‘Pobres Criaturas’, filme estranho e hilário com 11 indicações ao Oscar, é Frankenstein feminino


Fantasia cômica de Yorgos Lanthimos cheia de cena de sexo, motivo de críticas, estreia esta semana com Emma Stone no papel de mulher criada com cérebro de bebê e ‘que segue seus impulsos’, Willem Dafoe e Mark Ruffalo; leia entrevistas

Por Mariane Morisawa

As cenas de sexo e nudez de Pobres Criaturas, uma fantasia cômica vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza e que estreia nesta quinta-feira, 1º, no Brasil, não intimidaram a ainda conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O hilário filme dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone concorre ao Oscar 2024 em 11 categorias – apenas duas a menos que o favorito Oppenheimer, de Christopher Nolan (veja a lista completa). Stone ganhou o Critics Choice e o Globo de Ouro de atriz de comédia ou musical e é favorita, junto com Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese), ao Oscar deste ano na categoria.

Por causa dessas cenas, Stone foi considerada destemida. “Não sei se me considero assim”, disse a atriz em entrevista com a participação do Estadão, por videoconferência. “As pessoas falam muito do sexo e da nudez como se isso fosse a coisa mais corajosa que um ator pode fazer. Mas eu não concordo com isso, neste caso. O que é inspirador na personagem e intrigante de interpretá-la é que cada aspecto de sua vida é novo, e ela aprende com cada um deles, seja o sexo, a dança, a política, a filosofia ou a comida. Para mim, o sexo é parte do que acontece a uma pessoa que está se desenvolvendo rapidamente.”

Emma Stone em Pobres Criaturas, filme de Yorgos Lanthimos cotado para o Oscar que estreia no Brasil em fevereiro Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures
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A sinopse de Pobres Criaturas

A personagem Bella Baxter é uma espécie de versão feminina do monstro de Frankenstein, nesta adaptação do livro de Alasdair Gray. É uma mulher com cérebro de bebê, implantado pelo cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe), ele próprio alvo de experimentos de seu pai – daí seu rosto cheio de cicatrizes e corpo incapaz de fazer digestão, por exemplo. No início do filme, Bella movimenta-se de forma descoordenada e descreve o mundo com palavras imprecisas. Com o tempo, ela vai progredindo.

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Godwin controla a vida da filha/experimento, colocando o estudante Max McCandles (Ramy Youssef) para anotar cada evolução da moça. O controle de ambos, embora de certa forma amoroso, não vai ser suficiente para conter Bella, que começa a explorar seu universo particular – seu corpo – e acaba caindo no mundo com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, que disputa o Oscar de ator coadjuvante). Os dois vão a Lisboa e a Alexandria. Tudo embalado por muitos “pulos furiosos”, sua maneira particular de descrever o ato sexual. Chegando a Paris, cansada das tentativas de dominação de Duncan e precisando ganhar dinheiro, ela acaba no bordel de Swiney (Kathryn Hunter).

Ramy Youssef, Emma Stone, Vicki Pepperdine e Willem Dafoe em cena de Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

Yorgos Lanthimos e seus filmes estranhos

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O grego Yorgos Lanthimos tinha o projeto de adaptar a obra de Alasdair Gray, publicada em 1992, fazia uns 12 anos. Só depois do sucesso de A Favorita (2018), indicado a 10 Oscars e estrelado por Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, que ganhou a estatueta por sua interpretação, ele conseguiu tirar o projeto do papel.

Foi no set de A Favorita que Lanthimos começou a conversar com Emma Stone sobre Pobres Criaturas. “Ele me falou de Bella como essa pessoa que está criando sua própria vida do zero”, disse Stone. A personagem não tem as amarras impostas às pessoas – e mulheres mais especificamente – pelas normas da sociedade. “Eu sou normalmente muito preocupada e tendo a ser negativa. Mas a Bella não julga suas experiências como boas ou más. Para ela, tudo faz parte da vida. Ela é muito direta e honesta e segue seus impulsos sem questionar. Ela se ouve.”

Lanthimos é conhecido por fazer filmes esquisitos como Dente Canino (2009) e O Lagosta (2015) e criar mundos particulares. Em vez de reproduzir a Inglaterra vitoriana do século 19 que está na obra de Gray, ele optou pela fantasia. “Quis refletir a maneira como Bella enxerga as coisas e sua experiência”, disse o cineasta.

