual.

A próspera indústria de Hollywood do Tibre notou aquele músico reservado de óculos grandes que aceitou compor músicas para filmes, mas com a condição de usar o pseudônimo de Dan Savio, para não “envergonhar” seus professores de composição clássica.

Logo chegariam seus trabalhos mais conhecidos para seu companheiro de escola, Sergio Leone, fazendo a música de seus faroestes mais famosos, e começando uma carreira que o transformaria em um dos compositores mais prolíficos do século, com mais de 500 trilhas sonoras e dois Oscar.

O cinema presta homenagem ao mestre

O documentário de Tornatore é, ao mesmo tempo, um panteão de mitos que se lembram do mestre: o primeiro é Clint Eastwood, protagonista da Trilogia dos dólares, de Leone, e que o considera “ainda único na atualidade”, assim como sua música e seus ritmos.

O alemão Hans Zimmer, outro grande compositor de cinema, também faz grandes elogios, reconhecendo que Morricone escreveu “a melhor música clássica de nossa era”.

Outros cineastas também atestam seu talento como Bernardo Bertolucci, morto em 2018, Marco Belocchio, Dario Argento, os irmãos Taviani, Carlo Berdone, Oliver Stone ou Quentin Tarantino, há tempos apaixonado por suas melodias.

Até mesmo Bruce Springsteen confessa ter alcançado o espiritual através das composições de Morricone.

Mais Ennio no futuro

Tornatore expressou seu desejo de que, no futuro, continuem explorando a figura deste músico genial e extremamente produtivo, pois muitas de suas partituras e criações estão desaparecidas e poderiam vir à luz simplesmente se as procurassem.

“Espero que o filme sirva de material para outros documentários e que, mais que assistido, seja consultado”, encorajou o cineasta. No filme, Ennio aparece tranquilo, ri, emociona-se e inclusive fica envergonhado, curiosamente, quando escuta o tilintar ou os assobios de alguns de seus temas mais conhecidos compostos para Leone.

Ele se mostra completamente sereno, um clima que só foi possível graças à confiança que tinha em seu querido amigo Tornatore, pois é sabido que Morricone não gostava muito de dar entrevistas ou simplesmente falar com desconhecidos.

“Teve muito tempo para contar sua própria história e valorizamos muito sua transparência”, comemorou o cineasta, que ainda destacou que uma das surpresas na hora de filmar foi que tudo que ele dizia coincidia exatamente com o testemunho de outras pessoas.

TRADUÇÃO DE LÍVIA BUELONI GONÇALVES 

VENEZA, ITÁLIA - Ainda que pareça mentira, Ennio Morricone nunca quis ser músico quando criança. Foi seu pai que lhe obrigou a tocar trompete, empurrando-lhe, sem saber, para uma carreira que o transformaria no grande compositor que foi e que agora surge retratada em um documentário de seu amigo Giuseppe Tornatore, estreado no Festival de Veneza.

Ennio Morricone é homenageado em documentário de Giuseppe Tornatore, que estreou no Festival de Veneza. Foto: Piano b Produzioni

Ennio, apresentado fora da competição, é o documentário no qual Tornatore trabalhou durante anos e tem o aroma de uma última homenagem ao compositor, que morreu em julho de 2020, trazendo elogios a um dos personagens mais famosos do mundo do cinema. “Entendi que ele não apenas será sempre ouvido, mas sempre estudado”, disse Tornatore, autor de Cinema Paradiso (1988), em uma coletiva de imprensa diante da viúva de Morricone, Maria Travia e seus filhos, todos sentados na primeira fileira.

O filme traz a rotina do músico, mostrando-o até mesmo fazendo esporte em sua casa. Depois, concentrado em um estúdio repleto de folhas, exibindo seu gênio em uma partitura em branco e levando a mão à cabeça quando uma oitava falha.

Na sequência, na comodidade de um sofá, Morricone revive seus momentos íntimos mais remotos em uma longa conversa com seu amigo.

Origens Inesperadas

Morricone foi mais uma criança em uma Roma fascista que marchava desenfreada para o desastre. Pensava em ser médico, mas foi seu pai que acabou com essa ideia e colocou um trompete em suas mãos. O pequeno Ennio devia ser músico como ele.

