Pai e filha numa viagem de descoberta em 'A Viagem de Meu Pai'


Filme de Le Guay nasceu do desejo do diretor de filmar com Rochefort

Por Luiz Carlos Merten

Na véspera do Dia dos Pais – domingo, 14 –, uma boa alternativa pode ser o filme francês A Viagem de Meu Pai, de Philippe Le Guay, que estreou na quinta, 11. O longa integrou a programação do Festival Varilux do Cinema Francês, há dois meses. Trouxe ao Brasil o diretor. Ator, roteirista e diretor, é conhecido do público brasileiro pelos filmes que realizou – As Mulheres do 6.º Andar e Pedalando com Molière. Viagem – o título original é Floride – nasceu do seu desejo de trabalhar com Jean Rochefort.

“Jean é uma instituição do cinema francês. Fez todos aqueles que fizeram história, desde os anos 1960... Cartouche (de Philippe De Broca), L’Horloger de Saint Paul e Que la Fête Commence (Bertrand Tavernier), O Marido da Cabeleireira e Ridicule (Patrice Leconte). Sempre quis trabalhar com ele, porque é um ator imenso. Sandrine Kiberlain, que é amiga de Jean há 15 anos, também, nunca havia filmado com ele. Pensei comigo – por que não juntar os dois? Só precisava de uma boa história, e as boas histórias não são difíceis quando você escreve para atores que sabe que farão com brilho não importa o quê”, explicou o diretor numa entrevista realizada no Rio.

A Viagem de Meu Pai Foto: Divulgação
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A Viagem de Meu Pai é sobre um octogenário que está perdendo a memória. Ele tem uma cuidadora, mas isso não diminui a preocupação da filha, empresária de sucesso, que está atravessando um momento difícil. O filho emancipou-se e ela está carente e com mais tempo livre. Neste quadro, e apesar das confusões que o pai arma, ela resiste à ideia de interná-lo e, pelo contrário, o acompanha na viagem do título. Será uma dupla jornada para ambos, física e emocional, permeada de descobertas, e revelações. “Como Sandrine e Jean já se conheciam, e admiravam, havia grande cumplicidade entre os dois. Jean é como um pai para ela, na vida, e na ficção a personagem dela vive reagindo ao que ele faz. Ele empurra a narrativa, ela segue atrás, e a questão era – até onde Jean terá de ir para reverter o masoquismo de Sandrine, fazendo-a se revoltar contra o pai? Pois ele é seu grande problema na vida. Sem essa revolta, e o choque, não haveria superação.”

O filme possui a estrutura mais complexa entre os realizados por Le Guay. Enquanto os anteriores são lineares, Viagem recorre a flash-backs, que remontam à época da guerra, e adota interessantes soluções de montagem paralela. Mas, na essência, há uma espécie de contradição entre o título e o imobilismo do pai. A viagem frustrada é para Miami, e Le Guay fez uma revelação inesperada para o repórter. “Quando era criança, havia um suco muito popular chamado Floride. Desde que me tornei cineasta, sabia que ia fazer um filme com esse título.”

Octogenário, como seu personagem, Rochefort nunca se queixou das condições da produção. “E ele é um grande contador de histórias. Outro talvez se isolasse no seu canto, se preparando para o próximo take, mas Jean adorava ter gente ao redor para ouvir suas histórias de bastidores.” E Sandrine? “Sandrine era casada com Fabrice Luchini em Mulheres do 6.º Andar. São dois atores extraordinários. Voltei a dirigi-lo em Pedalando com Molière e só esperava me reunir de novo com Sandrine. Deu certo. Como toda filmagem, tivemos nossas dificuldades, mas a lembrança que fica é a de uma festa em família.”

Na véspera do Dia dos Pais – domingo, 14 –, uma boa alternativa pode ser o filme francês A Viagem de Meu Pai, de Philippe Le Guay, que estreou na quinta, 11. O longa integrou a programação do Festival Varilux do Cinema Francês, há dois meses. Trouxe ao Brasil o diretor. Ator, roteirista e diretor, é conhecido do público brasileiro pelos filmes que realizou – As Mulheres do 6.º Andar e Pedalando com Molière. Viagem – o título original é Floride – nasceu do seu desejo de trabalhar com Jean Rochefort.

“Jean é uma instituição do cinema francês. Fez todos aqueles que fizeram história, desde os anos 1960... Cartouche (de Philippe De Broca), L’Horloger de Saint Paul e Que la Fête Commence (Bertrand Tavernier), O Marido da Cabeleireira e Ridicule (Patrice Leconte). Sempre quis trabalhar com ele, porque é um ator imenso. Sandrine Kiberlain, que é amiga de Jean há 15 anos, também, nunca havia filmado com ele. Pensei comigo – por que não juntar os dois? Só precisava de uma boa história, e as boas histórias não são difíceis quando você escreve para atores que sabe que farão com brilho não importa o quê”, explicou o diretor numa entrevista realizada no Rio.

