Análise|Streaming: Em ‘Os Provocadores’, com Matt Damon, um assalto dá maravilhosamente errado


Comédia de ação, que tem ainda Casey Affleck e Hong Chau no elenco, conta a história de um homem que está disposto a roubar um corrupto para pagar dívida de pensão e que leva sua terapeuta como refém

Por Jake Coyle

Embora a depressão esteja sempre à espreita em Os Provocadores, o filme de assalto de Doug Liman é um retorno agradável ao sul de Boston para Matt Damon e Casey Affleck, que também assinou o roteiro.

Nos momentos iniciais, Rory (Damon), um ex-fuzileiro naval, diz à sua terapeuta, Dra. Rivera (Hong Chau), que depois de uma vida inteira de erros e decepções, ele não está desanimado, mas simplesmente pronto para “pegar sua parte”. Sua frase é reveladora para um filme em que os arrependimentos da meia-idade e uma trama de assalto-que-dá-errado se chocam de maneiras cômicas. Como um último esforço de vida – e para embolsar US$ 32.480 para pagar a pensão alimentícia do filho –, Rory se junta a um grupo de criminosos desajustados para roubar os pagamentos feitos na noite da reeleição do prefeito corrupto de Boston (Ron Perlman).

Hong Chau, à esquerda, Casey Affleck e Matt Damon em uma cena de 'Os Provocadores'. Foto: Apple TV+/Divulgação
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Os terapeutas já entraram em dramas policiais como Os Sopranos, mas Os Provocadores, que estreia na Apple TV+ nesta sexta, 9 , traz uma novidade ao arrastar a Dra. Rivera para a aventura. Quando Rory e Cobby (Affleck) saem em fuga, ela os acompanha como refém por opção.

Mas a graça da dupla demora um tempo para aparecer. Primeiro, Os Provocadores trabalha com muitos dos melhores atores da atualidade, como Michael Stuhlbarg, Alfred Molina, Ving Rhames, Toby Jones e Paul Walter Hauser, que elevam o nível dessa comédia de ação sem rumo, mas vitoriosamente bagunçada.

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Liman, diretor de Vamos Nessa, Identidade Bourne e do recente Matador de Aluguel, sempre teve um talento especial para trabalhar com histórias de bandos caóticos e para tirar o máximo proveito do carisma de suas estrelas. Os Provocadores pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda, repleto de cores locais e povoado de rostos que você fica feliz de ver. É um produto da Artists Equity de Damon e Ben Affleck, que produziu o filme a partir do roteiro de Casey Affleck e Chuck MacLean, criador de City on the Hill.

Para eles, a Boston da classe operária que serve de pano de fundo a Os Provocadores é tão aconchegante quanto um assento na arquibancada do Fenway Park. O filme não está à altura de outros trabalhos de Damon-Affleck ambientados em Beantown (Gênio Indomável, Medo da Verdade, Atração Perigosa), e algumas das suas piadas estão, na melhor das hipóteses, obsoletas. Você pode dizer que a história é um retorno ao lar, mas é mais como se eles nunca tivessem ido embora.

'Os Provocadores' pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda. Foto: Apple TV+/Divulgação
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Então, sim, eles estão no seu habitat natural, mas isso é especialmente verdadeiro para Affleck, o principal motivo para assistir a Os Provocadores. Seu Cobby é um ex-presidiário bêbado que topa participar do assalto por pura falta de outras opções. Trata-se de um esquema mal pensado de uma dupla de gângsteres sem muita importância (Stuhlbarg, Molina), um dos quais tem uma padaria como fachada. Eles mandam um ladrãozinho de pavio curto (Jack Harlow) para liderar a missão – que se revela um desastre desde o começo. Nada dá certo, nem mesmo o resultado esperado da eleição. E, no meio da bagunça, Cobby e Rory saem em fuga, com um investigador especial da polícia (Rhames) na sua cola.

