Oscar 2021: Filme ‘Mank’ lidera indicações em ano de destaque para atores não brancos


Em seguida, com seis indicações cada um, aparecem 'Meu Pai', 'Judas e o Messias Negro', 'Minari', 'Nomadland', 'O Som do Silêncio' e 'Os 7 de Chicago'.

Por Mariane Morisawa
Atualização:

Num ano difícil para o cinema e para o mundo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas faz história com várias indicações inéditas e algumas surpresas. Pela primeira vez, duas mulheres concorrem ao Oscar de melhor direção no mesmo ano: Chloé Zhao por Nomadland e Emerald Fennell por Bela Vingança. Chinesa, Zhao também é a primeira mulher não branca a disputar a estatueta na categoria. As duas são apenas a sexta e a sétima mulheres a concorrer por direção, depois de Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas, em 1977), Jane Campion (O Piano, 1993), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros, 2003), Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, 2009) e Greta Gerwig (Lady Bird, 2017). Bigelow é a única vencedora. 

Gary Oldman é Herman Mankiewicz em 'Mank' Foto: Gisele Schmid - Netflix.

Chloé Zhao também é a primeira mulher a concorrer em quatro categorias no mesmo ano: filme, direção, edição e roteiro adaptado.  Outra surpresa da categoria melhor direção foi a indicação do dinamarquês Thomas Vinterberg por Druk – Mais uma Rodada, que também disputa o Oscar de filme internacional. Ele parece ter tomado o lugar de um suposto favorito, Aaron Sorkin, por Os 7 de Chicago. Lee Isaac Chung é o primeiro diretor de origem asiática nascido nos Estados Unidos a concorrer, por Minari – Em Busca da Felicidade. Completa a categoria David Fincher, em sua terceira disputa, por Mank

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No anúncio da manhã de segunda (15), o casal Priyanka Chopra Jonas e Nick Jonas revelou ainda que 9 entre os 20 indicados nas categorias de atuação são pessoas não brancas, um avanço e tanto em relação ao ano passado, quando houve apenas uma concorrente negra – Cynthia Erivo por Harriet. Steve Yeun é o primeiro americano de origem asiática a disputar o Oscar de melhor ator, por Minari. O inglês Riz Ahmed é o primeiro de origem paquistanesa e o primeiro muçulmano na categoria, por O Som do Silêncio. O favorito é Chadwick Boseman, o primeiro ator negro a concorrer postumamente, por A Voz Suprema do Blues. Dois veteranos completam a lista: Gary Oldman, por Mank, e Anthony Hopkins, por Meu Pai

Na categoria melhor ator coadjuvante, a surpresa foi LaKeith Stanfield, que fez campanha como ator principal por Judas e o Messias Negro. Ele concorre à estatueta com seu companheiro de elenco Daniel Kaluuya, que parecia o favorito até aqui. A indicação dos dois como coadjuvantes levanta a questão de quem é o protagonista do longa. Leslie Odom Jr., de Uma Noite em Miami, é o terceiro ator negro na disputa – ele também foi indicado para o Oscar de melhor canção, por Speak Now. Os outros dois atores coadjuvantes na corrida são Paul Raci, por O Som do Silêncio, e Sacha Baron Cohen, por Os 7 de Chicago

Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) e Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday) são concorrentes ao lado de três atrizes brancas: as inglesas Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) e Carey Mulligan (Bela Vingança), e a americana Frances McDormand (Nomadland).  Entre as coadjuvantes, a sul-coreana Yuh-Jung Youn (Minari) também entra para a história como a primeira de seu país indicada para a categoria, um feito que nem as atrizes de Parasita conseguiram no ano passado. Maria Bakalova (Borat 2: Fita de Cinema Seguinte) é a primeira atriz búlgara a concorrer. Completam a lista Glenn Close (Era uma Vez um Sonho), Olivia Colman (Meu Pai) e Amanda Seyfried (Mank). É a oitava indicação de Close, que nunca levou um Oscar e concorre ao Framboesa de Ouro pelo mesmo papel. Jodie Foster, que surpreendeu ao vencer o Globo de Ouro por The Mauritanian, ficou de fora. 

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Outro destaque é o romeno Collective, que concorre em duas categorias: melhor documentário e melhor filme internacional.  Neste ano, os indicados para o Oscar de melhor filme são apenas oito: Bela Vingança, de Emerald Fennell; Judas e o Messias Negro, de Shaka King; Mank, de David Fincher; Meu Pai, de Florian Zeller; Minari – Em Busca da Felicidade, de Lee Isaac Chung; Nomadland, de Chloé Zhao; O Som do Silêncio, de Darius Marder; e Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin. Como os cinemas ficaram fechados nos principais mercados americanos a maior parte do ano, apenas três dos oito concorrentes não foram lançados no streaming ou concomitantemente nas salas abertas e no streaming: Meu Pai, Minari e Bela Vingança.

