Complexo cultural Japan House abre as portas em maio em SP


Cidade ganha novo espaço para exposições de arte em iniciativa do governo japonês

Por Antonio Gonçalves Filho
Localizada no número 52 da Avenida Paulista, aJapan House será inaugurada no dia 7 de maio Foto: Hélvio Romero/Estadão

Uma iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo japonês, a Japan House, complexo cultural e tecnológico, será inaugurada em São Paulo no dia 7 de maio com um concerto do mais conhecido autor de trilhas do Japão, o pianista e compositor Ryuichi Sakamoto, parceiro de cineastas como Bernardo Bertolucci e Nagisa Oshima. Será a primeira apresentação de Sakamoto em três anos, afastado dos palcos por motivos de saúde. A Japan House de São Paulo, que vai exigir um investimento superior a US$ 30 milhões até 2019, é a primeira das três que serão instaladas em metrópoles ocidentais – a próxima a ser aberta é a de Londres, no fim do ano, seguida da terceira ‘casa’ em Los Angeles, em 2018.

Projeto sancionado pelo governo japonês em 2015, a Japan House brasileira vai trazer a São Paulo exposições de grandes nomes da arte – tradicional e contemporânea – e personalidades japonesas de perfil variado – de escritores a cientistas, passando por chefs de cozinha e homens de negócio. “Não é só um centro cultural, mas um projeto para desenvolvimento tecnológico e investimentos japoneses no Brasil, que pode gerar ações conjuntas benéficas para ambos os países”, define Marcello Dantas, curador e diretor de planejamento da Japan House de São Paulo, localizada no número 52 da Avenida Paulista, no cruzamento da Rua 13 de Maio.

continua após a publicidade
Detalhes de áreas internas e externas da Japan House que estásendo montada em um prédio da Av. Paulista Foto: Hélvio Romero/Estadão

É impossível ignorar a presença da sede da Japan House na Paulista, graças à invenção arquitetônica de Kengo Kuma, que também assina o projeto escolhido do Estádio Nacional do Japão para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Kuma optou pelo uso de materiais naturais como madeira e papel artesanal nos espaços internos do prédio. Na parte externa, a fachada tem uma cortina de réguas de madeira (carvalho) trabalhadas por artesãos japoneses e uma parede de cobogós que faz referência à arquitetura modernista brasileira. O lugar é bastante agradável, reproduzindo em São Paulo a atmosfera das construções japonesas, em que predomina a limpeza formal.

Ao entrar na Japan House, o visitante deixa para trás o burburinho urbano da metrópole e se integra a essa atmosfera graças aos espaços abertos, que podem ser modificados por meio de painéis deslizantes, e um pequeno jardim de areia branca e bambu para leitura ou meditação, ao lado da biblioteca.

continua após a publicidade

Uma obra monumental do artista contemporâneo Chikunsai Tanabe domina a sala de exposições na inauguração. Tanabe é representante da quarta geração de uma família dedicada à arte do bambu, material tão precioso no Japão que tem mais de seis mil usos no país oriental, segundo o curador Marcello Dantas. A instalação de Tanabe é feita de pequenas tiras de bambu entrelaçadas que ligam teto e piso – sem cola, pregos ou parafusos.

Esse aspecto artesanal, porém, não é hegemônico nas exposições que a Japan House pretende trazer a São Paulo. A alta tecnologia também tem lugar na iniciativa da instituição, financiada com verbas do governo japonês e apoio de empresa privadas. A Dentsu Inc., empresa japonesa especializada em comunicação e publicidade, obteve a concessão para administrar o empreendimento no Brasil. 

Ryuichi Sakamoto abre a Japan House com concerto em São Paulo Foto: JB Neto/Estadão
continua após a publicidade

“As exposições, que serão de seis a oito por ano, devem durar até dois meses”, adianta o curador Marcello Dantas, que anuncia para o próximo semestre uma mostra de arte com bambu da qual participam criadores como Akio Hizume, mestre que recorre à matemática – mais especificamente, à sequência de Fibonacci – em peças de grande impacto visual. Além dele outros nomes pouco conhecidos no Brasil vão trazer seu trabalho para a Japan House: o escultor Shigeo Kawashima, nascido em Tóquio e presente nas principais coleções (japonesas, europeias e americanas) é um deles, ao lado de Nakatomi Hajime, que tem uma história curiosíssima, a de um ex-universitário que trocou sua formação acadêmica pelo aprendizado do artesanato em bambu.