Em fuga, a comédia da dupla – o sério e impassível Damon, a irreverência esperta de Affleck – funciona tão bem quanto sempre, mesmo que o roteiro pudesse usar um toque a mais de sagacidade. Affleck compensa tudo com sua ladainha melancólica e tagarela, que ganha um contraste ainda melhor quando Chau, a talentosa co-estrela de A Baleia e Esculturas da Vida, se vê arrastada para a confusão. Embora Liman saiba muito bem como misturar ação e comédia, Os Provocadores fica melhor sempre que tem menos coisa acontecendo na tela. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Embora a depressão esteja sempre à espreita em Os Provocadores, o filme de assalto de Doug Liman é um retorno agradável ao sul de Boston para Matt Damon e Casey Affleck, que também assinou o roteiro.

Nos momentos iniciais, Rory (Damon), um ex-fuzileiro naval, diz à sua terapeuta, Dra. Rivera (Hong Chau), que depois de uma vida inteira de erros e decepções, ele não está desanimado, mas simplesmente pronto para “pegar sua parte”. Sua frase é reveladora para um filme em que os arrependimentos da meia-idade e uma trama de assalto-que-dá-errado se chocam de maneiras cômicas. Como um último esforço de vida – e para embolsar US$ 32.480 para pagar a pensão alimentícia do filho –, Rory se junta a um grupo de criminosos desajustados para roubar os pagamentos feitos na noite da reeleição do prefeito corrupto de Boston (Ron Perlman).

Hong Chau, à esquerda, Casey Affleck e Matt Damon em uma cena de 'Os Provocadores'. Foto: Apple TV+/Divulgação

Os terapeutas já entraram em dramas policiais como Os Sopranos, mas Os Provocadores, que estreia na Apple TV+ nesta sexta, 9 , traz uma novidade ao arrastar a Dra. Rivera para a aventura. Quando Rory e Cobby (Affleck) saem em fuga, ela os acompanha como refém por opção.

Mas a graça da dupla demora um tempo para aparecer. Primeiro, Os Provocadores trabalha com muitos dos melhores atores da atualidade, como Michael Stuhlbarg, Alfred Molina, Ving Rhames, Toby Jones e Paul Walter Hauser, que elevam o nível dessa comédia de ação sem rumo, mas vitoriosamente bagunçada.

Liman, diretor de Vamos Nessa, Identidade Bourne e do recente Matador de Aluguel, sempre teve um talento especial para trabalhar com histórias de bandos caóticos e para tirar o máximo proveito do carisma de suas estrelas. Os Provocadores pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda, repleto de cores locais e povoado de rostos que você fica feliz de ver. É um produto da Artists Equity de Damon e Ben Affleck, que produziu o filme a partir do roteiro de Casey Affleck e Chuck MacLean, criador de City on the Hill.

Para eles, a Boston da classe operária que serve de pano de fundo a Os Provocadores é tão aconchegante quanto um assento na arquibancada do Fenway Park. O filme não está à altura de outros trabalhos de Damon-Affleck ambientados em Beantown (Gênio Indomável, Medo da Verdade, Atração Perigosa), e algumas das suas piadas estão, na melhor das hipóteses, obsoletas. Você pode dizer que a história é um retorno ao lar, mas é mais como se eles nunca tivessem ido embora.

'Os Provocadores' pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda. Foto: Apple TV+/Divulgação

Então, sim, eles estão no seu habitat natural, mas isso é especialmente verdadeiro para Affleck, o principal motivo para assistir a Os Provocadores. Seu Cobby é um ex-presidiário bêbado que topa participar do assalto por pura falta de outras opções. Trata-se de um esquema mal pensado de uma dupla de gângsteres sem muita importância (Stuhlbarg, Molina), um dos quais tem uma padaria como fachada. Eles mandam um ladrãozinho de pavio curto (Jack Harlow) para liderar a missão – que se revela um desastre desde o começo. Nada dá certo, nem mesmo o resultado esperado da eleição. E, no meio da bagunça, Cobby e Rory saem em fuga, com um investigador especial da polícia (Rhames) na sua cola.

Em fuga, a comédia da dupla – o sério e impassível Damon, a irreverência esperta de Affleck – funciona tão bem quanto sempre, mesmo que o roteiro pudesse usar um toque a mais de sagacidade. Affleck compensa tudo com sua ladainha melancólica e tagarela, que ganha um contraste ainda melhor quando Chau, a talentosa co-estrela de A Baleia e Esculturas da Vida, se vê arrastada para a confusão. Embora Liman saiba muito bem como misturar ação e comédia, Os Provocadores fica melhor sempre que tem menos coisa acontecendo na tela. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Embora a depressão esteja sempre à espreita em Os Provocadores, o filme de assalto de Doug Liman é um retorno agradável ao sul de Boston para Matt Damon e Casey Affleck, que também assinou o roteiro.

