Redson, do Cólera: autenticidade e coerência até o fim


Marcelo Moreira

Por Redação

Menos famoso e midiático, Redson Pozzi, vocalista e guitarrista do Cólera, conseguiu o que João Gordo, do Ratos de Porão, perseguiu e não alcançou: o respeito e a consideração de punks e metaleiros, tanto músicos como amantes do rock.

A repercussão de sua morte ontem, aos 49 anos, limitou-se infelizmente aos meios do rock pesado. Sites grandes de notícias apenas registraram em notas sucintas e pouco esclarecedoras. Entretanto, nos sites roqueiros, as homenagens foram intensas e chamou a atenção uma declaração de João Gordo: "Morreu o maior ícone do punk no Brasil". E ele tem razão.

Politizado e apaixonado por suas ideias e convicções - estando ou não equivocado, estando deste ou daquele lado -, Redson era um ativista político passional, mas muito bem informado. Tinha uma virtude rara entre os radicais de sua época: sabia ouvir, mesmo que tivesse xingado e quebrado tudo antes (no sentido figurado) ou depois da discussão.

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E foi justamente por essa virtude em uma época em os radicalismos se acentuaram e se aprofundaram no meio cultural brasileiro que o vocalista do Cólera tornou-se respeitado entre as várias tribos roqueiras. Por mais que discordasse ou execrasse gostos musicais ou subgêneros roqueiros, conseguia manter um distanciamento que beirava o respeito, admitia o respeito e o contraditório.

Por outro lado, muitas vezes excedia na paixão com que defendia suas posições e suas ideias, o que o tornava em alguns momentos um sujeito irascível e de convivência não muito amistosa. Tanto é que há anos estava brigado com o grande amigo João Gordo.

"Fui muito amigo dele em 82, no começo de tudo. Depois nos desentendemos, mas há cinco anos no encontramos, colocamos as diferenças em pratos limpos e voltamos a nos falar. Hoje quando fiquei sabendo sobre a morte foi um choque que me machucou muito. Ele é um ícone de nós todos sobreviventes dessa época. Ele foi o único que manteve as origens do 'faça você mesmo'", disse o canto do Ratos de Porão ao site Whiplash.

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 Foto: Estadão

A luta incessante pelo sonho musical e pela disseminação de ideais de paz e amizade por meio do Cólera rendeu aquele que talvez seja o maior fruto de sua importante carreira: conseguir levar sua banda para a Europa em uma turnê elogiada, mas também cheia de percalços.

Pouca gente sabe - e Redson nunca fez questão de alardear -, mas o Cólera foi a primeira banda brasileira de rock a fazer uma turnê de verdade pelos países europeus.

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O Cólera tem uma importância fundamental neste quesito: abriu as portas das casas europeias, e também dos pardieiros, para várias outras bandas nacionais que se aventuraram no exterior, entre elas o próprio Ratos de Porão. Esse pioneirismo só aumentou o respeito e admiração que os roqueiros de todas as tribos tinham por ele.

Por diversos motivos o Cólera nunca decolou no cenário nacional. Sempre ficou relegado ao underground do underground. Muitos dizem que o radicalismo e a postura de "purismo", ou seja, de ser um punk puro e histórico, sempre afastou Redson e sua banda do mercado, mesmo aquele mais alternativo.

Outros simplesmente diziam que o próprio líder do Cólera rechaçava qualquer aproximação com qualquer tipo de mercado e reforçando a imagem do "faça você mesmo ao extremo".

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  Foto: Estadão

As duas versões não ficam longe da verdade, contribuíram para que a banda ficasse restrita, mas é necessário também colocar o Cólera em seu devido patamar: reconhecidamente pioneira e principal nome dos primórdios do punk nacional, a banda ficava devendo um pouco na parte da técnica - o que fazia parte do conceito punk do grupo, que fique bem claro. Essa postura se refletiu diretamente na posição do Cólera na cena: Ratos de Porão, Garotos Podres, Olho Seco e Inocentes obtiveram repercussão e prestígio maiores, atingindo o um público mais amplo que o do Cólera.

Evidentemente que isso não diminui a importância da banda e do guitarrista e vocalista Redson Pozzi. Ele viveu e lutou por seu sonho toda a vida, mantendo coerência e fidelidade a suas ideias e ao seu modo de vida pouco vistas no rock nacional.

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Redson era autêntico e cobrava autenticidade de quem o cercava e dos amigos. A passionalidade e autenticidade, para o bem e para mal, nortearam a vida do punk paulista. Será lembrado como um dos personagens mais emblemáticos do rock underground nacional.

