Coluna quinzenal do roteirista Lusa Silvestre com crônicas sobre a vida vista com ironia dramática

Opinião|É fácil produzir ocitocina, o hormônio do amor. Para quem é canalha, resta comprar na farmácia


Existem truques para produção própria do hormônio do amor. Não é só sair abraçando, por exemplo. Mas ajuda. Ser generoso também

Por Lusa Silvestre

A ocitocina tem o apelido de ‘hormônio do amor’ porque dá incrível sensação de bem-estar quando entra nas veias. Você pode comprar em farmácia, sintetizado, nem é caro – mas, citando Cosmo Kramer, pra quê tomar uma pílula se posso soltar pipa no parque? Nós mesmos produzimos ocitocina (de graça) quando beijamos, abraçamos, brincamos com cachorros ou somos generosos.

Ter uma dieta saudável também ajuda. A ocitocina aparece quando a gente come repolho, por exemplo - mas eu não vejo amor nesse vegetal, portando evito. Sem contar que dieta me deixa tenso, e quando fico tenso solto baciadas de cortisol - o ‘hormônio do estresse’, inimigo mortal da ocitocina. Prefiro substituir o repolho por rum.

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Entretanto, existem truques para produção própria do hormônio do amor. Não é só sair abraçando, por exemplo. Tem um estudo aí. O abraço precisa durar 30 segundos - tempo enorme, ainda mais nesse calor. A sugestão é evoluir rápido do abraço pro sexo, tirar a roupa e fazer durar mais do que meio minuto.

Beijo precisa ter seis segundos de duração pra gente fazer ocitocina. Não é bitoquinha, não - é beijão. Pessoas em relacionamentos longos têm mais dificuldade em alcançar o tempo mínimo, enquanto novas paixões estouram o relógio. O segredo é fechar o olho e contar na cabeça: Curitiba um, Curitiba dois – até dar seis segundos.

Cachorros são ótimos; o corpo destila rios de ocitocina quando a gente está com eles. É igualmente bom pros bichos, que têm esse hormônio como nós. As fêmeas inclusive produzem mais ocitocina do que os machos – será que na raça humana também é assim?

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O corpo produz ocitocina quando abraçamos cachorros. Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Juntando as coisas, imagino que abraçar um cachorro por 30 segundos, então, seja tipo uma explosão cósmica de amor. Vale até abraçar chihuahua, desde que não morda o seu beiço. Eita bicho virado no cortisol que é o chihuahua. Pode gato em vez de cachorro? Ignoro - mas felinos não são muito de dar intimidade. Melhor abraçar uma árvore, que não tem unha.

E tem a generosidade. Pessoas que fazem o bem, que mostram boa vontade com o outro; que olham o contrário e preferem dialogar; gente que distribui sorrisos em vez de tuitadas – esse povo está sempre lotado de Hormônio do Amor.

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Aí que complica. Porque achar alguém assim, generoso, bondoso, dá trabalho. Repare ao seu redor: cadê? Ainda mais com eleição perto. Quem é asqueroso ou vil encontra ocitocina exclusivamente nas farmácias. Uma pena que seja relativamente barata; o ideal seria que custasse fortunas - pro canalha aprender onde dói mais.

A ocitocina tem o apelido de ‘hormônio do amor’ porque dá incrível sensação de bem-estar quando entra nas veias. Você pode comprar em farmácia, sintetizado, nem é caro – mas, citando Cosmo Kramer, pra quê tomar uma pílula se posso soltar pipa no parque? Nós mesmos produzimos ocitocina (de graça) quando beijamos, abraçamos, brincamos com cachorros ou somos generosos.

Ter uma dieta saudável também ajuda. A ocitocina aparece quando a gente come repolho, por exemplo - mas eu não vejo amor nesse vegetal, portando evito. Sem contar que dieta me deixa tenso, e quando fico tenso solto baciadas de cortisol - o ‘hormônio do estresse’, inimigo mortal da ocitocina. Prefiro substituir o repolho por rum.

