Como Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist viveram um tórrido triângulo amoroso de ‘Rivais’


Longa de Guadagnino estreou na quinta-feira, 25, e desenvolve o drama entre partidas de tênis

Por Jake Coyle

Um torneio de tênis de segunda categoria em New Rochelle, no estado de Nova York, pode ser sexy? Quando o drama envolve Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist no filme Rivais, de Luca Guadagnino, a resposta é bem mais do que se espera de uma partida entre tenistas amadores.

À primeira vista, o longa, dirigido por Luca a partir de roteiro do dramaturgo Justin Kuritzkes, parece um filme de esportes. Boa parte da ação acontece no fundo de quadra. Tem muitos saques e shortinhos curtos. Mas no filme de Guadagnino o que fica indo de um lado para outro não é só a bolinha amarela.

“A bolinha é a força efêmera e invisível do desejo”, diz Guadagnino, diretor de Me Chame pelo Seu Nome e Até os Ossos. “Eu queria mostrar o desejo indo e voltando.”

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C_00654_R Zendaya e Josh O’Connor, em cena de 'Rivais' Foto: Warner Bros./Divulgação

O resultado acachapante é o triângulo amoroso do ano. Rivais, que a Amazon MGM Studios lançou nos cinemas brasileiros na quinta-feira, 25, pega o melodrama do trio e dá um toque bi-curioso de tirar o fôlego – especialmente por causa da química multilateral entre Zendaya, O’Connor e Faist, todos na faixa dos vinte e muitos ou trinta e poucos, e brilhantes quando necessário.

É uma façanha na tela grande, sobretudo para Zendaya, que também é produtora do filme. Ela interpreta Tashi, companheira e treinadora da estrela do tênis Art (Faist, que brilhou em Amor, Sublime Amor). Tashi só foi relegada a esse segundo plano por causa de uma lesão no joelho que pôs fim à sua carreira, mas que não passou nem perto de minar suas ambições. Já a paixão de Art pelo tênis vem esmorecendo. Em New Rochelle, quando ele enfrenta o velho amigo Patrick (O’Connor, estrela do recente La Chimera, de Alice Rohrwacher), o complexo passado dos três vem à tona – deliciosamente.

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Zendaya se sentiu atraída pelo projeto exatamente porque não parecia uma escolha natural para ela.

“Era um desafio. Era muito diferente de mim”, disse Zendaya em entrevista ao lado de seus colegas de elenco. “Às vezes, quando você está meio com medo de enfrentar uma coisa assim, você pensa, ‘Oh, talvez eu deva encarar mesmo’. Não quero entrar num projeto e dizer: ‘Pode deixar comigo. Vai ser moleza’.”

Rivais iria abrir o Festival de Cinema de Veneza no ano passado, mas acabou sendo adiado por causa da greve dos atores. O adiamento só fez crescer o burburinho em torno do filme. Isso tem muito a ver com a atenção a tudo que Zendaya faz, mas também com a forma como o filme põe três jovens atores emocionantes no centro do quadro e não desiste.

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“O mais especial é que nós três somos protagonistas do filme. É muito legal”, diz O’Connor. “É raro ter a chance de fazer uma coisa assim.”

“Já fiz parte de grupos bem grandes”, acrescenta Zendaya, que estrelou o recente Duna: Parte Dois. “Mas aqui somos só nós três. Nós somos o elenco. Embora obviamente tenhamos outros atores incríveis, o foco está em nós três. Nos treinos de tênis e no período de ensaios, éramos só nós três. Ainda bem que a gente se dá muito bem.”

Guadagnino, conhecido por seu jeito orgânico de trabalhar, usou uma imagem para descrever as semanas que passou em Boston se preparando com as três estrelas: “Crianças na praia construindo castelos de areia.” Embora Faist tenha uma certa habilidade atlética, Zendaya e O’Connor eram terríveis no tênis. Guadagnino nunca tinha pegado uma raquete na vida antes de entrar no set de Rivais. O famoso técnico de tênis Brad Gilbert foi contratado para ajudar.

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O diretor Luca Guadagnino no set de filmagem de 'Rivais' Foto: Niko Tavernise/AP/Metro Goldwyn Mayer Pictures

Mas Rivais não é sobre tênis: o esporte é só a arena onde transbordam a atração e a emoção do filme. Quando digo a Guadagnino que, no seu filme, as cenas de tênis são essencialmente cenas de sexo, ele responde: “Obrigado.”