Mank lidera em número de indicações, com dez. Curiosamente, o filme, que fala sobre o roteirista de Cidadão Kane e foi escrito por Jack Fincher, pai do diretor David Fincher, não concorre ao prêmio de roteiro original. Em seguida, com seis indicações cada um, aparecem Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Minari, Nomadland, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Mas isso não significa que Mank seja o favorito. 

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Depois de dois anos (2015 e 2016) em que a hashtag #OscarsSoWhite dominou as conversas sobre a premiação, a Academia resolveu se mexer e diversificar seus membros, passando de 25% de mulheres em 2015 para 33% em 2020 e de 10% de não brancos em 2015 para 19% em 2020. É possível que as indicações deste ano sejam um reflexo disso – e também da produção mais diversificada. Mas também é capaz de ser apenas um ponto fora da curva de um ano para lá de atípico. Esperemos que não. 

ANÁLISE: ‘NORMADLAND’ É MAIS ORIGINAL, MAS 'MINARI' CORRE POR FORA

Aberto o envelope e divulgados os concorrentes a melhor filme no Oscar 2021: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Mank, Minari – Em Busca da Felicidade, Nomadland, Bela Vingança, Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Quais os destaques, entre esses escolhidos? Bem, Mank parece sair na ponta, com dez indicações. Mas, em premiações anteriores, o longa, que conta os bastidores da criação de Cidadão Kane e reabilita a figura do roteirista Herman Mankiewicz, tem sido muito indicado, mas não tem levado tantos prêmios. Como se as partes fossem todas boas, mas o conjunto, não. 

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Nomadland, com seis indicações, tem levado prêmios por onde tem passado. Seu aproveitamento é melhor. Pode ser considerado o favorito em diversas categorias, como melhor filme, direção (Chloé Zhao) e atriz (Frances McDormand). Coloca em foco os filhos perdidos da recessão nos Estados Unidos, que se deslocam, de forma incessante, em seus trailers, sem pousada fixa nem destino. É um registro factual e metáfora sobre o pesadelo em que se pode transformar o famoso “sonho americano”. Muito original, situa-se numa fronteira bem contemporânea, entre o documentário e a ficção. 

Judas e o Messias Negro é um filme forte sobre um caso de infiltrado entre os Panteras Negras que redundou no assassinato do líder Fred Hampton, interpretado por Daniel Kaluuya, que concorre a melhor ator coadjuvante. Pelo mesmo filme, e na mesma categoria, concorre LaKeith Stanfield. 

Os 7 de Chicago é outro filme com temática política, sobre uma manifestação contra a Guerra do Vietnã, em que sete ativistas são levados ao tribunal num julgamento de cartas marcadas. É forte, intenso e bem interpretado. 

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Bela Vingança é um caso de mulher assediada que se dedica a punir a masculinidade tóxica. Com bela atuação de Carey Mulligan, tem agradado muito ao público, sobretudo a plateias jovens, pois em sintonia com o espírito do tempo. Sua diretora, Emerald Fennell, está indicada para a sua categoria. 

O Som do Silêncio, história de um baterista que fica surdo, também tem sido bem cotado. Talvez não tenha força para vencer nas principais categorias, mas deixa impressa sua marca. 

Tudo somado, entendo que Nomadland é o filme a ser destacado. Mais completo, original e tocante, sem deixar de ser reflexivo, tem tudo para vencer. Mas há também Minari – Em Busca da Felicidade, que corre por fora. É uma história bonita, a saga de imigrantes da Coreia e suas dificuldades de adaptação. Falado em coreano a maior parte do tempo, é produção norte-americana e passa-se inteiramente nos Estados Unidos. Pode surpreender. 

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Por fim, uma palavra sobre a categoria melhor documentário, que apresenta uma bela seleção de concorrentes. Entre eles, o criativo chileno The Mole Agent (Agente Duplo), uma maneira superoriginal (e bem-humorada) de registrar a vida numa clínica de idosos. Collective é um filme-denúncia sobre um caso rumoroso de corrupção na saúde pública que causou a morte de várias pessoas na Romênia. Crip Camp – Revolução pela Inclusão revisita um acampamento dos anos 1960 que reabilitava pessoas com deficiência dando-lhes melhores condições de vida. Time é a história de uma mulher que luta para tirar seu marido da prisão, condenado a 60 anos de encarceramento por roubo a banco. E Professor Polvo é um encantador filme de natureza que mostra um mergulhador tentando se aproximar de um polvo ao longo de um ano de paciente convivência. A competição equilibrada, mas a torcida fica para Agente Duplo, diferente entre todos, humano e divertido. / Luiz Zanin Oricchio