Menos famoso e midiático, Redson Pozzi, vocalista e guitarrista do Cólera, conseguiu o que João Gordo, do Ratos de Porão, perseguiu e não alcançou: o respeito e a consideração de punks e metaleiros, tanto músicos como amantes do rock.

A repercussão de sua morte ontem, aos 49 anos, limitou-se infelizmente aos meios do rock pesado. Sites grandes de notícias apenas registraram em notas sucintas e pouco esclarecedoras. Entretanto, nos sites roqueiros, as homenagens foram intensas e chamou a atenção uma declaração de João Gordo: "Morreu o maior ícone do punk no Brasil". E ele tem razão.

Politizado e apaixonado por suas ideias e convicções - estando ou não equivocado, estando deste ou daquele lado -, Redson era um ativista político passional, mas muito bem informado. Tinha uma virtude rara entre os radicais de sua época: sabia ouvir, mesmo que tivesse xingado e quebrado tudo antes (no sentido figurado) ou depois da discussão.

E foi justamente por essa virtude em uma época em os radicalismos se acentuaram e se aprofundaram no meio cultural brasileiro que o vocalista do Cólera tornou-se respeitado entre as várias tribos roqueiras. Por mais que discordasse ou execrasse gostos musicais ou subgêneros roqueiros, conseguia manter um distanciamento que beirava o respeito, admitia o respeito e o contraditório.

Por outro lado, muitas vezes excedia na paixão com que defendia suas posições e suas ideias, o que o tornava em alguns momentos um sujeito irascível e de convivência não muito amistosa. Tanto é que há anos estava brigado com o grande amigo João Gordo.

"Fui muito amigo dele em 82, no começo de tudo. Depois nos desentendemos, mas há cinco anos no encontramos, colocamos as diferenças em pratos limpos e voltamos a nos falar. Hoje quando fiquei sabendo sobre a morte foi um choque que me machucou muito. Ele é um ícone de nós todos sobreviventes dessa época. Ele foi o único que manteve as origens do 'faça você mesmo'", disse o canto do Ratos de Porão ao site Whiplash.

 Foto: Estadão

A luta incessante pelo sonho musical e pela disseminação de ideais de paz e amizade por meio do Cólera rendeu aquele que talvez seja o maior fruto de sua importante carreira: conseguir levar sua banda para a Europa em uma turnê elogiada, mas também cheia de percalços.

Pouca gente sabe - e Redson nunca fez questão de alardear -, mas o Cólera foi a primeira banda brasileira de rock a fazer uma turnê de verdade pelos países europeus.

O Cólera tem uma importância fundamental neste quesito: abriu as portas das casas europeias, e também dos pardieiros, para várias outras bandas nacionais que se aventuraram no exterior, entre elas o próprio Ratos de Porão. Esse pioneirismo só aumentou o respeito e admiração que os roqueiros de todas as tribos tinham por ele.

Por diversos motivos o Cólera nunca decolou no cenário nacional. Sempre ficou relegado ao underground do underground. Muitos dizem que o radicalismo e a postura de "purismo", ou seja, de ser um punk puro e histórico, sempre afastou Redson e sua banda do mercado, mesmo aquele mais alternativo.

Outros simplesmente diziam que o próprio líder do Cólera rechaçava qualquer aproximação com qualquer tipo de mercado e reforçando a imagem do "faça você mesmo ao extremo".

  Foto: Estadão

As duas versões não ficam longe da verdade, contribuíram para que a banda ficasse restrita, mas é necessário também colocar o Cólera em seu devido patamar: reconhecidamente pioneira e principal nome dos primórdios do punk nacional, a banda ficava devendo um pouco na parte da técnica - o que fazia parte do conceito punk do grupo, que fique bem claro. Essa postura se refletiu diretamente na posição do Cólera na cena: Ratos de Porão, Garotos Podres, Olho Seco e Inocentes obtiveram repercussão e prestígio maiores, atingindo o um público mais amplo que o do Cólera.

Evidentemente que isso não diminui a importância da banda e do guitarrista e vocalista Redson Pozzi. Ele viveu e lutou por seu sonho toda a vida, mantendo coerência e fidelidade a suas ideias e ao seu modo de vida pouco vistas no rock nacional.

Redson era autêntico e cobrava autenticidade de quem o cercava e dos amigos. A passionalidade e autenticidade, para o bem e para mal, nortearam a vida do punk paulista. Será lembrado como um dos personagens mais emblemáticos do rock underground nacional.