Faist, O’Connor e Zendaya estão conectados de jeitos diferentes, não apenas na maneira como o desejo flui e reflui, mas também na maneira como as personagens conciliam suas paixões flutuantes com a carreira.

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“Quando um projeto termina, você fica no limbo. Fica sempre tentando encontrar aquilo que desperta alguma coisa dentro de você”, diz Faist. “Foi algo com que realmente me identifiquei, essa ideia de me apaixonar e desapaixonar pelo trabalho.”

No caso de Zendaya, a ideia de ter sua arte arrancada de si – assim como acontece com Tashi – impulsionou sua melhor atuação cinematográfica até agora, sem dúvida. Rivais também é sua primeira vez como atriz principal de um lançamento nos cinemas.

“Sinto muita gratidão por ter escolhido uma carreira que posso continuar tocando pelo tempo que quiser. Posso chegar aos 80 anos e ainda fazer filmes, se tiver sorte ou se for uma coisa que eu ainda queira fazer. Não consigo imaginar essa ideia de arrancarem de você uma coisa que te faz feliz ou que te dá poder”

Zendaya

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Foi a produtora Amy Pascal quem apresentou Rivais para Zendaya, fechando um círculo completo, porque foi Pascal quem a escalou para sua estreia na tela grande, em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Mas Rivais sinaliza uma transição para papéis mais maduros para a atriz de 27 anos que, desde muito jovem, como estrela da TV Disney, teve sobre os ombros a responsabilidade da fama e do sustento da família.

“Uma coisa que mexe comigo pessoalmente é essa diferença entre o que eu quero e o que as pessoas querem para mim”, diz Zendaya. “Nesse ponto, tenho empatia pela Tashi, mas também pelo Art, porque ele está jogando por duas pessoas. Ele não está mais jogando egoisticamente para sua própria alegria, ele está jogando para outra pessoa. Às vezes, nosso trabalho também é assim. Atuamos pelo bem de outras pessoas, pelo que as pessoas querem para nós, e não pelo que realmente faria a gente feliz.”

Mike Faist, Zendaya e Josh O'Connor, da esq. para dir., em cena de 'Rivais' Foto: MGM Studios/Divulgação

Para Zendaya, Faist e O’Connor, Rivais foi uma chance de lidar com as próprias ambições. O’Connor, que interpretou o príncipe Charles em The Crown e fez um personagem com quem se identificou muito mais em La Chimera, encontrou um papel bem diferente de si mesmo em Rivais.

“Ele é atirado, superconfiante, tem todas as qualidades que sempre admirei e sempre quis, mas que nunca tive. Foi uma benção passar uns meses na pele dele”, diz O’Connor. “É isso que vou levar de Patrick. Gosto muito dele. Sei que ele é problemático, mas gosto muito dele. Acho que ele é hilário e charmoso e que ele se conhece muito bem. São qualidades que não necessariamente tenho, mas que admiro.”

As conexões e desafios que cada estrela trouxe para Rivais resultaram em um drama extraordinariamente íntimo e uma experiência que pode dar novo rumo às suas carreiras. Até mesmo Guadagnino, que geralmente prefere editar a filmar, achou fascinante seu tempo em quadra com Zendaya, O’Connor e Faist.

“Foi muito alegre, agradável e cheio de energia”, diz Guadagnino. “Estava em boa companhia.”

Confira o trailer oficial de Rivais

Um torneio de tênis de segunda categoria em New Rochelle, no estado de Nova York, pode ser sexy? Quando o drama envolve Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist no filme Rivais, de Luca Guadagnino, a resposta é bem mais do que se espera de uma partida entre tenistas amadores.

À primeira vista, o longa, dirigido por Luca a partir de roteiro do dramaturgo Justin Kuritzkes, parece um filme de esportes. Boa parte da ação acontece no fundo de quadra. Tem muitos saques e shortinhos curtos. Mas no filme de Guadagnino o que fica indo de um lado para outro não é só a bolinha amarela.

“A bolinha é a força efêmera e invisível do desejo”, diz Guadagnino, diretor de Me Chame pelo Seu Nome e Até os Ossos. “Eu queria mostrar o desejo indo e voltando.”