Num ano difícil para o cinema e para o mundo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas faz história com várias indicações inéditas e algumas surpresas. Pela primeira vez, duas mulheres concorrem ao Oscar de melhor direção no mesmo ano: Chloé Zhao por Nomadland e Emerald Fennell por Bela Vingança. Chinesa, Zhao também é a primeira mulher não branca a disputar a estatueta na categoria. As duas são apenas a sexta e a sétima mulheres a concorrer por direção, depois de Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas, em 1977), Jane Campion (O Piano, 1993), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros, 2003), Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, 2009) e Greta Gerwig (Lady Bird, 2017). Bigelow é a única vencedora. 

Gary Oldman é Herman Mankiewicz em 'Mank' Foto: Gisele Schmid - Netflix.

Chloé Zhao também é a primeira mulher a concorrer em quatro categorias no mesmo ano: filme, direção, edição e roteiro adaptado.  Outra surpresa da categoria melhor direção foi a indicação do dinamarquês Thomas Vinterberg por Druk – Mais uma Rodada, que também disputa o Oscar de filme internacional. Ele parece ter tomado o lugar de um suposto favorito, Aaron Sorkin, por Os 7 de Chicago. Lee Isaac Chung é o primeiro diretor de origem asiática nascido nos Estados Unidos a concorrer, por Minari – Em Busca da Felicidade. Completa a categoria David Fincher, em sua terceira disputa, por Mank

No anúncio da manhã de segunda (15), o casal Priyanka Chopra Jonas e Nick Jonas revelou ainda que 9 entre os 20 indicados nas categorias de atuação são pessoas não brancas, um avanço e tanto em relação ao ano passado, quando houve apenas uma concorrente negra – Cynthia Erivo por Harriet. Steve Yeun é o primeiro americano de origem asiática a disputar o Oscar de melhor ator, por Minari. O inglês Riz Ahmed é o primeiro de origem paquistanesa e o primeiro muçulmano na categoria, por O Som do Silêncio. O favorito é Chadwick Boseman, o primeiro ator negro a concorrer postumamente, por A Voz Suprema do Blues. Dois veteranos completam a lista: Gary Oldman, por Mank, e Anthony Hopkins, por Meu Pai

Na categoria melhor ator coadjuvante, a surpresa foi LaKeith Stanfield, que fez campanha como ator principal por Judas e o Messias Negro. Ele concorre à estatueta com seu companheiro de elenco Daniel Kaluuya, que parecia o favorito até aqui. A indicação dos dois como coadjuvantes levanta a questão de quem é o protagonista do longa. Leslie Odom Jr., de Uma Noite em Miami, é o terceiro ator negro na disputa – ele também foi indicado para o Oscar de melhor canção, por Speak Now. Os outros dois atores coadjuvantes na corrida são Paul Raci, por O Som do Silêncio, e Sacha Baron Cohen, por Os 7 de Chicago

Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) e Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday) são concorrentes ao lado de três atrizes brancas: as inglesas Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) e Carey Mulligan (Bela Vingança), e a americana Frances McDormand (Nomadland).  Entre as coadjuvantes, a sul-coreana Yuh-Jung Youn (Minari) também entra para a história como a primeira de seu país indicada para a categoria, um feito que nem as atrizes de Parasita conseguiram no ano passado. Maria Bakalova (Borat 2: Fita de Cinema Seguinte) é a primeira atriz búlgara a concorrer. Completam a lista Glenn Close (Era uma Vez um Sonho), Olivia Colman (Meu Pai) e Amanda Seyfried (Mank). É a oitava indicação de Close, que nunca levou um Oscar e concorre ao Framboesa de Ouro pelo mesmo papel. Jodie Foster, que surpreendeu ao vencer o Globo de Ouro por The Mauritanian, ficou de fora. 

Outro destaque é o romeno Collective, que concorre em duas categorias: melhor documentário e melhor filme internacional.  Neste ano, os indicados para o Oscar de melhor filme são apenas oito: Bela Vingança, de Emerald Fennell; Judas e o Messias Negro, de Shaka King; Mank, de David Fincher; Meu Pai, de Florian Zeller; Minari – Em Busca da Felicidade, de Lee Isaac Chung; Nomadland, de Chloé Zhao; O Som do Silêncio, de Darius Marder; e Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin. Como os cinemas ficaram fechados nos principais mercados americanos a maior parte do ano, apenas três dos oito concorrentes não foram lançados no streaming ou concomitantemente nas salas abertas e no streaming: Meu Pai, Minari e Bela Vingança.

