Opinião|Fujo quando encontro alguém que admiro; prefiro deixar a imagem intacta a correr o risco da decepção


Certa vez, encontrei meu ídolo Francisco Cuoco. Fui até ele, constrangida, mas decidida a pedir um autógrafo. Meu ídolo, no auge da fama, disse que estava em férias e não dava autógrafos nessas ocasiões

Por Alice Ferraz

Conhecer pessoalmente alguém que admiramos pode ser fatal. Aprendi isso há muito tempo, quando, aos 8 anos, apaixonada pelo galã de novela Francisco Cuoco (e aqui certamente meus leitores mais jovens podem se retirar da sala), dei de cara com ele na piscina de um hotel no Rio de Janeiro. Em uma época sem selfies, peguei um papel e uma caneta e fui até ele, constrangida, mas decidida a pedir um autógrafo. Meu ídolo, no auge da fama, disse que estava em férias e não dava autógrafos nessas ocasiões. Fiquei, claro, de coração partido.

Francisco Cuoco como Carlão na novela 'Pecado Capital' Foto: Vieira de Queiroz/ TV Globo

Em outra situação, conheci o artista criador de uma obra de arte que, com orgulho, exibo na parede de casa. Ao ser apresentada a ele em uma exposição, esperei atenta para ouvir o que a alma sensível à minha frente teria a dizer. As palavras não eram seu forte – e a mágica se desfez em instantes. Depois disso, quase fujo quando encontro alguém que admiro; prefiro deixar a imagem intacta a correr o risco da decepção.

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Esta semana tive mais um desses encontros que pareciam profetizar um déjà-vu. Recebi para um café uma das grandes referências na área de comunicação na qual atuo. Se, há 15 anos, ele tivesse me ligado, provavelmente eu não teria montado minha própria empresa e sairia feliz para qualquer desafio proposto. Desta vez, no entanto, a minha reação foi não marcar o encontro, temendo o pior: a desilusão. Mas a curiosidade foi maior que o medo. E saber qual interesse o criador da icônica frase “comunicação como exercício de identidade” poderia ter no meu trabalho me fez receber Ricardo Guimarães.

Mais uma vez, estar aberta ao inesperado me trouxe uma linda surpresa. A mente, criativa, afiada e moldada pelo tempo de experiência, mostrava também estar aliada à sabedoria e à total consciência das mudanças pelas quais a área de comunicação tem passado. Ricardo, como expoente de sua geração, poderia ter ficado em um lugar de conforto, mas se mostrou em moto-contínuo, com a energia e a curiosidade que nos levam ao futuro. Ao final da reunião, com a impressão agora pavimentada pelo encontro com a realidade, me senti grata. Dizem que as coisas acontecem no tempo certo. Eu, muitas vezes, tenho dúvidas e me pego querendo adiantar o tempo, com medo de perder algo da vida. Nesse encontro tive a certeza de que encontrei um ídolo no momento perfeito. Meu e dele.

Conhecer pessoalmente alguém que admiramos pode ser fatal. Aprendi isso há muito tempo, quando, aos 8 anos, apaixonada pelo galã de novela Francisco Cuoco (e aqui certamente meus leitores mais jovens podem se retirar da sala), dei de cara com ele na piscina de um hotel no Rio de Janeiro. Em uma época sem selfies, peguei um papel e uma caneta e fui até ele, constrangida, mas decidida a pedir um autógrafo. Meu ídolo, no auge da fama, disse que estava em férias e não dava autógrafos nessas ocasiões. Fiquei, claro, de coração partido.

Francisco Cuoco como Carlão na novela 'Pecado Capital' Foto: Vieira de Queiroz/ TV Globo

Em outra situação, conheci o artista criador de uma obra de arte que, com orgulho, exibo na parede de casa. Ao ser apresentada a ele em uma exposição, esperei atenta para ouvir o que a alma sensível à minha frente teria a dizer. As palavras não eram seu forte – e a mágica se desfez em instantes. Depois disso, quase fujo quando encontro alguém que admiro; prefiro deixar a imagem intacta a correr o risco da decepção.