C_00654_R Zendaya e Josh O’Connor, em cena de 'Rivais' Foto: Warner Bros./Divulgação

O resultado acachapante é o triângulo amoroso do ano. Rivais, que a Amazon MGM Studios lançou nos cinemas brasileiros na quinta-feira, 25, pega o melodrama do trio e dá um toque bi-curioso de tirar o fôlego – especialmente por causa da química multilateral entre Zendaya, O’Connor e Faist, todos na faixa dos vinte e muitos ou trinta e poucos, e brilhantes quando necessário.

É uma façanha na tela grande, sobretudo para Zendaya, que também é produtora do filme. Ela interpreta Tashi, companheira e treinadora da estrela do tênis Art (Faist, que brilhou em Amor, Sublime Amor). Tashi só foi relegada a esse segundo plano por causa de uma lesão no joelho que pôs fim à sua carreira, mas que não passou nem perto de minar suas ambições. Já a paixão de Art pelo tênis vem esmorecendo. Em New Rochelle, quando ele enfrenta o velho amigo Patrick (O’Connor, estrela do recente La Chimera, de Alice Rohrwacher), o complexo passado dos três vem à tona – deliciosamente.

Zendaya se sentiu atraída pelo projeto exatamente porque não parecia uma escolha natural para ela.

“Era um desafio. Era muito diferente de mim”, disse Zendaya em entrevista ao lado de seus colegas de elenco. “Às vezes, quando você está meio com medo de enfrentar uma coisa assim, você pensa, ‘Oh, talvez eu deva encarar mesmo’. Não quero entrar num projeto e dizer: ‘Pode deixar comigo. Vai ser moleza’.”

Rivais iria abrir o Festival de Cinema de Veneza no ano passado, mas acabou sendo adiado por causa da greve dos atores. O adiamento só fez crescer o burburinho em torno do filme. Isso tem muito a ver com a atenção a tudo que Zendaya faz, mas também com a forma como o filme põe três jovens atores emocionantes no centro do quadro e não desiste.

“O mais especial é que nós três somos protagonistas do filme. É muito legal”, diz O’Connor. “É raro ter a chance de fazer uma coisa assim.”

“Já fiz parte de grupos bem grandes”, acrescenta Zendaya, que estrelou o recente Duna: Parte Dois. “Mas aqui somos só nós três. Nós somos o elenco. Embora obviamente tenhamos outros atores incríveis, o foco está em nós três. Nos treinos de tênis e no período de ensaios, éramos só nós três. Ainda bem que a gente se dá muito bem.”

Guadagnino, conhecido por seu jeito orgânico de trabalhar, usou uma imagem para descrever as semanas que passou em Boston se preparando com as três estrelas: “Crianças na praia construindo castelos de areia.” Embora Faist tenha uma certa habilidade atlética, Zendaya e O’Connor eram terríveis no tênis. Guadagnino nunca tinha pegado uma raquete na vida antes de entrar no set de Rivais. O famoso técnico de tênis Brad Gilbert foi contratado para ajudar.

O diretor Luca Guadagnino no set de filmagem de 'Rivais' Foto: Niko Tavernise/AP/Metro Goldwyn Mayer Pictures

Mas Rivais não é sobre tênis: o esporte é só a arena onde transbordam a atração e a emoção do filme. Quando digo a Guadagnino que, no seu filme, as cenas de tênis são essencialmente cenas de sexo, ele responde: “Obrigado.”

Faist, O’Connor e Zendaya estão conectados de jeitos diferentes, não apenas na maneira como o desejo flui e reflui, mas também na maneira como as personagens conciliam suas paixões flutuantes com a carreira.

“Quando um projeto termina, você fica no limbo. Fica sempre tentando encontrar aquilo que desperta alguma coisa dentro de você”, diz Faist. “Foi algo com que realmente me identifiquei, essa ideia de me apaixonar e desapaixonar pelo trabalho.”

No caso de Zendaya, a ideia de ter sua arte arrancada de si – assim como acontece com Tashi – impulsionou sua melhor atuação cinematográfica até agora, sem dúvida. Rivais também é sua primeira vez como atriz principal de um lançamento nos cinemas.