Mank lidera em número de indicações, com dez. Curiosamente, o filme, que fala sobre o roteirista de Cidadão Kane e foi escrito por Jack Fincher, pai do diretor David Fincher, não concorre ao prêmio de roteiro original. Em seguida, com seis indicações cada um, aparecem Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Minari, Nomadland, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Mas isso não significa que Mank seja o favorito. 

Depois de dois anos (2015 e 2016) em que a hashtag #OscarsSoWhite dominou as conversas sobre a premiação, a Academia resolveu se mexer e diversificar seus membros, passando de 25% de mulheres em 2015 para 33% em 2020 e de 10% de não brancos em 2015 para 19% em 2020. É possível que as indicações deste ano sejam um reflexo disso – e também da produção mais diversificada. Mas também é capaz de ser apenas um ponto fora da curva de um ano para lá de atípico. Esperemos que não. 

ANÁLISE: ‘NORMADLAND’ É MAIS ORIGINAL, MAS 'MINARI' CORRE POR FORA

Aberto o envelope e divulgados os concorrentes a melhor filme no Oscar 2021: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Mank, Minari – Em Busca da Felicidade, Nomadland, Bela Vingança, Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Quais os destaques, entre esses escolhidos? Bem, Mank parece sair na ponta, com dez indicações. Mas, em premiações anteriores, o longa, que conta os bastidores da criação de Cidadão Kane e reabilita a figura do roteirista Herman Mankiewicz, tem sido muito indicado, mas não tem levado tantos prêmios. Como se as partes fossem todas boas, mas o conjunto, não. 

Nomadland, com seis indicações, tem levado prêmios por onde tem passado. Seu aproveitamento é melhor. Pode ser considerado o favorito em diversas categorias, como melhor filme, direção (Chloé Zhao) e atriz (Frances McDormand). Coloca em foco os filhos perdidos da recessão nos Estados Unidos, que se deslocam, de forma incessante, em seus trailers, sem pousada fixa nem destino. É um registro factual e metáfora sobre o pesadelo em que se pode transformar o famoso “sonho americano”. Muito original, situa-se numa fronteira bem contemporânea, entre o documentário e a ficção. 

Judas e o Messias Negro é um filme forte sobre um caso de infiltrado entre os Panteras Negras que redundou no assassinato do líder Fred Hampton, interpretado por Daniel Kaluuya, que concorre a melhor ator coadjuvante. Pelo mesmo filme, e na mesma categoria, concorre LaKeith Stanfield. 

Os 7 de Chicago é outro filme com temática política, sobre uma manifestação contra a Guerra do Vietnã, em que sete ativistas são levados ao tribunal num julgamento de cartas marcadas. É forte, intenso e bem interpretado. 

Bela Vingança é um caso de mulher assediada que se dedica a punir a masculinidade tóxica. Com bela atuação de Carey Mulligan, tem agradado muito ao público, sobretudo a plateias jovens, pois em sintonia com o espírito do tempo. Sua diretora, Emerald Fennell, está indicada para a sua categoria. 

O Som do Silêncio, história de um baterista que fica surdo, também tem sido bem cotado. Talvez não tenha força para vencer nas principais categorias, mas deixa impressa sua marca. 

Tudo somado, entendo que Nomadland é o filme a ser destacado. Mais completo, original e tocante, sem deixar de ser reflexivo, tem tudo para vencer. Mas há também Minari – Em Busca da Felicidade, que corre por fora. É uma história bonita, a saga de imigrantes da Coreia e suas dificuldades de adaptação. Falado em coreano a maior parte do tempo, é produção norte-americana e passa-se inteiramente nos Estados Unidos. Pode surpreender. 

Por fim, uma palavra sobre a categoria melhor documentário, que apresenta uma bela seleção de concorrentes. Entre eles, o criativo chileno The Mole Agent (Agente Duplo), uma maneira superoriginal (e bem-humorada) de registrar a vida numa clínica de idosos. Collective é um filme-denúncia sobre um caso rumoroso de corrupção na saúde pública que causou a morte de várias pessoas na Romênia. Crip Camp – Revolução pela Inclusão revisita um acampamento dos anos 1960 que reabilitava pessoas com deficiência dando-lhes melhores condições de vida. Time é a história de uma mulher que luta para tirar seu marido da prisão, condenado a 60 anos de encarceramento por roubo a banco. E Professor Polvo é um encantador filme de natureza que mostra um mergulhador tentando se aproximar de um polvo ao longo de um ano de paciente convivência. A competição equilibrada, mas a torcida fica para Agente Duplo, diferente entre todos, humano e divertido. / Luiz Zanin Oricchio

Num ano difícil para o cinema e para o mundo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas faz história com várias indicações inéditas e algumas surpresas. Pela primeira vez, duas mulheres concorrem ao Oscar de melhor direção no mesmo ano: Chloé Zhao por Nomadland e Emerald Fennell por Bela Vingança. Chinesa, Zhao também é a primeira mulher não branca a disputar a estatueta na categoria. As duas são apenas a sexta e a sétima mulheres a concorrer por direção, depois de Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas, em 1977), Jane Campion (O Piano, 1993), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros, 2003), Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, 2009) e Greta Gerwig (Lady Bird, 2017). Bigelow é a única vencedora. 