Entretanto, existem truques para produção própria do hormônio do amor. Não é só sair abraçando, por exemplo. Tem um estudo aí. O abraço precisa durar 30 segundos - tempo enorme, ainda mais nesse calor. A sugestão é evoluir rápido do abraço pro sexo, tirar a roupa e fazer durar mais do que meio minuto.

Beijo precisa ter seis segundos de duração pra gente fazer ocitocina. Não é bitoquinha, não - é beijão. Pessoas em relacionamentos longos têm mais dificuldade em alcançar o tempo mínimo, enquanto novas paixões estouram o relógio. O segredo é fechar o olho e contar na cabeça: Curitiba um, Curitiba dois – até dar seis segundos.

Cachorros são ótimos; o corpo destila rios de ocitocina quando a gente está com eles. É igualmente bom pros bichos, que têm esse hormônio como nós. As fêmeas inclusive produzem mais ocitocina do que os machos – será que na raça humana também é assim?

O corpo produz ocitocina quando abraçamos cachorros. Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Juntando as coisas, imagino que abraçar um cachorro por 30 segundos, então, seja tipo uma explosão cósmica de amor. Vale até abraçar chihuahua, desde que não morda o seu beiço. Eita bicho virado no cortisol que é o chihuahua. Pode gato em vez de cachorro? Ignoro - mas felinos não são muito de dar intimidade. Melhor abraçar uma árvore, que não tem unha.

E tem a generosidade. Pessoas que fazem o bem, que mostram boa vontade com o outro; que olham o contrário e preferem dialogar; gente que distribui sorrisos em vez de tuitadas – esse povo está sempre lotado de Hormônio do Amor.

Aí que complica. Porque achar alguém assim, generoso, bondoso, dá trabalho. Repare ao seu redor: cadê? Ainda mais com eleição perto. Quem é asqueroso ou vil encontra ocitocina exclusivamente nas farmácias. Uma pena que seja relativamente barata; o ideal seria que custasse fortunas - pro canalha aprender onde dói mais.

A ocitocina tem o apelido de ‘hormônio do amor’ porque dá incrível sensação de bem-estar quando entra nas veias. Você pode comprar em farmácia, sintetizado, nem é caro – mas, citando Cosmo Kramer, pra quê tomar uma pílula se posso soltar pipa no parque? Nós mesmos produzimos ocitocina (de graça) quando beijamos, abraçamos, brincamos com cachorros ou somos generosos.

Ter uma dieta saudável também ajuda. A ocitocina aparece quando a gente come repolho, por exemplo - mas eu não vejo amor nesse vegetal, portando evito. Sem contar que dieta me deixa tenso, e quando fico tenso solto baciadas de cortisol - o ‘hormônio do estresse’, inimigo mortal da ocitocina. Prefiro substituir o repolho por rum.

Entretanto, existem truques para produção própria do hormônio do amor. Não é só sair abraçando, por exemplo. Tem um estudo aí. O abraço precisa durar 30 segundos - tempo enorme, ainda mais nesse calor. A sugestão é evoluir rápido do abraço pro sexo, tirar a roupa e fazer durar mais do que meio minuto.

Beijo precisa ter seis segundos de duração pra gente fazer ocitocina. Não é bitoquinha, não - é beijão. Pessoas em relacionamentos longos têm mais dificuldade em alcançar o tempo mínimo, enquanto novas paixões estouram o relógio. O segredo é fechar o olho e contar na cabeça: Curitiba um, Curitiba dois – até dar seis segundos.

Cachorros são ótimos; o corpo destila rios de ocitocina quando a gente está com eles. É igualmente bom pros bichos, que têm esse hormônio como nós. As fêmeas inclusive produzem mais ocitocina do que os machos – será que na raça humana também é assim?

