Veja 11 filmes imperdíveis inspirados na obra de Shakespeare


Com a estreia de A Tragédia de Macbeth, listamos longas considerados obras-primas, inspirados em peças do inglês

Por Luiz Zanin Oricchio

Para Harold Bloom, William Shakespeare é o centro do cânone ocidental. Descontado o viés anglo-saxônico da afirmação, o fato é que se deve creditar Shakespeare como um dos construtores da sensibilidade ocidental moderna. Com suas peças de feitura inigualável e inspirada e temática que não se esgota, tornou-se um sucesso de público e crítica através dos séculos. Dessa forma, era previsível que se tornasse um dos (senão o mais) adaptado dos autores para o cinema.

Denzel Washington em 'A Tragédia de Macbeth', mais uma adaptação para o cinema do clássico de Shakespeare. Foto: Alison Rosa/A24/Apple TV Plus

Aproveitando o lançamento de A Tragédia de Macbeth que parece ser histórico, com Joel Coen na direção, e Denzel Washington e Frances McDormand nos papéis principais, convém recordar algumas das principais adaptações do Bardo para a tela grande. Só da peça “maldita”, existem várias versões:

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'Macbeth', de Roman Polanski (1971)

Jon Finch é Macbeth e sua esposa é vivida por Francesca Annis. Macbeth é convencido pelas bruxas de que pode tomar a coroa do rei Duncan e assumir o poder. Um crime leva a outros. Uma das adaptações mais sombrias desse texto já tétrico de Shakespeare, por um Polanski atormentado pelo assassinato de sua esposa, Sharon Tate. Disponível na HBO Max

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'Romeu e Julieta', de Franco Zeffirelli (1968)

Uma das peças mais populares de Shakespeare, ganha aqui adaptação bastante literal. Romeu (Leonard Whiting) e Julieta (Olivia Hussey) apaixonam-se apesar de pertencerem a famílias que se detestam, os Montecchio e os Capuleto. Assista no YouTube

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'Amor Sublime Amor' (West Side Story), de Jerome Robbins e Robert Wise (1961)

Um Romeu e Julieta em formato musical, ambientado nos Estados Unidos. Em um bairro pobre de Nova York, ferve a rivalidade entre os grupos de imigrantes porto-riquenhos e norte-americanos de origem anglo-saxônica. Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer) se amam, mas, como pertencem a grupos rivais, seu destino será trágico. O enredo foi agora retomado por Steven Spielberg (2021), com mesma música (Leonard Bernstein) e letras (Stephen Sondheim), reproduzindo o conflito básico da versão anterior, apenas acirrado pelas tensões atuais. Assista na Amazon Prime Video.

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Cena do filme 'Macbeth', de Orson Welles. Foto: Divulgação

'Macbeth - Reinado de Sangue', de Orson Welles (1948)

Com o próprio diretor no papel principal. A ambiciosa Lady Macbeth é interpretada por Jeanette Nolan. Como de hábito, Welles empresta tom gótico a essa tragédia da busca insana pelo poder. Uma obra-prima.

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'Trono Manchado de Sangue', de Akira Kurosawa (1957)

A figura marcante de Toshiro Mifune assume o papel do rei assassino. Asaji Washizu é a mulher ambiciosa, que arma a mão do marido para o crime. Harold Bloom considera a melhor adaptação da peça para o cinema. Venceu o Festival de Veneza. Ator e atriz também foram premiados no festival italiano.

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'Otelo', de Orson Welles (1951)

Welles pinta o rosto para interpretar o mouro ciumento, que mata a esposa Desdêmona (Suzanne Cloutier) instigado pelo intrigante Iago (Michéal MacLiammóir).

'Che Cosa sono le Nuvole', de Pier Paolo Pasolini (1968)

Vale a pena destacar essa criativa (e comovente) adaptação de Otelo feita por Pier Paolo Pasolini. O centro da ação parte de Iago (o cômico Totò), que conduz a intriga num simulacro de teatro de marionetes. Ninetto Davoli encarna o boneco que representa Otelo. É um dos episódios do longa-metragem Capricho à Italiana.