Gary Oldman é Herman Mankiewicz em 'Mank' Foto: Gisele Schmid - Netflix.

Chloé Zhao também é a primeira mulher a concorrer em quatro categorias no mesmo ano: filme, direção, edição e roteiro adaptado.  Outra surpresa da categoria melhor direção foi a indicação do dinamarquês Thomas Vinterberg por Druk – Mais uma Rodada, que também disputa o Oscar de filme internacional. Ele parece ter tomado o lugar de um suposto favorito, Aaron Sorkin, por Os 7 de Chicago. Lee Isaac Chung é o primeiro diretor de origem asiática nascido nos Estados Unidos a concorrer, por Minari – Em Busca da Felicidade. Completa a categoria David Fincher, em sua terceira disputa, por Mank

No anúncio da manhã de segunda (15), o casal Priyanka Chopra Jonas e Nick Jonas revelou ainda que 9 entre os 20 indicados nas categorias de atuação são pessoas não brancas, um avanço e tanto em relação ao ano passado, quando houve apenas uma concorrente negra – Cynthia Erivo por Harriet. Steve Yeun é o primeiro americano de origem asiática a disputar o Oscar de melhor ator, por Minari. O inglês Riz Ahmed é o primeiro de origem paquistanesa e o primeiro muçulmano na categoria, por O Som do Silêncio. O favorito é Chadwick Boseman, o primeiro ator negro a concorrer postumamente, por A Voz Suprema do Blues. Dois veteranos completam a lista: Gary Oldman, por Mank, e Anthony Hopkins, por Meu Pai

Na categoria melhor ator coadjuvante, a surpresa foi LaKeith Stanfield, que fez campanha como ator principal por Judas e o Messias Negro. Ele concorre à estatueta com seu companheiro de elenco Daniel Kaluuya, que parecia o favorito até aqui. A indicação dos dois como coadjuvantes levanta a questão de quem é o protagonista do longa. Leslie Odom Jr., de Uma Noite em Miami, é o terceiro ator negro na disputa – ele também foi indicado para o Oscar de melhor canção, por Speak Now. Os outros dois atores coadjuvantes na corrida são Paul Raci, por O Som do Silêncio, e Sacha Baron Cohen, por Os 7 de Chicago

Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) e Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday) são concorrentes ao lado de três atrizes brancas: as inglesas Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) e Carey Mulligan (Bela Vingança), e a americana Frances McDormand (Nomadland).  Entre as coadjuvantes, a sul-coreana Yuh-Jung Youn (Minari) também entra para a história como a primeira de seu país indicada para a categoria, um feito que nem as atrizes de Parasita conseguiram no ano passado. Maria Bakalova (Borat 2: Fita de Cinema Seguinte) é a primeira atriz búlgara a concorrer. Completam a lista Glenn Close (Era uma Vez um Sonho), Olivia Colman (Meu Pai) e Amanda Seyfried (Mank). É a oitava indicação de Close, que nunca levou um Oscar e concorre ao Framboesa de Ouro pelo mesmo papel. Jodie Foster, que surpreendeu ao vencer o Globo de Ouro por The Mauritanian, ficou de fora. 

Outro destaque é o romeno Collective, que concorre em duas categorias: melhor documentário e melhor filme internacional.  Neste ano, os indicados para o Oscar de melhor filme são apenas oito: Bela Vingança, de Emerald Fennell; Judas e o Messias Negro, de Shaka King; Mank, de David Fincher; Meu Pai, de Florian Zeller; Minari – Em Busca da Felicidade, de Lee Isaac Chung; Nomadland, de Chloé Zhao; O Som do Silêncio, de Darius Marder; e Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin. Como os cinemas ficaram fechados nos principais mercados americanos a maior parte do ano, apenas três dos oito concorrentes não foram lançados no streaming ou concomitantemente nas salas abertas e no streaming: Meu Pai, Minari e Bela Vingança.

Mank lidera em número de indicações, com dez. Curiosamente, o filme, que fala sobre o roteirista de Cidadão Kane e foi escrito por Jack Fincher, pai do diretor David Fincher, não concorre ao prêmio de roteiro original. Em seguida, com seis indicações cada um, aparecem Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Minari, Nomadland, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Mas isso não significa que Mank seja o favorito. 

