Crítica: ‘Vingadores – Ultimato’ faz reflexão sobre sacrifício e luto


'Vingadores 4' estreia nesta quinta, 25, e precisa de tempo (e muito drama). Filme conta, em mais de três horas, uma história de morte, luto e superação

Por Luiz Carlos Merten

Pode parecer maluquice do repórter, mas Vingadores – Ultimato, que toma de assalto os cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 25, tem muito a ver com filmes nacionais pequenos, quase miúras, que também estão entrando ou já estão em cartaz. E curiosidade – são filmes dirigidos por mulheres – Los Silencios, de Beatriz Seigner; Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Nader Messora (codireção de João Salaviza); e A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida, que entra mais adiante. 

Não importa o tamanho nem a verba desses filmes – um minuto das mais de três horas de efeitos de Avengers pode ter sido suficiente para pagar os outros três. É melhor deixar dinheiro de lado e ir ao ponto. São todos filmes sobre luto.

'Vingadores: Ultimato' estreia nos cinemas brasileiros Foto: Walt Disney Studios
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Luto, num filme de super-heróis. Recapitulando. No final de Vingadores – Guerra Infinita, Thanos, o maior vilão da Marvel, empoderado pelas Joias do Infinito, destrói metade das vidas da Terra. Sobram o Homem de Ferro, sem rumo no espaço; Capitão América e Natasha Romanov. Cuidado que o texto vai ter spoiler. 

Como as primeiras mil sessões do filme no Brasil – nos EUA estreia no dia 26 – já estão lotadas, você pode deixar para ler depois. Seria até recomendável. Vamos tentar minimizar os spoilers, então. A pergunta que não quer calar – é bom? Joe e Anthony Russo não decepcionam. Mas nunca, como aqui, eles tomaram tanto tempo para contar sua história. O épico vira uma epopeia. A sobrevivência da Terra, e da humanidade, por meio do sacrifício dos super-heróis. Sacrifício? Sim, morre gente no começo e no fim de Vingadores 4, mas você terá de passar pelos 182 minutos para descobrir quem.

A primeira cena é com Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro. Na segunda, Capitão América e o Homem de Ferro já estão brigando. Na terceira ou quarta, o Homem-Formiga volta do Universo Quântico com a proposta salvadora. E se os super-heróis viajarem ao passado, em busca das joias, antes que Thanos se aposse delas? Talvez esteja aí a chave para restaurar a força do grupo.

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Em outro universo, o da DC, Superman já ressuscitou em Liga da Justiça. Por que não? A grande novidade, e de novo o spoiler, é a força das mulheres. Brie Larson, que mal ganhou seu filme próprio, volta tão poderosa que, pelo menos em duas oportunidades, no começo e no fim, salva a parada, nisso repetindo a Mulher-Maravilha que também reunia o grupo em Liga da Justiça. De repente, baixa a mãe África e são as heroínas de Wakanda contra Thanos.

Na coletiva de lançamento de Vingadores - Ultimato em Los Angeles, vale lembrar o texto que Mariane Morisawa publicou no Estado, no domingo, 21. O codiretor Joe Russo disse que não tinha outra palavra para definir seu filme (e do irmão Anthony). Garantiu que era/é catártico. E os roteiristas Christopher Marcus e Stephen McFelly – “O filme questiona qual o preço do heroísmo, qual o custo de fazer a coisa certa diante da perda e do sofrimento.” 

O que Vingadores 4 tem de diferente

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Apesar das muitas brincadeiras sobre a viagem no tempo, é isso que está em jogo. Todos naquele grupo sabem que é tudo ou nada. O que houve no filme anterior foi uma tragédia que os sobreviventes encaram. Isso significa mais drama, mais intensidade dos conflitos, mas não, necessariamente, menos ação nem menos efeitos. O filme é mais ambicioso, necessita de mais tempo para que o espectador possa absorver tudo. A perda e a reação, por isso a duração de mais de três horas.