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Emma Stone e Mark Ruffalo foram indicados ao Oscar por atuação em Pobres Criaturas, que chega aos cinemas brasileiros Foto: Atsushi Nishijima

A Lisboa, a Paris e a Alexandria do filme foram recriadas em estúdio. Os figurinos fazem leve menção à era vitoriana, mas Bella nunca é vista em corseletes, por exemplo. Afinal, ela nunca aprendeu a se vestir como a sociedade manda. Seus longos cabelos estão sempre soltos, indomáveis, e a maquiagem por vezes parece feita por uma criança. Foram seis meses inventando o visual. O esforço foi recompensado com indicações ao Oscar em diversas categorias técnicas, como fotografia, design de produção, figurino, maquiagem e cabelo e montagem, além de filme, direção, atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

Sucesso de crítica e crítica do público

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O sucesso de Pobres Criaturas nas premiações vem acompanhado de muito barulho nas redes sociais, como costuma ser, especialmente com filmes que fogem do comum. Pode-se gostar ou não das obras de Yorgos Lanthimos, mas ele não é um cineasta fofinho. Gosta de provocar, de ser diferente.

Aqui, as cenas de nudez e sexo, em uma época em que elas são cada vez mais raras, já é um motivo para discussões acaloradas. Ter uma protagonista feminina em uma produção dirigida e escrita por homens também gera debates. Alguns consideraram que Pobres Criaturas tem o chamado “male gaze”, o “olhar masculino”, potencialmente explorando o corpo feminino para deleite das plateias de homens. Mas as cenas de sexo têm o estilo Yorgos Lanthimos de ser, com momentos absurdos, ridículos, engraçados, e, na verdade, pouco sensuais.

“Eu não tentei evitar nada. Sou homem e não posso fingir que não”, disse o diretor quando indagado sobre o “olhar masculino”. “Não consigo entender por que um homem não estaria interessado em contar essa história. Estamos justamente tentando chegar a um lugar onde os cineastas homens também estão interessados em entender as mulheres e as falhas e erros dos homens nas interações com elas. Eu acredito que minha experiência como homem torna os personagens masculinos do longa mais realistas na maneira como eles tentam controlar Bella ou na reação à liberdade dela, que consideram excessiva.”

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Emma Stone confessa ficar um pouco mais irritada do que o diretor e amigo com essa conversa. “Porque isso tira a minha agência”, disse. “Eu produzi o filme. Participei de cada etapa. Para mim era importante contar a história exatamente da maneira como fizemos. Sim, Yorgos é homem. Mas eu gostaria que as pessoas não desprezassem a minha participação na criação de Pobres Criaturas.” A atriz tem personalidade de sobra para fazer-se ouvir e não ser manipulada.

Não à toa, Emma Stone considera Bella Baxter, uma mulher que não liga para o que a sociedade pensa ou espera dela, uma grande inspiração. “Posso afirmar que eu comecei a agir como ela? Não. Mas adoraria que esse sentimento crescesse dentro de mim. E por isso Bella é a personagem favorita entre as que fiz ou até mesmo li. Imagine como deve ser legal viver como ela.”

As cenas de sexo e nudez de Pobres Criaturas, uma fantasia cômica vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza e que estreia nesta quinta-feira, 1º, no Brasil, não intimidaram a ainda conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O hilário filme dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone concorre ao Oscar 2024 em 11 categorias – apenas duas a menos que o favorito Oppenheimer, de Christopher Nolan (veja a lista completa). Stone ganhou o Critics Choice e o Globo de Ouro de atriz de comédia ou musical e é favorita, junto com Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese), ao Oscar deste ano na categoria.

Por causa dessas cenas, Stone foi considerada destemida. “Não sei se me considero assim”, disse a atriz em entrevista com a participação do Estadão, por videoconferência. “As pessoas falam muito do sexo e da nudez como se isso fosse a coisa mais corajosa que um ator pode fazer. Mas eu não concordo com isso, neste caso. O que é inspirador na personagem e intrigante de interpretá-la é que cada aspecto de sua vida é novo, e ela aprende com cada um deles, seja o sexo, a dança, a política, a filosofia ou a comida. Para mim, o sexo é parte do que acontece a uma pessoa que está se desenvolvendo rapidamente.”

Emma Stone em Pobres Criaturas, filme de Yorgos Lanthimos cotado para o Oscar que estreia no Brasil em fevereiro Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

A sinopse de Pobres Criaturas

A personagem Bella Baxter é uma espécie de versão feminina do monstro de Frankenstein, nesta adaptação do livro de Alasdair Gray. É uma mulher com cérebro de bebê, implantado pelo cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe), ele próprio alvo de experimentos de seu pai – daí seu rosto cheio de cicatrizes e corpo incapaz de fazer digestão, por exemplo. No início do filme, Bella movimenta-se de forma descoordenada e descreve o mundo com palavras imprecisas. Com o tempo, ela vai progredindo.