'A Última Tempestade (Prospero's Book)', de Peter Greenaway (1991)

Talvez a mais complexa adaptação de uma obra de Shakespeare. A peça em si já é complicada, com suas várias vozes e o recurso da “peça dentro da peça”, usado por Shakespeare em outros trabalhos, como Hamlet, Sonhos de uma Noite de Verão e Medida por Medida. John Gielgud encarna as vozes múltiplas em meio ao barroquismo de Greenaway, facilitado pelas novas tecnologias audiovisuais.

'Ran', de Akira Kurosawa (1985)

É uma adaptação livre do Rei Lear. Um chefe de clã no Japão medieval avisa que pretende dividir o reino entre seus três filhos. O cerne da tragédia é a rivalidade e também os impasses da divisão do poder.

'Hamlet', de Grigory Kozintsev (1964)

A versão soviética é tida como das mais fiéis, e possivelmente, a melhor já feita da peça famosa. O príncipe (Innokenty Smoktunovsky) retorna à casa, aprende que o pai morreu e sua mãe casou-se com seu tio. Clássica, neste texto, a hesitação de Hamlet em vingar-se, mesmo instigado pelo espectro do pai. A peça influenciou até Freud, que via nessa postergação do ajuste de contas um sintoma do Complexo de Édipo (inconsciente) do príncipe.

'A Herança', de Ozualdo Candeias (1970)

É, talvez, a melhor aclimatação de Shakespeare ao Brasil. O príncipe da Dinamarca, atormentado pela morte do pai, aqui se torna o filho de um fazendeiro assassinado que procura se vingar. Ao mesmo tempo, a realidade brasileira, com o sertão e os seus despossuídos, insinua-se na trama. Filme brilhante, provavelmente o melhor de Candeias.

Para Harold Bloom, William Shakespeare é o centro do cânone ocidental. Descontado o viés anglo-saxônico da afirmação, o fato é que se deve creditar Shakespeare como um dos construtores da sensibilidade ocidental moderna. Com suas peças de feitura inigualável e inspirada e temática que não se esgota, tornou-se um sucesso de público e crítica através dos séculos. Dessa forma, era previsível que se tornasse um dos (senão o mais) adaptado dos autores para o cinema.

Denzel Washington em 'A Tragédia de Macbeth', mais uma adaptação para o cinema do clássico de Shakespeare. Foto: Alison Rosa/A24/Apple TV Plus

Aproveitando o lançamento de A Tragédia de Macbeth que parece ser histórico, com Joel Coen na direção, e Denzel Washington e Frances McDormand nos papéis principais, convém recordar algumas das principais adaptações do Bardo para a tela grande. Só da peça “maldita”, existem várias versões:

'Macbeth', de Roman Polanski (1971)

Jon Finch é Macbeth e sua esposa é vivida por Francesca Annis. Macbeth é convencido pelas bruxas de que pode tomar a coroa do rei Duncan e assumir o poder. Um crime leva a outros. Uma das adaptações mais sombrias desse texto já tétrico de Shakespeare, por um Polanski atormentado pelo assassinato de sua esposa, Sharon Tate. Disponível na HBO Max

'Romeu e Julieta', de Franco Zeffirelli (1968)

Uma das peças mais populares de Shakespeare, ganha aqui adaptação bastante literal. Romeu (Leonard Whiting) e Julieta (Olivia Hussey) apaixonam-se apesar de pertencerem a famílias que se detestam, os Montecchio e os Capuleto. Assista no YouTube

'Amor Sublime Amor' (West Side Story), de Jerome Robbins e Robert Wise (1961)

Um Romeu e Julieta em formato musical, ambientado nos Estados Unidos. Em um bairro pobre de Nova York, ferve a rivalidade entre os grupos de imigrantes porto-riquenhos e norte-americanos de origem anglo-saxônica. Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer) se amam, mas, como pertencem a grupos rivais, seu destino será trágico. O enredo foi agora retomado por Steven Spielberg (2021), com mesma música (Leonard Bernstein) e letras (Stephen Sondheim), reproduzindo o conflito básico da versão anterior, apenas acirrado pelas tensões atuais. Assista na Amazon Prime Video.

