‘Os Fabelmans’: o que é real e o que é fictício no filme sobre a vida de Steven Spielberg


Leia um guia sobre o que é real e o que é exagerado na produção sobre a história do cineasta

Por Sarah Bahr
Atualização:

O novo filme semi-autobiográfico de Steven Spielberg, Os Fabelmans, toca muitas das notas das biografias convencionais: um menino judeu, Sammy Fabelman, se apaixona pelo cinema depois de ficar fascinado por um acidente de trem no drama circense de Cecil B. DeMille O Maior Espetáculo da Terra (1952). Depois de se mudar com a família para a Califórnia, ele se torna alvo de valentões antissemitas no ensino médio. E não consegue escapar da sombra de seu pai brilhante, mas distante, e fica se perguntando se algum dia conseguirá fazer algo com a própria vida.

O cineasta Steven Spielberg Foto: ROBYN BECK / AFP

Mas outros eventos – como quando sua mãe adota um macaco de estimação – não parecem muito realistas.

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Aqui vai um guia para o que é real e o que é exagerado.

A mãe de Spielberg se apaixonou pelo melhor amigo de seu pai?

Sim. No filme, Mitzi (Michelle Williams) se apaixona pelo melhor amigo de seu marido, Bennie (Seth Rogen). Sua contraparte na vida real, Leah Adler, deixou o marido, Arnold Spielberg, para viver com um de seus melhores amigos, um homem chamado Bernie Adler. Os Spielberg se divorciaram em 1966.

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Durante anos, o diretor acreditou que foi seu pai quem deixara a mãe. “Achei que poderia me machucar menos do que ela”, disse Arnold Spielberg no documentário ‘Spielberg’ (2017), da HBO, explicando por que ele e Leah decidiram que ele assumiria a culpa. “Eu ainda a amava”. Leah e Bernie Adler se casaram em 1967.

Spielberg descobriu o relacionamento assistindo a vídeos que ele filmou em um acampamento da família?

Sim. Spielberg disse ao crítico de cinema A.O. Scott, em entrevista recente para o New York Times, que o momento dramático de revelação retratado na tela realmente aconteceu. “Acho que foi uma das coisas mais difíceis que tive de sentar e decidir expor, porque era o segredo mais poderoso que minha mãe e eu compartilhamos desde minha descoberta, quando eu tinha 16 anos”, disse ele a Scott.

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A mãe dele trouxe um macaco para casa?

Por mais difícil que seja acreditar, sim. Antes de morrer aos 97 anos, em 2017, Leah Adler disse no documentário da HBO que estava visitando uma loja de animais em Phoenix quando viu um macaco que estava deprimido depois de ter sido tirado da mãe. Ela o trouxe para casa numa gaiola na parte de trás de seu Jeep e – assim como Mitzi no filme – o adotou como animal de estimação para seus quatro filhos.

Foi “uma grande distração, mas também um companheiro terapêutico para minha mãe, que naquele momento de nossas vidas estava passando por uma grande depressão”, disse Spielberg ao The Hollywood Reporter no início deste mês.

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A mãe de Spielberg era pianista de concerto?

Sim. Ela aprendeu a tocar piano aos 5 anos e depois estudou no Conservatório de Música de Cincinnati. Assim como Mitzi, colocou a carreira de lado para cuidar da família.

Spielberg era o único aluno judeu na escola?

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Embora talvez não tenha sido o único, definitivamente era um dos poucos. “Sentia que era o único judeu no ensino médio”, disse ele em entrevista à editora Behrman House. “E simplesmente queria negar ser judeu. Tinha vergonha, porque morava numa rua onde éramos a única casa com nada além de uma luz da varanda acesa no Natal. Queria muito me assimilar ao mundo ao redor”.

Assim como em ‘Os Fabelmans’, ele sofreu com o bullying de colegas depois de se mudar para a Califórnia para seu último ano. “Fui espancado e chutado. Saí com o nariz sangrando duas vezes. Foi horrível”, disse ele ao Times em 1993.

Ele namorou uma garota cristã que tentou convertê-lo?

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Não se sabe ao certo. A namorada de Sammy no filme, Monica Sherwood (Chloe East), tenta convertê-lo de várias maneiras, até mesmo instruindo Sammy a “inalar” Cristo antes de uma sessão de amassos apaixonados. O Los Angeles Times disse que ela foi baseada numa garota que Spielberg namorou na sétima série, mas o próprio diretor não mencionou essa história.