Hajime faz utilitários, mas é inexato classificar sua arte, de excepcional beleza, como artesanato. Ele dialoga com a escultura contemporânea, fugindo da classificação fácil. “Queremos justamente fugir dos estereótipos com as atividades multidisciplinares da Japan House, mostrando que o Japão não é só Pokémon”, justifica Dantas, anunciando como uma das próximas atrações um trabalho do estúdio de animação Ghibli, fundado em 1985 e com mais de 20 filmes realizados, entre eles A Viagem de Chihiro, que ganhou o Oscar da categoria em 2002. A Japan House vai exibir aqui um a animação baseada num dos mais populares contos do folclore japonês, O Conto do Cortador de Bambu, transformado no longa O Conto da Princesa Kaguya.

Além desses eventos, a Japan House está presente em São Paulo antes mesmo de sua inauguração. Hoje, 9, último dia da feira SP-Arte, é a oportunidade derradeira para ver no pavilhão da Bienal obras de 15 artistas japoneses famosos (entre eles Hiroshi Sugimoto, Mariko Mori e Yayoi Kusama) escolhidos pelo curador Marcello Dantas. 

Localizada no número 52 da Avenida Paulista, aJapan House será inaugurada no dia 7 de maio Foto: Hélvio Romero/Estadão

Uma iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo japonês, a Japan House, complexo cultural e tecnológico, será inaugurada em São Paulo no dia 7 de maio com um concerto do mais conhecido autor de trilhas do Japão, o pianista e compositor Ryuichi Sakamoto, parceiro de cineastas como Bernardo Bertolucci e Nagisa Oshima. Será a primeira apresentação de Sakamoto em três anos, afastado dos palcos por motivos de saúde. A Japan House de São Paulo, que vai exigir um investimento superior a US$ 30 milhões até 2019, é a primeira das três que serão instaladas em metrópoles ocidentais – a próxima a ser aberta é a de Londres, no fim do ano, seguida da terceira ‘casa’ em Los Angeles, em 2018.

Projeto sancionado pelo governo japonês em 2015, a Japan House brasileira vai trazer a São Paulo exposições de grandes nomes da arte – tradicional e contemporânea – e personalidades japonesas de perfil variado – de escritores a cientistas, passando por chefs de cozinha e homens de negócio. “Não é só um centro cultural, mas um projeto para desenvolvimento tecnológico e investimentos japoneses no Brasil, que pode gerar ações conjuntas benéficas para ambos os países”, define Marcello Dantas, curador e diretor de planejamento da Japan House de São Paulo, localizada no número 52 da Avenida Paulista, no cruzamento da Rua 13 de Maio.

Detalhes de áreas internas e externas da Japan House que estásendo montada em um prédio da Av. Paulista Foto: Hélvio Romero/Estadão

É impossível ignorar a presença da sede da Japan House na Paulista, graças à invenção arquitetônica de Kengo Kuma, que também assina o projeto escolhido do Estádio Nacional do Japão para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Kuma optou pelo uso de materiais naturais como madeira e papel artesanal nos espaços internos do prédio. Na parte externa, a fachada tem uma cortina de réguas de madeira (carvalho) trabalhadas por artesãos japoneses e uma parede de cobogós que faz referência à arquitetura modernista brasileira. O lugar é bastante agradável, reproduzindo em São Paulo a atmosfera das construções japonesas, em que predomina a limpeza formal.

Ao entrar na Japan House, o visitante deixa para trás o burburinho urbano da metrópole e se integra a essa atmosfera graças aos espaços abertos, que podem ser modificados por meio de painéis deslizantes, e um pequeno jardim de areia branca e bambu para leitura ou meditação, ao lado da biblioteca.

Uma obra monumental do artista contemporâneo Chikunsai Tanabe domina a sala de exposições na inauguração. Tanabe é representante da quarta geração de uma família dedicada à arte do bambu, material tão precioso no Japão que tem mais de seis mil usos no país oriental, segundo o curador Marcello Dantas. A instalação de Tanabe é feita de pequenas tiras de bambu entrelaçadas que ligam teto e piso – sem cola, pregos ou parafusos.