Cena do filme 'Macbeth', de Orson Welles. Foto: Divulgação

'Macbeth - Reinado de Sangue', de Orson Welles (1948)

Com o próprio diretor no papel principal. A ambiciosa Lady Macbeth é interpretada por Jeanette Nolan. Como de hábito, Welles empresta tom gótico a essa tragédia da busca insana pelo poder. Uma obra-prima.

'Trono Manchado de Sangue', de Akira Kurosawa (1957)

A figura marcante de Toshiro Mifune assume o papel do rei assassino. Asaji Washizu é a mulher ambiciosa, que arma a mão do marido para o crime. Harold Bloom considera a melhor adaptação da peça para o cinema. Venceu o Festival de Veneza. Ator e atriz também foram premiados no festival italiano.

'Otelo', de Orson Welles (1951)

Welles pinta o rosto para interpretar o mouro ciumento, que mata a esposa Desdêmona (Suzanne Cloutier) instigado pelo intrigante Iago (Michéal MacLiammóir).

'Che Cosa sono le Nuvole', de Pier Paolo Pasolini (1968)

Vale a pena destacar essa criativa (e comovente) adaptação de Otelo feita por Pier Paolo Pasolini. O centro da ação parte de Iago (o cômico Totò), que conduz a intriga num simulacro de teatro de marionetes. Ninetto Davoli encarna o boneco que representa Otelo. É um dos episódios do longa-metragem Capricho à Italiana.

'A Última Tempestade (Prospero's Book)', de Peter Greenaway (1991)

Talvez a mais complexa adaptação de uma obra de Shakespeare. A peça em si já é complicada, com suas várias vozes e o recurso da “peça dentro da peça”, usado por Shakespeare em outros trabalhos, como Hamlet, Sonhos de uma Noite de Verão e Medida por Medida. John Gielgud encarna as vozes múltiplas em meio ao barroquismo de Greenaway, facilitado pelas novas tecnologias audiovisuais.

'Ran', de Akira Kurosawa (1985)

É uma adaptação livre do Rei Lear. Um chefe de clã no Japão medieval avisa que pretende dividir o reino entre seus três filhos. O cerne da tragédia é a rivalidade e também os impasses da divisão do poder.

'Hamlet', de Grigory Kozintsev (1964)

A versão soviética é tida como das mais fiéis, e possivelmente, a melhor já feita da peça famosa. O príncipe (Innokenty Smoktunovsky) retorna à casa, aprende que o pai morreu e sua mãe casou-se com seu tio. Clássica, neste texto, a hesitação de Hamlet em vingar-se, mesmo instigado pelo espectro do pai. A peça influenciou até Freud, que via nessa postergação do ajuste de contas um sintoma do Complexo de Édipo (inconsciente) do príncipe.

'A Herança', de Ozualdo Candeias (1970)

É, talvez, a melhor aclimatação de Shakespeare ao Brasil. O príncipe da Dinamarca, atormentado pela morte do pai, aqui se torna o filho de um fazendeiro assassinado que procura se vingar. Ao mesmo tempo, a realidade brasileira, com o sertão e os seus despossuídos, insinua-se na trama. Filme brilhante, provavelmente o melhor de Candeias.

Para Harold Bloom, William Shakespeare é o centro do cânone ocidental. Descontado o viés anglo-saxônico da afirmação, o fato é que se deve creditar Shakespeare como um dos construtores da sensibilidade ocidental moderna. Com suas peças de feitura inigualável e inspirada e temática que não se esgota, tornou-se um sucesso de público e crítica através dos séculos. Dessa forma, era previsível que se tornasse um dos (senão o mais) adaptado dos autores para o cinema.

