Tina Turner se despede com documentário no Festival de Berlim


Filme exibido fora de competição aborda vida e carreira da cantora 

Por Mariane Morisawa
Atualização:

“Como você faz para se despedir?”, pergunta Tina Turner, 81 anos, no documentário Tina, dirigido por Daniel Lindsay e T.J. Martin e exibido em sessão especial do Festival de Berlim. E é isso o que o filme parece: uma despedida. 

Cena do documentário 'Tina', que estreou no Festival de Berlim Foto: Berlinale/EFE

Tina, que conta com uma entrevista inédita com a cantora e depoimentos de Oprah Winfrey, Angela Bassett e Katori Hall, entre outros, conta a história de Tina Turner desde sua infância pobre e de abandono – tanto seu pai quanto sua mãe foram embora. Adolescente em St. Louis, a cantora, ainda conhecida como Anna Mae Bullock, entrou para a banda de Ike Turner, que lhe deu seu nome artístico. Os dois tiveram uma carreira de sucesso e um casamento marcado pela violência por parte dele. Em 1976, depois de tentativas de suicídio, ela saiu do relacionamento com pouco mais que o direito de usar seu nome artístico. Mas teve dificuldades de prosseguir em sua carreira artística, sendo frequentemente atrelada a Ike. Numa tentativa de se desvencilhar, ela deu uma entrevista à revista “People” falando abertamente sobre o assunto, sendo uma precursora do movimento Me Too

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Tina Turner deu a volta por cima, lançando Private Dancer, um álbum de sucesso com hits como What’s Love Got to Do With It, com mais de 40 anos de idade. Começou ali uma onda de sucesso que teve como um de seus picos o show para 180 mil pessoas no Estádio do Maracanã, um recorde. “Foi uma parte importante da sua carreira. Nós conversamos com ela sobre essa apresentação, mas no fim achamos melhor mostrar do que falar”, disse Daniel Lindsay. É no palco, afinal, comandando uma plateia de milhares de pessoas, dançando sem parar, cantando com sua voz forte característica, que vemos a força de Tina Turner. 

O documentário explora bastante sua energia, mas não ignora sua dor. Apesar de sofrer até hoje com o trauma da violência e da falta de amor, a cantora nunca temeu falar sobre o assunto – ou deixar que os outros falassem. Depois da entrevista histórica para a People, ela lançou duas biografias, Eu, Tina – A História de Minha Vida (1986) e Tina Turner – Minha História de Amor (2019), uma cinebiografia (Tina, de 1993, estrelado por Angela Bassett) e virou musical em Tina: The Tina Turner Musical (2018), escrito por Katori Hall, que mais recentemente escreveu a série P-Valley, inspirada em outra peça de sua autoria.

Foi conversando com ela pouco antes da estreia do musical que os diretores tiveram a impressão de que a cantora via o documentário como um adeus, não dos palcos, de onde se aposentou em 2009, mas da vida pública. “É uma despedida de sua participação em sua própria história”, disse T.J. Martin. “Como as pessoas seguiram perguntando sobre o que ela tinha sofrido, para Tina continuou sendo uma forma de trabalho, porque ela não pode se divorciar do ícone cultural que ajudou a criar. Então a despedida é literalmente sair dos holofotes.”Tina tem estreia prevista a partir do verão no hemisfério norte.

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“Como você faz para se despedir?”, pergunta Tina Turner, 81 anos, no documentário Tina, dirigido por Daniel Lindsay e T.J. Martin e exibido em sessão especial do Festival de Berlim. E é isso o que o filme parece: uma despedida. 

Cena do documentário 'Tina', que estreou no Festival de Berlim Foto: Berlinale/EFE

Tina, que conta com uma entrevista inédita com a cantora e depoimentos de Oprah Winfrey, Angela Bassett e Katori Hall, entre outros, conta a história de Tina Turner desde sua infância pobre e de abandono – tanto seu pai quanto sua mãe foram embora. Adolescente em St. Louis, a cantora, ainda conhecida como Anna Mae Bullock, entrou para a banda de Ike Turner, que lhe deu seu nome artístico. Os dois tiveram uma carreira de sucesso e um casamento marcado pela violência por parte dele. Em 1976, depois de tentativas de suicídio, ela saiu do relacionamento com pouco mais que o direito de usar seu nome artístico. Mas teve dificuldades de prosseguir em sua carreira artística, sendo frequentemente atrelada a Ike. Numa tentativa de se desvencilhar, ela deu uma entrevista à revista “People” falando abertamente sobre o assunto, sendo uma precursora do movimento Me Too

Tina Turner deu a volta por cima, lançando Private Dancer, um álbum de sucesso com hits como What’s Love Got to Do With It, com mais de 40 anos de idade. Começou ali uma onda de sucesso que teve como um de seus picos o show para 180 mil pessoas no Estádio do Maracanã, um recorde. “Foi uma parte importante da sua carreira. Nós conversamos com ela sobre essa apresentação, mas no fim achamos melhor mostrar do que falar”, disse Daniel Lindsay. É no palco, afinal, comandando uma plateia de milhares de pessoas, dançando sem parar, cantando com sua voz forte característica, que vemos a força de Tina Turner. 