Nos momentos iniciais, Rory (Damon), um ex-fuzileiro naval, diz à sua terapeuta, Dra. Rivera (Hong Chau), que depois de uma vida inteira de erros e decepções, ele não está desanimado, mas simplesmente pronto para “pegar sua parte”. Sua frase é reveladora para um filme em que os arrependimentos da meia-idade e uma trama de assalto-que-dá-errado se chocam de maneiras cômicas. Como um último esforço de vida – e para embolsar US$ 32.480 para pagar a pensão alimentícia do filho –, Rory se junta a um grupo de criminosos desajustados para roubar os pagamentos feitos na noite da reeleição do prefeito corrupto de Boston (Ron Perlman).

Hong Chau, à esquerda, Casey Affleck e Matt Damon em uma cena de 'Os Provocadores'. Foto: Apple TV+/Divulgação

Os terapeutas já entraram em dramas policiais como Os Sopranos, mas Os Provocadores, que estreia na Apple TV+ nesta sexta, 9 , traz uma novidade ao arrastar a Dra. Rivera para a aventura. Quando Rory e Cobby (Affleck) saem em fuga, ela os acompanha como refém por opção.

Mas a graça da dupla demora um tempo para aparecer. Primeiro, Os Provocadores trabalha com muitos dos melhores atores da atualidade, como Michael Stuhlbarg, Alfred Molina, Ving Rhames, Toby Jones e Paul Walter Hauser, que elevam o nível dessa comédia de ação sem rumo, mas vitoriosamente bagunçada.

Liman, diretor de Vamos Nessa, Identidade Bourne e do recente Matador de Aluguel, sempre teve um talento especial para trabalhar com histórias de bandos caóticos e para tirar o máximo proveito do carisma de suas estrelas. Os Provocadores pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda, repleto de cores locais e povoado de rostos que você fica feliz de ver. É um produto da Artists Equity de Damon e Ben Affleck, que produziu o filme a partir do roteiro de Casey Affleck e Chuck MacLean, criador de City on the Hill.

Para eles, a Boston da classe operária que serve de pano de fundo a Os Provocadores é tão aconchegante quanto um assento na arquibancada do Fenway Park. O filme não está à altura de outros trabalhos de Damon-Affleck ambientados em Beantown (Gênio Indomável, Medo da Verdade, Atração Perigosa), e algumas das suas piadas estão, na melhor das hipóteses, obsoletas. Você pode dizer que a história é um retorno ao lar, mas é mais como se eles nunca tivessem ido embora.

'Os Provocadores' pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda. Foto: Apple TV+/Divulgação

Então, sim, eles estão no seu habitat natural, mas isso é especialmente verdadeiro para Affleck, o principal motivo para assistir a Os Provocadores. Seu Cobby é um ex-presidiário bêbado que topa participar do assalto por pura falta de outras opções. Trata-se de um esquema mal pensado de uma dupla de gângsteres sem muita importância (Stuhlbarg, Molina), um dos quais tem uma padaria como fachada. Eles mandam um ladrãozinho de pavio curto (Jack Harlow) para liderar a missão – que se revela um desastre desde o começo. Nada dá certo, nem mesmo o resultado esperado da eleição. E, no meio da bagunça, Cobby e Rory saem em fuga, com um investigador especial da polícia (Rhames) na sua cola.

Em fuga, a comédia da dupla – o sério e impassível Damon, a irreverência esperta de Affleck – funciona tão bem quanto sempre, mesmo que o roteiro pudesse usar um toque a mais de sagacidade. Affleck compensa tudo com sua ladainha melancólica e tagarela, que ganha um contraste ainda melhor quando Chau, a talentosa co-estrela de A Baleia e Esculturas da Vida, se vê arrastada para a confusão. Embora Liman saiba muito bem como misturar ação e comédia, Os Provocadores fica melhor sempre que tem menos coisa acontecendo na tela. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

Embora a depressão esteja sempre à espreita em Os Provocadores, o filme de assalto de Doug Liman é um retorno agradável ao sul de Boston para Matt Damon e Casey Affleck, que também assinou o roteiro.