Esse aspecto artesanal, porém, não é hegemônico nas exposições que a Japan House pretende trazer a São Paulo. A alta tecnologia também tem lugar na iniciativa da instituição, financiada com verbas do governo japonês e apoio de empresa privadas. A Dentsu Inc., empresa japonesa especializada em comunicação e publicidade, obteve a concessão para administrar o empreendimento no Brasil. 

Ryuichi Sakamoto abre a Japan House com concerto em São Paulo Foto: JB Neto/Estadão

“As exposições, que serão de seis a oito por ano, devem durar até dois meses”, adianta o curador Marcello Dantas, que anuncia para o próximo semestre uma mostra de arte com bambu da qual participam criadores como Akio Hizume, mestre que recorre à matemática – mais especificamente, à sequência de Fibonacci – em peças de grande impacto visual. Além dele outros nomes pouco conhecidos no Brasil vão trazer seu trabalho para a Japan House: o escultor Shigeo Kawashima, nascido em Tóquio e presente nas principais coleções (japonesas, europeias e americanas) é um deles, ao lado de Nakatomi Hajime, que tem uma história curiosíssima, a de um ex-universitário que trocou sua formação acadêmica pelo aprendizado do artesanato em bambu.

Hajime faz utilitários, mas é inexato classificar sua arte, de excepcional beleza, como artesanato. Ele dialoga com a escultura contemporânea, fugindo da classificação fácil. “Queremos justamente fugir dos estereótipos com as atividades multidisciplinares da Japan House, mostrando que o Japão não é só Pokémon”, justifica Dantas, anunciando como uma das próximas atrações um trabalho do estúdio de animação Ghibli, fundado em 1985 e com mais de 20 filmes realizados, entre eles A Viagem de Chihiro, que ganhou o Oscar da categoria em 2002. A Japan House vai exibir aqui um a animação baseada num dos mais populares contos do folclore japonês, O Conto do Cortador de Bambu, transformado no longa O Conto da Princesa Kaguya.

Além desses eventos, a Japan House está presente em São Paulo antes mesmo de sua inauguração. Hoje, 9, último dia da feira SP-Arte, é a oportunidade derradeira para ver no pavilhão da Bienal obras de 15 artistas japoneses famosos (entre eles Hiroshi Sugimoto, Mariko Mori e Yayoi Kusama) escolhidos pelo curador Marcello Dantas. 

Localizada no número 52 da Avenida Paulista, aJapan House será inaugurada no dia 7 de maio Foto: Hélvio Romero/Estadão

Uma iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo japonês, a Japan House, complexo cultural e tecnológico, será inaugurada em São Paulo no dia 7 de maio com um concerto do mais conhecido autor de trilhas do Japão, o pianista e compositor Ryuichi Sakamoto, parceiro de cineastas como Bernardo Bertolucci e Nagisa Oshima. Será a primeira apresentação de Sakamoto em três anos, afastado dos palcos por motivos de saúde. A Japan House de São Paulo, que vai exigir um investimento superior a US$ 30 milhões até 2019, é a primeira das três que serão instaladas em metrópoles ocidentais – a próxima a ser aberta é a de Londres, no fim do ano, seguida da terceira ‘casa’ em Los Angeles, em 2018.

Projeto sancionado pelo governo japonês em 2015, a Japan House brasileira vai trazer a São Paulo exposições de grandes nomes da arte – tradicional e contemporânea – e personalidades japonesas de perfil variado – de escritores a cientistas, passando por chefs de cozinha e homens de negócio. “Não é só um centro cultural, mas um projeto para desenvolvimento tecnológico e investimentos japoneses no Brasil, que pode gerar ações conjuntas benéficas para ambos os países”, define Marcello Dantas, curador e diretor de planejamento da Japan House de São Paulo, localizada no número 52 da Avenida Paulista, no cruzamento da Rua 13 de Maio.

Detalhes de áreas internas e externas da Japan House que estásendo montada em um prédio da Av. Paulista Foto: Hélvio Romero/Estadão

É impossível ignorar a presença da sede da Japan House na Paulista, graças à invenção arquitetônica de Kengo Kuma, que também assina o projeto escolhido do Estádio Nacional do Japão para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Kuma optou pelo uso de materiais naturais como madeira e papel artesanal nos espaços internos do prédio. Na parte externa, a fachada tem uma cortina de réguas de madeira (carvalho) trabalhadas por artesãos japoneses e uma parede de cobogós que faz referência à arquitetura modernista brasileira. O lugar é bastante agradável, reproduzindo em São Paulo a atmosfera das construções japonesas, em que predomina a limpeza formal.