“Sinto muita gratidão por ter escolhido uma carreira que posso continuar tocando pelo tempo que quiser. Posso chegar aos 80 anos e ainda fazer filmes, se tiver sorte ou se for uma coisa que eu ainda queira fazer. Não consigo imaginar essa ideia de arrancarem de você uma coisa que te faz feliz ou que te dá poder”

Zendaya

Foi a produtora Amy Pascal quem apresentou Rivais para Zendaya, fechando um círculo completo, porque foi Pascal quem a escalou para sua estreia na tela grande, em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Mas Rivais sinaliza uma transição para papéis mais maduros para a atriz de 27 anos que, desde muito jovem, como estrela da TV Disney, teve sobre os ombros a responsabilidade da fama e do sustento da família.

“Uma coisa que mexe comigo pessoalmente é essa diferença entre o que eu quero e o que as pessoas querem para mim”, diz Zendaya. “Nesse ponto, tenho empatia pela Tashi, mas também pelo Art, porque ele está jogando por duas pessoas. Ele não está mais jogando egoisticamente para sua própria alegria, ele está jogando para outra pessoa. Às vezes, nosso trabalho também é assim. Atuamos pelo bem de outras pessoas, pelo que as pessoas querem para nós, e não pelo que realmente faria a gente feliz.”

Mike Faist, Zendaya e Josh O'Connor, da esq. para dir., em cena de 'Rivais' Foto: MGM Studios/Divulgação

Para Zendaya, Faist e O’Connor, Rivais foi uma chance de lidar com as próprias ambições. O’Connor, que interpretou o príncipe Charles em The Crown e fez um personagem com quem se identificou muito mais em La Chimera, encontrou um papel bem diferente de si mesmo em Rivais.

“Ele é atirado, superconfiante, tem todas as qualidades que sempre admirei e sempre quis, mas que nunca tive. Foi uma benção passar uns meses na pele dele”, diz O’Connor. “É isso que vou levar de Patrick. Gosto muito dele. Sei que ele é problemático, mas gosto muito dele. Acho que ele é hilário e charmoso e que ele se conhece muito bem. São qualidades que não necessariamente tenho, mas que admiro.”

As conexões e desafios que cada estrela trouxe para Rivais resultaram em um drama extraordinariamente íntimo e uma experiência que pode dar novo rumo às suas carreiras. Até mesmo Guadagnino, que geralmente prefere editar a filmar, achou fascinante seu tempo em quadra com Zendaya, O’Connor e Faist.

“Foi muito alegre, agradável e cheio de energia”, diz Guadagnino. “Estava em boa companhia.”

Confira o trailer oficial de Rivais

Um torneio de tênis de segunda categoria em New Rochelle, no estado de Nova York, pode ser sexy? Quando o drama envolve Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist no filme Rivais, de Luca Guadagnino, a resposta é bem mais do que se espera de uma partida entre tenistas amadores.

À primeira vista, o longa, dirigido por Luca a partir de roteiro do dramaturgo Justin Kuritzkes, parece um filme de esportes. Boa parte da ação acontece no fundo de quadra. Tem muitos saques e shortinhos curtos. Mas no filme de Guadagnino o que fica indo de um lado para outro não é só a bolinha amarela.

“A bolinha é a força efêmera e invisível do desejo”, diz Guadagnino, diretor de Me Chame pelo Seu Nome e Até os Ossos. “Eu queria mostrar o desejo indo e voltando.”

C_00654_R Zendaya e Josh O’Connor, em cena de 'Rivais' Foto: Warner Bros./Divulgação

O resultado acachapante é o triângulo amoroso do ano. Rivais, que a Amazon MGM Studios lançou nos cinemas brasileiros na quinta-feira, 25, pega o melodrama do trio e dá um toque bi-curioso de tirar o fôlego – especialmente por causa da química multilateral entre Zendaya, O’Connor e Faist, todos na faixa dos vinte e muitos ou trinta e poucos, e brilhantes quando necessário.

É uma façanha na tela grande, sobretudo para Zendaya, que também é produtora do filme. Ela interpreta Tashi, companheira e treinadora da estrela do tênis Art (Faist, que brilhou em Amor, Sublime Amor). Tashi só foi relegada a esse segundo plano por causa de uma lesão no joelho que pôs fim à sua carreira, mas que não passou nem perto de minar suas ambições. Já a paixão de Art pelo tênis vem esmorecendo. Em New Rochelle, quando ele enfrenta o velho amigo Patrick (O’Connor, estrela do recente La Chimera, de Alice Rohrwacher), o complexo passado dos três vem à tona – deliciosamente.

Zendaya se sentiu atraída pelo projeto exatamente porque não parecia uma escolha natural para ela.