Nos momentos iniciais, Rory (Damon), um ex-fuzileiro naval, diz à sua terapeuta, Dra. Rivera (Hong Chau), que depois de uma vida inteira de erros e decepções, ele não está desanimado, mas simplesmente pronto para “pegar sua parte”. Sua frase é reveladora para um filme em que os arrependimentos da meia-idade e uma trama de assalto-que-dá-errado se chocam de maneiras cômicas. Como um último esforço de vida – e para embolsar US$ 32.480 para pagar a pensão alimentícia do filho –, Rory se junta a um grupo de criminosos desajustados para roubar os pagamentos feitos na noite da reeleição do prefeito corrupto de Boston (Ron Perlman).

Hong Chau, à esquerda, Casey Affleck e Matt Damon em uma cena de 'Os Provocadores'. Foto: Apple TV+/Divulgação

Os terapeutas já entraram em dramas policiais como Os Sopranos, mas Os Provocadores, que estreia na Apple TV+ nesta sexta, 9 , traz uma novidade ao arrastar a Dra. Rivera para a aventura. Quando Rory e Cobby (Affleck) saem em fuga, ela os acompanha como refém por opção.

Mas a graça da dupla demora um tempo para aparecer. Primeiro, Os Provocadores trabalha com muitos dos melhores atores da atualidade, como Michael Stuhlbarg, Alfred Molina, Ving Rhames, Toby Jones e Paul Walter Hauser, que elevam o nível dessa comédia de ação sem rumo, mas vitoriosamente bagunçada.

Liman, diretor de Vamos Nessa, Identidade Bourne e do recente Matador de Aluguel, sempre teve um talento especial para trabalhar com histórias de bandos caóticos e para tirar o máximo proveito do carisma de suas estrelas. Os Provocadores pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda, repleto de cores locais e povoado de rostos que você fica feliz de ver. É um produto da Artists Equity de Damon e Ben Affleck, que produziu o filme a partir do roteiro de Casey Affleck e Chuck MacLean, criador de City on the Hill.

Para eles, a Boston da classe operária que serve de pano de fundo a Os Provocadores é tão aconchegante quanto um assento na arquibancada do Fenway Park. O filme não está à altura de outros trabalhos de Damon-Affleck ambientados em Beantown (Gênio Indomável, Medo da Verdade, Atração Perigosa), e algumas das suas piadas estão, na melhor das hipóteses, obsoletas. Você pode dizer que a história é um retorno ao lar, mas é mais como se eles nunca tivessem ido embora.

'Os Provocadores' pode ser um filme de streaming moderno, mas é um tipo de aventura da velha guarda. Foto: Apple TV+/Divulgação

Então, sim, eles estão no seu habitat natural, mas isso é especialmente verdadeiro para Affleck, o principal motivo para assistir a Os Provocadores. Seu Cobby é um ex-presidiário bêbado que topa participar do assalto por pura falta de outras opções. Trata-se de um esquema mal pensado de uma dupla de gângsteres sem muita importância (Stuhlbarg, Molina), um dos quais tem uma padaria como fachada. Eles mandam um ladrãozinho de pavio curto (Jack Harlow) para liderar a missão – que se revela um desastre desde o começo. Nada dá certo, nem mesmo o resultado esperado da eleição. E, no meio da bagunça, Cobby e Rory saem em fuga, com um investigador especial da polícia (Rhames) na sua cola.

Em fuga, a comédia da dupla – o sério e impassível Damon, a irreverência esperta de Affleck – funciona tão bem quanto sempre, mesmo que o roteiro pudesse usar um toque a mais de sagacidade. Affleck compensa tudo com sua ladainha melancólica e tagarela, que ganha um contraste ainda melhor quando Chau, a talentosa co-estrela de A Baleia e Esculturas da Vida, se vê arrastada para a confusão. Embora Liman saiba muito bem como misturar ação e comédia, Os Provocadores fica melhor sempre que tem menos coisa acontecendo na tela. / TRADUÇÃO DE RENATO PRELORENTZOU

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