Ao entrar na Japan House, o visitante deixa para trás o burburinho urbano da metrópole e se integra a essa atmosfera graças aos espaços abertos, que podem ser modificados por meio de painéis deslizantes, e um pequeno jardim de areia branca e bambu para leitura ou meditação, ao lado da biblioteca.

Uma obra monumental do artista contemporâneo Chikunsai Tanabe domina a sala de exposições na inauguração. Tanabe é representante da quarta geração de uma família dedicada à arte do bambu, material tão precioso no Japão que tem mais de seis mil usos no país oriental, segundo o curador Marcello Dantas. A instalação de Tanabe é feita de pequenas tiras de bambu entrelaçadas que ligam teto e piso – sem cola, pregos ou parafusos.

Esse aspecto artesanal, porém, não é hegemônico nas exposições que a Japan House pretende trazer a São Paulo. A alta tecnologia também tem lugar na iniciativa da instituição, financiada com verbas do governo japonês e apoio de empresa privadas. A Dentsu Inc., empresa japonesa especializada em comunicação e publicidade, obteve a concessão para administrar o empreendimento no Brasil. 

Ryuichi Sakamoto abre a Japan House com concerto em São Paulo Foto: JB Neto/Estadão

“As exposições, que serão de seis a oito por ano, devem durar até dois meses”, adianta o curador Marcello Dantas, que anuncia para o próximo semestre uma mostra de arte com bambu da qual participam criadores como Akio Hizume, mestre que recorre à matemática – mais especificamente, à sequência de Fibonacci – em peças de grande impacto visual. Além dele outros nomes pouco conhecidos no Brasil vão trazer seu trabalho para a Japan House: o escultor Shigeo Kawashima, nascido em Tóquio e presente nas principais coleções (japonesas, europeias e americanas) é um deles, ao lado de Nakatomi Hajime, que tem uma história curiosíssima, a de um ex-universitário que trocou sua formação acadêmica pelo aprendizado do artesanato em bambu.

Hajime faz utilitários, mas é inexato classificar sua arte, de excepcional beleza, como artesanato. Ele dialoga com a escultura contemporânea, fugindo da classificação fácil. “Queremos justamente fugir dos estereótipos com as atividades multidisciplinares da Japan House, mostrando que o Japão não é só Pokémon”, justifica Dantas, anunciando como uma das próximas atrações um trabalho do estúdio de animação Ghibli, fundado em 1985 e com mais de 20 filmes realizados, entre eles A Viagem de Chihiro, que ganhou o Oscar da categoria em 2002. A Japan House vai exibir aqui um a animação baseada num dos mais populares contos do folclore japonês, O Conto do Cortador de Bambu, transformado no longa O Conto da Princesa Kaguya.

Além desses eventos, a Japan House está presente em São Paulo antes mesmo de sua inauguração. Hoje, 9, último dia da feira SP-Arte, é a oportunidade derradeira para ver no pavilhão da Bienal obras de 15 artistas japoneses famosos (entre eles Hiroshi Sugimoto, Mariko Mori e Yayoi Kusama) escolhidos pelo curador Marcello Dantas. 

Localizada no número 52 da Avenida Paulista, aJapan House será inaugurada no dia 7 de maio Foto: Hélvio Romero/Estadão

Uma iniciativa do Ministério dos Negócios Estrangeiros do governo japonês, a Japan House, complexo cultural e tecnológico, será inaugurada em São Paulo no dia 7 de maio com um concerto do mais conhecido autor de trilhas do Japão, o pianista e compositor Ryuichi Sakamoto, parceiro de cineastas como Bernardo Bertolucci e Nagisa Oshima. Será a primeira apresentação de Sakamoto em três anos, afastado dos palcos por motivos de saúde. A Japan House de São Paulo, que vai exigir um investimento superior a US$ 30 milhões até 2019, é a primeira das três que serão instaladas em metrópoles ocidentais – a próxima a ser aberta é a de Londres, no fim do ano, seguida da terceira ‘casa’ em Los Angeles, em 2018.