Depois de dois anos (2015 e 2016) em que a hashtag #OscarsSoWhite dominou as conversas sobre a premiação, a Academia resolveu se mexer e diversificar seus membros, passando de 25% de mulheres em 2015 para 33% em 2020 e de 10% de não brancos em 2015 para 19% em 2020. É possível que as indicações deste ano sejam um reflexo disso – e também da produção mais diversificada. Mas também é capaz de ser apenas um ponto fora da curva de um ano para lá de atípico. Esperemos que não. 

ANÁLISE: ‘NORMADLAND’ É MAIS ORIGINAL, MAS 'MINARI' CORRE POR FORA

Aberto o envelope e divulgados os concorrentes a melhor filme no Oscar 2021: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Mank, Minari – Em Busca da Felicidade, Nomadland, Bela Vingança, Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Quais os destaques, entre esses escolhidos? Bem, Mank parece sair na ponta, com dez indicações. Mas, em premiações anteriores, o longa, que conta os bastidores da criação de Cidadão Kane e reabilita a figura do roteirista Herman Mankiewicz, tem sido muito indicado, mas não tem levado tantos prêmios. Como se as partes fossem todas boas, mas o conjunto, não. 

Nomadland, com seis indicações, tem levado prêmios por onde tem passado. Seu aproveitamento é melhor. Pode ser considerado o favorito em diversas categorias, como melhor filme, direção (Chloé Zhao) e atriz (Frances McDormand). Coloca em foco os filhos perdidos da recessão nos Estados Unidos, que se deslocam, de forma incessante, em seus trailers, sem pousada fixa nem destino. É um registro factual e metáfora sobre o pesadelo em que se pode transformar o famoso “sonho americano”. Muito original, situa-se numa fronteira bem contemporânea, entre o documentário e a ficção. 

Judas e o Messias Negro é um filme forte sobre um caso de infiltrado entre os Panteras Negras que redundou no assassinato do líder Fred Hampton, interpretado por Daniel Kaluuya, que concorre a melhor ator coadjuvante. Pelo mesmo filme, e na mesma categoria, concorre LaKeith Stanfield. 

Os 7 de Chicago é outro filme com temática política, sobre uma manifestação contra a Guerra do Vietnã, em que sete ativistas são levados ao tribunal num julgamento de cartas marcadas. É forte, intenso e bem interpretado. 

Bela Vingança é um caso de mulher assediada que se dedica a punir a masculinidade tóxica. Com bela atuação de Carey Mulligan, tem agradado muito ao público, sobretudo a plateias jovens, pois em sintonia com o espírito do tempo. Sua diretora, Emerald Fennell, está indicada para a sua categoria. 

O Som do Silêncio, história de um baterista que fica surdo, também tem sido bem cotado. Talvez não tenha força para vencer nas principais categorias, mas deixa impressa sua marca. 

Tudo somado, entendo que Nomadland é o filme a ser destacado. Mais completo, original e tocante, sem deixar de ser reflexivo, tem tudo para vencer. Mas há também Minari – Em Busca da Felicidade, que corre por fora. É uma história bonita, a saga de imigrantes da Coreia e suas dificuldades de adaptação. Falado em coreano a maior parte do tempo, é produção norte-americana e passa-se inteiramente nos Estados Unidos. Pode surpreender. 

Por fim, uma palavra sobre a categoria melhor documentário, que apresenta uma bela seleção de concorrentes. Entre eles, o criativo chileno The Mole Agent (Agente Duplo), uma maneira superoriginal (e bem-humorada) de registrar a vida numa clínica de idosos. Collective é um filme-denúncia sobre um caso rumoroso de corrupção na saúde pública que causou a morte de várias pessoas na Romênia. Crip Camp – Revolução pela Inclusão revisita um acampamento dos anos 1960 que reabilitava pessoas com deficiência dando-lhes melhores condições de vida. Time é a história de uma mulher que luta para tirar seu marido da prisão, condenado a 60 anos de encarceramento por roubo a banco. E Professor Polvo é um encantador filme de natureza que mostra um mergulhador tentando se aproximar de um polvo ao longo de um ano de paciente convivência. A competição equilibrada, mas a torcida fica para Agente Duplo, diferente entre todos, humano e divertido. / Luiz Zanin Oricchio

Num ano difícil para o cinema e para o mundo, a Academia de Artes e Ciências Cinematográficas faz história com várias indicações inéditas e algumas surpresas. Pela primeira vez, duas mulheres concorrem ao Oscar de melhor direção no mesmo ano: Chloé Zhao por Nomadland e Emerald Fennell por Bela Vingança. Chinesa, Zhao também é a primeira mulher não branca a disputar a estatueta na categoria. As duas são apenas a sexta e a sétima mulheres a concorrer por direção, depois de Lina Wertmüller (Pasqualino Sete Belezas, em 1977), Jane Campion (O Piano, 1993), Sofia Coppola (Encontros e Desencontros, 2003), Kathryn Bigelow (Guerra ao Terror, 2009) e Greta Gerwig (Lady Bird, 2017). Bigelow é a única vencedora. 

