'Utoya - 22 de Julho' mostra o massacre da Noruega pelo ângulo das vítimas


Erik Poppe baseia-se no fotojornalismo para criar a estética urgente que marca sua reconstituição da tragédia na Noruega em 'Utoya – 22 de Julho'

Por Luiz Carlos Merten

Em 22 de julho de 2011, um extremista armado atacou um acampamento de jovens na Noruega. Entre mortos e feridos, produziu um massacre. Mais cedo, naquele mesmo dia, ele bombardeara um prédio do governo em Oslo. Dali seguiu para a ilha de Utoya. Os fatos, indissociáveis, são reconstituídos por Erik Poppe em seu longa que estreia nesta quinta, 29.

Utoya – 22 de Julho integrou a programação da Mostra de Cinema de São Paulo. Poppe iniciou-se no fotojornalismo. Fotografou Ovos, de Bent Hammer, e dirigiu Troubled Water, ambos exibidos na 34.ª Mostra, em 2008. A experiência de jornalista transparece na estética de urgência que marca Utoya. O filme seleciona algumas personagens, em especial a garota que se perde da irmã mais nova e tenta reencontrá-la durante o assassinato em massa.

Garota em busca de sua irmã que sumiu durante o massacre deUtoya Foto: Califórnia Filmes
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Poppe começa seu relato como um típico dia num acampamento. Os jovens flertam, brigam, planejam como será seu dia. E, de repente, ouvem-se tiros. Começa a correria. O clima vira de pânico. O partido de Poppe não é esclarecer, mas confundir. Por meio de planos fechados, que nunca descortinam o espaço, ele mostra os adolescentes caçados, acuados. Entregues à própria luta por sobrevivência, os jovens não entendem o que se passa. É um exercício militar? E, em caso contrário, por que ninguém vem socorrê-los?

Cai um jovem aqui, outro ali. A protagonista apoia uma garota que foi atingida e fala compulsivamente na mãe. Ela precisa avisá-la. E, à medida que vai morrendo, ela chora. Precisa dizer à mãe que a ama. Face à insegurança geral, avulta o pior da natureza humana. Alguém que busca abrigo atrás de uma rocha é enxotado, e é atingido em seguida. Os planos fechados podem ser uma alternativa de produção, para evitar uma grande reconstituição. Mas também cumprem uma importante função dramática. Expressam o medo, vulnerabilizam as pessoas.

Ao colocar o público na posição de vítima – como, o que, por quê? –, Erik Poppe não mostra nunca o caçador. Não é sua intenção responder às perguntas, nem elucidar os motivos do terrorista. Naquele dia fatídico, ninguém sabia quem era Anders Behring Breivik nem o que ele pretendia. Com o tempo, as vítimas foram contabilizadas – 77 pessoas mortas (69 jovens integrantes do Partido Trabalhista Norueguês em Utoya e 8 pedestres em Oslo). Breivik, de 32 anos, era um militante de extrema-direita. Empresário antiglobalista e nacionalista, tinha colocado mensagens na internet declarando-se inimigo da sociedade multicultural. Durante nove anos, desde os 23, ele planejara os ataques.

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No final, o letreiro informa que os ataques foram o seu protesto contra a autoridade. De volta às personagens do drama, a garota e sua irmã – olha o spoiler –, Poppe vale-se de um movimento de câmera, uma imagem breve, para fechar seu relato. Sua ideia é mostrar o estado do mundo na era dos radicalismos. Como os jovens que morreram, é como se nós, os espectadores, também fôssemos presos numa armadilha, um trágico ‘hui clos’. 

Em 22 de julho de 2011, um extremista armado atacou um acampamento de jovens na Noruega. Entre mortos e feridos, produziu um massacre. Mais cedo, naquele mesmo dia, ele bombardeara um prédio do governo em Oslo. Dali seguiu para a ilha de Utoya. Os fatos, indissociáveis, são reconstituídos por Erik Poppe em seu longa que estreia nesta quinta, 29.