A Viagem de Meu Pai Foto: Divulgação

A Viagem de Meu Pai é sobre um octogenário que está perdendo a memória. Ele tem uma cuidadora, mas isso não diminui a preocupação da filha, empresária de sucesso, que está atravessando um momento difícil. O filho emancipou-se e ela está carente e com mais tempo livre. Neste quadro, e apesar das confusões que o pai arma, ela resiste à ideia de interná-lo e, pelo contrário, o acompanha na viagem do título. Será uma dupla jornada para ambos, física e emocional, permeada de descobertas, e revelações. “Como Sandrine e Jean já se conheciam, e admiravam, havia grande cumplicidade entre os dois. Jean é como um pai para ela, na vida, e na ficção a personagem dela vive reagindo ao que ele faz. Ele empurra a narrativa, ela segue atrás, e a questão era – até onde Jean terá de ir para reverter o masoquismo de Sandrine, fazendo-a se revoltar contra o pai? Pois ele é seu grande problema na vida. Sem essa revolta, e o choque, não haveria superação.”

O filme possui a estrutura mais complexa entre os realizados por Le Guay. Enquanto os anteriores são lineares, Viagem recorre a flash-backs, que remontam à época da guerra, e adota interessantes soluções de montagem paralela. Mas, na essência, há uma espécie de contradição entre o título e o imobilismo do pai. A viagem frustrada é para Miami, e Le Guay fez uma revelação inesperada para o repórter. “Quando era criança, havia um suco muito popular chamado Floride. Desde que me tornei cineasta, sabia que ia fazer um filme com esse título.”

Octogenário, como seu personagem, Rochefort nunca se queixou das condições da produção. “E ele é um grande contador de histórias. Outro talvez se isolasse no seu canto, se preparando para o próximo take, mas Jean adorava ter gente ao redor para ouvir suas histórias de bastidores.” E Sandrine? “Sandrine era casada com Fabrice Luchini em Mulheres do 6.º Andar. São dois atores extraordinários. Voltei a dirigi-lo em Pedalando com Molière e só esperava me reunir de novo com Sandrine. Deu certo. Como toda filmagem, tivemos nossas dificuldades, mas a lembrança que fica é a de uma festa em família.”

Na véspera do Dia dos Pais – domingo, 14 –, uma boa alternativa pode ser o filme francês A Viagem de Meu Pai, de Philippe Le Guay, que estreou na quinta, 11. O longa integrou a programação do Festival Varilux do Cinema Francês, há dois meses. Trouxe ao Brasil o diretor. Ator, roteirista e diretor, é conhecido do público brasileiro pelos filmes que realizou – As Mulheres do 6.º Andar e Pedalando com Molière. Viagem – o título original é Floride – nasceu do seu desejo de trabalhar com Jean Rochefort.

“Jean é uma instituição do cinema francês. Fez todos aqueles que fizeram história, desde os anos 1960... Cartouche (de Philippe De Broca), L’Horloger de Saint Paul e Que la Fête Commence (Bertrand Tavernier), O Marido da Cabeleireira e Ridicule (Patrice Leconte). Sempre quis trabalhar com ele, porque é um ator imenso. Sandrine Kiberlain, que é amiga de Jean há 15 anos, também, nunca havia filmado com ele. Pensei comigo – por que não juntar os dois? Só precisava de uma boa história, e as boas histórias não são difíceis quando você escreve para atores que sabe que farão com brilho não importa o quê”, explicou o diretor numa entrevista realizada no Rio.

A Viagem de Meu Pai Foto: Divulgação

A Viagem de Meu Pai é sobre um octogenário que está perdendo a memória. Ele tem uma cuidadora, mas isso não diminui a preocupação da filha, empresária de sucesso, que está atravessando um momento difícil. O filho emancipou-se e ela está carente e com mais tempo livre. Neste quadro, e apesar das confusões que o pai arma, ela resiste à ideia de interná-lo e, pelo contrário, o acompanha na viagem do título. Será uma dupla jornada para ambos, física e emocional, permeada de descobertas, e revelações. “Como Sandrine e Jean já se conheciam, e admiravam, havia grande cumplicidade entre os dois. Jean é como um pai para ela, na vida, e na ficção a personagem dela vive reagindo ao que ele faz. Ele empurra a narrativa, ela segue atrás, e a questão era – até onde Jean terá de ir para reverter o masoquismo de Sandrine, fazendo-a se revoltar contra o pai? Pois ele é seu grande problema na vida. Sem essa revolta, e o choque, não haveria superação.”

O filme possui a estrutura mais complexa entre os realizados por Le Guay. Enquanto os anteriores são lineares, Viagem recorre a flash-backs, que remontam à época da guerra, e adota interessantes soluções de montagem paralela. Mas, na essência, há uma espécie de contradição entre o título e o imobilismo do pai. A viagem frustrada é para Miami, e Le Guay fez uma revelação inesperada para o repórter. “Quando era criança, havia um suco muito popular chamado Floride. Desde que me tornei cineasta, sabia que ia fazer um filme com esse título.”

Octogenário, como seu personagem, Rochefort nunca se queixou das condições da produção. “E ele é um grande contador de histórias. Outro talvez se isolasse no seu canto, se preparando para o próximo take, mas Jean adorava ter gente ao redor para ouvir suas histórias de bastidores.” E Sandrine? “Sandrine era casada com Fabrice Luchini em Mulheres do 6.º Andar. São dois atores extraordinários. Voltei a dirigi-lo em Pedalando com Molière e só esperava me reunir de novo com Sandrine. Deu certo. Como toda filmagem, tivemos nossas dificuldades, mas a lembrança que fica é a de uma festa em família.”

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