Godwin controla a vida da filha/experimento, colocando o estudante Max McCandles (Ramy Youssef) para anotar cada evolução da moça. O controle de ambos, embora de certa forma amoroso, não vai ser suficiente para conter Bella, que começa a explorar seu universo particular – seu corpo – e acaba caindo no mundo com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, que disputa o Oscar de ator coadjuvante). Os dois vão a Lisboa e a Alexandria. Tudo embalado por muitos “pulos furiosos”, sua maneira particular de descrever o ato sexual. Chegando a Paris, cansada das tentativas de dominação de Duncan e precisando ganhar dinheiro, ela acaba no bordel de Swiney (Kathryn Hunter).

Ramy Youssef, Emma Stone, Vicki Pepperdine e Willem Dafoe em cena de Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

Yorgos Lanthimos e seus filmes estranhos

O grego Yorgos Lanthimos tinha o projeto de adaptar a obra de Alasdair Gray, publicada em 1992, fazia uns 12 anos. Só depois do sucesso de A Favorita (2018), indicado a 10 Oscars e estrelado por Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, que ganhou a estatueta por sua interpretação, ele conseguiu tirar o projeto do papel.

Foi no set de A Favorita que Lanthimos começou a conversar com Emma Stone sobre Pobres Criaturas. “Ele me falou de Bella como essa pessoa que está criando sua própria vida do zero”, disse Stone. A personagem não tem as amarras impostas às pessoas – e mulheres mais especificamente – pelas normas da sociedade. “Eu sou normalmente muito preocupada e tendo a ser negativa. Mas a Bella não julga suas experiências como boas ou más. Para ela, tudo faz parte da vida. Ela é muito direta e honesta e segue seus impulsos sem questionar. Ela se ouve.”

Lanthimos é conhecido por fazer filmes esquisitos como Dente Canino (2009) e O Lagosta (2015) e criar mundos particulares. Em vez de reproduzir a Inglaterra vitoriana do século 19 que está na obra de Gray, ele optou pela fantasia. “Quis refletir a maneira como Bella enxerga as coisas e sua experiência”, disse o cineasta.

Emma Stone e Mark Ruffalo foram indicados ao Oscar por atuação em Pobres Criaturas, que chega aos cinemas brasileiros Foto: Atsushi Nishijima

A Lisboa, a Paris e a Alexandria do filme foram recriadas em estúdio. Os figurinos fazem leve menção à era vitoriana, mas Bella nunca é vista em corseletes, por exemplo. Afinal, ela nunca aprendeu a se vestir como a sociedade manda. Seus longos cabelos estão sempre soltos, indomáveis, e a maquiagem por vezes parece feita por uma criança. Foram seis meses inventando o visual. O esforço foi recompensado com indicações ao Oscar em diversas categorias técnicas, como fotografia, design de produção, figurino, maquiagem e cabelo e montagem, além de filme, direção, atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

Sucesso de crítica e crítica do público

O sucesso de Pobres Criaturas nas premiações vem acompanhado de muito barulho nas redes sociais, como costuma ser, especialmente com filmes que fogem do comum. Pode-se gostar ou não das obras de Yorgos Lanthimos, mas ele não é um cineasta fofinho. Gosta de provocar, de ser diferente.

Aqui, as cenas de nudez e sexo, em uma época em que elas são cada vez mais raras, já é um motivo para discussões acaloradas. Ter uma protagonista feminina em uma produção dirigida e escrita por homens também gera debates. Alguns consideraram que Pobres Criaturas tem o chamado “male gaze”, o “olhar masculino”, potencialmente explorando o corpo feminino para deleite das plateias de homens. Mas as cenas de sexo têm o estilo Yorgos Lanthimos de ser, com momentos absurdos, ridículos, engraçados, e, na verdade, pouco sensuais.

“Eu não tentei evitar nada. Sou homem e não posso fingir que não”, disse o diretor quando indagado sobre o “olhar masculino”. “Não consigo entender por que um homem não estaria interessado em contar essa história. Estamos justamente tentando chegar a um lugar onde os cineastas homens também estão interessados em entender as mulheres e as falhas e erros dos homens nas interações com elas. Eu acredito que minha experiência como homem torna os personagens masculinos do longa mais realistas na maneira como eles tentam controlar Bella ou na reação à liberdade dela, que consideram excessiva.”