Utoya – 22 de Julho integrou a programação da Mostra de Cinema de São Paulo. Poppe iniciou-se no fotojornalismo. Fotografou Ovos, de Bent Hammer, e dirigiu Troubled Water, ambos exibidos na 34.ª Mostra, em 2008. A experiência de jornalista transparece na estética de urgência que marca Utoya. O filme seleciona algumas personagens, em especial a garota que se perde da irmã mais nova e tenta reencontrá-la durante o assassinato em massa.

Garota em busca de sua irmã que sumiu durante o massacre deUtoya Foto: Califórnia Filmes

Poppe começa seu relato como um típico dia num acampamento. Os jovens flertam, brigam, planejam como será seu dia. E, de repente, ouvem-se tiros. Começa a correria. O clima vira de pânico. O partido de Poppe não é esclarecer, mas confundir. Por meio de planos fechados, que nunca descortinam o espaço, ele mostra os adolescentes caçados, acuados. Entregues à própria luta por sobrevivência, os jovens não entendem o que se passa. É um exercício militar? E, em caso contrário, por que ninguém vem socorrê-los?

Cai um jovem aqui, outro ali. A protagonista apoia uma garota que foi atingida e fala compulsivamente na mãe. Ela precisa avisá-la. E, à medida que vai morrendo, ela chora. Precisa dizer à mãe que a ama. Face à insegurança geral, avulta o pior da natureza humana. Alguém que busca abrigo atrás de uma rocha é enxotado, e é atingido em seguida. Os planos fechados podem ser uma alternativa de produção, para evitar uma grande reconstituição. Mas também cumprem uma importante função dramática. Expressam o medo, vulnerabilizam as pessoas.

Ao colocar o público na posição de vítima – como, o que, por quê? –, Erik Poppe não mostra nunca o caçador. Não é sua intenção responder às perguntas, nem elucidar os motivos do terrorista. Naquele dia fatídico, ninguém sabia quem era Anders Behring Breivik nem o que ele pretendia. Com o tempo, as vítimas foram contabilizadas – 77 pessoas mortas (69 jovens integrantes do Partido Trabalhista Norueguês em Utoya e 8 pedestres em Oslo). Breivik, de 32 anos, era um militante de extrema-direita. Empresário antiglobalista e nacionalista, tinha colocado mensagens na internet declarando-se inimigo da sociedade multicultural. Durante nove anos, desde os 23, ele planejara os ataques.

No final, o letreiro informa que os ataques foram o seu protesto contra a autoridade. De volta às personagens do drama, a garota e sua irmã – olha o spoiler –, Poppe vale-se de um movimento de câmera, uma imagem breve, para fechar seu relato. Sua ideia é mostrar o estado do mundo na era dos radicalismos. Como os jovens que morreram, é como se nós, os espectadores, também fôssemos presos numa armadilha, um trágico ‘hui clos’. 

Em 22 de julho de 2011, um extremista armado atacou um acampamento de jovens na Noruega. Entre mortos e feridos, produziu um massacre. Mais cedo, naquele mesmo dia, ele bombardeara um prédio do governo em Oslo. Dali seguiu para a ilha de Utoya. Os fatos, indissociáveis, são reconstituídos por Erik Poppe em seu longa que estreia nesta quinta, 29.

Utoya – 22 de Julho integrou a programação da Mostra de Cinema de São Paulo. Poppe iniciou-se no fotojornalismo. Fotografou Ovos, de Bent Hammer, e dirigiu Troubled Water, ambos exibidos na 34.ª Mostra, em 2008. A experiência de jornalista transparece na estética de urgência que marca Utoya. O filme seleciona algumas personagens, em especial a garota que se perde da irmã mais nova e tenta reencontrá-la durante o assassinato em massa.

Garota em busca de sua irmã que sumiu durante o massacre deUtoya Foto: Califórnia Filmes

Poppe começa seu relato como um típico dia num acampamento. Os jovens flertam, brigam, planejam como será seu dia. E, de repente, ouvem-se tiros. Começa a correria. O clima vira de pânico. O partido de Poppe não é esclarecer, mas confundir. Por meio de planos fechados, que nunca descortinam o espaço, ele mostra os adolescentes caçados, acuados. Entregues à própria luta por sobrevivência, os jovens não entendem o que se passa. É um exercício militar? E, em caso contrário, por que ninguém vem socorrê-los?