Gary Oldman é Herman Mankiewicz em 'Mank' Foto: Gisele Schmid - Netflix.

Chloé Zhao também é a primeira mulher a concorrer em quatro categorias no mesmo ano: filme, direção, edição e roteiro adaptado.  Outra surpresa da categoria melhor direção foi a indicação do dinamarquês Thomas Vinterberg por Druk – Mais uma Rodada, que também disputa o Oscar de filme internacional. Ele parece ter tomado o lugar de um suposto favorito, Aaron Sorkin, por Os 7 de Chicago. Lee Isaac Chung é o primeiro diretor de origem asiática nascido nos Estados Unidos a concorrer, por Minari – Em Busca da Felicidade. Completa a categoria David Fincher, em sua terceira disputa, por Mank

No anúncio da manhã de segunda (15), o casal Priyanka Chopra Jonas e Nick Jonas revelou ainda que 9 entre os 20 indicados nas categorias de atuação são pessoas não brancas, um avanço e tanto em relação ao ano passado, quando houve apenas uma concorrente negra – Cynthia Erivo por Harriet. Steve Yeun é o primeiro americano de origem asiática a disputar o Oscar de melhor ator, por Minari. O inglês Riz Ahmed é o primeiro de origem paquistanesa e o primeiro muçulmano na categoria, por O Som do Silêncio. O favorito é Chadwick Boseman, o primeiro ator negro a concorrer postumamente, por A Voz Suprema do Blues. Dois veteranos completam a lista: Gary Oldman, por Mank, e Anthony Hopkins, por Meu Pai

Na categoria melhor ator coadjuvante, a surpresa foi LaKeith Stanfield, que fez campanha como ator principal por Judas e o Messias Negro. Ele concorre à estatueta com seu companheiro de elenco Daniel Kaluuya, que parecia o favorito até aqui. A indicação dos dois como coadjuvantes levanta a questão de quem é o protagonista do longa. Leslie Odom Jr., de Uma Noite em Miami, é o terceiro ator negro na disputa – ele também foi indicado para o Oscar de melhor canção, por Speak Now. Os outros dois atores coadjuvantes na corrida são Paul Raci, por O Som do Silêncio, e Sacha Baron Cohen, por Os 7 de Chicago

Viola Davis (A Voz Suprema do Blues) e Andra Day (Estados Unidos vs. Billie Holiday) são concorrentes ao lado de três atrizes brancas: as inglesas Vanessa Kirby (Pieces of a Woman) e Carey Mulligan (Bela Vingança), e a americana Frances McDormand (Nomadland).  Entre as coadjuvantes, a sul-coreana Yuh-Jung Youn (Minari) também entra para a história como a primeira de seu país indicada para a categoria, um feito que nem as atrizes de Parasita conseguiram no ano passado. Maria Bakalova (Borat 2: Fita de Cinema Seguinte) é a primeira atriz búlgara a concorrer. Completam a lista Glenn Close (Era uma Vez um Sonho), Olivia Colman (Meu Pai) e Amanda Seyfried (Mank). É a oitava indicação de Close, que nunca levou um Oscar e concorre ao Framboesa de Ouro pelo mesmo papel. Jodie Foster, que surpreendeu ao vencer o Globo de Ouro por The Mauritanian, ficou de fora. 

Outro destaque é o romeno Collective, que concorre em duas categorias: melhor documentário e melhor filme internacional.  Neste ano, os indicados para o Oscar de melhor filme são apenas oito: Bela Vingança, de Emerald Fennell; Judas e o Messias Negro, de Shaka King; Mank, de David Fincher; Meu Pai, de Florian Zeller; Minari – Em Busca da Felicidade, de Lee Isaac Chung; Nomadland, de Chloé Zhao; O Som do Silêncio, de Darius Marder; e Os 7 de Chicago, de Aaron Sorkin. Como os cinemas ficaram fechados nos principais mercados americanos a maior parte do ano, apenas três dos oito concorrentes não foram lançados no streaming ou concomitantemente nas salas abertas e no streaming: Meu Pai, Minari e Bela Vingança.