Emma Stone confessa ficar um pouco mais irritada do que o diretor e amigo com essa conversa. “Porque isso tira a minha agência”, disse. “Eu produzi o filme. Participei de cada etapa. Para mim era importante contar a história exatamente da maneira como fizemos. Sim, Yorgos é homem. Mas eu gostaria que as pessoas não desprezassem a minha participação na criação de Pobres Criaturas.” A atriz tem personalidade de sobra para fazer-se ouvir e não ser manipulada.

Não à toa, Emma Stone considera Bella Baxter, uma mulher que não liga para o que a sociedade pensa ou espera dela, uma grande inspiração. “Posso afirmar que eu comecei a agir como ela? Não. Mas adoraria que esse sentimento crescesse dentro de mim. E por isso Bella é a personagem favorita entre as que fiz ou até mesmo li. Imagine como deve ser legal viver como ela.”

As cenas de sexo e nudez de Pobres Criaturas, uma fantasia cômica vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza e que estreia nesta quinta-feira, 1º, no Brasil, não intimidaram a ainda conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O hilário filme dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone concorre ao Oscar 2024 em 11 categorias – apenas duas a menos que o favorito Oppenheimer, de Christopher Nolan (veja a lista completa). Stone ganhou o Critics Choice e o Globo de Ouro de atriz de comédia ou musical e é favorita, junto com Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese), ao Oscar deste ano na categoria.

Por causa dessas cenas, Stone foi considerada destemida. “Não sei se me considero assim”, disse a atriz em entrevista com a participação do Estadão, por videoconferência. “As pessoas falam muito do sexo e da nudez como se isso fosse a coisa mais corajosa que um ator pode fazer. Mas eu não concordo com isso, neste caso. O que é inspirador na personagem e intrigante de interpretá-la é que cada aspecto de sua vida é novo, e ela aprende com cada um deles, seja o sexo, a dança, a política, a filosofia ou a comida. Para mim, o sexo é parte do que acontece a uma pessoa que está se desenvolvendo rapidamente.”

Emma Stone em Pobres Criaturas, filme de Yorgos Lanthimos cotado para o Oscar que estreia no Brasil em fevereiro Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

A sinopse de Pobres Criaturas

A personagem Bella Baxter é uma espécie de versão feminina do monstro de Frankenstein, nesta adaptação do livro de Alasdair Gray. É uma mulher com cérebro de bebê, implantado pelo cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe), ele próprio alvo de experimentos de seu pai – daí seu rosto cheio de cicatrizes e corpo incapaz de fazer digestão, por exemplo. No início do filme, Bella movimenta-se de forma descoordenada e descreve o mundo com palavras imprecisas. Com o tempo, ela vai progredindo.

Godwin controla a vida da filha/experimento, colocando o estudante Max McCandles (Ramy Youssef) para anotar cada evolução da moça. O controle de ambos, embora de certa forma amoroso, não vai ser suficiente para conter Bella, que começa a explorar seu universo particular – seu corpo – e acaba caindo no mundo com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, que disputa o Oscar de ator coadjuvante). Os dois vão a Lisboa e a Alexandria. Tudo embalado por muitos “pulos furiosos”, sua maneira particular de descrever o ato sexual. Chegando a Paris, cansada das tentativas de dominação de Duncan e precisando ganhar dinheiro, ela acaba no bordel de Swiney (Kathryn Hunter).

Ramy Youssef, Emma Stone, Vicki Pepperdine e Willem Dafoe em cena de Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

Yorgos Lanthimos e seus filmes estranhos

O grego Yorgos Lanthimos tinha o projeto de adaptar a obra de Alasdair Gray, publicada em 1992, fazia uns 12 anos. Só depois do sucesso de A Favorita (2018), indicado a 10 Oscars e estrelado por Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, que ganhou a estatueta por sua interpretação, ele conseguiu tirar o projeto do papel.

Foi no set de A Favorita que Lanthimos começou a conversar com Emma Stone sobre Pobres Criaturas. “Ele me falou de Bella como essa pessoa que está criando sua própria vida do zero”, disse Stone. A personagem não tem as amarras impostas às pessoas – e mulheres mais especificamente – pelas normas da sociedade. “Eu sou normalmente muito preocupada e tendo a ser negativa. Mas a Bella não julga suas experiências como boas ou más. Para ela, tudo faz parte da vida. Ela é muito direta e honesta e segue seus impulsos sem questionar. Ela se ouve.”