Cai um jovem aqui, outro ali. A protagonista apoia uma garota que foi atingida e fala compulsivamente na mãe. Ela precisa avisá-la. E, à medida que vai morrendo, ela chora. Precisa dizer à mãe que a ama. Face à insegurança geral, avulta o pior da natureza humana. Alguém que busca abrigo atrás de uma rocha é enxotado, e é atingido em seguida. Os planos fechados podem ser uma alternativa de produção, para evitar uma grande reconstituição. Mas também cumprem uma importante função dramática. Expressam o medo, vulnerabilizam as pessoas.

Ao colocar o público na posição de vítima – como, o que, por quê? –, Erik Poppe não mostra nunca o caçador. Não é sua intenção responder às perguntas, nem elucidar os motivos do terrorista. Naquele dia fatídico, ninguém sabia quem era Anders Behring Breivik nem o que ele pretendia. Com o tempo, as vítimas foram contabilizadas – 77 pessoas mortas (69 jovens integrantes do Partido Trabalhista Norueguês em Utoya e 8 pedestres em Oslo). Breivik, de 32 anos, era um militante de extrema-direita. Empresário antiglobalista e nacionalista, tinha colocado mensagens na internet declarando-se inimigo da sociedade multicultural. Durante nove anos, desde os 23, ele planejara os ataques.

No final, o letreiro informa que os ataques foram o seu protesto contra a autoridade. De volta às personagens do drama, a garota e sua irmã – olha o spoiler –, Poppe vale-se de um movimento de câmera, uma imagem breve, para fechar seu relato. Sua ideia é mostrar o estado do mundo na era dos radicalismos. Como os jovens que morreram, é como se nós, os espectadores, também fôssemos presos numa armadilha, um trágico ‘hui clos’. 

Em 22 de julho de 2011, um extremista armado atacou um acampamento de jovens na Noruega. Entre mortos e feridos, produziu um massacre. Mais cedo, naquele mesmo dia, ele bombardeara um prédio do governo em Oslo. Dali seguiu para a ilha de Utoya. Os fatos, indissociáveis, são reconstituídos por Erik Poppe em seu longa que estreia nesta quinta, 29.

Utoya – 22 de Julho integrou a programação da Mostra de Cinema de São Paulo. Poppe iniciou-se no fotojornalismo. Fotografou Ovos, de Bent Hammer, e dirigiu Troubled Water, ambos exibidos na 34.ª Mostra, em 2008. A experiência de jornalista transparece na estética de urgência que marca Utoya. O filme seleciona algumas personagens, em especial a garota que se perde da irmã mais nova e tenta reencontrá-la durante o assassinato em massa.

Garota em busca de sua irmã que sumiu durante o massacre deUtoya Foto: Califórnia Filmes

Poppe começa seu relato como um típico dia num acampamento. Os jovens flertam, brigam, planejam como será seu dia. E, de repente, ouvem-se tiros. Começa a correria. O clima vira de pânico. O partido de Poppe não é esclarecer, mas confundir. Por meio de planos fechados, que nunca descortinam o espaço, ele mostra os adolescentes caçados, acuados. Entregues à própria luta por sobrevivência, os jovens não entendem o que se passa. É um exercício militar? E, em caso contrário, por que ninguém vem socorrê-los?

Cai um jovem aqui, outro ali. A protagonista apoia uma garota que foi atingida e fala compulsivamente na mãe. Ela precisa avisá-la. E, à medida que vai morrendo, ela chora. Precisa dizer à mãe que a ama. Face à insegurança geral, avulta o pior da natureza humana. Alguém que busca abrigo atrás de uma rocha é enxotado, e é atingido em seguida. Os planos fechados podem ser uma alternativa de produção, para evitar uma grande reconstituição. Mas também cumprem uma importante função dramática. Expressam o medo, vulnerabilizam as pessoas.