“Era um desafio. Era muito diferente de mim”, disse Zendaya em entrevista ao lado de seus colegas de elenco. “Às vezes, quando você está meio com medo de enfrentar uma coisa assim, você pensa, ‘Oh, talvez eu deva encarar mesmo’. Não quero entrar num projeto e dizer: ‘Pode deixar comigo. Vai ser moleza’.”

Rivais iria abrir o Festival de Cinema de Veneza no ano passado, mas acabou sendo adiado por causa da greve dos atores. O adiamento só fez crescer o burburinho em torno do filme. Isso tem muito a ver com a atenção a tudo que Zendaya faz, mas também com a forma como o filme põe três jovens atores emocionantes no centro do quadro e não desiste.

“O mais especial é que nós três somos protagonistas do filme. É muito legal”, diz O’Connor. “É raro ter a chance de fazer uma coisa assim.”

“Já fiz parte de grupos bem grandes”, acrescenta Zendaya, que estrelou o recente Duna: Parte Dois. “Mas aqui somos só nós três. Nós somos o elenco. Embora obviamente tenhamos outros atores incríveis, o foco está em nós três. Nos treinos de tênis e no período de ensaios, éramos só nós três. Ainda bem que a gente se dá muito bem.”

Guadagnino, conhecido por seu jeito orgânico de trabalhar, usou uma imagem para descrever as semanas que passou em Boston se preparando com as três estrelas: “Crianças na praia construindo castelos de areia.” Embora Faist tenha uma certa habilidade atlética, Zendaya e O’Connor eram terríveis no tênis. Guadagnino nunca tinha pegado uma raquete na vida antes de entrar no set de Rivais. O famoso técnico de tênis Brad Gilbert foi contratado para ajudar.

O diretor Luca Guadagnino no set de filmagem de 'Rivais' Foto: Niko Tavernise/AP/Metro Goldwyn Mayer Pictures

Mas Rivais não é sobre tênis: o esporte é só a arena onde transbordam a atração e a emoção do filme. Quando digo a Guadagnino que, no seu filme, as cenas de tênis são essencialmente cenas de sexo, ele responde: “Obrigado.”

Faist, O’Connor e Zendaya estão conectados de jeitos diferentes, não apenas na maneira como o desejo flui e reflui, mas também na maneira como as personagens conciliam suas paixões flutuantes com a carreira.

“Quando um projeto termina, você fica no limbo. Fica sempre tentando encontrar aquilo que desperta alguma coisa dentro de você”, diz Faist. “Foi algo com que realmente me identifiquei, essa ideia de me apaixonar e desapaixonar pelo trabalho.”

No caso de Zendaya, a ideia de ter sua arte arrancada de si – assim como acontece com Tashi – impulsionou sua melhor atuação cinematográfica até agora, sem dúvida. Rivais também é sua primeira vez como atriz principal de um lançamento nos cinemas.

“Sinto muita gratidão por ter escolhido uma carreira que posso continuar tocando pelo tempo que quiser. Posso chegar aos 80 anos e ainda fazer filmes, se tiver sorte ou se for uma coisa que eu ainda queira fazer. Não consigo imaginar essa ideia de arrancarem de você uma coisa que te faz feliz ou que te dá poder”

Zendaya

Foi a produtora Amy Pascal quem apresentou Rivais para Zendaya, fechando um círculo completo, porque foi Pascal quem a escalou para sua estreia na tela grande, em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Mas Rivais sinaliza uma transição para papéis mais maduros para a atriz de 27 anos que, desde muito jovem, como estrela da TV Disney, teve sobre os ombros a responsabilidade da fama e do sustento da família.

“Uma coisa que mexe comigo pessoalmente é essa diferença entre o que eu quero e o que as pessoas querem para mim”, diz Zendaya. “Nesse ponto, tenho empatia pela Tashi, mas também pelo Art, porque ele está jogando por duas pessoas. Ele não está mais jogando egoisticamente para sua própria alegria, ele está jogando para outra pessoa. Às vezes, nosso trabalho também é assim. Atuamos pelo bem de outras pessoas, pelo que as pessoas querem para nós, e não pelo que realmente faria a gente feliz.”

Mike Faist, Zendaya e Josh O'Connor, da esq. para dir., em cena de 'Rivais' Foto: MGM Studios/Divulgação

Para Zendaya, Faist e O’Connor, Rivais foi uma chance de lidar com as próprias ambições. O’Connor, que interpretou o príncipe Charles em The Crown e fez um personagem com quem se identificou muito mais em La Chimera, encontrou um papel bem diferente de si mesmo em Rivais.