Lanthimos é conhecido por fazer filmes esquisitos como Dente Canino (2009) e O Lagosta (2015) e criar mundos particulares. Em vez de reproduzir a Inglaterra vitoriana do século 19 que está na obra de Gray, ele optou pela fantasia. “Quis refletir a maneira como Bella enxerga as coisas e sua experiência”, disse o cineasta.

Emma Stone e Mark Ruffalo foram indicados ao Oscar por atuação em Pobres Criaturas, que chega aos cinemas brasileiros Foto: Atsushi Nishijima

A Lisboa, a Paris e a Alexandria do filme foram recriadas em estúdio. Os figurinos fazem leve menção à era vitoriana, mas Bella nunca é vista em corseletes, por exemplo. Afinal, ela nunca aprendeu a se vestir como a sociedade manda. Seus longos cabelos estão sempre soltos, indomáveis, e a maquiagem por vezes parece feita por uma criança. Foram seis meses inventando o visual. O esforço foi recompensado com indicações ao Oscar em diversas categorias técnicas, como fotografia, design de produção, figurino, maquiagem e cabelo e montagem, além de filme, direção, atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

Sucesso de crítica e crítica do público

O sucesso de Pobres Criaturas nas premiações vem acompanhado de muito barulho nas redes sociais, como costuma ser, especialmente com filmes que fogem do comum. Pode-se gostar ou não das obras de Yorgos Lanthimos, mas ele não é um cineasta fofinho. Gosta de provocar, de ser diferente.

Aqui, as cenas de nudez e sexo, em uma época em que elas são cada vez mais raras, já é um motivo para discussões acaloradas. Ter uma protagonista feminina em uma produção dirigida e escrita por homens também gera debates. Alguns consideraram que Pobres Criaturas tem o chamado “male gaze”, o “olhar masculino”, potencialmente explorando o corpo feminino para deleite das plateias de homens. Mas as cenas de sexo têm o estilo Yorgos Lanthimos de ser, com momentos absurdos, ridículos, engraçados, e, na verdade, pouco sensuais.

“Eu não tentei evitar nada. Sou homem e não posso fingir que não”, disse o diretor quando indagado sobre o “olhar masculino”. “Não consigo entender por que um homem não estaria interessado em contar essa história. Estamos justamente tentando chegar a um lugar onde os cineastas homens também estão interessados em entender as mulheres e as falhas e erros dos homens nas interações com elas. Eu acredito que minha experiência como homem torna os personagens masculinos do longa mais realistas na maneira como eles tentam controlar Bella ou na reação à liberdade dela, que consideram excessiva.”

Emma Stone confessa ficar um pouco mais irritada do que o diretor e amigo com essa conversa. “Porque isso tira a minha agência”, disse. “Eu produzi o filme. Participei de cada etapa. Para mim era importante contar a história exatamente da maneira como fizemos. Sim, Yorgos é homem. Mas eu gostaria que as pessoas não desprezassem a minha participação na criação de Pobres Criaturas.” A atriz tem personalidade de sobra para fazer-se ouvir e não ser manipulada.

Não à toa, Emma Stone considera Bella Baxter, uma mulher que não liga para o que a sociedade pensa ou espera dela, uma grande inspiração. “Posso afirmar que eu comecei a agir como ela? Não. Mas adoraria que esse sentimento crescesse dentro de mim. E por isso Bella é a personagem favorita entre as que fiz ou até mesmo li. Imagine como deve ser legal viver como ela.”

As cenas de sexo e nudez de Pobres Criaturas, uma fantasia cômica vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza e que estreia nesta quinta-feira, 1º, no Brasil, não intimidaram a ainda conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O hilário filme dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone concorre ao Oscar 2024 em 11 categorias – apenas duas a menos que o favorito Oppenheimer, de Christopher Nolan (veja a lista completa). Stone ganhou o Critics Choice e o Globo de Ouro de atriz de comédia ou musical e é favorita, junto com Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese), ao Oscar deste ano na categoria.

Por causa dessas cenas, Stone foi considerada destemida. “Não sei se me considero assim”, disse a atriz em entrevista com a participação do Estadão, por videoconferência. “As pessoas falam muito do sexo e da nudez como se isso fosse a coisa mais corajosa que um ator pode fazer. Mas eu não concordo com isso, neste caso. O que é inspirador na personagem e intrigante de interpretá-la é que cada aspecto de sua vida é novo, e ela aprende com cada um deles, seja o sexo, a dança, a política, a filosofia ou a comida. Para mim, o sexo é parte do que acontece a uma pessoa que está se desenvolvendo rapidamente.”