O corpo produz ocitocina quando abraçamos cachorros. Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Juntando as coisas, imagino que abraçar um cachorro por 30 segundos, então, seja tipo uma explosão cósmica de amor. Vale até abraçar chihuahua, desde que não morda o seu beiço. Eita bicho virado no cortisol que é o chihuahua. Pode gato em vez de cachorro? Ignoro - mas felinos não são muito de dar intimidade. Melhor abraçar uma árvore, que não tem unha.

E tem a generosidade. Pessoas que fazem o bem, que mostram boa vontade com o outro; que olham o contrário e preferem dialogar; gente que distribui sorrisos em vez de tuitadas – esse povo está sempre lotado de Hormônio do Amor.

Aí que complica. Porque achar alguém assim, generoso, bondoso, dá trabalho. Repare ao seu redor: cadê? Ainda mais com eleição perto. Quem é asqueroso ou vil encontra ocitocina exclusivamente nas farmácias. Uma pena que seja relativamente barata; o ideal seria que custasse fortunas - pro canalha aprender onde dói mais.

A ocitocina tem o apelido de ‘hormônio do amor’ porque dá incrível sensação de bem-estar quando entra nas veias. Você pode comprar em farmácia, sintetizado, nem é caro – mas, citando Cosmo Kramer, pra quê tomar uma pílula se posso soltar pipa no parque? Nós mesmos produzimos ocitocina (de graça) quando beijamos, abraçamos, brincamos com cachorros ou somos generosos.

Ter uma dieta saudável também ajuda. A ocitocina aparece quando a gente come repolho, por exemplo - mas eu não vejo amor nesse vegetal, portando evito. Sem contar que dieta me deixa tenso, e quando fico tenso solto baciadas de cortisol - o ‘hormônio do estresse’, inimigo mortal da ocitocina. Prefiro substituir o repolho por rum.

Entretanto, existem truques para produção própria do hormônio do amor. Não é só sair abraçando, por exemplo. Tem um estudo aí. O abraço precisa durar 30 segundos - tempo enorme, ainda mais nesse calor. A sugestão é evoluir rápido do abraço pro sexo, tirar a roupa e fazer durar mais do que meio minuto.

Beijo precisa ter seis segundos de duração pra gente fazer ocitocina. Não é bitoquinha, não - é beijão. Pessoas em relacionamentos longos têm mais dificuldade em alcançar o tempo mínimo, enquanto novas paixões estouram o relógio. O segredo é fechar o olho e contar na cabeça: Curitiba um, Curitiba dois – até dar seis segundos.

Cachorros são ótimos; o corpo destila rios de ocitocina quando a gente está com eles. É igualmente bom pros bichos, que têm esse hormônio como nós. As fêmeas inclusive produzem mais ocitocina do que os machos – será que na raça humana também é assim?

O corpo produz ocitocina quando abraçamos cachorros. Foto: Drobot Dean/Adobe Stock

Juntando as coisas, imagino que abraçar um cachorro por 30 segundos, então, seja tipo uma explosão cósmica de amor. Vale até abraçar chihuahua, desde que não morda o seu beiço. Eita bicho virado no cortisol que é o chihuahua. Pode gato em vez de cachorro? Ignoro - mas felinos não são muito de dar intimidade. Melhor abraçar uma árvore, que não tem unha.

E tem a generosidade. Pessoas que fazem o bem, que mostram boa vontade com o outro; que olham o contrário e preferem dialogar; gente que distribui sorrisos em vez de tuitadas – esse povo está sempre lotado de Hormônio do Amor.

Aí que complica. Porque achar alguém assim, generoso, bondoso, dá trabalho. Repare ao seu redor: cadê? Ainda mais com eleição perto. Quem é asqueroso ou vil encontra ocitocina exclusivamente nas farmácias. Uma pena que seja relativamente barata; o ideal seria que custasse fortunas - pro canalha aprender onde dói mais.

Opinião por Lusa Silvestre

Roteirista dos filmes 'Estômago', 'O Roubo da Taça', 'Medida Provisória' e 'Sequestro do Voo 375'.

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