Esta semana tive mais um desses encontros que pareciam profetizar um déjà-vu. Recebi para um café uma das grandes referências na área de comunicação na qual atuo. Se, há 15 anos, ele tivesse me ligado, provavelmente eu não teria montado minha própria empresa e sairia feliz para qualquer desafio proposto. Desta vez, no entanto, a minha reação foi não marcar o encontro, temendo o pior: a desilusão. Mas a curiosidade foi maior que o medo. E saber qual interesse o criador da icônica frase “comunicação como exercício de identidade” poderia ter no meu trabalho me fez receber Ricardo Guimarães.

Mais uma vez, estar aberta ao inesperado me trouxe uma linda surpresa. A mente, criativa, afiada e moldada pelo tempo de experiência, mostrava também estar aliada à sabedoria e à total consciência das mudanças pelas quais a área de comunicação tem passado. Ricardo, como expoente de sua geração, poderia ter ficado em um lugar de conforto, mas se mostrou em moto-contínuo, com a energia e a curiosidade que nos levam ao futuro. Ao final da reunião, com a impressão agora pavimentada pelo encontro com a realidade, me senti grata. Dizem que as coisas acontecem no tempo certo. Eu, muitas vezes, tenho dúvidas e me pego querendo adiantar o tempo, com medo de perder algo da vida. Nesse encontro tive a certeza de que encontrei um ídolo no momento perfeito. Meu e dele.

Conhecer pessoalmente alguém que admiramos pode ser fatal. Aprendi isso há muito tempo, quando, aos 8 anos, apaixonada pelo galã de novela Francisco Cuoco (e aqui certamente meus leitores mais jovens podem se retirar da sala), dei de cara com ele na piscina de um hotel no Rio de Janeiro. Em uma época sem selfies, peguei um papel e uma caneta e fui até ele, constrangida, mas decidida a pedir um autógrafo. Meu ídolo, no auge da fama, disse que estava em férias e não dava autógrafos nessas ocasiões. Fiquei, claro, de coração partido.

Francisco Cuoco como Carlão na novela 'Pecado Capital' Foto: Vieira de Queiroz/ TV Globo

Em outra situação, conheci o artista criador de uma obra de arte que, com orgulho, exibo na parede de casa. Ao ser apresentada a ele em uma exposição, esperei atenta para ouvir o que a alma sensível à minha frente teria a dizer. As palavras não eram seu forte – e a mágica se desfez em instantes. Depois disso, quase fujo quando encontro alguém que admiro; prefiro deixar a imagem intacta a correr o risco da decepção.

Esta semana tive mais um desses encontros que pareciam profetizar um déjà-vu. Recebi para um café uma das grandes referências na área de comunicação na qual atuo. Se, há 15 anos, ele tivesse me ligado, provavelmente eu não teria montado minha própria empresa e sairia feliz para qualquer desafio proposto. Desta vez, no entanto, a minha reação foi não marcar o encontro, temendo o pior: a desilusão. Mas a curiosidade foi maior que o medo. E saber qual interesse o criador da icônica frase “comunicação como exercício de identidade” poderia ter no meu trabalho me fez receber Ricardo Guimarães.

Mais uma vez, estar aberta ao inesperado me trouxe uma linda surpresa. A mente, criativa, afiada e moldada pelo tempo de experiência, mostrava também estar aliada à sabedoria e à total consciência das mudanças pelas quais a área de comunicação tem passado. Ricardo, como expoente de sua geração, poderia ter ficado em um lugar de conforto, mas se mostrou em moto-contínuo, com a energia e a curiosidade que nos levam ao futuro. Ao final da reunião, com a impressão agora pavimentada pelo encontro com a realidade, me senti grata. Dizem que as coisas acontecem no tempo certo. Eu, muitas vezes, tenho dúvidas e me pego querendo adiantar o tempo, com medo de perder algo da vida. Nesse encontro tive a certeza de que encontrei um ídolo no momento perfeito. Meu e dele.

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Opinião por Alice Ferraz

É especialista em marketing de influência e escritora, autora de 'Moda à Brasileira'

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