Mank lidera em número de indicações, com dez. Curiosamente, o filme, que fala sobre o roteirista de Cidadão Kane e foi escrito por Jack Fincher, pai do diretor David Fincher, não concorre ao prêmio de roteiro original. Em seguida, com seis indicações cada um, aparecem Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Minari, Nomadland, O Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Mas isso não significa que Mank seja o favorito. 

Depois de dois anos (2015 e 2016) em que a hashtag #OscarsSoWhite dominou as conversas sobre a premiação, a Academia resolveu se mexer e diversificar seus membros, passando de 25% de mulheres em 2015 para 33% em 2020 e de 10% de não brancos em 2015 para 19% em 2020. É possível que as indicações deste ano sejam um reflexo disso – e também da produção mais diversificada. Mas também é capaz de ser apenas um ponto fora da curva de um ano para lá de atípico. Esperemos que não. 

ANÁLISE: ‘NORMADLAND’ É MAIS ORIGINAL, MAS 'MINARI' CORRE POR FORA

Aberto o envelope e divulgados os concorrentes a melhor filme no Oscar 2021: Meu Pai, Judas e o Messias Negro, Mank, Minari – Em Busca da Felicidade, Nomadland, Bela Vingança, Som do Silêncio e Os 7 de Chicago. Quais os destaques, entre esses escolhidos? Bem, Mank parece sair na ponta, com dez indicações. Mas, em premiações anteriores, o longa, que conta os bastidores da criação de Cidadão Kane e reabilita a figura do roteirista Herman Mankiewicz, tem sido muito indicado, mas não tem levado tantos prêmios. Como se as partes fossem todas boas, mas o conjunto, não. 

Nomadland, com seis indicações, tem levado prêmios por onde tem passado. Seu aproveitamento é melhor. Pode ser considerado o favorito em diversas categorias, como melhor filme, direção (Chloé Zhao) e atriz (Frances McDormand). Coloca em foco os filhos perdidos da recessão nos Estados Unidos, que se deslocam, de forma incessante, em seus trailers, sem pousada fixa nem destino. É um registro factual e metáfora sobre o pesadelo em que se pode transformar o famoso “sonho americano”. Muito original, situa-se numa fronteira bem contemporânea, entre o documentário e a ficção. 

Judas e o Messias Negro é um filme forte sobre um caso de infiltrado entre os Panteras Negras que redundou no assassinato do líder Fred Hampton, interpretado por Daniel Kaluuya, que concorre a melhor ator coadjuvante. Pelo mesmo filme, e na mesma categoria, concorre LaKeith Stanfield. 

Os 7 de Chicago é outro filme com temática política, sobre uma manifestação contra a Guerra do Vietnã, em que sete ativistas são levados ao tribunal num julgamento de cartas marcadas. É forte, intenso e bem interpretado. 

Bela Vingança é um caso de mulher assediada que se dedica a punir a masculinidade tóxica. Com bela atuação de Carey Mulligan, tem agradado muito ao público, sobretudo a plateias jovens, pois em sintonia com o espírito do tempo. Sua diretora, Emerald Fennell, está indicada para a sua categoria. 

O Som do Silêncio, história de um baterista que fica surdo, também tem sido bem cotado. Talvez não tenha força para vencer nas principais categorias, mas deixa impressa sua marca. 

Tudo somado, entendo que Nomadland é o filme a ser destacado. Mais completo, original e tocante, sem deixar de ser reflexivo, tem tudo para vencer. Mas há também Minari – Em Busca da Felicidade, que corre por fora. É uma história bonita, a saga de imigrantes da Coreia e suas dificuldades de adaptação. Falado em coreano a maior parte do tempo, é produção norte-americana e passa-se inteiramente nos Estados Unidos. Pode surpreender. 

Por fim, uma palavra sobre a categoria melhor documentário, que apresenta uma bela seleção de concorrentes. Entre eles, o criativo chileno The Mole Agent (Agente Duplo), uma maneira superoriginal (e bem-humorada) de registrar a vida numa clínica de idosos. Collective é um filme-denúncia sobre um caso rumoroso de corrupção na saúde pública que causou a morte de várias pessoas na Romênia. Crip Camp – Revolução pela Inclusão revisita um acampamento dos anos 1960 que reabilitava pessoas com deficiência dando-lhes melhores condições de vida. Time é a história de uma mulher que luta para tirar seu marido da prisão, condenado a 60 anos de encarceramento por roubo a banco. E Professor Polvo é um encantador filme de natureza que mostra um mergulhador tentando se aproximar de um polvo ao longo de um ano de paciente convivência. A competição equilibrada, mas a torcida fica para Agente Duplo, diferente entre todos, humano e divertido. / Luiz Zanin Oricchio

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