Spielberg conheceu o diretor John Ford quando adolescente? Ford tinha marcas de batom vermelho no rosto?

Definitivamente, sim. Spielberg disse no Festival Internacional de Cinema de Toronto que o encontro com Ford, quando ele tinha 15 anos, ocorreu exatamente como aparece no filme, “palavra por palavra, nada mais, nada menos” – incluindo as marcas de beijo cobrindo o rosto de Ford.

Ele quase abandonou o cinema no início da carreira?

Sim, mas não por causa do que aconteceu com seus pais: Spielberg, aos 16 anos, teve uma crise de confiança depois de ver o épico ‘Lawrence da Arábia’, de David Lean.

“Quando o filme acabou, eu não queria mais ser diretor”, disse ele no documentário da HBO, “porque o nível era muito alto”.

“Tive uma reação muito profunda ao filme. Voltei e vi o filme uma semana depois”, acrescentou. “E de novo na semana seguinte. E na semana seguinte de novo. E percebi que não tinha como voltar atrás. Era o que eu ia fazer. E ia morrer tentando”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

O novo filme semi-autobiográfico de Steven Spielberg, Os Fabelmans, toca muitas das notas das biografias convencionais: um menino judeu, Sammy Fabelman, se apaixona pelo cinema depois de ficar fascinado por um acidente de trem no drama circense de Cecil B. DeMille O Maior Espetáculo da Terra (1952). Depois de se mudar com a família para a Califórnia, ele se torna alvo de valentões antissemitas no ensino médio. E não consegue escapar da sombra de seu pai brilhante, mas distante, e fica se perguntando se algum dia conseguirá fazer algo com a própria vida.

O cineasta Steven Spielberg Foto: ROBYN BECK / AFP

Mas outros eventos – como quando sua mãe adota um macaco de estimação – não parecem muito realistas.

Aqui vai um guia para o que é real e o que é exagerado.

A mãe de Spielberg se apaixonou pelo melhor amigo de seu pai?

Sim. No filme, Mitzi (Michelle Williams) se apaixona pelo melhor amigo de seu marido, Bennie (Seth Rogen). Sua contraparte na vida real, Leah Adler, deixou o marido, Arnold Spielberg, para viver com um de seus melhores amigos, um homem chamado Bernie Adler. Os Spielberg se divorciaram em 1966.

Durante anos, o diretor acreditou que foi seu pai quem deixara a mãe. “Achei que poderia me machucar menos do que ela”, disse Arnold Spielberg no documentário ‘Spielberg’ (2017), da HBO, explicando por que ele e Leah decidiram que ele assumiria a culpa. “Eu ainda a amava”. Leah e Bernie Adler se casaram em 1967.

Spielberg descobriu o relacionamento assistindo a vídeos que ele filmou em um acampamento da família?

Sim. Spielberg disse ao crítico de cinema A.O. Scott, em entrevista recente para o New York Times, que o momento dramático de revelação retratado na tela realmente aconteceu. “Acho que foi uma das coisas mais difíceis que tive de sentar e decidir expor, porque era o segredo mais poderoso que minha mãe e eu compartilhamos desde minha descoberta, quando eu tinha 16 anos”, disse ele a Scott.

A mãe dele trouxe um macaco para casa?

Por mais difícil que seja acreditar, sim. Antes de morrer aos 97 anos, em 2017, Leah Adler disse no documentário da HBO que estava visitando uma loja de animais em Phoenix quando viu um macaco que estava deprimido depois de ter sido tirado da mãe. Ela o trouxe para casa numa gaiola na parte de trás de seu Jeep e – assim como Mitzi no filme – o adotou como animal de estimação para seus quatro filhos.

Foi “uma grande distração, mas também um companheiro terapêutico para minha mãe, que naquele momento de nossas vidas estava passando por uma grande depressão”, disse Spielberg ao The Hollywood Reporter no início deste mês.

A mãe de Spielberg era pianista de concerto?

Sim. Ela aprendeu a tocar piano aos 5 anos e depois estudou no Conservatório de Música de Cincinnati. Assim como Mitzi, colocou a carreira de lado para cuidar da família.

Spielberg era o único aluno judeu na escola?

Embora talvez não tenha sido o único, definitivamente era um dos poucos. “Sentia que era o único judeu no ensino médio”, disse ele em entrevista à editora Behrman House. “E simplesmente queria negar ser judeu. Tinha vergonha, porque morava numa rua onde éramos a única casa com nada além de uma luz da varanda acesa no Natal. Queria muito me assimilar ao mundo ao redor”.