Ao longo de dez anos, a Marvel construiu seu universo cinematográfico por meio de 22 filmes. Esse, claramente, encerra uma fase. É a aposta mais ambiciosa do estúdio. A Marvel acredita num retorno planetário da ordem de bilhões de dólares. Hollywood acredita nos números de Vingadores 4 para fechar suas contas do ano com lucro. 

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O que ocorrerá com esses super-heróis? Não é frequente vê-los sofrendo, chorando, envelhecendo. Alguns estão se despedindo. Thor, o deus Chris Hemsworth, perdeu a forma e virou um beberrão barrigudo. Há uma passagem – de uniformes, escudos. Reaparece gente que você nem lembrava do Universo Marvel. O guardião da galáxia Quill reaparece praticamente só para tomar porrada de Zamora.

Oh, não, sua ferramenta de ladrão intergaláctico será decisiva na recuperação de uma das joias. Rocket e Graveto rendem algumas das melhores piadas. Quando Homem-Formiga ameaça surpreender Natasha com uma proposta absurda, ela, vacinada, retruca que nada pode ser mais absurdo do que receber e-mails de um guaxinim falante.

Vingadores – Ultimato aposta é nisso. Nessa familiaridade nossa – nós o público – com esses super-heróis que vimos acompanhando há dez anos. Claro que existe um outro compartimento, o do filme de arte, mas voltando ao começo (do texto) Joe e Anthony Russo, com mais recursos, estão contando a mesmíssima história de morte, luto e superação de filmes como Los Silencios, Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos e A Sombra do Pai. É só não se fechar para o inesperado e o maravilhoso. Quem diria, mas o mundo dos super-heróis ainda reserva surpresas.

Pode parecer maluquice do repórter, mas Vingadores – Ultimato, que toma de assalto os cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 25, tem muito a ver com filmes nacionais pequenos, quase miúras, que também estão entrando ou já estão em cartaz. E curiosidade – são filmes dirigidos por mulheres – Los Silencios, de Beatriz Seigner; Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Nader Messora (codireção de João Salaviza); e A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida, que entra mais adiante. 

Não importa o tamanho nem a verba desses filmes – um minuto das mais de três horas de efeitos de Avengers pode ter sido suficiente para pagar os outros três. É melhor deixar dinheiro de lado e ir ao ponto. São todos filmes sobre luto.

'Vingadores: Ultimato' estreia nos cinemas brasileiros Foto: Walt Disney Studios

Luto, num filme de super-heróis. Recapitulando. No final de Vingadores – Guerra Infinita, Thanos, o maior vilão da Marvel, empoderado pelas Joias do Infinito, destrói metade das vidas da Terra. Sobram o Homem de Ferro, sem rumo no espaço; Capitão América e Natasha Romanov. Cuidado que o texto vai ter spoiler. 

Como as primeiras mil sessões do filme no Brasil – nos EUA estreia no dia 26 – já estão lotadas, você pode deixar para ler depois. Seria até recomendável. Vamos tentar minimizar os spoilers, então. A pergunta que não quer calar – é bom? Joe e Anthony Russo não decepcionam. Mas nunca, como aqui, eles tomaram tanto tempo para contar sua história. O épico vira uma epopeia. A sobrevivência da Terra, e da humanidade, por meio do sacrifício dos super-heróis. Sacrifício? Sim, morre gente no começo e no fim de Vingadores 4, mas você terá de passar pelos 182 minutos para descobrir quem.

A primeira cena é com Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro. Na segunda, Capitão América e o Homem de Ferro já estão brigando. Na terceira ou quarta, o Homem-Formiga volta do Universo Quântico com a proposta salvadora. E se os super-heróis viajarem ao passado, em busca das joias, antes que Thanos se aposse delas? Talvez esteja aí a chave para restaurar a força do grupo.

Em outro universo, o da DC, Superman já ressuscitou em Liga da Justiça. Por que não? A grande novidade, e de novo o spoiler, é a força das mulheres. Brie Larson, que mal ganhou seu filme próprio, volta tão poderosa que, pelo menos em duas oportunidades, no começo e no fim, salva a parada, nisso repetindo a Mulher-Maravilha que também reunia o grupo em Liga da Justiça. De repente, baixa a mãe África e são as heroínas de Wakanda contra Thanos.

