Quem foi Nicholas Winton, inglês que salvou quase 700 crianças na 2ª Guerra, retratado em ‘Uma Vida’


Anthony Hopkins interpreta o herói em novo filme de James Hawes, em cartaz nos cinemas

Por Gabriela Caputo
Atualização:

Grandes atos de heroísmo são a menina dos olhos do cinema. Ano após ano, são diversas produções que narram histórias de pessoas comuns que moveram mundos e fundos para salvar a vida de desconhecidos. Uma dessas figuras é o humanitário Nicholas Winton (1909-2015), conhecido como “o Schindler britânico” por ter salvo 669 crianças dos horrores do Holocausto em 1938 — feito agora retratado em Uma Vida, filme que chega aos cinemas nesta quinta, 14, com Anthony Hopkins no papel principal. (Leia uma crítica do filme).

Quem foi Nicholas Winton?

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Winton nasceu em uma família de origem judaica, que imigrou para o Reino Unido. No processo, os familiares alteraram o sobrenome anterior, Wertheim, e se converteram ao cristianismo, religião na qual Nicholas foi batizado.

Em 1938, ele tinha 29 anos e trabalhava como corretor na bolsa de valores. Prestes a embarcar em uma viagem de férias para esquiar na Suiça, Winton recebeu uma carta de seu amigo Martin Blake, que trabalhava para o comitê britânico de refugiados em Praga e dizia precisar de sua ajuda. Winton foi até a capital da Checoslováquia, onde se deparou com famílias deslocadas e angustiadas — as tropas de Adolf Hitler já haviam dado início às primeiras investidas para a ocupação do país.

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Nicholas Winton: de corretor à humanitário Foto: Creative Commons

Winton era um homem bem-relacionado em seu país, e decidiu aproveitar de sua rede de contatos para colocar um plano de evacuação em prática. Junto do amigo, se instalou em um hotel em Praga, recebendo famílias que queriam tirar seus filhos daquele contexto em segurança. Com os dados das crianças coletados, ele então passou a lidar com questões burocráticas junto do governo britânico, que possibilitariam a entrada dos menores de idade no Reino Unido. Um dos desafios foi encontrar famílias inglesas e instituições dispostas a servir de lar adotivo para aquelas crianças.

A iniciativa foi um dos braços da operação que ficou conhecida como Kindertransport, transportando milhares de crianças judias de diferentes nações europeias para o país insular. Semanas antes de o país ser oficialmente ocupado pela Alemanha, em 1939, Winton havia evacuado oito trens, resgatando 669 crianças. Um último trem, que levaria mais 250 vidas para a segurança, foi impedido pelos nazistas de cruzar a Polônia. Elas morreram em campos de concentração.

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Em 1940, Winton ingressou na Força Aérea Real, servindo como piloto. Deixou o posto em 1954, mas manteve o título honorário de tenente de aviação.

Atuação de Anthony Hopkins é destaque de 'Uma Vida'. Foto: Peter Mountain/Diamond Filmes/Divulgação

A história de Winton permaneceu praticamente desconhecida por 50 anos. Seu reconhecimento público veio a partir de 1988, quando sua mulher encontrou seus antigos arquivos com os nomes das crianças resgatadas e entregou a uma pesquisadora do Holocausto. Naquele ano, ele foi homenageado no programa da BBC That’s Life, enquanto acompanhava as gravações. Winton foi surpreendido quando a apresentadora contou que a mulher sentada ao lado dele fora uma daquelas crianças — assim como várias outras pessoas presentes na plateia, que o agradeceram por salvar suas vidas. Confira um vídeo do momento:

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Em 2003, Winton foi condecorado pela Rainha Elizabeth II. O ato de heroísmo, sobre o qual o inglês permaneceu modesto ao longo da vida, foi registrado no livro If It’s Not Impossible...: The Life of Sir Nicholas Winton, biografia escrita por sua filha, Barbara, e publicada em 2014 — o livro acaba de ganhar tradução no Brasil pela Cultrix. Nicholas Winton morreu em 2015, aos 106 anos.

Grandes atos de heroísmo são a menina dos olhos do cinema. Ano após ano, são diversas produções que narram histórias de pessoas comuns que moveram mundos e fundos para salvar a vida de desconhecidos. Uma dessas figuras é o humanitário Nicholas Winton (1909-2015), conhecido como “o Schindler britânico” por ter salvo 669 crianças dos horrores do Holocausto em 1938 — feito agora retratado em Uma Vida, filme que chega aos cinemas nesta quinta, 14, com Anthony Hopkins no papel principal. (Leia uma crítica do filme).

Quem foi Nicholas Winton?

Winton nasceu em uma família de origem judaica, que imigrou para o Reino Unido. No processo, os familiares alteraram o sobrenome anterior, Wertheim, e se converteram ao cristianismo, religião na qual Nicholas foi batizado.

Em 1938, ele tinha 29 anos e trabalhava como corretor na bolsa de valores. Prestes a embarcar em uma viagem de férias para esquiar na Suiça, Winton recebeu uma carta de seu amigo Martin Blake, que trabalhava para o comitê britânico de refugiados em Praga e dizia precisar de sua ajuda. Winton foi até a capital da Checoslováquia, onde se deparou com famílias deslocadas e angustiadas — as tropas de Adolf Hitler já haviam dado início às primeiras investidas para a ocupação do país.

Nicholas Winton: de corretor à humanitário Foto: Creative Commons

Winton era um homem bem-relacionado em seu país, e decidiu aproveitar de sua rede de contatos para colocar um plano de evacuação em prática. Junto do amigo, se instalou em um hotel em Praga, recebendo famílias que queriam tirar seus filhos daquele contexto em segurança. Com os dados das crianças coletados, ele então passou a lidar com questões burocráticas junto do governo britânico, que possibilitariam a entrada dos menores de idade no Reino Unido. Um dos desafios foi encontrar famílias inglesas e instituições dispostas a servir de lar adotivo para aquelas crianças.