No entanto, a guerra desviou esse destino, pelo menos em parte. O músico se lembra, com lágrimas nos olhos, como se viu obrigado a tocar para os soldados para poder comer, “uma humilhação” que, confessa, fez com que deixasse de amar aquele instrumento ao qual parecia destinado.

Apesar disso, a paixão pela música havia nascido, alimentada por outros grandes compositores como Igor Stravinsky, essencial para seu estilo. Dessa forma, passou a estudar composição na Academia de Santa Cecilia com sua grande referência, Goffredo Petrassi.

Sua carreira não se limitaria à orquestra sinfônica, pois em seguida se combinaria com o cinema e o mundo do espetáculo, após entrar na televisão pública, a RAI, recomendado por sua própria esposa, que trabalhava para a Democracia Cristã.

Seu nome começou a se destacar nos programas dos anos 1960. Renovava e revolucionava tudo que tocava, introduzindo sons de latas ou de água em canções de Edoardo Vianello, Gino Paoli ou Mina sem as quais a Itália, hoje em dia, não soaria igual.

A próspera indústria de Hollywood do Tibre notou aquele músico reservado de óculos grandes que aceitou compor músicas para filmes, mas com a condição de usar o pseudônimo de Dan Savio, para não “envergonhar” seus professores de composição clássica.

Logo chegariam seus trabalhos mais conhecidos para seu companheiro de escola, Sergio Leone, fazendo a música de seus faroestes mais famosos, e começando uma carreira que o transformaria em um dos compositores mais prolíficos do século, com mais de 500 trilhas sonoras e dois Oscar.

O cinema presta homenagem ao mestre

O documentário de Tornatore é, ao mesmo tempo, um panteão de mitos que se lembram do mestre: o primeiro é Clint Eastwood, protagonista da Trilogia dos dólares, de Leone, e que o considera “ainda único na atualidade”, assim como sua música e seus ritmos.

O alemão Hans Zimmer, outro grande compositor de cinema, também faz grandes elogios, reconhecendo que Morricone escreveu “a melhor música clássica de nossa era”.

Outros cineastas também atestam seu talento como Bernardo Bertolucci, morto em 2018, Marco Belocchio, Dario Argento, os irmãos Taviani, Carlo Berdone, Oliver Stone ou Quentin Tarantino, há tempos apaixonado por suas melodias.

Até mesmo Bruce Springsteen confessa ter alcançado o espiritual através das composições de Morricone.

Mais Ennio no futuro

Tornatore expressou seu desejo de que, no futuro, continuem explorando a figura deste músico genial e extremamente produtivo, pois muitas de suas partituras e criações estão desaparecidas e poderiam vir à luz simplesmente se as procurassem.

“Espero que o filme sirva de material para outros documentários e que, mais que assistido, seja consultado”, encorajou o cineasta. No filme, Ennio aparece tranquilo, ri, emociona-se e inclusive fica envergonhado, curiosamente, quando escuta o tilintar ou os assobios de alguns de seus temas mais conhecidos compostos para Leone.

Ele se mostra completamente sereno, um clima que só foi possível graças à confiança que tinha em seu querido amigo Tornatore, pois é sabido que Morricone não gostava muito de dar entrevistas ou simplesmente falar com desconhecidos.

“Teve muito tempo para contar sua própria história e valorizamos muito sua transparência”, comemorou o cineasta, que ainda destacou que uma das surpresas na hora de filmar foi que tudo que ele dizia coincidia exatamente com o testemunho de outras pessoas.

TRADUÇÃO DE LÍVIA BUELONI GONÇALVES 

VENEZA, ITÁLIA - Ainda que pareça mentira, Ennio Morricone nunca quis ser músico quando criança. Foi seu pai que lhe obrigou a tocar trompete, empurrando-lhe, sem saber, para uma carreira que o transformaria no grande compositor que foi e que agora surge retratada em um documentário de seu amigo Giuseppe Tornatore, estreado no Festival de Veneza.

Ennio Morricone é homenageado em documentário de Giuseppe Tornatore, que estreou no Festival de Veneza. Foto: Piano b Produzioni

Ennio, apresentado fora da competição, é o documentário no qual Tornatore trabalhou durante anos e tem o aroma de uma última homenagem ao compositor, que morreu em julho de 2020, trazendo elogios a um dos personagens mais famosos do mundo do cinema. “Entendi que ele não apenas será sempre ouvido, mas sempre estudado”, disse Tornatore, autor de Cinema Paradiso (1988), em uma coletiva de imprensa diante da viúva de Morricone, Maria Travia e seus filhos, todos sentados na primeira fileira.