Denzel Washington em 'A Tragédia de Macbeth', mais uma adaptação para o cinema do clássico de Shakespeare. Foto: Alison Rosa/A24/Apple TV Plus

Aproveitando o lançamento de A Tragédia de Macbeth que parece ser histórico, com Joel Coen na direção, e Denzel Washington e Frances McDormand nos papéis principais, convém recordar algumas das principais adaptações do Bardo para a tela grande. Só da peça “maldita”, existem várias versões:

'Macbeth', de Roman Polanski (1971)

Jon Finch é Macbeth e sua esposa é vivida por Francesca Annis. Macbeth é convencido pelas bruxas de que pode tomar a coroa do rei Duncan e assumir o poder. Um crime leva a outros. Uma das adaptações mais sombrias desse texto já tétrico de Shakespeare, por um Polanski atormentado pelo assassinato de sua esposa, Sharon Tate. Disponível na HBO Max

'Romeu e Julieta', de Franco Zeffirelli (1968)

Uma das peças mais populares de Shakespeare, ganha aqui adaptação bastante literal. Romeu (Leonard Whiting) e Julieta (Olivia Hussey) apaixonam-se apesar de pertencerem a famílias que se detestam, os Montecchio e os Capuleto. Assista no YouTube

'Amor Sublime Amor' (West Side Story), de Jerome Robbins e Robert Wise (1961)

Um Romeu e Julieta em formato musical, ambientado nos Estados Unidos. Em um bairro pobre de Nova York, ferve a rivalidade entre os grupos de imigrantes porto-riquenhos e norte-americanos de origem anglo-saxônica. Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer) se amam, mas, como pertencem a grupos rivais, seu destino será trágico. O enredo foi agora retomado por Steven Spielberg (2021), com mesma música (Leonard Bernstein) e letras (Stephen Sondheim), reproduzindo o conflito básico da versão anterior, apenas acirrado pelas tensões atuais. Assista na Amazon Prime Video.

Cena do filme 'Macbeth', de Orson Welles. Foto: Divulgação

'Macbeth - Reinado de Sangue', de Orson Welles (1948)

Com o próprio diretor no papel principal. A ambiciosa Lady Macbeth é interpretada por Jeanette Nolan. Como de hábito, Welles empresta tom gótico a essa tragédia da busca insana pelo poder. Uma obra-prima.

'Trono Manchado de Sangue', de Akira Kurosawa (1957)

A figura marcante de Toshiro Mifune assume o papel do rei assassino. Asaji Washizu é a mulher ambiciosa, que arma a mão do marido para o crime. Harold Bloom considera a melhor adaptação da peça para o cinema. Venceu o Festival de Veneza. Ator e atriz também foram premiados no festival italiano.

'Otelo', de Orson Welles (1951)

Welles pinta o rosto para interpretar o mouro ciumento, que mata a esposa Desdêmona (Suzanne Cloutier) instigado pelo intrigante Iago (Michéal MacLiammóir).

'Che Cosa sono le Nuvole', de Pier Paolo Pasolini (1968)

Vale a pena destacar essa criativa (e comovente) adaptação de Otelo feita por Pier Paolo Pasolini. O centro da ação parte de Iago (o cômico Totò), que conduz a intriga num simulacro de teatro de marionetes. Ninetto Davoli encarna o boneco que representa Otelo. É um dos episódios do longa-metragem Capricho à Italiana.

'A Última Tempestade (Prospero's Book)', de Peter Greenaway (1991)

Talvez a mais complexa adaptação de uma obra de Shakespeare. A peça em si já é complicada, com suas várias vozes e o recurso da “peça dentro da peça”, usado por Shakespeare em outros trabalhos, como Hamlet, Sonhos de uma Noite de Verão e Medida por Medida. John Gielgud encarna as vozes múltiplas em meio ao barroquismo de Greenaway, facilitado pelas novas tecnologias audiovisuais.

'Ran', de Akira Kurosawa (1985)

É uma adaptação livre do Rei Lear. Um chefe de clã no Japão medieval avisa que pretende dividir o reino entre seus três filhos. O cerne da tragédia é a rivalidade e também os impasses da divisão do poder.