Menos famoso e midiático, Redson Pozzi, vocalista e guitarrista do Cólera, conseguiu o que João Gordo, do Ratos de Porão, perseguiu e não alcançou: o respeito e a consideração de punks e metaleiros, tanto músicos como amantes do rock.

A repercussão de sua morte ontem, aos 49 anos, limitou-se infelizmente aos meios do rock pesado. Sites grandes de notícias apenas registraram em notas sucintas e pouco esclarecedoras. Entretanto, nos sites roqueiros, as homenagens foram intensas e chamou a atenção uma declaração de João Gordo: "Morreu o maior ícone do punk no Brasil". E ele tem razão.

Politizado e apaixonado por suas ideias e convicções - estando ou não equivocado, estando deste ou daquele lado -, Redson era um ativista político passional, mas muito bem informado. Tinha uma virtude rara entre os radicais de sua época: sabia ouvir, mesmo que tivesse xingado e quebrado tudo antes (no sentido figurado) ou depois da discussão.

E foi justamente por essa virtude em uma época em os radicalismos se acentuaram e se aprofundaram no meio cultural brasileiro que o vocalista do Cólera tornou-se respeitado entre as várias tribos roqueiras. Por mais que discordasse ou execrasse gostos musicais ou subgêneros roqueiros, conseguia manter um distanciamento que beirava o respeito, admitia o respeito e o contraditório.

Por outro lado, muitas vezes excedia na paixão com que defendia suas posições e suas ideias, o que o tornava em alguns momentos um sujeito irascível e de convivência não muito amistosa. Tanto é que há anos estava brigado com o grande amigo João Gordo.

"Fui muito amigo dele em 82, no começo de tudo. Depois nos desentendemos, mas há cinco anos no encontramos, colocamos as diferenças em pratos limpos e voltamos a nos falar. Hoje quando fiquei sabendo sobre a morte foi um choque que me machucou muito. Ele é um ícone de nós todos sobreviventes dessa época. Ele foi o único que manteve as origens do 'faça você mesmo'", disse o canto do Ratos de Porão ao site Whiplash.

 Foto: Estadão

A luta incessante pelo sonho musical e pela disseminação de ideais de paz e amizade por meio do Cólera rendeu aquele que talvez seja o maior fruto de sua importante carreira: conseguir levar sua banda para a Europa em uma turnê elogiada, mas também cheia de percalços.

Pouca gente sabe - e Redson nunca fez questão de alardear -, mas o Cólera foi a primeira banda brasileira de rock a fazer uma turnê de verdade pelos países europeus.

O Cólera tem uma importância fundamental neste quesito: abriu as portas das casas europeias, e também dos pardieiros, para várias outras bandas nacionais que se aventuraram no exterior, entre elas o próprio Ratos de Porão. Esse pioneirismo só aumentou o respeito e admiração que os roqueiros de todas as tribos tinham por ele.

Por diversos motivos o Cólera nunca decolou no cenário nacional. Sempre ficou relegado ao underground do underground. Muitos dizem que o radicalismo e a postura de "purismo", ou seja, de ser um punk puro e histórico, sempre afastou Redson e sua banda do mercado, mesmo aquele mais alternativo.

Outros simplesmente diziam que o próprio líder do Cólera rechaçava qualquer aproximação com qualquer tipo de mercado e reforçando a imagem do "faça você mesmo ao extremo".

  Foto: Estadão

As duas versões não ficam longe da verdade, contribuíram para que a banda ficasse restrita, mas é necessário também colocar o Cólera em seu devido patamar: reconhecidamente pioneira e principal nome dos primórdios do punk nacional, a banda ficava devendo um pouco na parte da técnica - o que fazia parte do conceito punk do grupo, que fique bem claro. Essa postura se refletiu diretamente na posição do Cólera na cena: Ratos de Porão, Garotos Podres, Olho Seco e Inocentes obtiveram repercussão e prestígio maiores, atingindo o um público mais amplo que o do Cólera.

Evidentemente que isso não diminui a importância da banda e do guitarrista e vocalista Redson Pozzi. Ele viveu e lutou por seu sonho toda a vida, mantendo coerência e fidelidade a suas ideias e ao seu modo de vida pouco vistas no rock nacional.

Redson era autêntico e cobrava autenticidade de quem o cercava e dos amigos. A passionalidade e autenticidade, para o bem e para mal, nortearam a vida do punk paulista. Será lembrado como um dos personagens mais emblemáticos do rock underground nacional.