O filme traz a rotina do músico, mostrando-o até mesmo fazendo esporte em sua casa. Depois, concentrado em um estúdio repleto de folhas, exibindo seu gênio em uma partitura em branco e levando a mão à cabeça quando uma oitava falha.

Na sequência, na comodidade de um sofá, Morricone revive seus momentos íntimos mais remotos em uma longa conversa com seu amigo.

Origens Inesperadas

Morricone foi mais uma criança em uma Roma fascista que marchava desenfreada para o desastre. Pensava em ser médico, mas foi seu pai que acabou com essa ideia e colocou um trompete em suas mãos. O pequeno Ennio devia ser músico como ele.

No entanto, a guerra desviou esse destino, pelo menos em parte. O músico se lembra, com lágrimas nos olhos, como se viu obrigado a tocar para os soldados para poder comer, “uma humilhação” que, confessa, fez com que deixasse de amar aquele instrumento ao qual parecia destinado.

Apesar disso, a paixão pela música havia nascido, alimentada por outros grandes compositores como Igor Stravinsky, essencial para seu estilo. Dessa forma, passou a estudar composição na Academia de Santa Cecilia com sua grande referência, Goffredo Petrassi.

Sua carreira não se limitaria à orquestra sinfônica, pois em seguida se combinaria com o cinema e o mundo do espetáculo, após entrar na televisão pública, a RAI, recomendado por sua própria esposa, que trabalhava para a Democracia Cristã.

Seu nome começou a se destacar nos programas dos anos 1960. Renovava e revolucionava tudo que tocava, introduzindo sons de latas ou de água em canções de Edoardo Vianello, Gino Paoli ou Mina sem as quais a Itália, hoje em dia, não soaria igual.

A próspera indústria de Hollywood do Tibre notou aquele músico reservado de óculos grandes que aceitou compor músicas para filmes, mas com a condição de usar o pseudônimo de Dan Savio, para não “envergonhar” seus professores de composição clássica.

Logo chegariam seus trabalhos mais conhecidos para seu companheiro de escola, Sergio Leone, fazendo a música de seus faroestes mais famosos, e começando uma carreira que o transformaria em um dos compositores mais prolíficos do século, com mais de 500 trilhas sonoras e dois Oscar.

O cinema presta homenagem ao mestre

O documentário de Tornatore é, ao mesmo tempo, um panteão de mitos que se lembram do mestre: o primeiro é Clint Eastwood, protagonista da Trilogia dos dólares, de Leone, e que o considera “ainda único na atualidade”, assim como sua música e seus ritmos.

O alemão Hans Zimmer, outro grande compositor de cinema, também faz grandes elogios, reconhecendo que Morricone escreveu “a melhor música clássica de nossa era”.

Outros cineastas também atestam seu talento como Bernardo Bertolucci, morto em 2018, Marco Belocchio, Dario Argento, os irmãos Taviani, Carlo Berdone, Oliver Stone ou Quentin Tarantino, há tempos apaixonado por suas melodias.

Até mesmo Bruce Springsteen confessa ter alcançado o espiritual através das composições de Morricone.

Mais Ennio no futuro

Tornatore expressou seu desejo de que, no futuro, continuem explorando a figura deste músico genial e extremamente produtivo, pois muitas de suas partituras e criações estão desaparecidas e poderiam vir à luz simplesmente se as procurassem.

“Espero que o filme sirva de material para outros documentários e que, mais que assistido, seja consultado”, encorajou o cineasta. No filme, Ennio aparece tranquilo, ri, emociona-se e inclusive fica envergonhado, curiosamente, quando escuta o tilintar ou os assobios de alguns de seus temas mais conhecidos compostos para Leone.

Ele se mostra completamente sereno, um clima que só foi possível graças à confiança que tinha em seu querido amigo Tornatore, pois é sabido que Morricone não gostava muito de dar entrevistas ou simplesmente falar com desconhecidos.

“Teve muito tempo para contar sua própria história e valorizamos muito sua transparência”, comemorou o cineasta, que ainda destacou que uma das surpresas na hora de filmar foi que tudo que ele dizia coincidia exatamente com o testemunho de outras pessoas.

TRADUÇÃO DE LÍVIA BUELONI GONÇALVES 

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