A iniciativa foi um dos braços da operação que ficou conhecida como Kindertransport, transportando milhares de crianças judias de diferentes nações europeias para o país insular. Semanas antes de o país ser oficialmente ocupado pela Alemanha, em 1939, Winton havia evacuado oito trens, resgatando 669 crianças. Um último trem, que levaria mais 250 vidas para a segurança, foi impedido pelos nazistas de cruzar a Polônia. Elas morreram em campos de concentração.

Em 1940, Winton ingressou na Força Aérea Real, servindo como piloto. Deixou o posto em 1954, mas manteve o título honorário de tenente de aviação.

Atuação de Anthony Hopkins é destaque de 'Uma Vida'. Foto: Peter Mountain/Diamond Filmes/Divulgação

A história de Winton permaneceu praticamente desconhecida por 50 anos. Seu reconhecimento público veio a partir de 1988, quando sua mulher encontrou seus antigos arquivos com os nomes das crianças resgatadas e entregou a uma pesquisadora do Holocausto. Naquele ano, ele foi homenageado no programa da BBC That’s Life, enquanto acompanhava as gravações. Winton foi surpreendido quando a apresentadora contou que a mulher sentada ao lado dele fora uma daquelas crianças — assim como várias outras pessoas presentes na plateia, que o agradeceram por salvar suas vidas. Confira um vídeo do momento:

Em 2003, Winton foi condecorado pela Rainha Elizabeth II. O ato de heroísmo, sobre o qual o inglês permaneceu modesto ao longo da vida, foi registrado no livro If It’s Not Impossible...: The Life of Sir Nicholas Winton, biografia escrita por sua filha, Barbara, e publicada em 2014 — o livro acaba de ganhar tradução no Brasil pela Cultrix. Nicholas Winton morreu em 2015, aos 106 anos.

Grandes atos de heroísmo são a menina dos olhos do cinema. Ano após ano, são diversas produções que narram histórias de pessoas comuns que moveram mundos e fundos para salvar a vida de desconhecidos. Uma dessas figuras é o humanitário Nicholas Winton (1909-2015), conhecido como “o Schindler britânico” por ter salvo 669 crianças dos horrores do Holocausto em 1938 — feito agora retratado em Uma Vida, filme que chega aos cinemas nesta quinta, 14, com Anthony Hopkins no papel principal. (Leia uma crítica do filme).

Quem foi Nicholas Winton?

Winton nasceu em uma família de origem judaica, que imigrou para o Reino Unido. No processo, os familiares alteraram o sobrenome anterior, Wertheim, e se converteram ao cristianismo, religião na qual Nicholas foi batizado.

Em 1938, ele tinha 29 anos e trabalhava como corretor na bolsa de valores. Prestes a embarcar em uma viagem de férias para esquiar na Suiça, Winton recebeu uma carta de seu amigo Martin Blake, que trabalhava para o comitê britânico de refugiados em Praga e dizia precisar de sua ajuda. Winton foi até a capital da Checoslováquia, onde se deparou com famílias deslocadas e angustiadas — as tropas de Adolf Hitler já haviam dado início às primeiras investidas para a ocupação do país.

Nicholas Winton: de corretor à humanitário Foto: Creative Commons

Winton era um homem bem-relacionado em seu país, e decidiu aproveitar de sua rede de contatos para colocar um plano de evacuação em prática. Junto do amigo, se instalou em um hotel em Praga, recebendo famílias que queriam tirar seus filhos daquele contexto em segurança. Com os dados das crianças coletados, ele então passou a lidar com questões burocráticas junto do governo britânico, que possibilitariam a entrada dos menores de idade no Reino Unido. Um dos desafios foi encontrar famílias inglesas e instituições dispostas a servir de lar adotivo para aquelas crianças.

A iniciativa foi um dos braços da operação que ficou conhecida como Kindertransport, transportando milhares de crianças judias de diferentes nações europeias para o país insular. Semanas antes de o país ser oficialmente ocupado pela Alemanha, em 1939, Winton havia evacuado oito trens, resgatando 669 crianças. Um último trem, que levaria mais 250 vidas para a segurança, foi impedido pelos nazistas de cruzar a Polônia. Elas morreram em campos de concentração.

Em 1940, Winton ingressou na Força Aérea Real, servindo como piloto. Deixou o posto em 1954, mas manteve o título honorário de tenente de aviação.

Atuação de Anthony Hopkins é destaque de 'Uma Vida'. Foto: Peter Mountain/Diamond Filmes/Divulgação

A história de Winton permaneceu praticamente desconhecida por 50 anos. Seu reconhecimento público veio a partir de 1988, quando sua mulher encontrou seus antigos arquivos com os nomes das crianças resgatadas e entregou a uma pesquisadora do Holocausto. Naquele ano, ele foi homenageado no programa da BBC That’s Life, enquanto acompanhava as gravações. Winton foi surpreendido quando a apresentadora contou que a mulher sentada ao lado dele fora uma daquelas crianças — assim como várias outras pessoas presentes na plateia, que o agradeceram por salvar suas vidas. Confira um vídeo do momento:

Em 2003, Winton foi condecorado pela Rainha Elizabeth II. O ato de heroísmo, sobre o qual o inglês permaneceu modesto ao longo da vida, foi registrado no livro If It’s Not Impossible...: The Life of Sir Nicholas Winton, biografia escrita por sua filha, Barbara, e publicada em 2014 — o livro acaba de ganhar tradução no Brasil pela Cultrix. Nicholas Winton morreu em 2015, aos 106 anos.

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