Na coletiva de lançamento de Vingadores - Ultimato em Los Angeles, vale lembrar o texto que Mariane Morisawa publicou no Estado, no domingo, 21. O codiretor Joe Russo disse que não tinha outra palavra para definir seu filme (e do irmão Anthony). Garantiu que era/é catártico. E os roteiristas Christopher Marcus e Stephen McFelly – “O filme questiona qual o preço do heroísmo, qual o custo de fazer a coisa certa diante da perda e do sofrimento.” 

O que Vingadores 4 tem de diferente

Apesar das muitas brincadeiras sobre a viagem no tempo, é isso que está em jogo. Todos naquele grupo sabem que é tudo ou nada. O que houve no filme anterior foi uma tragédia que os sobreviventes encaram. Isso significa mais drama, mais intensidade dos conflitos, mas não, necessariamente, menos ação nem menos efeitos. O filme é mais ambicioso, necessita de mais tempo para que o espectador possa absorver tudo. A perda e a reação, por isso a duração de mais de três horas.

Ao longo de dez anos, a Marvel construiu seu universo cinematográfico por meio de 22 filmes. Esse, claramente, encerra uma fase. É a aposta mais ambiciosa do estúdio. A Marvel acredita num retorno planetário da ordem de bilhões de dólares. Hollywood acredita nos números de Vingadores 4 para fechar suas contas do ano com lucro. 

O que ocorrerá com esses super-heróis? Não é frequente vê-los sofrendo, chorando, envelhecendo. Alguns estão se despedindo. Thor, o deus Chris Hemsworth, perdeu a forma e virou um beberrão barrigudo. Há uma passagem – de uniformes, escudos. Reaparece gente que você nem lembrava do Universo Marvel. O guardião da galáxia Quill reaparece praticamente só para tomar porrada de Zamora.

Oh, não, sua ferramenta de ladrão intergaláctico será decisiva na recuperação de uma das joias. Rocket e Graveto rendem algumas das melhores piadas. Quando Homem-Formiga ameaça surpreender Natasha com uma proposta absurda, ela, vacinada, retruca que nada pode ser mais absurdo do que receber e-mails de um guaxinim falante.

Vingadores – Ultimato aposta é nisso. Nessa familiaridade nossa – nós o público – com esses super-heróis que vimos acompanhando há dez anos. Claro que existe um outro compartimento, o do filme de arte, mas voltando ao começo (do texto) Joe e Anthony Russo, com mais recursos, estão contando a mesmíssima história de morte, luto e superação de filmes como Los Silencios, Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos e A Sombra do Pai. É só não se fechar para o inesperado e o maravilhoso. Quem diria, mas o mundo dos super-heróis ainda reserva surpresas.

Pode parecer maluquice do repórter, mas Vingadores – Ultimato, que toma de assalto os cinemas brasileiros nesta quinta-feira, 25, tem muito a ver com filmes nacionais pequenos, quase miúras, que também estão entrando ou já estão em cartaz. E curiosidade – são filmes dirigidos por mulheres – Los Silencios, de Beatriz Seigner; Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos, de Renée Nader Messora (codireção de João Salaviza); e A Sombra do Pai, de Gabriela Amaral Almeida, que entra mais adiante. 

Não importa o tamanho nem a verba desses filmes – um minuto das mais de três horas de efeitos de Avengers pode ter sido suficiente para pagar os outros três. É melhor deixar dinheiro de lado e ir ao ponto. São todos filmes sobre luto.

'Vingadores: Ultimato' estreia nos cinemas brasileiros Foto: Walt Disney Studios

Luto, num filme de super-heróis. Recapitulando. No final de Vingadores – Guerra Infinita, Thanos, o maior vilão da Marvel, empoderado pelas Joias do Infinito, destrói metade das vidas da Terra. Sobram o Homem de Ferro, sem rumo no espaço; Capitão América e Natasha Romanov. Cuidado que o texto vai ter spoiler. 