Emma Stone em Pobres Criaturas, filme de Yorgos Lanthimos cotado para o Oscar que estreia no Brasil em fevereiro Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

A sinopse de Pobres Criaturas

A personagem Bella Baxter é uma espécie de versão feminina do monstro de Frankenstein, nesta adaptação do livro de Alasdair Gray. É uma mulher com cérebro de bebê, implantado pelo cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe), ele próprio alvo de experimentos de seu pai – daí seu rosto cheio de cicatrizes e corpo incapaz de fazer digestão, por exemplo. No início do filme, Bella movimenta-se de forma descoordenada e descreve o mundo com palavras imprecisas. Com o tempo, ela vai progredindo.

Godwin controla a vida da filha/experimento, colocando o estudante Max McCandles (Ramy Youssef) para anotar cada evolução da moça. O controle de ambos, embora de certa forma amoroso, não vai ser suficiente para conter Bella, que começa a explorar seu universo particular – seu corpo – e acaba caindo no mundo com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, que disputa o Oscar de ator coadjuvante). Os dois vão a Lisboa e a Alexandria. Tudo embalado por muitos “pulos furiosos”, sua maneira particular de descrever o ato sexual. Chegando a Paris, cansada das tentativas de dominação de Duncan e precisando ganhar dinheiro, ela acaba no bordel de Swiney (Kathryn Hunter).

Ramy Youssef, Emma Stone, Vicki Pepperdine e Willem Dafoe em cena de Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

Yorgos Lanthimos e seus filmes estranhos

O grego Yorgos Lanthimos tinha o projeto de adaptar a obra de Alasdair Gray, publicada em 1992, fazia uns 12 anos. Só depois do sucesso de A Favorita (2018), indicado a 10 Oscars e estrelado por Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, que ganhou a estatueta por sua interpretação, ele conseguiu tirar o projeto do papel.

Foi no set de A Favorita que Lanthimos começou a conversar com Emma Stone sobre Pobres Criaturas. “Ele me falou de Bella como essa pessoa que está criando sua própria vida do zero”, disse Stone. A personagem não tem as amarras impostas às pessoas – e mulheres mais especificamente – pelas normas da sociedade. “Eu sou normalmente muito preocupada e tendo a ser negativa. Mas a Bella não julga suas experiências como boas ou más. Para ela, tudo faz parte da vida. Ela é muito direta e honesta e segue seus impulsos sem questionar. Ela se ouve.”

Lanthimos é conhecido por fazer filmes esquisitos como Dente Canino (2009) e O Lagosta (2015) e criar mundos particulares. Em vez de reproduzir a Inglaterra vitoriana do século 19 que está na obra de Gray, ele optou pela fantasia. “Quis refletir a maneira como Bella enxerga as coisas e sua experiência”, disse o cineasta.

Emma Stone e Mark Ruffalo foram indicados ao Oscar por atuação em Pobres Criaturas, que chega aos cinemas brasileiros Foto: Atsushi Nishijima

A Lisboa, a Paris e a Alexandria do filme foram recriadas em estúdio. Os figurinos fazem leve menção à era vitoriana, mas Bella nunca é vista em corseletes, por exemplo. Afinal, ela nunca aprendeu a se vestir como a sociedade manda. Seus longos cabelos estão sempre soltos, indomáveis, e a maquiagem por vezes parece feita por uma criança. Foram seis meses inventando o visual. O esforço foi recompensado com indicações ao Oscar em diversas categorias técnicas, como fotografia, design de produção, figurino, maquiagem e cabelo e montagem, além de filme, direção, atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

Sucesso de crítica e crítica do público

O sucesso de Pobres Criaturas nas premiações vem acompanhado de muito barulho nas redes sociais, como costuma ser, especialmente com filmes que fogem do comum. Pode-se gostar ou não das obras de Yorgos Lanthimos, mas ele não é um cineasta fofinho. Gosta de provocar, de ser diferente.

Aqui, as cenas de nudez e sexo, em uma época em que elas são cada vez mais raras, já é um motivo para discussões acaloradas. Ter uma protagonista feminina em uma produção dirigida e escrita por homens também gera debates. Alguns consideraram que Pobres Criaturas tem o chamado “male gaze”, o “olhar masculino”, potencialmente explorando o corpo feminino para deleite das plateias de homens. Mas as cenas de sexo têm o estilo Yorgos Lanthimos de ser, com momentos absurdos, ridículos, engraçados, e, na verdade, pouco sensuais.