'Hamlet', de Grigory Kozintsev (1964)

A versão soviética é tida como das mais fiéis, e possivelmente, a melhor já feita da peça famosa. O príncipe (Innokenty Smoktunovsky) retorna à casa, aprende que o pai morreu e sua mãe casou-se com seu tio. Clássica, neste texto, a hesitação de Hamlet em vingar-se, mesmo instigado pelo espectro do pai. A peça influenciou até Freud, que via nessa postergação do ajuste de contas um sintoma do Complexo de Édipo (inconsciente) do príncipe.

'A Herança', de Ozualdo Candeias (1970)

É, talvez, a melhor aclimatação de Shakespeare ao Brasil. O príncipe da Dinamarca, atormentado pela morte do pai, aqui se torna o filho de um fazendeiro assassinado que procura se vingar. Ao mesmo tempo, a realidade brasileira, com o sertão e os seus despossuídos, insinua-se na trama. Filme brilhante, provavelmente o melhor de Candeias.

Para Harold Bloom, William Shakespeare é o centro do cânone ocidental. Descontado o viés anglo-saxônico da afirmação, o fato é que se deve creditar Shakespeare como um dos construtores da sensibilidade ocidental moderna. Com suas peças de feitura inigualável e inspirada e temática que não se esgota, tornou-se um sucesso de público e crítica através dos séculos. Dessa forma, era previsível que se tornasse um dos (senão o mais) adaptado dos autores para o cinema.

Denzel Washington em 'A Tragédia de Macbeth', mais uma adaptação para o cinema do clássico de Shakespeare. Foto: Alison Rosa/A24/Apple TV Plus

Aproveitando o lançamento de A Tragédia de Macbeth que parece ser histórico, com Joel Coen na direção, e Denzel Washington e Frances McDormand nos papéis principais, convém recordar algumas das principais adaptações do Bardo para a tela grande. Só da peça “maldita”, existem várias versões:

'Macbeth', de Roman Polanski (1971)

Jon Finch é Macbeth e sua esposa é vivida por Francesca Annis. Macbeth é convencido pelas bruxas de que pode tomar a coroa do rei Duncan e assumir o poder. Um crime leva a outros. Uma das adaptações mais sombrias desse texto já tétrico de Shakespeare, por um Polanski atormentado pelo assassinato de sua esposa, Sharon Tate. Disponível na HBO Max

'Romeu e Julieta', de Franco Zeffirelli (1968)

Uma das peças mais populares de Shakespeare, ganha aqui adaptação bastante literal. Romeu (Leonard Whiting) e Julieta (Olivia Hussey) apaixonam-se apesar de pertencerem a famílias que se detestam, os Montecchio e os Capuleto. Assista no YouTube

'Amor Sublime Amor' (West Side Story), de Jerome Robbins e Robert Wise (1961)

Um Romeu e Julieta em formato musical, ambientado nos Estados Unidos. Em um bairro pobre de Nova York, ferve a rivalidade entre os grupos de imigrantes porto-riquenhos e norte-americanos de origem anglo-saxônica. Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer) se amam, mas, como pertencem a grupos rivais, seu destino será trágico. O enredo foi agora retomado por Steven Spielberg (2021), com mesma música (Leonard Bernstein) e letras (Stephen Sondheim), reproduzindo o conflito básico da versão anterior, apenas acirrado pelas tensões atuais. Assista na Amazon Prime Video.

Cena do filme 'Macbeth', de Orson Welles. Foto: Divulgação

'Macbeth - Reinado de Sangue', de Orson Welles (1948)

Com o próprio diretor no papel principal. A ambiciosa Lady Macbeth é interpretada por Jeanette Nolan. Como de hábito, Welles empresta tom gótico a essa tragédia da busca insana pelo poder. Uma obra-prima.

'Trono Manchado de Sangue', de Akira Kurosawa (1957)

A figura marcante de Toshiro Mifune assume o papel do rei assassino. Asaji Washizu é a mulher ambiciosa, que arma a mão do marido para o crime. Harold Bloom considera a melhor adaptação da peça para o cinema. Venceu o Festival de Veneza. Ator e atriz também foram premiados no festival italiano.

