Quentin Tarantino lembrou sua primeira visita a São Paulo, quando veio exibir Cães de Aluguel em 1992, na Mostra. “Eu ainda não era popular e pude conhecer um pouco a cidade. Vi muitos filmes e desfrutei meu prazer de cinéfilo.” Tarantino está de novo na cidade. Chegou no domingo. Se você cruzar com um cara com aquelas características, sim, é ele. Mas não peça para fazer um selfie. Na coletiva realizada ontem no Grand Hyatt Hotel, dois temas eram tabus. Todos os assuntos relativos ao filme Os Oito Odiados, que ele veio lançar, só estarão liberados a partir de 21 de dezembro (a estreia será em 7 de janeiro). E o segundo, Tarantino é muito simpático e falastrão, mas não lhe peça para fazer selfie.
Com ele estava o ator Tim Roth, com quem o diretor trabalhou justamente na estreia, com Reservoir Dogs. Roth adorou saber que Chronic, seu longa com Michel Franco, foi bem recebido na Mostra deste ano. Confirmou que gostaria muito de voltar a dirigir. Tem projetos, mas nada definido. Tarantino falou da sua popularidade. Disse que filma nos EUA, em inglês, com atores norte-americanos e, muitas vezes, temas norte-americanos, mas não acredita que faça seus filmes para os EUA. “Filmo para o mundo.”
Seu gosto de cinéfilo o leva a experimentar gêneros. “Nunca sei direito o que vou fazer a seguir. Tem de ser algumas coisa que me apaixone.” Perguntado sobre cinema brasileiro, citou Cidade de Deus, de Fernando Meirelles, mas seu favorito é Pixote, de Hector Babenco. Não faz muito tempo, recebeu duras críticas de Spike Lee pelo tema da escravidão em Django Livre. Tarantino gostaria de trabalhar com Spike Lee? “Nãããoooo. O dia que aquele cara trabalhasse comigo seria o mais feliz da p... vida dele.”