“Eu não tentei evitar nada. Sou homem e não posso fingir que não”, disse o diretor quando indagado sobre o “olhar masculino”. “Não consigo entender por que um homem não estaria interessado em contar essa história. Estamos justamente tentando chegar a um lugar onde os cineastas homens também estão interessados em entender as mulheres e as falhas e erros dos homens nas interações com elas. Eu acredito que minha experiência como homem torna os personagens masculinos do longa mais realistas na maneira como eles tentam controlar Bella ou na reação à liberdade dela, que consideram excessiva.”

Emma Stone confessa ficar um pouco mais irritada do que o diretor e amigo com essa conversa. “Porque isso tira a minha agência”, disse. “Eu produzi o filme. Participei de cada etapa. Para mim era importante contar a história exatamente da maneira como fizemos. Sim, Yorgos é homem. Mas eu gostaria que as pessoas não desprezassem a minha participação na criação de Pobres Criaturas.” A atriz tem personalidade de sobra para fazer-se ouvir e não ser manipulada.

Não à toa, Emma Stone considera Bella Baxter, uma mulher que não liga para o que a sociedade pensa ou espera dela, uma grande inspiração. “Posso afirmar que eu comecei a agir como ela? Não. Mas adoraria que esse sentimento crescesse dentro de mim. E por isso Bella é a personagem favorita entre as que fiz ou até mesmo li. Imagine como deve ser legal viver como ela.”

As cenas de sexo e nudez de Pobres Criaturas, uma fantasia cômica vencedora do Leão de Ouro no Festival de Veneza e que estreia nesta quinta-feira, 1º, no Brasil, não intimidaram a ainda conservadora Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood. O hilário filme dirigido por Yorgos Lanthimos e estrelado por Emma Stone concorre ao Oscar 2024 em 11 categorias – apenas duas a menos que o favorito Oppenheimer, de Christopher Nolan (veja a lista completa). Stone ganhou o Critics Choice e o Globo de Ouro de atriz de comédia ou musical e é favorita, junto com Lily Gladstone (Assassinos da Lua das Flores, de Martin Scorsese), ao Oscar deste ano na categoria.

Por causa dessas cenas, Stone foi considerada destemida. “Não sei se me considero assim”, disse a atriz em entrevista com a participação do Estadão, por videoconferência. “As pessoas falam muito do sexo e da nudez como se isso fosse a coisa mais corajosa que um ator pode fazer. Mas eu não concordo com isso, neste caso. O que é inspirador na personagem e intrigante de interpretá-la é que cada aspecto de sua vida é novo, e ela aprende com cada um deles, seja o sexo, a dança, a política, a filosofia ou a comida. Para mim, o sexo é parte do que acontece a uma pessoa que está se desenvolvendo rapidamente.”

Emma Stone em Pobres Criaturas, filme de Yorgos Lanthimos cotado para o Oscar que estreia no Brasil em fevereiro Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

A sinopse de Pobres Criaturas

A personagem Bella Baxter é uma espécie de versão feminina do monstro de Frankenstein, nesta adaptação do livro de Alasdair Gray. É uma mulher com cérebro de bebê, implantado pelo cientista Godwin Baxter (Willem Dafoe), ele próprio alvo de experimentos de seu pai – daí seu rosto cheio de cicatrizes e corpo incapaz de fazer digestão, por exemplo. No início do filme, Bella movimenta-se de forma descoordenada e descreve o mundo com palavras imprecisas. Com o tempo, ela vai progredindo.

Godwin controla a vida da filha/experimento, colocando o estudante Max McCandles (Ramy Youssef) para anotar cada evolução da moça. O controle de ambos, embora de certa forma amoroso, não vai ser suficiente para conter Bella, que começa a explorar seu universo particular – seu corpo – e acaba caindo no mundo com o advogado Duncan Wedderburn (Mark Ruffalo, que disputa o Oscar de ator coadjuvante). Os dois vão a Lisboa e a Alexandria. Tudo embalado por muitos “pulos furiosos”, sua maneira particular de descrever o ato sexual. Chegando a Paris, cansada das tentativas de dominação de Duncan e precisando ganhar dinheiro, ela acaba no bordel de Swiney (Kathryn Hunter).