Como as primeiras mil sessões do filme no Brasil – nos EUA estreia no dia 26 – já estão lotadas, você pode deixar para ler depois. Seria até recomendável. Vamos tentar minimizar os spoilers, então. A pergunta que não quer calar – é bom? Joe e Anthony Russo não decepcionam. Mas nunca, como aqui, eles tomaram tanto tempo para contar sua história. O épico vira uma epopeia. A sobrevivência da Terra, e da humanidade, por meio do sacrifício dos super-heróis. Sacrifício? Sim, morre gente no começo e no fim de Vingadores 4, mas você terá de passar pelos 182 minutos para descobrir quem.

A primeira cena é com Jeremy Renner, o Gavião Arqueiro. Na segunda, Capitão América e o Homem de Ferro já estão brigando. Na terceira ou quarta, o Homem-Formiga volta do Universo Quântico com a proposta salvadora. E se os super-heróis viajarem ao passado, em busca das joias, antes que Thanos se aposse delas? Talvez esteja aí a chave para restaurar a força do grupo.

Em outro universo, o da DC, Superman já ressuscitou em Liga da Justiça. Por que não? A grande novidade, e de novo o spoiler, é a força das mulheres. Brie Larson, que mal ganhou seu filme próprio, volta tão poderosa que, pelo menos em duas oportunidades, no começo e no fim, salva a parada, nisso repetindo a Mulher-Maravilha que também reunia o grupo em Liga da Justiça. De repente, baixa a mãe África e são as heroínas de Wakanda contra Thanos.

Na coletiva de lançamento de Vingadores - Ultimato em Los Angeles, vale lembrar o texto que Mariane Morisawa publicou no Estado, no domingo, 21. O codiretor Joe Russo disse que não tinha outra palavra para definir seu filme (e do irmão Anthony). Garantiu que era/é catártico. E os roteiristas Christopher Marcus e Stephen McFelly – “O filme questiona qual o preço do heroísmo, qual o custo de fazer a coisa certa diante da perda e do sofrimento.” 

O que Vingadores 4 tem de diferente

Apesar das muitas brincadeiras sobre a viagem no tempo, é isso que está em jogo. Todos naquele grupo sabem que é tudo ou nada. O que houve no filme anterior foi uma tragédia que os sobreviventes encaram. Isso significa mais drama, mais intensidade dos conflitos, mas não, necessariamente, menos ação nem menos efeitos. O filme é mais ambicioso, necessita de mais tempo para que o espectador possa absorver tudo. A perda e a reação, por isso a duração de mais de três horas.

Ao longo de dez anos, a Marvel construiu seu universo cinematográfico por meio de 22 filmes. Esse, claramente, encerra uma fase. É a aposta mais ambiciosa do estúdio. A Marvel acredita num retorno planetário da ordem de bilhões de dólares. Hollywood acredita nos números de Vingadores 4 para fechar suas contas do ano com lucro. 

O que ocorrerá com esses super-heróis? Não é frequente vê-los sofrendo, chorando, envelhecendo. Alguns estão se despedindo. Thor, o deus Chris Hemsworth, perdeu a forma e virou um beberrão barrigudo. Há uma passagem – de uniformes, escudos. Reaparece gente que você nem lembrava do Universo Marvel. O guardião da galáxia Quill reaparece praticamente só para tomar porrada de Zamora.

Oh, não, sua ferramenta de ladrão intergaláctico será decisiva na recuperação de uma das joias. Rocket e Graveto rendem algumas das melhores piadas. Quando Homem-Formiga ameaça surpreender Natasha com uma proposta absurda, ela, vacinada, retruca que nada pode ser mais absurdo do que receber e-mails de um guaxinim falante.

Vingadores – Ultimato aposta é nisso. Nessa familiaridade nossa – nós o público – com esses super-heróis que vimos acompanhando há dez anos. Claro que existe um outro compartimento, o do filme de arte, mas voltando ao começo (do texto) Joe e Anthony Russo, com mais recursos, estão contando a mesmíssima história de morte, luto e superação de filmes como Los Silencios, Chuva É Cantoria na Aldeia dos Mortos e A Sombra do Pai. É só não se fechar para o inesperado e o maravilhoso. Quem diria, mas o mundo dos super-heróis ainda reserva surpresas.

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