Ao colocar o público na posição de vítima – como, o que, por quê? –, Erik Poppe não mostra nunca o caçador. Não é sua intenção responder às perguntas, nem elucidar os motivos do terrorista. Naquele dia fatídico, ninguém sabia quem era Anders Behring Breivik nem o que ele pretendia. Com o tempo, as vítimas foram contabilizadas – 77 pessoas mortas (69 jovens integrantes do Partido Trabalhista Norueguês em Utoya e 8 pedestres em Oslo). Breivik, de 32 anos, era um militante de extrema-direita. Empresário antiglobalista e nacionalista, tinha colocado mensagens na internet declarando-se inimigo da sociedade multicultural. Durante nove anos, desde os 23, ele planejara os ataques.

No final, o letreiro informa que os ataques foram o seu protesto contra a autoridade. De volta às personagens do drama, a garota e sua irmã – olha o spoiler –, Poppe vale-se de um movimento de câmera, uma imagem breve, para fechar seu relato. Sua ideia é mostrar o estado do mundo na era dos radicalismos. Como os jovens que morreram, é como se nós, os espectadores, também fôssemos presos numa armadilha, um trágico ‘hui clos’. 

Em 22 de julho de 2011, um extremista armado atacou um acampamento de jovens na Noruega. Entre mortos e feridos, produziu um massacre. Mais cedo, naquele mesmo dia, ele bombardeara um prédio do governo em Oslo. Dali seguiu para a ilha de Utoya. Os fatos, indissociáveis, são reconstituídos por Erik Poppe em seu longa que estreia nesta quinta, 29.

Utoya – 22 de Julho integrou a programação da Mostra de Cinema de São Paulo. Poppe iniciou-se no fotojornalismo. Fotografou Ovos, de Bent Hammer, e dirigiu Troubled Water, ambos exibidos na 34.ª Mostra, em 2008. A experiência de jornalista transparece na estética de urgência que marca Utoya. O filme seleciona algumas personagens, em especial a garota que se perde da irmã mais nova e tenta reencontrá-la durante o assassinato em massa.

Garota em busca de sua irmã que sumiu durante o massacre deUtoya Foto: Califórnia Filmes

Poppe começa seu relato como um típico dia num acampamento. Os jovens flertam, brigam, planejam como será seu dia. E, de repente, ouvem-se tiros. Começa a correria. O clima vira de pânico. O partido de Poppe não é esclarecer, mas confundir. Por meio de planos fechados, que nunca descortinam o espaço, ele mostra os adolescentes caçados, acuados. Entregues à própria luta por sobrevivência, os jovens não entendem o que se passa. É um exercício militar? E, em caso contrário, por que ninguém vem socorrê-los?

Cai um jovem aqui, outro ali. A protagonista apoia uma garota que foi atingida e fala compulsivamente na mãe. Ela precisa avisá-la. E, à medida que vai morrendo, ela chora. Precisa dizer à mãe que a ama. Face à insegurança geral, avulta o pior da natureza humana. Alguém que busca abrigo atrás de uma rocha é enxotado, e é atingido em seguida. Os planos fechados podem ser uma alternativa de produção, para evitar uma grande reconstituição. Mas também cumprem uma importante função dramática. Expressam o medo, vulnerabilizam as pessoas.

Ao colocar o público na posição de vítima – como, o que, por quê? –, Erik Poppe não mostra nunca o caçador. Não é sua intenção responder às perguntas, nem elucidar os motivos do terrorista. Naquele dia fatídico, ninguém sabia quem era Anders Behring Breivik nem o que ele pretendia. Com o tempo, as vítimas foram contabilizadas – 77 pessoas mortas (69 jovens integrantes do Partido Trabalhista Norueguês em Utoya e 8 pedestres em Oslo). Breivik, de 32 anos, era um militante de extrema-direita. Empresário antiglobalista e nacionalista, tinha colocado mensagens na internet declarando-se inimigo da sociedade multicultural. Durante nove anos, desde os 23, ele planejara os ataques.

No final, o letreiro informa que os ataques foram o seu protesto contra a autoridade. De volta às personagens do drama, a garota e sua irmã – olha o spoiler –, Poppe vale-se de um movimento de câmera, uma imagem breve, para fechar seu relato. Sua ideia é mostrar o estado do mundo na era dos radicalismos. Como os jovens que morreram, é como se nós, os espectadores, também fôssemos presos numa armadilha, um trágico ‘hui clos’. 

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