“Ele é atirado, superconfiante, tem todas as qualidades que sempre admirei e sempre quis, mas que nunca tive. Foi uma benção passar uns meses na pele dele”, diz O’Connor. “É isso que vou levar de Patrick. Gosto muito dele. Sei que ele é problemático, mas gosto muito dele. Acho que ele é hilário e charmoso e que ele se conhece muito bem. São qualidades que não necessariamente tenho, mas que admiro.”

As conexões e desafios que cada estrela trouxe para Rivais resultaram em um drama extraordinariamente íntimo e uma experiência que pode dar novo rumo às suas carreiras. Até mesmo Guadagnino, que geralmente prefere editar a filmar, achou fascinante seu tempo em quadra com Zendaya, O’Connor e Faist.

“Foi muito alegre, agradável e cheio de energia”, diz Guadagnino. “Estava em boa companhia.”

Confira o trailer oficial de Rivais

Um torneio de tênis de segunda categoria em New Rochelle, no estado de Nova York, pode ser sexy? Quando o drama envolve Zendaya, Josh O’Connor e Mike Faist no filme Rivais, de Luca Guadagnino, a resposta é bem mais do que se espera de uma partida entre tenistas amadores.

À primeira vista, o longa, dirigido por Luca a partir de roteiro do dramaturgo Justin Kuritzkes, parece um filme de esportes. Boa parte da ação acontece no fundo de quadra. Tem muitos saques e shortinhos curtos. Mas no filme de Guadagnino o que fica indo de um lado para outro não é só a bolinha amarela.

“A bolinha é a força efêmera e invisível do desejo”, diz Guadagnino, diretor de Me Chame pelo Seu Nome e Até os Ossos. “Eu queria mostrar o desejo indo e voltando.”

C_00654_R Zendaya e Josh O’Connor, em cena de 'Rivais' Foto: Warner Bros./Divulgação

O resultado acachapante é o triângulo amoroso do ano. Rivais, que a Amazon MGM Studios lançou nos cinemas brasileiros na quinta-feira, 25, pega o melodrama do trio e dá um toque bi-curioso de tirar o fôlego – especialmente por causa da química multilateral entre Zendaya, O’Connor e Faist, todos na faixa dos vinte e muitos ou trinta e poucos, e brilhantes quando necessário.

É uma façanha na tela grande, sobretudo para Zendaya, que também é produtora do filme. Ela interpreta Tashi, companheira e treinadora da estrela do tênis Art (Faist, que brilhou em Amor, Sublime Amor). Tashi só foi relegada a esse segundo plano por causa de uma lesão no joelho que pôs fim à sua carreira, mas que não passou nem perto de minar suas ambições. Já a paixão de Art pelo tênis vem esmorecendo. Em New Rochelle, quando ele enfrenta o velho amigo Patrick (O’Connor, estrela do recente La Chimera, de Alice Rohrwacher), o complexo passado dos três vem à tona – deliciosamente.

Zendaya se sentiu atraída pelo projeto exatamente porque não parecia uma escolha natural para ela.

“Era um desafio. Era muito diferente de mim”, disse Zendaya em entrevista ao lado de seus colegas de elenco. “Às vezes, quando você está meio com medo de enfrentar uma coisa assim, você pensa, ‘Oh, talvez eu deva encarar mesmo’. Não quero entrar num projeto e dizer: ‘Pode deixar comigo. Vai ser moleza’.”

Rivais iria abrir o Festival de Cinema de Veneza no ano passado, mas acabou sendo adiado por causa da greve dos atores. O adiamento só fez crescer o burburinho em torno do filme. Isso tem muito a ver com a atenção a tudo que Zendaya faz, mas também com a forma como o filme põe três jovens atores emocionantes no centro do quadro e não desiste.

“O mais especial é que nós três somos protagonistas do filme. É muito legal”, diz O’Connor. “É raro ter a chance de fazer uma coisa assim.”

“Já fiz parte de grupos bem grandes”, acrescenta Zendaya, que estrelou o recente Duna: Parte Dois. “Mas aqui somos só nós três. Nós somos o elenco. Embora obviamente tenhamos outros atores incríveis, o foco está em nós três. Nos treinos de tênis e no período de ensaios, éramos só nós três. Ainda bem que a gente se dá muito bem.”