Assim como em ‘Os Fabelmans’, ele sofreu com o bullying de colegas depois de se mudar para a Califórnia para seu último ano. “Fui espancado e chutado. Saí com o nariz sangrando duas vezes. Foi horrível”, disse ele ao Times em 1993.

Ele namorou uma garota cristã que tentou convertê-lo?

Não se sabe ao certo. A namorada de Sammy no filme, Monica Sherwood (Chloe East), tenta convertê-lo de várias maneiras, até mesmo instruindo Sammy a “inalar” Cristo antes de uma sessão de amassos apaixonados. O Los Angeles Times disse que ela foi baseada numa garota que Spielberg namorou na sétima série, mas o próprio diretor não mencionou essa história.

Spielberg conheceu o diretor John Ford quando adolescente? Ford tinha marcas de batom vermelho no rosto?

Definitivamente, sim. Spielberg disse no Festival Internacional de Cinema de Toronto que o encontro com Ford, quando ele tinha 15 anos, ocorreu exatamente como aparece no filme, “palavra por palavra, nada mais, nada menos” – incluindo as marcas de beijo cobrindo o rosto de Ford.

Ele quase abandonou o cinema no início da carreira?

Sim, mas não por causa do que aconteceu com seus pais: Spielberg, aos 16 anos, teve uma crise de confiança depois de ver o épico ‘Lawrence da Arábia’, de David Lean.

“Quando o filme acabou, eu não queria mais ser diretor”, disse ele no documentário da HBO, “porque o nível era muito alto”.

“Tive uma reação muito profunda ao filme. Voltei e vi o filme uma semana depois”, acrescentou. “E de novo na semana seguinte. E na semana seguinte de novo. E percebi que não tinha como voltar atrás. Era o que eu ia fazer. E ia morrer tentando”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

O novo filme semi-autobiográfico de Steven Spielberg, Os Fabelmans, toca muitas das notas das biografias convencionais: um menino judeu, Sammy Fabelman, se apaixona pelo cinema depois de ficar fascinado por um acidente de trem no drama circense de Cecil B. DeMille O Maior Espetáculo da Terra (1952). Depois de se mudar com a família para a Califórnia, ele se torna alvo de valentões antissemitas no ensino médio. E não consegue escapar da sombra de seu pai brilhante, mas distante, e fica se perguntando se algum dia conseguirá fazer algo com a própria vida.

O cineasta Steven Spielberg Foto: ROBYN BECK / AFP

Mas outros eventos – como quando sua mãe adota um macaco de estimação – não parecem muito realistas.

Aqui vai um guia para o que é real e o que é exagerado.

A mãe de Spielberg se apaixonou pelo melhor amigo de seu pai?

Sim. No filme, Mitzi (Michelle Williams) se apaixona pelo melhor amigo de seu marido, Bennie (Seth Rogen). Sua contraparte na vida real, Leah Adler, deixou o marido, Arnold Spielberg, para viver com um de seus melhores amigos, um homem chamado Bernie Adler. Os Spielberg se divorciaram em 1966.

Durante anos, o diretor acreditou que foi seu pai quem deixara a mãe. “Achei que poderia me machucar menos do que ela”, disse Arnold Spielberg no documentário ‘Spielberg’ (2017), da HBO, explicando por que ele e Leah decidiram que ele assumiria a culpa. “Eu ainda a amava”. Leah e Bernie Adler se casaram em 1967.

Spielberg descobriu o relacionamento assistindo a vídeos que ele filmou em um acampamento da família?

Sim. Spielberg disse ao crítico de cinema A.O. Scott, em entrevista recente para o New York Times, que o momento dramático de revelação retratado na tela realmente aconteceu. “Acho que foi uma das coisas mais difíceis que tive de sentar e decidir expor, porque era o segredo mais poderoso que minha mãe e eu compartilhamos desde minha descoberta, quando eu tinha 16 anos”, disse ele a Scott.

A mãe dele trouxe um macaco para casa?

Por mais difícil que seja acreditar, sim. Antes de morrer aos 97 anos, em 2017, Leah Adler disse no documentário da HBO que estava visitando uma loja de animais em Phoenix quando viu um macaco que estava deprimido depois de ter sido tirado da mãe. Ela o trouxe para casa numa gaiola na parte de trás de seu Jeep e – assim como Mitzi no filme – o adotou como animal de estimação para seus quatro filhos.