Menos famoso e midiático, Redson Pozzi, vocalista e guitarrista do Cólera, conseguiu o que João Gordo, do Ratos de Porão, perseguiu e não alcançou: o respeito e a consideração de punks e metaleiros, tanto músicos como amantes do rock.

A repercussão de sua morte ontem, aos 49 anos, limitou-se infelizmente aos meios do rock pesado. Sites grandes de notícias apenas registraram em notas sucintas e pouco esclarecedoras. Entretanto, nos sites roqueiros, as homenagens foram intensas e chamou a atenção uma declaração de João Gordo: "Morreu o maior ícone do punk no Brasil". E ele tem razão.

Politizado e apaixonado por suas ideias e convicções - estando ou não equivocado, estando deste ou daquele lado -, Redson era um ativista político passional, mas muito bem informado. Tinha uma virtude rara entre os radicais de sua época: sabia ouvir, mesmo que tivesse xingado e quebrado tudo antes (no sentido figurado) ou depois da discussão.

E foi justamente por essa virtude em uma época em os radicalismos se acentuaram e se aprofundaram no meio cultural brasileiro que o vocalista do Cólera tornou-se respeitado entre as várias tribos roqueiras. Por mais que discordasse ou execrasse gostos musicais ou subgêneros roqueiros, conseguia manter um distanciamento que beirava o respeito, admitia o respeito e o contraditório.

Por outro lado, muitas vezes excedia na paixão com que defendia suas posições e suas ideias, o que o tornava em alguns momentos um sujeito irascível e de convivência não muito amistosa. Tanto é que há anos estava brigado com o grande amigo João Gordo.

"Fui muito amigo dele em 82, no começo de tudo. Depois nos desentendemos, mas há cinco anos no encontramos, colocamos as diferenças em pratos limpos e voltamos a nos falar. Hoje quando fiquei sabendo sobre a morte foi um choque que me machucou muito. Ele é um ícone de nós todos sobreviventes dessa época. Ele foi o único que manteve as origens do 'faça você mesmo'", disse o canto do Ratos de Porão ao site Whiplash.

 Foto: Estadão

A luta incessante pelo sonho musical e pela disseminação de ideais de paz e amizade por meio do Cólera rendeu aquele que talvez seja o maior fruto de sua importante carreira: conseguir levar sua banda para a Europa em uma turnê elogiada, mas também cheia de percalços.

Pouca gente sabe - e Redson nunca fez questão de alardear -, mas o Cólera foi a primeira banda brasileira de rock a fazer uma turnê de verdade pelos países europeus.

O Cólera tem uma importância fundamental neste quesito: abriu as portas das casas europeias, e também dos pardieiros, para várias outras bandas nacionais que se aventuraram no exterior, entre elas o próprio Ratos de Porão. Esse pioneirismo só aumentou o respeito e admiração que os roqueiros de todas as tribos tinham por ele.

Por diversos motivos o Cólera nunca decolou no cenário nacional. Sempre ficou relegado ao underground do underground. Muitos dizem que o radicalismo e a postura de "purismo", ou seja, de ser um punk puro e histórico, sempre afastou Redson e sua banda do mercado, mesmo aquele mais alternativo.

Outros simplesmente diziam que o próprio líder do Cólera rechaçava qualquer aproximação com qualquer tipo de mercado e reforçando a imagem do "faça você mesmo ao extremo".

  Foto: Estadão

As duas versões não ficam longe da verdade, contribuíram para que a banda ficasse restrita, mas é necessário também colocar o Cólera em seu devido patamar: reconhecidamente pioneira e principal nome dos primórdios do punk nacional, a banda ficava devendo um pouco na parte da técnica - o que fazia parte do conceito punk do grupo, que fique bem claro. Essa postura se refletiu diretamente na posição do Cólera na cena: Ratos de Porão, Garotos Podres, Olho Seco e Inocentes obtiveram repercussão e prestígio maiores, atingindo o um público mais amplo que o do Cólera.

Evidentemente que isso não diminui a importância da banda e do guitarrista e vocalista Redson Pozzi. Ele viveu e lutou por seu sonho toda a vida, mantendo coerência e fidelidade a suas ideias e ao seu modo de vida pouco vistas no rock nacional.

Redson era autêntico e cobrava autenticidade de quem o cercava e dos amigos. A passionalidade e autenticidade, para o bem e para mal, nortearam a vida do punk paulista. Será lembrado como um dos personagens mais emblemáticos do rock underground nacional.