Ramy Youssef, Emma Stone, Vicki Pepperdine e Willem Dafoe em cena de Pobres Criaturas, de Yorgos Lanthimos Foto: Atsushi Nishijima/Searchlight Pictures

Yorgos Lanthimos e seus filmes estranhos

O grego Yorgos Lanthimos tinha o projeto de adaptar a obra de Alasdair Gray, publicada em 1992, fazia uns 12 anos. Só depois do sucesso de A Favorita (2018), indicado a 10 Oscars e estrelado por Stone, Rachel Weisz e Olivia Colman, que ganhou a estatueta por sua interpretação, ele conseguiu tirar o projeto do papel.

Foi no set de A Favorita que Lanthimos começou a conversar com Emma Stone sobre Pobres Criaturas. “Ele me falou de Bella como essa pessoa que está criando sua própria vida do zero”, disse Stone. A personagem não tem as amarras impostas às pessoas – e mulheres mais especificamente – pelas normas da sociedade. “Eu sou normalmente muito preocupada e tendo a ser negativa. Mas a Bella não julga suas experiências como boas ou más. Para ela, tudo faz parte da vida. Ela é muito direta e honesta e segue seus impulsos sem questionar. Ela se ouve.”

Lanthimos é conhecido por fazer filmes esquisitos como Dente Canino (2009) e O Lagosta (2015) e criar mundos particulares. Em vez de reproduzir a Inglaterra vitoriana do século 19 que está na obra de Gray, ele optou pela fantasia. “Quis refletir a maneira como Bella enxerga as coisas e sua experiência”, disse o cineasta.

Emma Stone e Mark Ruffalo foram indicados ao Oscar por atuação em Pobres Criaturas, que chega aos cinemas brasileiros Foto: Atsushi Nishijima

A Lisboa, a Paris e a Alexandria do filme foram recriadas em estúdio. Os figurinos fazem leve menção à era vitoriana, mas Bella nunca é vista em corseletes, por exemplo. Afinal, ela nunca aprendeu a se vestir como a sociedade manda. Seus longos cabelos estão sempre soltos, indomáveis, e a maquiagem por vezes parece feita por uma criança. Foram seis meses inventando o visual. O esforço foi recompensado com indicações ao Oscar em diversas categorias técnicas, como fotografia, design de produção, figurino, maquiagem e cabelo e montagem, além de filme, direção, atriz, ator coadjuvante e roteiro adaptado.

Sucesso de crítica e crítica do público

O sucesso de Pobres Criaturas nas premiações vem acompanhado de muito barulho nas redes sociais, como costuma ser, especialmente com filmes que fogem do comum. Pode-se gostar ou não das obras de Yorgos Lanthimos, mas ele não é um cineasta fofinho. Gosta de provocar, de ser diferente.

Aqui, as cenas de nudez e sexo, em uma época em que elas são cada vez mais raras, já é um motivo para discussões acaloradas. Ter uma protagonista feminina em uma produção dirigida e escrita por homens também gera debates. Alguns consideraram que Pobres Criaturas tem o chamado “male gaze”, o “olhar masculino”, potencialmente explorando o corpo feminino para deleite das plateias de homens. Mas as cenas de sexo têm o estilo Yorgos Lanthimos de ser, com momentos absurdos, ridículos, engraçados, e, na verdade, pouco sensuais.

“Eu não tentei evitar nada. Sou homem e não posso fingir que não”, disse o diretor quando indagado sobre o “olhar masculino”. “Não consigo entender por que um homem não estaria interessado em contar essa história. Estamos justamente tentando chegar a um lugar onde os cineastas homens também estão interessados em entender as mulheres e as falhas e erros dos homens nas interações com elas. Eu acredito que minha experiência como homem torna os personagens masculinos do longa mais realistas na maneira como eles tentam controlar Bella ou na reação à liberdade dela, que consideram excessiva.”

Emma Stone confessa ficar um pouco mais irritada do que o diretor e amigo com essa conversa. “Porque isso tira a minha agência”, disse. “Eu produzi o filme. Participei de cada etapa. Para mim era importante contar a história exatamente da maneira como fizemos. Sim, Yorgos é homem. Mas eu gostaria que as pessoas não desprezassem a minha participação na criação de Pobres Criaturas.” A atriz tem personalidade de sobra para fazer-se ouvir e não ser manipulada.

Não à toa, Emma Stone considera Bella Baxter, uma mulher que não liga para o que a sociedade pensa ou espera dela, uma grande inspiração. “Posso afirmar que eu comecei a agir como ela? Não. Mas adoraria que esse sentimento crescesse dentro de mim. E por isso Bella é a personagem favorita entre as que fiz ou até mesmo li. Imagine como deve ser legal viver como ela.”

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