Projeto sancionado pelo governo japonês em 2015, a Japan House brasileira vai trazer a São Paulo exposições de grandes nomes da arte – tradicional e contemporânea – e personalidades japonesas de perfil variado – de escritores a cientistas, passando por chefs de cozinha e homens de negócio. “Não é só um centro cultural, mas um projeto para desenvolvimento tecnológico e investimentos japoneses no Brasil, que pode gerar ações conjuntas benéficas para ambos os países”, define Marcello Dantas, curador e diretor de planejamento da Japan House de São Paulo, localizada no número 52 da Avenida Paulista, no cruzamento da Rua 13 de Maio.

Detalhes de áreas internas e externas da Japan House que estásendo montada em um prédio da Av. Paulista Foto: Hélvio Romero/Estadão

É impossível ignorar a presença da sede da Japan House na Paulista, graças à invenção arquitetônica de Kengo Kuma, que também assina o projeto escolhido do Estádio Nacional do Japão para os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2020. Kuma optou pelo uso de materiais naturais como madeira e papel artesanal nos espaços internos do prédio. Na parte externa, a fachada tem uma cortina de réguas de madeira (carvalho) trabalhadas por artesãos japoneses e uma parede de cobogós que faz referência à arquitetura modernista brasileira. O lugar é bastante agradável, reproduzindo em São Paulo a atmosfera das construções japonesas, em que predomina a limpeza formal.

Ao entrar na Japan House, o visitante deixa para trás o burburinho urbano da metrópole e se integra a essa atmosfera graças aos espaços abertos, que podem ser modificados por meio de painéis deslizantes, e um pequeno jardim de areia branca e bambu para leitura ou meditação, ao lado da biblioteca.

Uma obra monumental do artista contemporâneo Chikunsai Tanabe domina a sala de exposições na inauguração. Tanabe é representante da quarta geração de uma família dedicada à arte do bambu, material tão precioso no Japão que tem mais de seis mil usos no país oriental, segundo o curador Marcello Dantas. A instalação de Tanabe é feita de pequenas tiras de bambu entrelaçadas que ligam teto e piso – sem cola, pregos ou parafusos.

Esse aspecto artesanal, porém, não é hegemônico nas exposições que a Japan House pretende trazer a São Paulo. A alta tecnologia também tem lugar na iniciativa da instituição, financiada com verbas do governo japonês e apoio de empresa privadas. A Dentsu Inc., empresa japonesa especializada em comunicação e publicidade, obteve a concessão para administrar o empreendimento no Brasil. 

Ryuichi Sakamoto abre a Japan House com concerto em São Paulo Foto: JB Neto/Estadão

“As exposições, que serão de seis a oito por ano, devem durar até dois meses”, adianta o curador Marcello Dantas, que anuncia para o próximo semestre uma mostra de arte com bambu da qual participam criadores como Akio Hizume, mestre que recorre à matemática – mais especificamente, à sequência de Fibonacci – em peças de grande impacto visual. Além dele outros nomes pouco conhecidos no Brasil vão trazer seu trabalho para a Japan House: o escultor Shigeo Kawashima, nascido em Tóquio e presente nas principais coleções (japonesas, europeias e americanas) é um deles, ao lado de Nakatomi Hajime, que tem uma história curiosíssima, a de um ex-universitário que trocou sua formação acadêmica pelo aprendizado do artesanato em bambu.

Hajime faz utilitários, mas é inexato classificar sua arte, de excepcional beleza, como artesanato. Ele dialoga com a escultura contemporânea, fugindo da classificação fácil. “Queremos justamente fugir dos estereótipos com as atividades multidisciplinares da Japan House, mostrando que o Japão não é só Pokémon”, justifica Dantas, anunciando como uma das próximas atrações um trabalho do estúdio de animação Ghibli, fundado em 1985 e com mais de 20 filmes realizados, entre eles A Viagem de Chihiro, que ganhou o Oscar da categoria em 2002. A Japan House vai exibir aqui um a animação baseada num dos mais populares contos do folclore japonês, O Conto do Cortador de Bambu, transformado no longa O Conto da Princesa Kaguya.

Além desses eventos, a Japan House está presente em São Paulo antes mesmo de sua inauguração. Hoje, 9, último dia da feira SP-Arte, é a oportunidade derradeira para ver no pavilhão da Bienal obras de 15 artistas japoneses famosos (entre eles Hiroshi Sugimoto, Mariko Mori e Yayoi Kusama) escolhidos pelo curador Marcello Dantas. 

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.