Foi “uma grande distração, mas também um companheiro terapêutico para minha mãe, que naquele momento de nossas vidas estava passando por uma grande depressão”, disse Spielberg ao The Hollywood Reporter no início deste mês.

A mãe de Spielberg era pianista de concerto?

Sim. Ela aprendeu a tocar piano aos 5 anos e depois estudou no Conservatório de Música de Cincinnati. Assim como Mitzi, colocou a carreira de lado para cuidar da família.

Spielberg era o único aluno judeu na escola?

Embora talvez não tenha sido o único, definitivamente era um dos poucos. “Sentia que era o único judeu no ensino médio”, disse ele em entrevista à editora Behrman House. “E simplesmente queria negar ser judeu. Tinha vergonha, porque morava numa rua onde éramos a única casa com nada além de uma luz da varanda acesa no Natal. Queria muito me assimilar ao mundo ao redor”.

Assim como em ‘Os Fabelmans’, ele sofreu com o bullying de colegas depois de se mudar para a Califórnia para seu último ano. “Fui espancado e chutado. Saí com o nariz sangrando duas vezes. Foi horrível”, disse ele ao Times em 1993.

Ele namorou uma garota cristã que tentou convertê-lo?

Não se sabe ao certo. A namorada de Sammy no filme, Monica Sherwood (Chloe East), tenta convertê-lo de várias maneiras, até mesmo instruindo Sammy a “inalar” Cristo antes de uma sessão de amassos apaixonados. O Los Angeles Times disse que ela foi baseada numa garota que Spielberg namorou na sétima série, mas o próprio diretor não mencionou essa história.

Spielberg conheceu o diretor John Ford quando adolescente? Ford tinha marcas de batom vermelho no rosto?

Definitivamente, sim. Spielberg disse no Festival Internacional de Cinema de Toronto que o encontro com Ford, quando ele tinha 15 anos, ocorreu exatamente como aparece no filme, “palavra por palavra, nada mais, nada menos” – incluindo as marcas de beijo cobrindo o rosto de Ford.

Ele quase abandonou o cinema no início da carreira?

Sim, mas não por causa do que aconteceu com seus pais: Spielberg, aos 16 anos, teve uma crise de confiança depois de ver o épico ‘Lawrence da Arábia’, de David Lean.

“Quando o filme acabou, eu não queria mais ser diretor”, disse ele no documentário da HBO, “porque o nível era muito alto”.

“Tive uma reação muito profunda ao filme. Voltei e vi o filme uma semana depois”, acrescentou. “E de novo na semana seguinte. E na semana seguinte de novo. E percebi que não tinha como voltar atrás. Era o que eu ia fazer. E ia morrer tentando”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

O novo filme semi-autobiográfico de Steven Spielberg, Os Fabelmans, toca muitas das notas das biografias convencionais: um menino judeu, Sammy Fabelman, se apaixona pelo cinema depois de ficar fascinado por um acidente de trem no drama circense de Cecil B. DeMille O Maior Espetáculo da Terra (1952). Depois de se mudar com a família para a Califórnia, ele se torna alvo de valentões antissemitas no ensino médio. E não consegue escapar da sombra de seu pai brilhante, mas distante, e fica se perguntando se algum dia conseguirá fazer algo com a própria vida.

O cineasta Steven Spielberg Foto: ROBYN BECK / AFP

Mas outros eventos – como quando sua mãe adota um macaco de estimação – não parecem muito realistas.

Aqui vai um guia para o que é real e o que é exagerado.

A mãe de Spielberg se apaixonou pelo melhor amigo de seu pai?

Sim. No filme, Mitzi (Michelle Williams) se apaixona pelo melhor amigo de seu marido, Bennie (Seth Rogen). Sua contraparte na vida real, Leah Adler, deixou o marido, Arnold Spielberg, para viver com um de seus melhores amigos, um homem chamado Bernie Adler. Os Spielberg se divorciaram em 1966.

Durante anos, o diretor acreditou que foi seu pai quem deixara a mãe. “Achei que poderia me machucar menos do que ela”, disse Arnold Spielberg no documentário ‘Spielberg’ (2017), da HBO, explicando por que ele e Leah decidiram que ele assumiria a culpa. “Eu ainda a amava”. Leah e Bernie Adler se casaram em 1967.

Spielberg descobriu o relacionamento assistindo a vídeos que ele filmou em um acampamento da família?