O documentário explora bastante sua energia, mas não ignora sua dor. Apesar de sofrer até hoje com o trauma da violência e da falta de amor, a cantora nunca temeu falar sobre o assunto – ou deixar que os outros falassem. Depois da entrevista histórica para a People, ela lançou duas biografias, Eu, Tina – A História de Minha Vida (1986) e Tina Turner – Minha História de Amor (2019), uma cinebiografia (Tina, de 1993, estrelado por Angela Bassett) e virou musical em Tina: The Tina Turner Musical (2018), escrito por Katori Hall, que mais recentemente escreveu a série P-Valley, inspirada em outra peça de sua autoria.

Foi conversando com ela pouco antes da estreia do musical que os diretores tiveram a impressão de que a cantora via o documentário como um adeus, não dos palcos, de onde se aposentou em 2009, mas da vida pública. “É uma despedida de sua participação em sua própria história”, disse T.J. Martin. “Como as pessoas seguiram perguntando sobre o que ela tinha sofrido, para Tina continuou sendo uma forma de trabalho, porque ela não pode se divorciar do ícone cultural que ajudou a criar. Então a despedida é literalmente sair dos holofotes.”Tina tem estreia prevista a partir do verão no hemisfério norte.

“Como você faz para se despedir?”, pergunta Tina Turner, 81 anos, no documentário Tina, dirigido por Daniel Lindsay e T.J. Martin e exibido em sessão especial do Festival de Berlim. E é isso o que o filme parece: uma despedida. 

Cena do documentário 'Tina', que estreou no Festival de Berlim Foto: Berlinale/EFE

Tina, que conta com uma entrevista inédita com a cantora e depoimentos de Oprah Winfrey, Angela Bassett e Katori Hall, entre outros, conta a história de Tina Turner desde sua infância pobre e de abandono – tanto seu pai quanto sua mãe foram embora. Adolescente em St. Louis, a cantora, ainda conhecida como Anna Mae Bullock, entrou para a banda de Ike Turner, que lhe deu seu nome artístico. Os dois tiveram uma carreira de sucesso e um casamento marcado pela violência por parte dele. Em 1976, depois de tentativas de suicídio, ela saiu do relacionamento com pouco mais que o direito de usar seu nome artístico. Mas teve dificuldades de prosseguir em sua carreira artística, sendo frequentemente atrelada a Ike. Numa tentativa de se desvencilhar, ela deu uma entrevista à revista “People” falando abertamente sobre o assunto, sendo uma precursora do movimento Me Too

Tina Turner deu a volta por cima, lançando Private Dancer, um álbum de sucesso com hits como What’s Love Got to Do With It, com mais de 40 anos de idade. Começou ali uma onda de sucesso que teve como um de seus picos o show para 180 mil pessoas no Estádio do Maracanã, um recorde. “Foi uma parte importante da sua carreira. Nós conversamos com ela sobre essa apresentação, mas no fim achamos melhor mostrar do que falar”, disse Daniel Lindsay. É no palco, afinal, comandando uma plateia de milhares de pessoas, dançando sem parar, cantando com sua voz forte característica, que vemos a força de Tina Turner. 

O documentário explora bastante sua energia, mas não ignora sua dor. Apesar de sofrer até hoje com o trauma da violência e da falta de amor, a cantora nunca temeu falar sobre o assunto – ou deixar que os outros falassem. Depois da entrevista histórica para a People, ela lançou duas biografias, Eu, Tina – A História de Minha Vida (1986) e Tina Turner – Minha História de Amor (2019), uma cinebiografia (Tina, de 1993, estrelado por Angela Bassett) e virou musical em Tina: The Tina Turner Musical (2018), escrito por Katori Hall, que mais recentemente escreveu a série P-Valley, inspirada em outra peça de sua autoria.

Foi conversando com ela pouco antes da estreia do musical que os diretores tiveram a impressão de que a cantora via o documentário como um adeus, não dos palcos, de onde se aposentou em 2009, mas da vida pública. “É uma despedida de sua participação em sua própria história”, disse T.J. Martin. “Como as pessoas seguiram perguntando sobre o que ela tinha sofrido, para Tina continuou sendo uma forma de trabalho, porque ela não pode se divorciar do ícone cultural que ajudou a criar. Então a despedida é literalmente sair dos holofotes.”Tina tem estreia prevista a partir do verão no hemisfério norte.

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