'Otelo', de Orson Welles (1951)

Welles pinta o rosto para interpretar o mouro ciumento, que mata a esposa Desdêmona (Suzanne Cloutier) instigado pelo intrigante Iago (Michéal MacLiammóir).

'Che Cosa sono le Nuvole', de Pier Paolo Pasolini (1968)

Vale a pena destacar essa criativa (e comovente) adaptação de Otelo feita por Pier Paolo Pasolini. O centro da ação parte de Iago (o cômico Totò), que conduz a intriga num simulacro de teatro de marionetes. Ninetto Davoli encarna o boneco que representa Otelo. É um dos episódios do longa-metragem Capricho à Italiana.

'A Última Tempestade (Prospero's Book)', de Peter Greenaway (1991)

Talvez a mais complexa adaptação de uma obra de Shakespeare. A peça em si já é complicada, com suas várias vozes e o recurso da “peça dentro da peça”, usado por Shakespeare em outros trabalhos, como Hamlet, Sonhos de uma Noite de Verão e Medida por Medida. John Gielgud encarna as vozes múltiplas em meio ao barroquismo de Greenaway, facilitado pelas novas tecnologias audiovisuais.

'Ran', de Akira Kurosawa (1985)

É uma adaptação livre do Rei Lear. Um chefe de clã no Japão medieval avisa que pretende dividir o reino entre seus três filhos. O cerne da tragédia é a rivalidade e também os impasses da divisão do poder.

'Hamlet', de Grigory Kozintsev (1964)

A versão soviética é tida como das mais fiéis, e possivelmente, a melhor já feita da peça famosa. O príncipe (Innokenty Smoktunovsky) retorna à casa, aprende que o pai morreu e sua mãe casou-se com seu tio. Clássica, neste texto, a hesitação de Hamlet em vingar-se, mesmo instigado pelo espectro do pai. A peça influenciou até Freud, que via nessa postergação do ajuste de contas um sintoma do Complexo de Édipo (inconsciente) do príncipe.

'A Herança', de Ozualdo Candeias (1970)

É, talvez, a melhor aclimatação de Shakespeare ao Brasil. O príncipe da Dinamarca, atormentado pela morte do pai, aqui se torna o filho de um fazendeiro assassinado que procura se vingar. Ao mesmo tempo, a realidade brasileira, com o sertão e os seus despossuídos, insinua-se na trama. Filme brilhante, provavelmente o melhor de Candeias.

Para Harold Bloom, William Shakespeare é o centro do cânone ocidental. Descontado o viés anglo-saxônico da afirmação, o fato é que se deve creditar Shakespeare como um dos construtores da sensibilidade ocidental moderna. Com suas peças de feitura inigualável e inspirada e temática que não se esgota, tornou-se um sucesso de público e crítica através dos séculos. Dessa forma, era previsível que se tornasse um dos (senão o mais) adaptado dos autores para o cinema.

Denzel Washington em 'A Tragédia de Macbeth', mais uma adaptação para o cinema do clássico de Shakespeare. Foto: Alison Rosa/A24/Apple TV Plus

Aproveitando o lançamento de A Tragédia de Macbeth que parece ser histórico, com Joel Coen na direção, e Denzel Washington e Frances McDormand nos papéis principais, convém recordar algumas das principais adaptações do Bardo para a tela grande. Só da peça “maldita”, existem várias versões:

'Macbeth', de Roman Polanski (1971)

Jon Finch é Macbeth e sua esposa é vivida por Francesca Annis. Macbeth é convencido pelas bruxas de que pode tomar a coroa do rei Duncan e assumir o poder. Um crime leva a outros. Uma das adaptações mais sombrias desse texto já tétrico de Shakespeare, por um Polanski atormentado pelo assassinato de sua esposa, Sharon Tate. Disponível na HBO Max

'Romeu e Julieta', de Franco Zeffirelli (1968)

Uma das peças mais populares de Shakespeare, ganha aqui adaptação bastante literal. Romeu (Leonard Whiting) e Julieta (Olivia Hussey) apaixonam-se apesar de pertencerem a famílias que se detestam, os Montecchio e os Capuleto. Assista no YouTube