Sim. Spielberg disse ao crítico de cinema A.O. Scott, em entrevista recente para o New York Times, que o momento dramático de revelação retratado na tela realmente aconteceu. “Acho que foi uma das coisas mais difíceis que tive de sentar e decidir expor, porque era o segredo mais poderoso que minha mãe e eu compartilhamos desde minha descoberta, quando eu tinha 16 anos”, disse ele a Scott.

A mãe dele trouxe um macaco para casa?

Por mais difícil que seja acreditar, sim. Antes de morrer aos 97 anos, em 2017, Leah Adler disse no documentário da HBO que estava visitando uma loja de animais em Phoenix quando viu um macaco que estava deprimido depois de ter sido tirado da mãe. Ela o trouxe para casa numa gaiola na parte de trás de seu Jeep e – assim como Mitzi no filme – o adotou como animal de estimação para seus quatro filhos.

Foi “uma grande distração, mas também um companheiro terapêutico para minha mãe, que naquele momento de nossas vidas estava passando por uma grande depressão”, disse Spielberg ao The Hollywood Reporter no início deste mês.

A mãe de Spielberg era pianista de concerto?

Sim. Ela aprendeu a tocar piano aos 5 anos e depois estudou no Conservatório de Música de Cincinnati. Assim como Mitzi, colocou a carreira de lado para cuidar da família.

Spielberg era o único aluno judeu na escola?

Embora talvez não tenha sido o único, definitivamente era um dos poucos. “Sentia que era o único judeu no ensino médio”, disse ele em entrevista à editora Behrman House. “E simplesmente queria negar ser judeu. Tinha vergonha, porque morava numa rua onde éramos a única casa com nada além de uma luz da varanda acesa no Natal. Queria muito me assimilar ao mundo ao redor”.

Assim como em ‘Os Fabelmans’, ele sofreu com o bullying de colegas depois de se mudar para a Califórnia para seu último ano. “Fui espancado e chutado. Saí com o nariz sangrando duas vezes. Foi horrível”, disse ele ao Times em 1993.

Ele namorou uma garota cristã que tentou convertê-lo?

Não se sabe ao certo. A namorada de Sammy no filme, Monica Sherwood (Chloe East), tenta convertê-lo de várias maneiras, até mesmo instruindo Sammy a “inalar” Cristo antes de uma sessão de amassos apaixonados. O Los Angeles Times disse que ela foi baseada numa garota que Spielberg namorou na sétima série, mas o próprio diretor não mencionou essa história.

Spielberg conheceu o diretor John Ford quando adolescente? Ford tinha marcas de batom vermelho no rosto?

Definitivamente, sim. Spielberg disse no Festival Internacional de Cinema de Toronto que o encontro com Ford, quando ele tinha 15 anos, ocorreu exatamente como aparece no filme, “palavra por palavra, nada mais, nada menos” – incluindo as marcas de beijo cobrindo o rosto de Ford.

Ele quase abandonou o cinema no início da carreira?

Sim, mas não por causa do que aconteceu com seus pais: Spielberg, aos 16 anos, teve uma crise de confiança depois de ver o épico ‘Lawrence da Arábia’, de David Lean.

“Quando o filme acabou, eu não queria mais ser diretor”, disse ele no documentário da HBO, “porque o nível era muito alto”.

“Tive uma reação muito profunda ao filme. Voltei e vi o filme uma semana depois”, acrescentou. “E de novo na semana seguinte. E na semana seguinte de novo. E percebi que não tinha como voltar atrás. Era o que eu ia fazer. E ia morrer tentando”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

O novo filme semi-autobiográfico de Steven Spielberg, Os Fabelmans, toca muitas das notas das biografias convencionais: um menino judeu, Sammy Fabelman, se apaixona pelo cinema depois de ficar fascinado por um acidente de trem no drama circense de Cecil B. DeMille O Maior Espetáculo da Terra (1952). Depois de se mudar com a família para a Califórnia, ele se torna alvo de valentões antissemitas no ensino médio. E não consegue escapar da sombra de seu pai brilhante, mas distante, e fica se perguntando se algum dia conseguirá fazer algo com a própria vida.

O cineasta Steven Spielberg Foto: ROBYN BECK / AFP

Mas outros eventos – como quando sua mãe adota um macaco de estimação – não parecem muito realistas.

Aqui vai um guia para o que é real e o que é exagerado.

A mãe de Spielberg se apaixonou pelo melhor amigo de seu pai?

