Dois prêmios importantes – o do Sindicato dos Produtores – e o de interpretação coletiva na SAG Award fortalecem a candidatura de Alejandro González Iñárritu ao Oscar. Seria (será?) o segundo ano consecutivo de vitória dos mexicanos no maior prêmio da indústria norte-americana.
No ano passado, Alfonso Cuarón venceu o prêmio de direção por Gravidade, lembram-se? Algo está se passando em Hollywood. Se as fronteiras seguem fechadas para os imigrantes estão abertas no cinemão. Iñárritu ama os chamados multiplots, mas em Birdman a trama é centrada no personagem de Michael Keaton, mesmo que, com frequência, e no desfecho, em especial, ele seja visto pelos olhos da filha (Emma Stone).
O filme investiga os universos do cinema (os blockbusters) e do teatro. A crítica bate forte em Keaton – no filme. Na vida, tem sido generosa, até demais. Mas, no próprio filme, a crítica termina por reconhecer a excepcionalidade do esforço do cara. Não é para tanto.
Birdman, o filme, assume os superpoderes do herói em crise. A mise-em-scène de planos-sequência é virtuosística, mas termina por criar uma forma (fórmula?) que se repete. O melhor é o plano final no rosto de Emma Stone.