'Amor Sublime Amor' (West Side Story), de Jerome Robbins e Robert Wise (1961)

Um Romeu e Julieta em formato musical, ambientado nos Estados Unidos. Em um bairro pobre de Nova York, ferve a rivalidade entre os grupos de imigrantes porto-riquenhos e norte-americanos de origem anglo-saxônica. Maria (Natalie Wood) e Tony (Richard Beymer) se amam, mas, como pertencem a grupos rivais, seu destino será trágico. O enredo foi agora retomado por Steven Spielberg (2021), com mesma música (Leonard Bernstein) e letras (Stephen Sondheim), reproduzindo o conflito básico da versão anterior, apenas acirrado pelas tensões atuais. Assista na Amazon Prime Video.

Cena do filme 'Macbeth', de Orson Welles. Foto: Divulgação

'Macbeth - Reinado de Sangue', de Orson Welles (1948)

Com o próprio diretor no papel principal. A ambiciosa Lady Macbeth é interpretada por Jeanette Nolan. Como de hábito, Welles empresta tom gótico a essa tragédia da busca insana pelo poder. Uma obra-prima.

'Trono Manchado de Sangue', de Akira Kurosawa (1957)

A figura marcante de Toshiro Mifune assume o papel do rei assassino. Asaji Washizu é a mulher ambiciosa, que arma a mão do marido para o crime. Harold Bloom considera a melhor adaptação da peça para o cinema. Venceu o Festival de Veneza. Ator e atriz também foram premiados no festival italiano.

'Otelo', de Orson Welles (1951)

Welles pinta o rosto para interpretar o mouro ciumento, que mata a esposa Desdêmona (Suzanne Cloutier) instigado pelo intrigante Iago (Michéal MacLiammóir).

'Che Cosa sono le Nuvole', de Pier Paolo Pasolini (1968)

Vale a pena destacar essa criativa (e comovente) adaptação de Otelo feita por Pier Paolo Pasolini. O centro da ação parte de Iago (o cômico Totò), que conduz a intriga num simulacro de teatro de marionetes. Ninetto Davoli encarna o boneco que representa Otelo. É um dos episódios do longa-metragem Capricho à Italiana.

'A Última Tempestade (Prospero's Book)', de Peter Greenaway (1991)

Talvez a mais complexa adaptação de uma obra de Shakespeare. A peça em si já é complicada, com suas várias vozes e o recurso da “peça dentro da peça”, usado por Shakespeare em outros trabalhos, como Hamlet, Sonhos de uma Noite de Verão e Medida por Medida. John Gielgud encarna as vozes múltiplas em meio ao barroquismo de Greenaway, facilitado pelas novas tecnologias audiovisuais.

'Ran', de Akira Kurosawa (1985)

É uma adaptação livre do Rei Lear. Um chefe de clã no Japão medieval avisa que pretende dividir o reino entre seus três filhos. O cerne da tragédia é a rivalidade e também os impasses da divisão do poder.

'Hamlet', de Grigory Kozintsev (1964)

A versão soviética é tida como das mais fiéis, e possivelmente, a melhor já feita da peça famosa. O príncipe (Innokenty Smoktunovsky) retorna à casa, aprende que o pai morreu e sua mãe casou-se com seu tio. Clássica, neste texto, a hesitação de Hamlet em vingar-se, mesmo instigado pelo espectro do pai. A peça influenciou até Freud, que via nessa postergação do ajuste de contas um sintoma do Complexo de Édipo (inconsciente) do príncipe.

'A Herança', de Ozualdo Candeias (1970)

É, talvez, a melhor aclimatação de Shakespeare ao Brasil. O príncipe da Dinamarca, atormentado pela morte do pai, aqui se torna o filho de um fazendeiro assassinado que procura se vingar. Ao mesmo tempo, a realidade brasileira, com o sertão e os seus despossuídos, insinua-se na trama. Filme brilhante, provavelmente o melhor de Candeias.

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