Guadagnino, conhecido por seu jeito orgânico de trabalhar, usou uma imagem para descrever as semanas que passou em Boston se preparando com as três estrelas: “Crianças na praia construindo castelos de areia.” Embora Faist tenha uma certa habilidade atlética, Zendaya e O’Connor eram terríveis no tênis. Guadagnino nunca tinha pegado uma raquete na vida antes de entrar no set de Rivais. O famoso técnico de tênis Brad Gilbert foi contratado para ajudar.

O diretor Luca Guadagnino no set de filmagem de 'Rivais' Foto: Niko Tavernise/AP/Metro Goldwyn Mayer Pictures

Mas Rivais não é sobre tênis: o esporte é só a arena onde transbordam a atração e a emoção do filme. Quando digo a Guadagnino que, no seu filme, as cenas de tênis são essencialmente cenas de sexo, ele responde: “Obrigado.”

Faist, O’Connor e Zendaya estão conectados de jeitos diferentes, não apenas na maneira como o desejo flui e reflui, mas também na maneira como as personagens conciliam suas paixões flutuantes com a carreira.

“Quando um projeto termina, você fica no limbo. Fica sempre tentando encontrar aquilo que desperta alguma coisa dentro de você”, diz Faist. “Foi algo com que realmente me identifiquei, essa ideia de me apaixonar e desapaixonar pelo trabalho.”

No caso de Zendaya, a ideia de ter sua arte arrancada de si – assim como acontece com Tashi – impulsionou sua melhor atuação cinematográfica até agora, sem dúvida. Rivais também é sua primeira vez como atriz principal de um lançamento nos cinemas.

“Sinto muita gratidão por ter escolhido uma carreira que posso continuar tocando pelo tempo que quiser. Posso chegar aos 80 anos e ainda fazer filmes, se tiver sorte ou se for uma coisa que eu ainda queira fazer. Não consigo imaginar essa ideia de arrancarem de você uma coisa que te faz feliz ou que te dá poder”

Zendaya

Foi a produtora Amy Pascal quem apresentou Rivais para Zendaya, fechando um círculo completo, porque foi Pascal quem a escalou para sua estreia na tela grande, em Homem-Aranha: De Volta ao Lar (2017). Mas Rivais sinaliza uma transição para papéis mais maduros para a atriz de 27 anos que, desde muito jovem, como estrela da TV Disney, teve sobre os ombros a responsabilidade da fama e do sustento da família.

“Uma coisa que mexe comigo pessoalmente é essa diferença entre o que eu quero e o que as pessoas querem para mim”, diz Zendaya. “Nesse ponto, tenho empatia pela Tashi, mas também pelo Art, porque ele está jogando por duas pessoas. Ele não está mais jogando egoisticamente para sua própria alegria, ele está jogando para outra pessoa. Às vezes, nosso trabalho também é assim. Atuamos pelo bem de outras pessoas, pelo que as pessoas querem para nós, e não pelo que realmente faria a gente feliz.”

Mike Faist, Zendaya e Josh O'Connor, da esq. para dir., em cena de 'Rivais' Foto: MGM Studios/Divulgação

Para Zendaya, Faist e O’Connor, Rivais foi uma chance de lidar com as próprias ambições. O’Connor, que interpretou o príncipe Charles em The Crown e fez um personagem com quem se identificou muito mais em La Chimera, encontrou um papel bem diferente de si mesmo em Rivais.

“Ele é atirado, superconfiante, tem todas as qualidades que sempre admirei e sempre quis, mas que nunca tive. Foi uma benção passar uns meses na pele dele”, diz O’Connor. “É isso que vou levar de Patrick. Gosto muito dele. Sei que ele é problemático, mas gosto muito dele. Acho que ele é hilário e charmoso e que ele se conhece muito bem. São qualidades que não necessariamente tenho, mas que admiro.”

As conexões e desafios que cada estrela trouxe para Rivais resultaram em um drama extraordinariamente íntimo e uma experiência que pode dar novo rumo às suas carreiras. Até mesmo Guadagnino, que geralmente prefere editar a filmar, achou fascinante seu tempo em quadra com Zendaya, O’Connor e Faist.

“Foi muito alegre, agradável e cheio de energia”, diz Guadagnino. “Estava em boa companhia.”

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