Menos famoso e midiático, Redson Pozzi, vocalista e guitarrista do Cólera, conseguiu o que João Gordo, do Ratos de Porão, perseguiu e não alcançou: o respeito e a consideração de punks e metaleiros, tanto músicos como amantes do rock.

A repercussão de sua morte ontem, aos 49 anos, limitou-se infelizmente aos meios do rock pesado. Sites grandes de notícias apenas registraram em notas sucintas e pouco esclarecedoras. Entretanto, nos sites roqueiros, as homenagens foram intensas e chamou a atenção uma declaração de João Gordo: "Morreu o maior ícone do punk no Brasil". E ele tem razão.

Politizado e apaixonado por suas ideias e convicções - estando ou não equivocado, estando deste ou daquele lado -, Redson era um ativista político passional, mas muito bem informado. Tinha uma virtude rara entre os radicais de sua época: sabia ouvir, mesmo que tivesse xingado e quebrado tudo antes (no sentido figurado) ou depois da discussão.

E foi justamente por essa virtude em uma época em os radicalismos se acentuaram e se aprofundaram no meio cultural brasileiro que o vocalista do Cólera tornou-se respeitado entre as várias tribos roqueiras. Por mais que discordasse ou execrasse gostos musicais ou subgêneros roqueiros, conseguia manter um distanciamento que beirava o respeito, admitia o respeito e o contraditório.

Por outro lado, muitas vezes excedia na paixão com que defendia suas posições e suas ideias, o que o tornava em alguns momentos um sujeito irascível e de convivência não muito amistosa. Tanto é que há anos estava brigado com o grande amigo João Gordo.

"Fui muito amigo dele em 82, no começo de tudo. Depois nos desentendemos, mas há cinco anos no encontramos, colocamos as diferenças em pratos limpos e voltamos a nos falar. Hoje quando fiquei sabendo sobre a morte foi um choque que me machucou muito. Ele é um ícone de nós todos sobreviventes dessa época. Ele foi o único que manteve as origens do 'faça você mesmo'", disse o canto do Ratos de Porão ao site Whiplash.

 Foto: Estadão

A luta incessante pelo sonho musical e pela disseminação de ideais de paz e amizade por meio do Cólera rendeu aquele que talvez seja o maior fruto de sua importante carreira: conseguir levar sua banda para a Europa em uma turnê elogiada, mas também cheia de percalços.

Pouca gente sabe - e Redson nunca fez questão de alardear -, mas o Cólera foi a primeira banda brasileira de rock a fazer uma turnê de verdade pelos países europeus.

O Cólera tem uma importância fundamental neste quesito: abriu as portas das casas europeias, e também dos pardieiros, para várias outras bandas nacionais que se aventuraram no exterior, entre elas o próprio Ratos de Porão. Esse pioneirismo só aumentou o respeito e admiração que os roqueiros de todas as tribos tinham por ele.

Por diversos motivos o Cólera nunca decolou no cenário nacional. Sempre ficou relegado ao underground do underground. Muitos dizem que o radicalismo e a postura de "purismo", ou seja, de ser um punk puro e histórico, sempre afastou Redson e sua banda do mercado, mesmo aquele mais alternativo.

Outros simplesmente diziam que o próprio líder do Cólera rechaçava qualquer aproximação com qualquer tipo de mercado e reforçando a imagem do "faça você mesmo ao extremo".

  Foto: Estadão

As duas versões não ficam longe da verdade, contribuíram para que a banda ficasse restrita, mas é necessário também colocar o Cólera em seu devido patamar: reconhecidamente pioneira e principal nome dos primórdios do punk nacional, a banda ficava devendo um pouco na parte da técnica - o que fazia parte do conceito punk do grupo, que fique bem claro. Essa postura se refletiu diretamente na posição do Cólera na cena: Ratos de Porão, Garotos Podres, Olho Seco e Inocentes obtiveram repercussão e prestígio maiores, atingindo o um público mais amplo que o do Cólera.

Evidentemente que isso não diminui a importância da banda e do guitarrista e vocalista Redson Pozzi. Ele viveu e lutou por seu sonho toda a vida, mantendo coerência e fidelidade a suas ideias e ao seu modo de vida pouco vistas no rock nacional.

Redson era autêntico e cobrava autenticidade de quem o cercava e dos amigos. A passionalidade e autenticidade, para o bem e para mal, nortearam a vida do punk paulista. Será lembrado como um dos personagens mais emblemáticos do rock underground nacional.

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