Sim. No filme, Mitzi (Michelle Williams) se apaixona pelo melhor amigo de seu marido, Bennie (Seth Rogen). Sua contraparte na vida real, Leah Adler, deixou o marido, Arnold Spielberg, para viver com um de seus melhores amigos, um homem chamado Bernie Adler. Os Spielberg se divorciaram em 1966.

Durante anos, o diretor acreditou que foi seu pai quem deixara a mãe. “Achei que poderia me machucar menos do que ela”, disse Arnold Spielberg no documentário ‘Spielberg’ (2017), da HBO, explicando por que ele e Leah decidiram que ele assumiria a culpa. “Eu ainda a amava”. Leah e Bernie Adler se casaram em 1967.

Spielberg descobriu o relacionamento assistindo a vídeos que ele filmou em um acampamento da família?

Sim. Spielberg disse ao crítico de cinema A.O. Scott, em entrevista recente para o New York Times, que o momento dramático de revelação retratado na tela realmente aconteceu. “Acho que foi uma das coisas mais difíceis que tive de sentar e decidir expor, porque era o segredo mais poderoso que minha mãe e eu compartilhamos desde minha descoberta, quando eu tinha 16 anos”, disse ele a Scott.

A mãe dele trouxe um macaco para casa?

Por mais difícil que seja acreditar, sim. Antes de morrer aos 97 anos, em 2017, Leah Adler disse no documentário da HBO que estava visitando uma loja de animais em Phoenix quando viu um macaco que estava deprimido depois de ter sido tirado da mãe. Ela o trouxe para casa numa gaiola na parte de trás de seu Jeep e – assim como Mitzi no filme – o adotou como animal de estimação para seus quatro filhos.

Foi “uma grande distração, mas também um companheiro terapêutico para minha mãe, que naquele momento de nossas vidas estava passando por uma grande depressão”, disse Spielberg ao The Hollywood Reporter no início deste mês.

A mãe de Spielberg era pianista de concerto?

Sim. Ela aprendeu a tocar piano aos 5 anos e depois estudou no Conservatório de Música de Cincinnati. Assim como Mitzi, colocou a carreira de lado para cuidar da família.

Spielberg era o único aluno judeu na escola?

Embora talvez não tenha sido o único, definitivamente era um dos poucos. “Sentia que era o único judeu no ensino médio”, disse ele em entrevista à editora Behrman House. “E simplesmente queria negar ser judeu. Tinha vergonha, porque morava numa rua onde éramos a única casa com nada além de uma luz da varanda acesa no Natal. Queria muito me assimilar ao mundo ao redor”.

Assim como em ‘Os Fabelmans’, ele sofreu com o bullying de colegas depois de se mudar para a Califórnia para seu último ano. “Fui espancado e chutado. Saí com o nariz sangrando duas vezes. Foi horrível”, disse ele ao Times em 1993.

Ele namorou uma garota cristã que tentou convertê-lo?

Não se sabe ao certo. A namorada de Sammy no filme, Monica Sherwood (Chloe East), tenta convertê-lo de várias maneiras, até mesmo instruindo Sammy a “inalar” Cristo antes de uma sessão de amassos apaixonados. O Los Angeles Times disse que ela foi baseada numa garota que Spielberg namorou na sétima série, mas o próprio diretor não mencionou essa história.

Spielberg conheceu o diretor John Ford quando adolescente? Ford tinha marcas de batom vermelho no rosto?

Definitivamente, sim. Spielberg disse no Festival Internacional de Cinema de Toronto que o encontro com Ford, quando ele tinha 15 anos, ocorreu exatamente como aparece no filme, “palavra por palavra, nada mais, nada menos” – incluindo as marcas de beijo cobrindo o rosto de Ford.

Ele quase abandonou o cinema no início da carreira?

Sim, mas não por causa do que aconteceu com seus pais: Spielberg, aos 16 anos, teve uma crise de confiança depois de ver o épico ‘Lawrence da Arábia’, de David Lean.

“Quando o filme acabou, eu não queria mais ser diretor”, disse ele no documentário da HBO, “porque o nível era muito alto”.

“Tive uma reação muito profunda ao filme. Voltei e vi o filme uma semana depois”, acrescentou. “E de novo na semana seguinte. E na semana seguinte de novo. E percebi que não tinha como voltar atrás. Era o que eu ia fazer. E ia morrer tentando”.

Este artigo foi originalmente publicado no New York Times. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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